vinte e oito


Eu já tinha ido pra cama quando o meu telefone tocou.

Levantei na hora e tateei a mesinha de cabeceira com o coração acelerado. Eu sabia que era verdade o que diziam: nada de bom vem de uma ligação no meio da noite.

Olhei para a tela por um microssegundo antes de atender.

- Pedro? O que foi?

- Bia, o Samuel sofreu um acidente. - A voz dele estava trêmula do outro lado. O meu mundo foi se estreitando, senti minhas pernas ficarem dormentes.

- Ele...

- Ele está no pronto atendimento agora. Vai ter que ser transferido para um hospital maior em Divinópolis. Não tem como cuidar dele aqui.

Eu já tinha levantado e acendido a luz do quarto. Abri as portas do meu guarda-roupa depressa à procura de um moletom para vestir por cima do pijama. Do primeiro andar, ouvi a voz da minha mãe me chamando.

- Foi um acidente de carro? - perguntei, pegando minha bolsa que ficava pendurada atrás da porta e descendo as escadas. Meus pensamentos estavam a mil por hora.

Como aquilo tinha acontecido? Como o Samuel estava? Eu o tinha visto há duas horas e meia. Estava tudo bem antes. E agora...

- Eu não sei, Bia. Alguém parece ter atacado ele.

- Atacado?

- A polícia já foi acionada. Mas isso não importa agora. - Ouvi Pedro gemer baixinho. - Você vai com ele na ambulância e eu sigo atrás no meu carro. Bia... A situação não tá nada boa.

- Eu tô indo.

Desliguei o telefone a tempo de chegar lá fora e vomitar perto da lavanderia. Minhas mãos pareciam pedras de gelo. Suor escorria pela minha testa.

- Bianca? O que aconteceu?

Minha mãe chegou atrás de mim e tentou me levantar do chão. Eu nem percebi que tinha caído.

- Eu preciso ir para o hospital. O Samuel vai ter que ser transferido para Divinópolis. Ele...

Eu não precisei dizer mais nada. Ela entendeu.

- Tá com seus documentos? Dinheiro?

Fiz que sim com a cabeça.

- Ok. Me liga assim que puder.

Eu apertei a mão dela e corri até a minha bicicleta. Era a única coisa que eu tinha que podia me levar mais rápido para o pronto socorro.

A bicicleta que Samuel tinha me dado.

Eu não fiquei com medo de atravessar a cidade sozinha no meio da noite. Tudo parecia de mentira. Era como se eu estivesse dentro de um pesadelo e, por pior que pudesse parecer, logo acordaria.

Quando cheguei ao hospital, a ambulância já estava de saída. Joguei a bicicleta de qualquer jeito no meio-fio e corri até a calçada onde Pedro e Juliana estavam abraçados.

- Graças a Deus você chegou - Juliana disse quando me viu. Tanto ela quanto Pedro estavam lívidos, as bocas secas e os olhos bem abertos. Ver Pedro daquele jeito quase me fez perder o controle. Ele não ficava assustado. Nunca.

- A Juliana vai ficar aqui para acompanhar a polícia - ele me falou. - Eu já avisei que você vai na ambulância com ele. Eu te encontro no hospital, ok?

- Tá bom.

Dois paramédicos entrarem na ambulância e eu os segui. Primeiro, vi só o corpo de Samuel, disforme em cima da maca, até me aproximar o suficiente para conseguir distinguir seus traços.

- Ai meu Deus...

Eu não podia me descontrolar. Não tinha tempo para aquilo agora. Um dos paramédicos me indicou um assento no espaço apertado. As portas se fecharam e o mundo se resumiu àquele compartimento minúsculo com aparelhos demais, o corpo do homem que eu amava desacordado perto de mim.

O lado esquerdo do rosto dele era uma bagunça de ferimentos e hematomas. Percebi que a maioria do sangue já tinha sido limpo, mas eu ainda conseguia ver os cortes pequenos e profundos na bochecha, testa e lábio superior. O maxilar estava inchado, o olho roxo. Aquele não era o Samuel que eu conhecia: forte, sempre com um sorriso gentil e um brilho no olhar, apesar de tudo pelo que tinha passado. Tinham machucado ele. Machucado tanto que estava irreconhecível.

Seu braço também estava posicionado em cima do corpo em um ângulo que fez meu estômago revirar. Eu não conseguia ver mais nada através da bagunça de fios e aparelhos ligados nele. Samuel tinha quebrado outra parte do corpo? Dentro dele, também havia algum ferimento?

Assisti os paramédicos cuidarem dele na ambulância que balançava. Minha boca estava tão dormente que eu não conseguia fazer perguntas, além de que tinha muito medo das respostas que eles podiam me dar.

Eu queria segurar a mão do Samuel. Queria dizer que eu estava ali, que tudo ia ficar bem.

No fim, fiquei em estado de choque nos quarenta quilômetros que separavam Santa Cruz de Divinópolis.

Quando chegamos ao hospital, os paramédicos desceram a maca e correram com Samuel para dentro. Pedro chegou logo depois e me encontrou na calçada. Ele segurou a minha mão e disse que a gente precisava dar entrada no hospital e apresentar os documentos do Samuel que ele tinha pegado na carteira que estava no bolso de trás da calça dele.

Depois disso, o mundo se reduziu a uma sala de espera com paredes brancas demais, ponteiros de um relógio que avançavam pela madrugada e o meu choro silencioso que finalmente escapou depois que Pedro me ofereceu um copo d'água e me abraçou apertado.

- Uma vizinha ouviu gritos e chegou na calçada a tempo de ver uma moto virar a esquina - Pedro contou em algum momento, enquanto nós dois estávamos sentados lado a lado na sala de espera. - Ela viu o Samu caído na entrada do beco que fica ali perto da casa dele e ligou para a polícia. Eu ainda não sei o que aconteceu. A Ju deve ligar quando tiver mais informações.

- Não foi um assalto, foi?

Pedro fez que não com a cabeça.

- O carro dele estava aberto com a chave na ignição e a carteira intacta. Foi planejado. Os caras na moto deviam estar seguindo ele.

Escondi o rosto nas mãos.

Por que alguém faria aquilo? Era uma cidade pequena e o Samuel nunca tinha feito nada para ninguém. Por que...

Me ergui quando de repente tudo fez sentido.

- O Henrique - disse, segurando o braço de Pedro com força e o fazendo olhar para mim. - Ele fez isso por retaliação. Ele disse que as coisas não ficariam daquele jeito depois que o Samuel deu uma surra nele. É óbvio que foi isso!

- Eu não descarto essa possibilidade, Bia, mas não tem como ter certeza. - Ele jogou a cabeça para trás e encarou o teto. - A gente vai ter que esperar a polícia. E se foi mesmo o Henrique...

Eu vi o ódio brilhar nos seus olhos e um arrepio correu pela minha espinha.

- Agora, eu só quero que o Samuel fique bem - sussurrei. - Ele vai ficar bem, não vai?

- Ele vai, sim.

Mas Pedro não estava olhando para mim quando disse isso. E alguns minutos depois, quando cansei de encarar os meus próprios pés e olhei para ele, vi uma lágrima solitária correr pela sua bochecha.

Samuel teve uma fratura séria no antebraço direito, aparentemente quando tentou se defender de alguma coisa, segundo o médico. Ele também tinha perfurações no abdômen e nas pernas, onde parecia ter sido atingido por tábuas ou bastões fincados por pregos.

Quando escutei aquilo, precisei me segurar à parede com força. Tábuas com pregos?!

O médico tinha avisado mais cedo que Samuel precisaria passar por uma cirurgia no braço. Ele tentou me explicar o procedimento e o motivo da cirurgia ter sido necessária, mas a única coisa que entendi de verdade foi que agora Samu tinha uma placa e pinos no antebraço devido à seriedade da fratura.

- Ele também vai precisar de uma transfusão de sangue. Ele perdeu muito até ser atendido pelos paramédicos e precisamos repor esse sangue para a melhor recuperação do paciente - o doutor disse na manhã do outro dia. - Infelizmente, não temos o seu tipo no banco. É importante que vocês façam campanhas para encontrarmos um doador o mais rápido possível. Talvez algum amigo de Santa Cruz que seja compatível.

- Qual o tipo de sangue dele? - Pedro perguntou. - E quem pode doar?

- O Sr. Samuel tem sangue A negativo. Infelizmente ele só pode receber de pessoas com o mesmo tipo de sangue ou O negativo. Precisamos de alguém que...

- Eu - falei, me adiantando em direção ao médico. - Eu posso doar. Eu sou O negativo.

- Ótimo! - o médico falou, enquanto Pedro praticamente desabava de alívio na cadeira ao meu lado. - Você vai precisar fazer uma avaliação, passar por testes de compatibilidade e preencher alguns formulários. Precisamos ter certeza que está em boas condições para doar.

- Eu faço o que for preciso.

- Pode vir comigo, por favor.

O resto do dia passou em um borrão.

Precisei passar por uma avaliação física e preencher um formulário para ter certeza que eu podia mesmo doar sangue. A lista de condições era enorme, e quando finalmente cheguei ao último item, respirei aliviada por saber que nada me impedia de ajudar o Samu.

Me senti um pouco zonza quando, mais tarde, parte do meu sangue foi parar em uma bolsa de plástico. Uma enfermeira me passou uma lista de recomendações e falou que o mais importante agora era que eu precisava descansar.

Mas eu não queria descansar. Eu queria ver o Samuel.

- Ele não vai poder receber visitas por enquanto - Pedro me contou. - Você tem que voltar para Santa Cruz e dormir, Bia. Não se preocupa. Se eu tiver qualquer novidade, te ligo.

- Eu não sei se vou conseguir dormir enquanto não tiver certeza que ele está bem.

- O Samu tá estável. Vai ficar tudo bem.

Ele me abraçou e fez carinho nas minhas costas. A tensão que eu tinha sentido no corpo dele por todas aquelas horas ainda estava ali.

- E você? - perguntei antes de sair do hospital. - Talvez a Ju consiga vir ficar no seu lugar.

Pedro fez que não com a cabeça.

- Eu só saio daqui quando souber que ele tá no quarto e fora de perigo.

- Pedro...

- Eu não vou deixar ele. - Observei o rapaz na minha frente estremecer. Seus olhos estavam fundos, tão pálido que eu conseguia ver as veias roxas na pele fina das pálpebras. - Ele é a minha família, Bianca. É meu irmão. Se não fosse por ele, eu...

Mas Pedro não conseguiu continuar. Um soluço engasgado subiu pela sua garganta e ele tentou esconder os olhos no antebraço.

Ele tinha tentado ser forte por mim a noite e o dia todo, quando, na verdade, estava despedaçando por dentro.

- Eu fiquei com tanto medo - ouvi a voz de Pedro abafada pelo tecido do moletom que estava vestindo. - Porra, eu acho que nunca senti tanto medo na minha vida.

- Eu sei. - O puxei pela nuca e deixei que ele chorasse no meu ombro. Meus próprios olhos já estavam marejados, mas eu tinha chorado tanto que mais parecia que toda a água do meu corpo tinha acabado. - Ele vai sair dessa.

Peguei um ônibus de volta para Santa Cruz. A cada quilômetro rodado, era como se uma parte de mim ficasse para trás. Pelo vidro da janela, percebi os círculos escuros ao redor dos meus olhos e o modo como o meu cabelo caia sem vida pelos meus ombros. Mais parecia que toda a minha vitalidade tinha sido sugada naquele hospital.

Juliana foi me buscar na rodoviária. Tentei perguntar o que a polícia tinha descoberto, mas ela só começou a falar quando me colocou em uma das mesas do restaurante mais próximo e me viu dar pelo menos cinco garfadas de um prato cheio.

- A polícia conseguiu ter acesso à câmera de uma clínica que fica na esquina da casa do Samu - ela contou. - Eram dois homens numa moto. Pela filmagem, deu para ver que eles estavam esperando por quase uma hora enquanto Samuel estava dentro do carro em frente a casa dele. Quando o Samu saiu, os dois o encurralaram e o levaram para o beco ali perto. Eles estavam de máscara e segurando umas tábuas grandes.

- Eu sei. O médico imaginou isso quando avaliou os ferimentos. - Eu fechei os olhos com força e respirei fundo, tentando me impedir de perder a cabeça. - Vão conseguir achar os caras?

- Um deles ficou sem máscara por alguns segundos quando saiu do beco. O Samuel deve ter conseguido tirar dele durante o confronto. A câmera pegou o rosto dele. A polícia está investigando.

Assenti, me forçando a engolir a comida. Eu precisava cuidar de mim se quisesse ajudar o Samu.

- Foi o Henrique. Ele deve ter contratado os caras. É só questão de tempo até a polícia confirmar isso.

Juliana abraçou a si mesma.

- É o que eu pensei. Mas a gente não pode fazer acusações sem ter certeza, Bia. A família dele...

- Eu não dou a mínima para a família dele! - falei, e só percebi que tinha gritado quando as pessoas ao redor pararam de comer para olhar para mim. Abaixei a cabeça e olhei para as mãos trêmulas no meu colo. - Desculpa, Ju. Eu não devia falar assim com você. Me desculpa.

- Bia, não precisa se desculpar. Eu nem consigo imaginar pelo que você tá passando. - Ela segurou minha mão e olhou para mim com carinho. - Isso vai se resolver, tá bom? A gente vai descobrir quem fez isso e o Samu vai voltar bem pra casa.

Ela parecia ter tanta certeza daquilo. E eu queria ter também.

Imaginei Samu em uma cama de hospital a quilômetros de distância. Pensei em como eu estava segura nos seus braços tão pouco tempo atrás.

Sem que eu percebesse, boa parte do meu mundo tinha sido transferida para as mãos daquele homem doce, lindo e generoso. E, agora, parecia que eu estava no centro de uma cidade abandonada, todos os muros e paredes desabando ao meu redor.

Eu estava me preparando para voltar para o hospital quando Juliana me ligou.

- Acharam o cara.

Eu não precisei falar nada. Ela logo continuou a história.

- Ele já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas, por isso não levou muito tempo para localizar o filho da puta. Os policiais o levaram para a delegacia e disseram que tinham as filmagens dele para comprovar o crime. Ele acabou delatando o comparsa e... - Ela fez uma pausa. - O cara admitiu tudo, Bia. Ele foi contratado há duas semanas pelo Henrique para, segundo ele, "dar um susto" no Samuel. Eles receberam uma bolada de dinheiro vivo, mas aparentemente não são os melhores criminosos da região. Bastou uma pressãozinha da polícia para um deles falar tudo.

- E o Henrique?

- A polícia foi até a casa dele. Vão precisar de provas, mas...

- Ele não vai ficar preso por muito tempo. Esse tipo de gente sempre dá um jeito de escapar.

Pensei no cara que tinha tentado me estuprar naquela festa tantos meses atrás. Qual justiça eu recebi quando ele tinha o apoio da família influente e os bolsos cheios de dinheiro para comprar sua liberdade?

- Isso é uma merda, Bia. Mas a gente pode torcer para a polícia encontrar provas o suficiente e...

- Não. A gente não vai esperar por nada. - Olhei para o meu reflexo no espelho do meu quarto. Deus, eu estava destruída. Mas havia uma dureza maior no meu olhar. - Você tem um salão, não tem? Não existe lugar melhor pra fofoca. Não estou te pedindo para se comprometer, mas para fazer o que todo mundo faz em uma cidade pequena: falar. Só que, dessa vez, vai ser a verdade.

Juliana ficou em silêncio por um momento do outro lado da linha.

- Eu posso fazer isso - ela disse finalmente.

- Ótimo. A notícia vai se espalhar tão rápido que ninguém vai saber de onde veio. O Samuel é conhecido pela cidade inteira. É amado pela cidade inteira. Eu quero ver o quanto o criminoso do Henrique e a família dele vão aguentar quando não forem mais bem vistos e respeitados nesse fim de mundo.

Juliana disse que eu podia contar com ela e me pediu para cuidar de mim mesma enquanto estivesse no hospital. Quando ela desligou, saí de casa a caminho da rodoviária.

Eu estava adiantada. O ônibus só sairia dali a trinta minutos. Contornei a praça matriz e parei em frente à casa do Samuel, dando o meu máximo para não fraquejar bem ali no meio da rua.

Ele tinha me dado cópias das chaves da casa dele algumas semanas atrás.

- Não quero que você pense muito sobre isso - ele disse, todo nervoso quando me ofereceu o molho de chaves. - É só que você vem passando um bom tempo aqui e às vezes deixa algumas coisas para trás. Então achei que seria uma boa ideia você ter cópias das chaves caso precise entrar e eu não estiver.

Eu aceitei as chaves, mas não sem antes fazer alguma brincadeira idiota que se a gente continuasse naquele ritmo, logo, logo eu estaria atravessando a porta principal da Igreja da cidade vestida de branco.

Samuel ficou todo vermelho e falou:

- Até que essa não é lá uma má ideia.

Engoli em seco ali do lado de fora, o sol alto no céu e minhas lágrimas secando na calçada.

Peguei o molho de chaves da bolsa e fui até a porta da garagem. Eu não fazia ideia de quem tinha guardado o carro do Samu depois que tudo aconteceu, mas também não me importava.

Destranquei o cadeado e fui até o veículo. Pela janela do motorista, consegui ver o diário abandonado no banco do passageiro.

Eu já desconfiava, mas agora tinha certeza do motivo pelo qual Samu tinha ficado tanto tempo dentro do carro nas filmagens da câmera da clínica.

Ele finalmente tinha lido o diário do avô.

O carro estava aberto. Quando peguei o diário, passei o dedo pela capa e estremeci. Era quase como se pudesse sentir o toque do Samu no objeto, leve como uma pluma.

Depois de trancar a garagem, entrei na casa e peguei roupas limpas no armário do Samu. Eu sabia exatamente quais eles vestia e quais sempre deixava no fundo do armário. Peguei sua escova de dentes, itens de higiene pessoal e também seu travesseiro favorito. Estar sozinha ali, naquele quarto que eu tinha passado tantas noites com ele, foi uma das piores sensações da minha vida.

Quando cheguei em Divinópolis, insisti que Pedro fosse pra casa. Ele só concordou porque prometi que ligaria para ele assim que o Samu acordasse no quarto.

- O médico disse que a transfusão foi um sucesso - ele falou quando nos despedimos. - Ele vai se recuperar.

- É claro que vai. E aí vocês vão poder continuar alfinetando um ao outro como sempre fizeram.

Pedro abriu um sorriso triste e acenou para mim.

Eu me acomodei na sala de espera. Li cada uma das passagens do diário de Jorge Dutra. Eu esperava que Samuel não ficasse zangado comigo por isso, mas eu realmente precisava me distrair.

Quando cheguei na última passagem, mal podia acreditar em tudo que tinha acontecido na vida daquele homem, e, consequentemente, na vida do Samuel também.

Ele tinha esperado até o último minuto e no fim foi tarde demais. Eu não podia deixar de me perguntar como a vida teria sido se ele tivesse se dado conta do que tinha perdido mais cedo. Ou, quem sabe, se mesmo antes tivesse deixado a amargura para trás e ficado com a minha avó até o último dia dela.

Eu não conseguia parar de me perguntar uma quantidade absurda de "e se...".

- Bianca Gontijo?

Eu me levantei da cadeira de plástico azul tão depressa que quase derrubei o diário e o travesseiro que estava segurando.

- Sim?

Uma enfermeira com um sorriso gentil estava bem diante de mim.

Soube o que ela ia dizer mesmo antes que abrisse a boca.

Samuel tinha acordado.

____________________❤️____________________

Oii, gente!!

Esse é o antepenúltimo capítulo e eu já estou morrendo de saudade...

Mas não vamos falar de despedidas!! Gostaram do capítulo? Eu fiquei destruída escrevendo, principalmente por ver tão de perto o sofrimento da Bia com isso tudo.

Vejo vocês na próxima semana com o capítulo 29 e o encontro da Bia e do Samu!

Beijos,

Ceci.

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