Baku: O mito do devorador de sonhos

Bakus são seres sobrenaturais que previnem ou devoram sonhos, pesadelos e a má sorte na cultura japonesa.

A mística criatura tem uma longa história no imaginário e na arte. No folclore nipônico, Baku é considerado um youkai (criatura sobrenatural), um espírito animal que visita as casas no meio da noite e se alimenta dos pesadelos das pessoas enquanto dormem.

Desde o velho Japão, acredita-se que o Baku pode ser induzido a devorar um sonho horrível, e que tenha o poder de transformá-lo em boa sorte.

Baku: As origens.

Sua origem remonta à China antiga, que o descreve como um animal semelhante a um bode com nove caudas, quatro orelhas e olhos em suas costas. Baku, o mito foi levado para o Japão por volta do século XIV. Desde então, a descrição da besta mudou ao longo do tempo. Geralmente, é descrita como uma curiosa criatura com o tronco e as presas de um elefante, olhos de rinoceronte, cauda de vaca e as patas de um tigre.

Assim como um documento do período Edo (1603-1868) que diz: "Nas montanhas do sul, vive uma besta. Ele tem uma tromba de elefante, os olhos de um rinoceronte, um rabo de boi, e as patas de um tigre. Seu corpo é amarelo e preto, e é chamado de Mò (na China). Dormindo sobre sua pele pode-se afastar a peste. Um homem deve fazer um esboço do Mo, a fim de ser protegido do mal".

No reino dos sonhos, o Baku é considerado um espírito benevolente que protege as pessoas contra os terrores dos pesadelos. Acredita-se que a imagem da criatura é benéfica quando colocada em forma de ornamentos nas camas. Talismãs e imagens do Baku também são comumente colocados sob o travesseiro para afastar os maus sonhos e maus presságios — era usual pintá-las com tinta dourada nos travesseiros e leitos da nobreza. Pessoas que acordam após um pesadelo podem pedir a ajuda do Baku, repetindo três vezes: "Dou o meu sonho para o bom Baku comer".

Imagens de Baku também são frequentemente colocadas sob o beiral de templos e santuários japoneses para afastar os maus espíritos, assim como as imagens de shishi (leão) e do dragão. Todos os três são considerados protetores em templos budistas e santuários xintoístas. Também é comum pintar seu ideograma sob o casco ou vela do "Barco do Tesouro dos Sete Deuses da Sorte do Japão" (Shichi Fukujin), e orientar as crianças a mantê-los sob seus travesseiros no primeiro dia do ano como símbolo de bom agouro.

Essas crenças continuam nos tempos modernos nas tradições nipônicas. A crença popular é que o "devorador de sonhos ruins" ajuda a garantir que o "Hatsu Yume" (literalmente "primeiro sonho" do novo ano) seja favorável e auspicioso. O costume local diz que se têm bons sonhos na primeira noite do Ano Novo (Shogatsu), terá boa sorte para todo o ano.

Fim

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