Capítulo II
Edson abriu o portão principal. Então, eles entraram e se dirigiram para a escadaria. Depois de subirem, aproximaram-se de uma das portas.
— Tchau, tenho que ir. — Disse ele, desprendendo-se da mão dela. Edson a deu um selinho na boca e se afastou, enquanto se dirigia para o seu quarto.
Por sua vez, Katie abriu a porta do seu e adentrou o cômodo. Olhando em volta, notou que Alexa não estava, porém percebeu que a porta do banheiro estava aberta. Enquanto isso, ela se sentou na cama e notou que havia um vestido tomara-que-caia longo e vermelho e um salto alto, combinando com o tom da roupa.
— Oi, Vossa Alteza. — Disse Alexa, assim que entrou no quarto. Demonstrou um sorriso gentil, ao mesmo tempo que Katie desamarrava os cadarços das botas. — Como foi o passeio? — Perguntou-lhe, dessa vez enquanto tirava os sapatos.
— Foi ótimo. Aprendi muitas coisas sobre Transilvânia. — Katie disse, enquanto se levantava e andava até o criado mudo para colocar o seu celular.
— Espero que te ajude em sua reunião. — Ela balançou a cabeça em confirmação.
— Com licença. — Disse, demonstrando-lhe um sorriso tímido.
Quando Katie entrou no banheiro, ela notou que, na banheira, havia água com espuma. Então, tirou a roupa e colocou os pés nela para poder se sentar. Após, ela começou a ensaboar o corpo e o cabelo. Nesse momento, Katie sentia seu corpo relaxar.
Quando saiu da banheiro, com a toalha e o roupão já postos, ela avistou Alexa atrás da poltrona, induzindo para que ela se sentasse. Assim que se sentou, Alexa pegou a toalha e começou a enxugar o cabelo dela.
— Ansiosa, Katie? — Ela disse, enquanto abria a gaveta e pegava o secador.
— Estou um pouco por ser a minha primeira reunião. — Demonstrou-lhe um sorriso amigável, assim que se olhou no espelho. — Alexa, se não te incomodar, posso te fazer uma pergunta? — Perguntou em um tom envergonhado e meio sem jeito, porém percebeu um sorriso gentil por parte dela.
— Claro, Vossa Alteza. — Assim que falou, desligou o aparelho e o guardou na gaveta. Após, pegou uma escova.
— Por que você quis se tornar funcionária do castelo? — Katie a perguntou, ao mesmo tempo que tentou não ofendê-la. Penteando o cabelo dela, Alexa suspirou levemente. — Tudo bem se não quiser contar. — Disse em uma tentativa de confortá-la, assim que percebeu que os olhos dela ficaram cabisbaixos.
— Tudo bem, irei lhe contar. — Começou a falar, demonstrando um sorriso tímido. — Desde pequena, eu perdi meus pais num acidente de carro, então a família Real me acolheu e, em troca, tive que escolher alguma coisa para fazer no castelo. — Alexa guardou a escova na gaveta. — Sou muito grata a eles.
— Alexa, — Falou em um tom surpreso. — eu sinto muito. — Katie pegou uma de suas mãos.
— Tudo bem. Você não sabia. — Demonstrou-lhe um sorriso amigável. Após alguns minutos em silêncio, retornou a dizer. — Alteza, levante-se, senão você vai se atrasar. — Alexa pegou o vestido da cama, então a ajudou a vestir e a fechar seu zíper. Depois, Katie calçou o sapato.
Assim que Katie abriu a porta, escutou Alexa dizer, portanto se virou para ela.
— Vossa Alteza, está se esquecendo de algo. — Quando ela se aproximou, viu que segurava um objeto retangular, vermelho e metálico. O celular de Katie.
— Obrigada, Alexa. — Assim que falou, pegou de sua mão. Após, Katie saiu e acenou, enquanto ela retribuía.
Seguindo sua intuição, Katie se aproximou de uma das inúmeras portas. Quando a abriu, notou que era uma sala espaçosa contendo uma janela enorme coberta por uma cortina, além de uma mesa grande e redonda de madeira acompanhada por oito cadeiras. Delas, estavam sentados James, Edson, o rei, a rainha e duas pessoas que nunca havia visto antes. Uma delas era alta e branca com cabelos castanhos e olhos azuis e a outra, dessa vez, com cabelos loiros e olhos amarelos.
Quando Katie fechou a porta, percebeu os olhares voltados para ela e um sorriso por parte de Edson e James.
— Katie, — Disse a rainha, assim que entrou. Ela vestia um vestido preto com apenas uma alça e seu cabelo estava preso em um coque. — quero que conheça duas pessoas. — Enquanto falava, Katie havia se aproximado da cadeira vazia entre James e Edson. — O primeiro-ministro. — Levantou-se o de cabelos castanhos.
— Olá, Katie. Prazer em conhecê-la. — Ele lhe demonstrou um sorriso gentil e estendeu o braço. Ganhando um aperto de mão, ela percebeu que seu toque era frio.
— E o conselheiro de Edson, Ciprian. — Kimberly falou e ele se sentou novamente, enquanto o de cabelos loiros havia escutado e se levantado.
— Prazer, Katie. — Fez uma reverência.
— Muito bem. — O primeiro-ministro começou a dizer, após eles terem se sentado. — Vamos discutir sobre as questões financeiras. Os custos foram aumentados como Vossa Majestade pediu.
— Ótimo. — Disse o rei, demonstrando um sorriso confiante, enquanto Katie arregalava seus olhos.
— Vossa Majestade, não quero ofendê-lo nem começar uma discussão, — Ela suspirou profundamente. — mas não está pensando em seu povo. — O rei conteve um riso, portanto Katie fez uma expressão confusa, além de ter notado as expressões de espanto dos outros.
— Desculpe-me, Katie, mas nossa organização não está constituída em uma democracia. — James arregalou seus olhos. — Sem querer te ofender. — O rei se dirigiu a ele.
— Vossa Majestade, acho que seu conceito de democracia está um pouco errado. — Katie percebeu que os olhos dele estavam se tornando laranjas para um tom avermelhado. — A democracia toma decisões de governar junto ao povo e a monarquia toma decisões sozinha sem a sua consulta, mas que visam melhorar o estado de sua população. Por isso, há revoltas e manifestos ainda ocorrendo, pois sua Vossa Majestade não pensa em seu povo, apesar da coroação ter sido sucedida. — Assim que terminou de falar, eles expressaram espanto e surpresa.
— Ela tem razão, Edson. — A rainha falou para o rei em seu tom suave, ao mesmo tempo que um sorriso era visível no rosto de James.
— Katie, — Ela olhou para o primeiro-ministro quando ele começou a dizer. — você disse que seu rei não pensa em seu povo. Você teria provas? — Katie balançou a cabeça em confirmação, enquanto percebia uma expressão arregalada por parte do rei.
— Sim, tenho. Irei lhes mostrar. — Então, Katie pegou o seu celular e colocou a foto da família fechando o comércio. Após, começou a falar, enquanto os mostrava. — Devido aos altos custos, algumas famílias estão tendo que fechar o comércio, o que está acarretando baixa renda e falta do que lhes seria necessário, assim havendo mais pessoas na rua. — Mostrou a foto das pessoas, além de ter notado as expressões de espanto por parte deles.
— Alguém, nessa sala, testemunha ou confirma esse fato? — O primeiro-ministro perguntou. Katie viu que Edson havia balançado levemente sua cabeça em confirmação.
— Testemunho e confirmo. — Ele disse formalmente, enquanto a olhava.
— Princesa Katie, o que você sugere fazer para que possamos reverter esse quadro? — Ela lhe demonstrou um sorriso gentil.
— Reduzir os custos sem prejudicar a renda da monarquia e sugiro que deem auxílios moradia e alimento para os que estão na rua.
— Que irônico, não? — O rei fez uma pergunta retórica para Katie, portanto ela direcionou o seu olhar a ele e notou que seus olhos haviam voltado para o amarelo, ao mesmo tempo que os seus faziam uma expressão confusa. — Você pretende reduzir os custos, mas pretende dar auxílios. Se não sabe, demanda muito dinheiro. — Ela percebeu que o primeiro-ministro havia balançado a cabeça em concordância.
— Ele está certo, Katie. Como você pretende fazer?
— Hum... — Resmungou, pensativa. — Simples. — Demonstrou um sorriso debochado ao rei. — Iremos pegar as rendas dos auxílios já existentes e incluir mais um pouco para que assim se possa distribuir igualmente, conforme o necessário.
— Certo. — O primeiro-ministro começou a dizer. — Todos estamos de acordo?
— De acordo. — James, Edson, Kimberly e Ciprian disseram em uníssono. Percebendo que o rei ia hesitar, Katie lhe arqueou uma sobrancelha. No entanto, ele disse com relutância depois, enquanto suspirava profundamente.
— Ótimo. Vamos discutir sobre as questões populacionais. Katie, alguma posição? — O primeiro-ministro se dirigiu a ela, ao mesmo tempo que dava um sorriso. Por sua vez, balançou a cabeça em confirmação, enquanto lhes mostrava a foto de Adela e Mirela.
— Acredito que a nossa população deveria crescer na base do que acontece em nosso país e ao redor do mundo, a educação. — Katie percebeu que algumas cabeças balançavam levemente em concordância com o que dizia. — A população de posições mais inferiores não tem acesso às escolas ou quaisquer instituições de ensino, como essas duas meninas representadas na foto.
— E o que você sugere para que possamos reverter?
— Oferecer bolsas de estudo para essas pessoas e incluir cotas sociais e raciais nas escolas existentes.
— Isso não será possível, Katie. — Disse a rainha, dando um sorriso tímido. — Concordo com a sua posição, mas as escolas já estão ocupadas. — O primeiro-ministro balançou a cabeça em concordância.
— Então, sugiro que contratemos professores particulares para darem aulas em suas respectivas casas.
— Mas então, deveríamos aumentar os custos.
— Não. — Katie disse em um tom alto e eufórico. Percebendo as expressões de espanto deles, corou. — Podemos fazer festivais simples, a cada mês, para podermos arrecadar dinheiro e ajudar em nossas despesas. — Ela notou um sorriso por parte de Kimberly e do primeiro-ministro.
— Muito bem. — Ele começou a dizer. — Todos estamos de acordo?
— De acordo. — Eles disseram novamente em uníssono, dessa vez incluindo o rei que pareceu gostar da ideia.
— Muito bem. Irei providenciar. — O primeiro-ministro se levantou. — Dispensados. — Após ter feito uma reverência, eles também se levantaram.
Quando estendeu o braço dele novamente para Katie, ganhou outro aperto de mão, e Ciprian, assim que se levantou, fez outra reverência.
Depois de eles terem ido embora, Katie se aproximou da saída. Então, o primeiro-ministro a chamou.
— Katie, gostaria de lhe fazer uma pergunta.
— Pode fazer. — Assim que escutou, ela olhou para ele e demonstrou um sorriso encorajador e amigável ao mesmo tempo.
— Como essa sendo a sua primeira reunião, como você sabia se portar? Aliás, saiu-se muito bem. — Mostrou-lhe um sorriso gentil.
— Ah, eu não sabia exatamente. — Ela corou e prosseguiu. — Apenas segui minha intuição. E havia lido alguma coisa no livro de minha mãe. — Ele fez uma expressão surpresa.
— No livro de sua mãe? — Katie balançou a cabeça em confirmação. — Sophie Westwood? — Fez uma expressão de espanto e surpresa ao mesmo tempo. — Nós éramos bons amigos. — Ele disse, pensativo, enquanto sorria.
Após Katie acenar para ele e ser retribuída, saiu do cômodo e avistou Edson parado e encostado na parede, parecendo esperar por ela. Quando ele percebeu o seu olhar, sorriu e ela retribuiu seu sorriso.
— Oi. — Disse, assim que se aproximou dele. — Como que eu fui?
— Para a sua primeira reunião, muito bem. — Ele ofereceu um de seus braços.
— Desculpe por pegar pesado com seu pai. — Katie disse, enquanto aceitava o braço dele. Então, começaram a caminhar.
— Tudo bem, nós meio que já esperávamos por isso. — Ela sorriu.
— E obrigada por me defender.
— Só fiz meu papel de bom namorado. — Ao mesmo tempo que ele sorriu, pararam, pois tinham se aproximado do quarto de Katie. — Agora, falta a sua entrevista. — Ela arregalou seus olhos. — Calma, você vai se sair bem. — Edson falou, enquanto tirava a mão dela de seu braço. — Vejo-te mais tarde. — Após ter falado, depositou-lhe um selinho na boca e, então, se retirou.
— Minha entrevista. — Katie pensou, enquanto sorria e balançava a cabeça em negação, ao mesmo tempo que abria a porta.
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