2.11 - the dinner

CAPÍTULO ONZE; o jantar

CAPÍTULO REVISADO

POV'S AUTORA

MAELLA SE REMEXEU na cadeira, desconfortável.

O Rei – querendo aproveitar de sua lucidez – propôs um jantar, ansiando juntar a família mais uma vez.

Foi uma das piores ideias que aquele homem já teve. Maella revirou seus olhos com o pensamento.

A família estava claramente dividida.

Jacaerys, Rhaena, Baela e Lucerys se encontravam na ponta dá mesa, em alguma conversa banal que Maella não se interessou em participar.

Por partes, porque estava evitando Jacaerys e estava levemente envergonhada em encarar Baela nos olhos.

Deuses, como desejava que Davinne estivesse ao seu lado. Maella mordeu o interior de sua bochecha.

Lady Davinne havia sido convidada pelo Rei para se juntar ao jantar da Casa Targaryen.

A Arryn foi esperta o suficiente para recusar o convite, usando a desculpa que não deixaria o Príncipe Joffrey sozinho, já que o jantar ocorreria em um horário muito tarde.

Maella pensou em recusar o convite, alegando dor de cabeça, indisposição, ou qualquer outra coisa que a impedisse de comparecer a aquela tortura.

Claro que, os olhos violetas e carinhosos de sua mãe não permitiram. Rhaenyra tinha um poder de persuasão sobre seus filhos.

A Velaryon sabia que agradaria muito sua mãe se estivesse presente naquele jantar, e era isso que estava fazendo.

Rhaenyra sorriu para sua filha, recebendo um sorriso de volta. A garota faria de tudo para agradar a Targaryen.

Os olhos violetas da jovem passaram pela sala do jantar.

A uma cadeira de distância, estava Helaena Targaryen inclinada sobre a mesa, enquanto mostrava um brinquedo de madeira a seu avô, Otto Hightower.

Na outra ponta dá mesa, Aemond e Aegon Targaryen conversavam aos sussurros.

Alicent estava quieta em sua cadeira, as vezes mandando um ou dois olhares para Rhaenyra.

A Targaryen parecia contente enquanto conversava com seu marido, Daemon.

Maella se sentia deslocada, tudo que queria era voltar para o seu quarto.

Era realmente uma pena que Rhaenys não pode comparecer, já que se encontrava ocupada nos preparativos do funeral de Vaemond Velaryon. Ele ainda era da família, afinal.

Seus olhos pararam no canto do cômodo, vendo Sir Dolous ali.

O Crackehall foi designado para trabalhar naquela noite, junto com os demais guardas que se encontravam na sala.

Os dois sorriram um para o outro e Maella teve que segurar uma risada quando o mais velho fez uma careta para a mesa do jantar.

Dolous era um ótimo amigo, sendo gentil o suficiente para fingir que aquela proposta feita na noite anterior não havia acontecido. A Velaryon estava eternamente grata por isso.

A Princesa foi tirada de seus pensamentos ao ver todos se levantarem de suas cadeiras. Maella se levantou rapidamente. O Rei havia chegado.

A garota observou dois guardas carregarem o Rei Viserys em sua cadeira, o posicionando entre a rainha consorte e a herdeira do trono.

Era irônico, já que ele era o motivo para a família não estar tentando se matar naquele jantar.

Assim que Viserys foi arrumado em sua cadeira, todos da família real se sentaram novamente.

Maella observou pelo canto do olho, Jacaerys ao seu lado.

— Como é bom ver todos vocês esta noite, juntos. — A voz de Viserys parecia mais cansada, se é que isso era possível.

— Uma oração antes de começarmos? — Alicent propôs.

— Sim. — O Rei respondeu.

Maella arqueou uma sobrancelha e encarou Lucerys, vendo o mesmo já a encarando.

Sua família não fazia orações. Normalmente apenas se sentavam entre si em uma grande mesa, enquanto comiam e conversavam sobre seu dia.

Mas orar?

O olhar de Maella foi até sua mãe. Rhaenyra indicou silenciosamente que a garota juntasse as mãos. E foi o que ela fez.

A Velaryon viu a família de Alicent fechar seus olhos, enquanto sua família apenas juntou as mãos, em sinal de respeito. Bom, quase todos, já que Daemon parecia pouco interessado em mostrar algum respeito a Alicent.

— Que A Mãe sorria para esta reunião com amor... — Alicent começou. — Que O Ferreiro repare os laços que foram quebrados há muito. E a Vaemond Velaryon, — Maella franziu as sobrancelhas. — que os Deuses lhe tragam descanso. — A garota viu Daemon rir baixo.

— Os Deuses não trazem descanso a usurpadores. — A atenção da mesa foi para Maella. — Eu imagino que ele deve estar desfrutando dos Sete infernos agora. — A Velaryon viu Daemon sorrir.

Alicent e Otto a encararam, indignados com a fala da mais nova.

Daemon levantou sua taça para sua enteada.

— Como minha enteada é esperta. — O Príncipe Rebelde elogiou.

Rhaenyra sorriu de lado para sua menina. Em um pedido para que ela não provocasse mas ao mesmo tempo, contente com a resposta que Maella havia dado.

— Este é um momento de celebração, me parece. — Viserys comentou. Ele não parecia ter ouvido sua neta, na verdade Maella duvidou de que ele se quer nota-se a tenção que pairava sua família. — Meus netos, Jace e Luke se casarão com suas primas, Baela e Rhaena, enquanto minha neta mais velha, Maella se casará com meu filho, Aemond, — A Velaryon viu Jacaerys e Lucerys se remexerem em suas cadeiras. — fortalecendo os laços entre as nossas casas. — O olhar de Maella foi até Aemond, o encontrando já a encarando com seu olho. — Um brinde aos jovens príncipes e suas noivas.

— Um brinde! — Daemon comentou, enquanto levantava sua taça.

Todos levantaram suas bebidas, alguns parecendo realmente alegres, enquanto outros – como Maella – pareciam descontentes.

— Muito bem, Jace. Vai finalmente se deitar com uma mulher. — A mão de Maella tremeu quando Aegon soltou seu comentário em direção a Jacaerys.

Aegon sorriu, divertido.

Jace colocou sua taça na mesa, a batendo de leve na madeira.

Maella não se atreveu a olhar seu irmão, ao invés disso, virou sua taça na boca, tomando todo seu vinho de uma vez.

— Brindemos também pela Princesa Maella, a futura Senhora dás Marés. — Viserys sorriu para sua neta.

A Velaryon não disse nada, apenas acenou levemente com a cabeça e levantou sua taça vazia.

— Um brinde. — Rhaenyra sorriu, orgulhosa.

O sorriso de sua mãe fez Maella sorrir.

— Você será ótima! — Rhaena se inclinou na mesa para falar com sua prima.

— Muito obrigada, Rhaena.

— Um brinde a primeira Senhora dás Marés. — Baela sorriu, gentil.

Maella sentiu suas bochechas esquentarem pelos elogios.

— Mas você sabe... — Aegon se virou para os gêmeos novamente, se apoiando no acostado dá cadeira de Maella. — como o ato acontece, não é? — Aegon perguntou. — Pelo menos no começo? Onde você tem que enfiar o seu pau e tudo mais.

Jacaerys e Maella engoliram seco.

— Você sabe o que te espera também, não é Maella? — Aegon sorriu para sua sobrinha. — Bom, espero que saiba... — O Targaryen riu. — Porque Aemond não é tão paciente como parece.

Maella sentiu seu estômago revirar.

A Velaryon olhou para Jacaerys, de canto de olho, com medo de que se o olhasse por muito tempo, acabaria entregando toda a história.

— Deixe-os, primo! — Baela sussurrou, irritada.

Rhaenyra e Daemon se entreolharam, parando o que estavam fazendo e encarando as crianças.

Lucerys – que estava na ponta dá mesa – soltou seus talheres e se tensionou na cadeira, encarando a cena.

Aemond também parecia ter ouvido a conversa. Embora seu olhar parecesse frio sobre a situação, suas mãos seguravam firmemente na mesa, de um modo que os nós de seus dedos se tornaram brancos.

— Banque o bobo dá corte como quiser, mas segure sua língua na frente dá minha irmã. — Jacaerys sussurrou entre dentes para o mais velho. — Não fale com ela, não olhe para ela. Continue se embebedando em silêncio, Aegon. É tudo que você sabe fazer, eu ouvi dizer.

Aegon sorriu levemente e acenou com a cabeça, antes de se voltar para frente.

Maella franziu as sobrancelhas ao ver Viserys se levantar dá cadeira.

— Meu coração fica tão feliz quanto se enche de tristeza, de ver todos esses rostos ao redor desta mesa. — A Velaryon notou a voz cansada de Viserys, ele mal parecia se aguentar em pé. — Os rostos mais queridos por mim em todo o mundo... — Maella arqueou uma sombrancelha. — Que, ainda assim, se distanciaram uns dos outros ao longo dos anos.

Os olhos violetas de Maella observaram o mais velho colocar sua mão sobre sua máscara, afrouxando as fivelas que a seguravam.

Viserys colocou a máscara na mesa.

Maella segurou a mão de Jacaerys por baixo da mesa, assustada com a visão.

O lado esquerdo de Viserys estava deteriorado pela doença, estava pior do que ela se lembrava. Ele já não tinha mais um olho e a Velaryon podia ver o interior dá boca do Targaryen mais velho, já que havia um buraco ali.

Maella entendeu o por que da máscara.

Jacaerys poderia tirar a mão dela dali, poderia se afastar ou apenas a encarar até que ela se desse conta de sua ação.

Mas tudo que o mais velho fez foi colocar sua mão sobre a dela.

Ele não a olhou, não sorriu e nem ao menos fez um carinho na mão de Maella, mas aquela simples ação fez a garota relaxar.

— Meu próprio rosto não possui mais beleza, se algum dia possuiu. — Maella piscou seus olhos, tentando se acostumar com a imagem de seu avô. Viserys parecia realmente muito mal. — Mas nesta noite, eu desejo que me vejam como sou... Não só um Rei, mas o seu pai, o seu irmão, o seu marido e o seu avô. — O único olho do rei parou em Maella, fazendo a garota apertar a mão de Jacaerys. — Que não permanecerá por muito mais tempo entre vocês. — O velho Rei bateu sua máscara de ouro na mesa. — Não guardemos mais sentimentos ruins em nossos corações... A coroa não pode permanecer forte se a Casa do Dragão permanecer dividida. — Viserys bateu sua mão sobre a mesa. — Deixem de lado suas queixas. Se não for pelo bem da Coroa, que seja pelo bem deste velho homem que ama a todos tão profundamente.

Todos na mesa se entreolharam em silêncio, considerando levar o pedido do Rei a sério.

Ele queria que sua família se unisse.

Alicent ajudou Viserys se sentar e, por alguns segundos, tudo que se podia ouvir era a respiração alta do Rei.

Maella franziu as sobrancelhas quando sua mãe se levantou de sua cadeira e, em um ato rápido, tomou sua taça nas mãos.

— Eu desejo levantar a minha taça para a Vossa Majestade, a rainha. — A Velaryon negou levemente com a cabeça, com as palavras de sua mãe. A rainha consorte encarou a Targaryen, parecendo confusa. — Eu amo o meu pai. Mas, devo admitir que, ninguém... Foi mais leal ao lado dele do que a sua boa esposa. Ela cuidou dele com... Uma devoção infalível, com amor e com honra. E por isso, ela tem a minha gratidão. E as minhas desculpas. — Maella não escondeu sua expressão confusa e até mesmo indignada.

Depois de tudo, sua mãe estava... Pedindo desculpas? Para Alicent Hightower?

Rhaenyra se sentou novamente, tão rápida como quando se levantou.

— Sua generosidade me comove profundamente, Princesa. — Alicent respondeu, sua voz igualmente mansa. — Nós somos mães. E amamos nossos filhos. Temos mais em comum do que permitimos dizer. — Ambas trocaram olhares, antes de Alicent levantar com sua taça em mãos. — Eu levanto a minha taça a você e à sua Casa. — A Velaryon não pode deixar de arquear uma sobrancelha. — Você será uma excelente Rainha. — E se sentou novamente.

Era isso? Nenhum comentário ofensivo? Nenhum comentário insinuando bastardia ou qualquer outra coisa? Maella encheu sua taça de vinho novamente.

A garota pode ver Rhaenyra sorrir levemente, comovida com as palavras da rainha consorte.

Todos tomaram um gole de vinho, pelas palavras de Alicent.

De fato, Rhaenyra seria uma excelente Rainha e foi apenas por isso que Maella considerou o brinde da Hightower.

Maella notou uma movimentação ao seu lado e logo, Aegon se levantou de sua cadeira.

Ele não se mexeu muito, apenas se inclinou para o lado da Velaryon, enquanto buscava a jarra de vinho posta na mesa.

— Eu... Eu lamento pela decepção que você sofrerá em breve. — Aegon murmurou para sua sobrinha, enquanto enchia sua taça. — O que eu disse é verdade, meu irmão realmente não é um bom professor e... — O Targaryen riu, enquanto via a garota franzir as sobrancelhas. — Ele é impaciente. Mas, se desejar se satisfazer de verdade, tudo o que precisa fazer é me procurar. Eu seria um ótimo professor de cama.

Maella não foi a única a ouvir as palavras maliciosas de seu tio, já que Jacaerys bateu fortemente seus punhos na mesa, se levantando. Aegon rapidamente se sentou, sobre o olhar fumegante do Velaryon.

— Jace! — Baela sussurrou, ao notar todos o encarando.

Maella viu todos na mesa – principalmente sua família – se alarmarem.

Aemond se levantou também, atraindo a atenção de sua família.

Ouve um grande silêncio na mesa, uma tensão palpável envolvia Aemond Targaryen e Jacaerys Velaryon.

O Príncipe de Pedra do Dragão sorriu falsamente, enquanto pegava sua taça na mesa. Ele deu um soquinho fraco no ombro de Aegon, aquilo parecia um aviso.

— Ao Príncipe Aegon e ao Príncipe Aemond. — Jace sorriu. — Não nos víamos há anos. Mas tenho afetuosas memórias de nossa infância juntos. E como homens, espero que possamos ser amigos e aliados. — O Velaryon fingiu pensar, antes de sorrir. — Na verdade, Aemond se juntará a família em breve, não é? — Maella engoliu seco ao notar um tom levemente provocativo ali. — Finalmente conhecerá minha irmã tanto quanto eu... — As palavras de Jacaerys tiveram um efeito em Aemond, definitivamente um efeito ruim. — A vocês e a saúde de sua família, queridos tios. — E tomou um gole de sua taça, com todos o acompanhando, tomando seu vinho.

Maella tomou um grande gole de vinho, sentindo suas bochechas esquentarem.

Seu olhar foi até sua mãe, que encarava Jacaerys com descrença, Daemon apenas negou levemente com a cabeça e Lucerys parecia ter achado a situação engraçada, pois sorria enquanto tomava seu vinho.

Jace segurou no ombro de Aegon novamente, o dando um soco mais forte no tio.

— A você também. — Aegon murmurou em sua cadeira.

Aemond sorriu de lado, parecendo achar a situação divertida, embora seu olho transbordava de ódio pelo mais novo. O Targaryen se sentou.

Viserys bateu sua bengala no chão, sorrindo para Jacaerys.

— Muito bem, meu garoto. — Ele parabenizou o neto.

— Eu gostaria de brindar à Baela, Rhaena e à Maella! — Helaena se levantou de sua cadeira, levantando sua taça. A mulher parecia animada. — Em breve, também estarão casadas. Não é de todo mal. Ele te ignora na maior parte do tempo, — Maella franziu as sobrancelhas com fala dá mais velha. — exceto nas vezes em que está bêbado.

Maella soltou uma risadinha e encarou Aegon, vendo o mais velho parecer querer sair correndo daquele jantar.

Otto riu, como se aquilo tivesse sido engraçado.

Helaena sorriu e quando ia se sentar, pareceu ter se lembrado de algo.

— Oh, e quero parabenizar Maella! — A Velaryon encarou a Targaryen, surpresa. — É uma ótima notícia. Seu dragão será lindo, sobrinha.

Maella inclinou a cabeça para o lado e sorriu.

— Obrigada, Helaena mas... Eu já tenho uma dragão. — A Velaryon respondeu, confusa. — E a Veenrax cresce a cada dia, você não se lembra dela?

Helaena não a respondeu mais, apenas riu e se sentou na cadeira.

— Mulher maluca... — Aegon sussurrou para si mesmo enquanto escondia seu rosto em suas mãos.

— Vamos ouvir uma boa música! — Viserys disse e assim, os serviçais começaram a tocar seus instrumentos.

Era uma música alegre e dançante, até Maella desejou dançar.

Jacaerys se levantou de sua cadeira. A Velaryon observou o mais velho passar por ela e por Aegon, parando ao lado de Helaena.

Ele estendeu a mão para a platinada.

Maella o encarou profundamente, mas ele não a encarou de volta, estava concentrado demais em Helaena.

A Targaryen aceitou a mão de Jacaerys, se levantando.

A de olhos violetas travou a mandíbula vendo seu irmão caminhar com Helaena para um lado um pouco mais afastado dá mesa, para que pudessem dançar livremente.

Aemond encarou sua irmã e seu sobrinho começarem a dançar e em seguida, observou sua noiva, vendo Maella virar sua taça de vinho na boca.

Aegon soltou um comentário sobre como ela parecia ser uma ótima parceira de bebida, tentando chamar a atenção dá garota. A Velaryon não o deu ouvidos.

De repente, as risadas de Jace e Helaena durante a dança a estavam incomodando.

A família parecia tranquila.

Todos conversavam entre si, Rhaenyra ria com seu marido, Lucerys aproveitava sua comida e Baela conversava com sua irmã, Rhaena sobre suas aventuras em Driftmark.

No fim, aquele jantar não havia sido de todo o mal. Talvez aquela família ainda pudesse ser restaurada.

Aemond se levantou de sua cadeira e foi até a cadeira de Maella, a oferecendo sua mão.

A Velaryon o encarou.

— Eu não quero dançar com você. — Maella murmurou, tentando manter as aparências.

O Targaryen sorriu.

— Acho que vai querer. — O platinado respondeu. — É importante e tenho certeza que é de seu interesse. — Aemond viu Maella o olhar confusa. — Ande, faça o que eu mando.

Maella ponderou, mas aceitou a mão de Aemond.

A garota não viu quando Dolous e Jacaerys franziram as sobrancelhas para a cena.

— O que você quer? — Maella perguntou baixo, enquanto era conduzida por Aemond para dançar. — Vai me ameaçar novamente? Posso lhe dar um papel e uma caneta, já que tudo que você faz é escrever cartas.

Aemond riu, enquanto segurava as mãos dá garota, conduzindo a dança.

— Poderíamos nos divertir, você sabe não é? — O Targaryen mudou de assunto. A Velaryon arqueou uma sombrancelha, não entendendo a pergunta. — Já somos noivos, isso só faria com que adiantassem o casamento.

— Eu não jogaria a minha honra na lama por você. — Maella respondeu.

— Mas jogaria na lama por outra pessoa.

Aemond sussurrou no ouvido dá garota, a fazendo o encarar.

Seu coração acelerou. Aemond apertou as mãos de Maella, com força.

— Eu sempre achei que você era uma puta selvagem, mas não uma puta burra. — O Targaryen comentou, enquanto a puxava para mais perto. Maella paralisou, apenas acompanhando os passos de dança do mais velho. — Você achou que eu não ia descobrir?

A Velaryon coçou a garganta e o encarou, fingindo confusão.

— Eu nao sei o que está falando, tio.

— Então foi tão ruim, para você mal se lembrar que deixou o seu próprio irmão te foder? — Maella arregalou seus olhos. Aemond sorriu com o efeito.

— Isso é mentira... Um absurdo. — A Velaryon praticamente cuspiu.

— Será mesmo?

— É claro que é. — Maella respondeu rapidamente. — Eu nunca faria isso.

— Não mente pra mim. — O Targaryen rangeu os dentes. Seu olhou saiu do foco de Maella para ir até sua família, vendo Lucerys e Daemon o encararem. — Mas podemos resolver isso, eu posso esquecer isso e te perdoar.

Maella riu anasalado.

— Eu não preciso do seu perdão, não aconteceu nada.

A Velaryon mordeu o interior de sua bochecha ao sentir Aemond levar sua mão até a cintura dá mais nova, a apertando firmemente.

Aquilo doeu, mas ela não demonstraria para ele.

— Posso pegar Vhagar e um Meistre qualquer... Driftmark está vazia, podemos ir para lá agora mesmo e nos casar. Posso esquecer seu deslize. — O Targaryen viu Maella desviar o olhar. — Assim que me der um herdeiro, isso não passará de um erro seu.

— Eu não fiz nada, Aemond. — Maella murmurou.

— Isso é mentira. — Aemond retrucou. — Você deixou o bastardinho do seu irmão tocar em você, tocar em algo que deveria ser meu. Você por si só já é suja, e mesmo assim permitiu que o vagabundo de seu irmão sujasse você ainda mais?

A Velaryon mordeu o lábio antes de pisar no pé de Aemond, tendo o cuidado de pisar com o salto de seu sapato.

O Targaryen gemeu baixo de dor e a soltou.

— Eu não sou propriedade de ninguém, muito menos sua. — Maella sussurrou, entre dentes. — E nunca mais fale de meu irmão, ele é muito mais homem do que você jamais poderia ser. — E pressionou seu salto uma última vez no pé de Aemond, antes de se afastar.

A de olhos violetas voltou para sua cadeira.

Daemon se inclinou sobre a mesa em direção a sua enteada.

— Está tudo bem? — O mais velho murmurou.

Ele recebeu um pequeno aceno em resposta.

Maella viu Aemond se sentar em sua cadeira, enquanto a encarava.

A Velaryon desviou sua atenção para Viserys ao ouvir o homem soltar um gemido de dor, que foi rapidamente notado por Alicent e Daemon.

— Guardas! Levem-o para o quarto. — Alicent chamou e assim, quatro guardas levantaram a cadeira do Rei, o tirando da sala e o levando para seus aposentos para descansar.

Lucerys não pode deixar de reparar quando dois servos colocaram um porco assado bem em frente a Aemond.

Lucerys riu, chamando a atenção de Aemond e Maella.

A garota olhou na direção onde seu irmão mais novo olhava, sorrindo levemente para o porco assado na frente de Aemond.

Parecia até mesmo que aquilo havia sido combinado, colocar a antiga montaria de Aemond bem em sua frente.

Maella voltou seu olhar para Lucerys – que já a olhava – e riu. Ambos trocaram olhares travessos um para o outro.

Rapidamente Aemond se levantou, dando um soco na mesa, chamando a atenção de todos.

— Um tributo final. — Aemond ergueu sua taça. Helena e Jace pararam de dançar e o encararam. Maella o encarou. — À saúde dos meus sobrinhos, Jace, Luke, — Os dois se entreolharam, Lucerys sorriu, o desafiando com o olhar. — e Joffrey. — A Velaryon arqueou uma sobrancelha. — São rapazes bonitos, inteligentes... — Por um momento, Aemond pensou se falaria o que tanto estava entalado em sua garganta. O Targaryen sorriu. — e fortes.

Maella se levantou de sua cadeira no mesmo instante, o encarando em silêncio.

Aemond a encarou.

— Aemond... — Alicent murmurou, tentando o repreender.

— Venham! Vamos beber em homenagem a esses quatro... Jovens Strong. — Maella viu Aegon sorrir e levantar a taça, acompanhando seu irmão.

— Repita o que disse agora. — Jace mandou, entre dentes.

— Por quê? Foi só um elogio. — Aemond encarou o Velaryon, fingindo confusão. — Você não enxerga assim?

Jacaerys fechou suas mãos em punhos, querendo se controlar. O garoto encarou seu irmão, Lucerys, em um comando silencioso para que o mais novo não fizesse nada. A contra gosto, Lucerys apenas acenou de leve, enquanto empinava seu nariz para o Targaryen.

Fazer uma cena no meio do jantar seria dar o que Aemond queria, e ele não faria isso.

— Agora... Um brinde especial para minha noiva, Maella e para seu irmão Jacaerys. Os gêmeos Velaryon. — O mais velho apontou a taça para a menor. — Eles se divertem tanto com as histórias que são contadas sobre eles, que resolveram as tornar realidade, não é? — Aemond riu, sem humor enquanto levava seu olhar até Jace.

— Aemond... — Maella murmurou, quase como um pedido para que ele cala-se a boca.

— A Maella e o Jacaerys estavam fodendo ontem, numa Casa dos Prazeres. — Aemond viu Jacaerys travar por um momento, antes de o encarar com ódio controlado. — Me diga, Jace... Como foi foder com sua própria irmã?

— Isso é mentira. — O Velaryon respondeu rapidamente.

— Mentira, é? — Aemond estalou a língua no céu dá boca.

— Está usando palavras traiçoeiras, Aemond. — Jacaerys retrucou. — Nos acusar de algo tão... Estapafúrdio como isso, pode custar sua língua.

— Eu sei o que eu vi.

— Me surpreende você conseguir enchergar alguma coisa. — Lucerys comentou, recebendo um olhar sombrio de Aemond.

— Eu segui os dois ontem. — Maella engoliu seco com as palavras de Aemond. — Fui avisado sobre as... tarefas de minha noiva e decidi a seguir... Pelo visto ela estava muito bem acompanhada. — A Velaryon franziu as sobrancelhas.

Avisado?

— Você deve ter se enganado, Aemond.

— Chega. — Rhaenyra se levantou dá cadeira. — Já chega, Aemond. Crianças, — A mulher olhou para seus três filhos. — vão para os seus aposentos, agora.

Aemond sorriu ao ver Maella afastar a cadeira e ir para o lado de Jacaerys – ainda mantendo certa distância – e Lucerys se levantar de sua cadeira.

— Vai negar? Vai mesmo dizer que trepou com a minha noiva ontem a noite? — O tom de raiva controlada fez Maella dar um passo para trás.

— Essas são acusações... Vis e repugnantes, eu não vou admitir que manche a reputação dá minha irmã, Aemond. — Jacaerys disse entre dentes.

— Ela vai casar comigo. — O tom do Targaryen saiu possessivo. A frase fez Jacaerys dar um passo a frente, prendendo seus olhos em Aemond. — Não importa o que você faça, ela já é minha.

— Será que é mesmo? — Jace retrucou.

Maella arregalou seus olhos.

— Jace...

— É tão inseguro ao ponto de estar alucinando coisas, Aemond? — Jacaerys o olhou de cima a baixo. — Se não se garante com sua própria noiva, então o problema não é meu.

Maella se obrigou a dar um passo a frente quando viu Aemond ir em direção a Jacaerys.

— Já chega. — Aquilo mais saiu como um pedido dá Velaryon, enquanto ela levantava a mão em direção a Aemond, como se pedisse para ele se afastar. — Não aconteceu nada. Já lhe disse.

Maella viu o Targaryen travar sua mandíbula.

— Sua mentirosa! — A Velaryon arregalou seus olhos quando Aemond caminhou até ela, a segurando pelos ombros. — Como pode mentir na minha cara? Me humilhar desse jeito!

Todos pareceram finalmente se alarmar, mas especificamente Jacaerys e Lucerys.

Ambos os garotos Velaryon tentaram intervir, antes que aquilo ficasse mais feio.

Otto acenou levemente com a cabeça para seis guardas e em seguida, os homem seguraram os dois garotos, impedindo que eles se metessem na discussão.

— Aemond, me solta!

— Sua vagabunda mentirosa! — O Targaryen a empurrou, a empurrou com tanta força e rapidez que Maella não conseguiu reagir.

Rhaenyra se levantou rapidamente de sua cadeira, enquanto Alicent parecia em choque com a ação de seu filho.

— Façam alguma coisa! — A Targaryen exclamou, não recebendo nenhuma resposta dá Hightower. — Daemon! Guardas!

Daemon se levantou e correu até sua enteada.

A garota sentiu sua cabeça bater no chão, sentiu tontura e uma dor aguda no local.

A Velaryon sentiu uma mão em seu tornozelo e em seguida, se sentiu ser puxada para baixo.

Aemond tentou a acertar, mas Maella segurou suas mãos, o impedindo.

— Onde está o dever? A honra?! — Aemond gritou, enquanto a mais nova se concentrava em não deixar ele bater nela. — Incrível como você sempre passa por cima disso!

Maella viu Dolous correr até os dois.

O Crackehall segurou um dos ombros do Príncipe, tentando tirar o Targaryen de cima da garota.

Porém, ele foi rapidamente parado por um soco certeiro no rosto, o derrubando no chão.

— Deixe-o em paz! — Maella tentou se levantar, para ajudar seu amigo. Foi parada quando a mão de Aemond foi em seu pescoço, pressionando a Princesa no chão.

Daemon o puxou pelo colarinho de sua camisa, tirando o mais novo de cima dá Velaryon.

Dolous foi rápido em se levantar do chão e correr até a Princesa, a ajudando a se levantar. A garota se levantou, mas logo se desvencilhou do guarda. Ela estava raivosa.

— Você quer me dizer o que é honra? — Maella exclamou de volta, sentindo sua garganta arder enquanto falava. — Onde está a sua honra? Onde estava sua honra quando me dizia aquelas coisas sobre mim? — A Velaryon se sentia tonta, só não sabia se era por ter sido empurrada contra o chão ou se era a adrenalina do ódio em suas veias. — Pare de se esconder sobre suas próprias mentiras! Mostre a todos o Monstro que você é!

O Targaryen apenas grunhiu em resposta.

— Já chega! — Daemon soltou Aemond. — Nunca mais encoste nela, me ouviu bem? Esse maldito casamento está cancelado.

— Não-não pode fazer isso, o Rei que...

— Ora Alicent, cale a boca. — Rhaenyra interrompeu a ruiva.

Maella sentia sua cabeça doer, seu corpo doer e o seu sangue parecia como lava por suas veias.

Tudo parecia extremamente doloroso na cabeça dá Velaryon.

Seus olhos violetas pararam na faca na mesa de jantar.

Em um ato rápido, a garota correu até a faca e a pegou em mãos. Maella não pensou muito quando correu até Aemond com a faca erguida em sua direção.

Antes que ele pudesse defender de algum jeito, a Velaryon se jogou contra Aemond, derrubando ambos no chão. A garota sentou no tronco e cuspiu no olho bom do Targaryen, o fazendo fechar seu olho.

Aquilo foi a deixa para Maella arrancar o tapa olho de Aemond e arrastar com agressividade a ponta dá faca sobre a safira brilhante.

Todos pareciam hipnotizados – alguns até mesmo aterrorizados – pelo modo raivoso que Maella Velaryon se encontrava.

Aemond não demorou muito para se recuperar e assim que notou o que Maella fazia, o garoto a derrubou para o lado com um soco no rosto.

A mais nova caiu novamente no chão.

— Sua selvagem!

Maella ouviu Aemond gritar.

Jacaerys arregalou seus olhos ao ver sua irmã no chão.

Seu sangue borbulhou ao ver Maella cuspir um pouco de sangue de sua boca.

O Velaryon puxou seus braços do aperto dos guardas e se soltou.

Mesmo com quatro guardas tentando o segurar, Jacaerys conseguiu se soltar e correu até Aemond, o derrubando com um soco.

Jace não havia calculado sua força, o ódio havia o cegado fazendo com que os dois fossem para o chão.

Maella se arrastou para longe dá briga, enquanto observava Jacaerys subir encima de Aemond e o agarrar pela gola dá camisa.

— Nunca mais encoste nela, me ouviu?! — O Velaryon exclamou no rosto do mais velho.

— Bate nele, Jace! — Lucerys gritou, enquanto ainda era segurado por dois guardas. — Acaba com esse... Esse filho da puta!

Alicent encarou o Velaryon, parecendo ofendida.

Quando Jacaerys levantou seu punho para dar mais um soco no rosto de Aemond, os quatro guardas puxaram o garoto para longe do Príncipe Targaryen – dessa vez, por ordens silenciosas de Alicent Hightower.

A Velaryon o Crackehall ir até ela e a oferecer sua mão. Maella aceitou o pedido e assim, se levantou do chão, ainda cambaleando pelo soco.

Mesmo com dor, a garota sorriu ao ver o estado de Aemond.

A letra "M" riscada na safira de Aemond brilhava em destaque.

— Agora você pode dizer que tem algo meu. —  Maella inclinou a cabeça para o lado. — E isso vai ser a única coisa que vai ter, Aemond.

Aemond travou a mandíbula, enquanto a encarava em silêncio.

Daemon parou ao lado de sua enteada ao ver o Príncipe caolho se levantar.

— Acho que o jantar já acabou. — Daemon sorriu, enquanto colocava sua mão sobre o cabo dá Dark Sister.

Rhaenyra caminhou até sua filha. A mulher levou suas mãos até o rosto de sua garotinha, a examinando com cuidado.

— Eu deveria ter sua cabeça por isso. — O Deleite do Reino disse seriamente, enquanto se virava para seu irmão.

— O quê? — A rainha consorte franziu as sobrancelhas, enquanto se aproximava de seu filho, para ver o estrago na safira de seu menino. — Sua filha é uma... Uma selvagem! Olhe o que ela fez com o meu menino! — Aemond se abaixou, apanhando seu tapa olho no chão. — Ela arruinou... Envergonhou o meu filho!

— Minha filha está sangrando, Alicent. — Rhaenyra sibilou, irritada. — Graças ao seu filho. Se Vossa Graça parasse de prestar tanta atenção nos meus filhos, talvez começasse a prestar atenção nos seus... Que tipo de educação você deu a Aemond? Agredir uma mulher não deveria ser a educação de um Príncipe.

A Hightower se silenciou, mordendo o lábio, parecendo tentar reprimir sua raiva.

— Vocês, — A voz de Rhaenyra saiu forte em direção aos guardas – que ainda mantiam Luke e Jace presos em seus braços. — soltem os meus filhos. Agora!

Os guardas se entreolharam, enquanto sentiam o olhar violeta fuzilando os seis.

Eles soltaram os dois Príncipes do Reino.

Rhaenyra encarou seu marido, vendo Daemon sorrir e concordar.

Ela teria a cabeça dos seis guardas.

Três para Syrax, três para Caraxes.

A Targaryen suspirou e encarou sua família.

— Baela e Rhaena... Vocês poderiam por favor levar sua prima para um Meistre? — Rhaenyra pediu. — Eu quero que Maella seja examinada.

— Mãe, está tudo bem...

— Não, não está. — Rhaenyra a interrompeu. — Você está sangrando.

As gêmeas sorriram, gentis.

— Claro, Nyra.

— Venha, Maella. — Baela estendeu a mão para a Velaryon.

A garota se virou para o lado, vendo Dolous ainda ao lado dela.

— Você ficará bem? — A de olhos violetas perguntou, vendo que a bochecha do loiro começava a ficar lentamente roxa.

O Crackehall pareceu grato por sua preocupação.

— Sim, minha Princesa. — Dolous respondeu. — Ficarei bem, obrigada.

Maella suspirou e concordou. Com certa hesitação, a garota segurou a mão de sua prima.

As três saíram dá sala de jantar.

Daemon sorriu levemente ao ver Rhaena fazer carinho nas costas de Maella, enquanto Baela deixava a Velaryon se apoiar nela.

Ele tinha criado suas filhas bem.

— E vocês... Já para seus aposentos. — Rhaenyra foi até seus filhos. Lucerys e Jacaerys estavam descabelados e suas respirações estavam descompassadas ainda. Ambos nervosos e agitados. — Jace, irei pedir para um Meistre ir em seus aposentos examinar sua mão mais tarde. — A mulher segurou a mão de seu filho mais velho com cuidado.

— Não precisa, vou ficar bem. — Jacaerys murmurou, vendo as juntas dos dedos começarem a adquirir um tom de roxo.

— Eu sei, e vou ter ainda mais certeza se um Meistre examinar. — Rhaenyra respondeu. Jacaerys apenas suspirou e cedeu a sua mãe. — Agora vão.

Daemon se aproximou.

— Foi um belo soco, Jace. — O Targaryen sorriu para seu enteado. — Mas deve treinar mais, você derrubou ele, mas caiu junto... Tem que medir sua força na próxima vez e você, Luke — O mais velho se virou para seu outro enteado. — vou te ensinar a se desvencilhar quando alguém tentar te segurar, assim que chegarmos em casa.

— Daemon.

— Mas meu amor, foi um belo soco mesmo. — O Príncipe Rebelde sorriu culpado para sua esposa. — Estou orgulhoso dos dois, que fique claro. — O Targaryen sussurrou para os dois jovens.

— Obrigado, Daemon. — Jace esboçou um pequeno sorriso para o mais velho.

Jacaerys e Luke se prepararam para sair. Aquele jantar sem dúvidas foi uma péssima ideia.

— Não se preocupe, Luke. — O Velaryon parou seu caminho ao ouvir a voz peçonhenta de Aemond. — Se Maella abriu as pernas para Jacaerys com tanta facilidade, não vai demorar muito para ela abrir para você também.

Lucerys fechou suas mãos e se virou para o mais velho.

Aemond riu, sarcástico quando o mais novo correu em sua direção.

Outros dois guardas impediram o Velaryon de chegar perto do Príncipe caolho.

— Eu me arrependia de ter te machucado antes... Mas hoje eu vejo que deveria ter te matado quando tive a chance! — Lucerys exclamou. — Seu caolho desgraçado! Vou te deixar cego logo de uma vez!

Daemon suspirou, sorrindo levemente.

— Eu amo meus enteados. — O homem viu Rhaenyra o encarar, lançando um olhar feio porém, segurando um pequeno sorriso nos lábios. — Não se preocupe, meu amor... Terá a cabeça desses dois também. — Ele se referiu aos dois guardas que seguravam com o terceiro filho de Rhaenyra com força.

Baela e Rhaena foram muito prestativas e cuidadosas com sua prima.

As gêmeas levaram a mais velha até o Meistre, que logo colocou Maella em uma poltrona e começou seus cuidados.

Rhaena logo saiu da sala, dizendo que avisaria Lady Davinne sobre o ocorrido, já que a Arryn era a dama de companhia de Maella.

Felizmente, a garota não havia sofrido lesões graves, apenas um corte na bochecha pelo soco e alguns leves vermelhões pelas costas, devido ao empurrão.

O Meistre passou uma pomada rosada sobre a bochecha da Velaryon e recomendou alguns goles de leite de papoula, caso a garota tivesse dores no corpo.

Maella e Baela agradeceram e saíram do cômodo.

A Velaryon insistiu que poderia ir para os seus aposentos sozinha, mas a Targaryen insistiu em a acompanhar.

E assim, as duas caminharam pelo corredor, com um silêncio esquisito as envolvendo.

Maella se sentia mortificada, claro. Aemond a havia acusado de ter dormido com Jacaerys, noivo de Baela, bem na frente dela. E até agora, a Targaryen não havia perguntado ou insinuado nada sobre.

A garota preferia que a de cabelos prateados a matasse logo de uma vez.

— Está com muita dor? — A voz de Baela tirou a mais velha de seus devaneios.

— O quê?

— Você está em silêncio... Está sentindo muita dor? — A Targaryen voltou a perguntar.

A Velaryon hesitou, antes de negar.

— Não... Mas minha bochecha está ardendo. — Maella murmurou, recebendo um sorriso pequeno da garota.

— Ele te bateu bem forte, não foi? — Baela respondeu. — Mas fico feliz por ter revidado, duvido que ele tenha outra safira para colocar no lugar daquela que você arruinou. — Ela comentou, recebendo um riso baixo de Maella.

— Aposto que não tem.

— Ele vai ter que esconde-la para sempre, envergonhado. — Baela deu de ombros. — Mas o corte de sua bochecha curará.

Maella acenou levemente, notando que o silêncio ameaçava voltar novamente.

Um suspiro saiu de seus lábios, enquanto buscava uma desculpa para sair correndo ou quem sabe, acabar com o silêncio novamente.

— Jacaerys foi muito corajoso. — Baela disse, de repente. — Ele é muito protetor, fiquei admirada.

A Velaryon não pode evitar de franzir as sobrancelhas e um sentimento sufocante a atingir.

Ciúmes. Que sentimento constrangedor.

— Admirada? — Maella se limitou a falar.

— Sim... E confusa, claro. — As sobrancelhas da cacheada se franziram. — Eu nunca o vi daquele jeito. Meu pai sempre escreveu sobre como Jacaerys era um garoto muito centrado... Mas acho que a ação dele foi plausível.

— Por que?

Baela franziu as sobrancelhas.

— Ora, ele estava defendendo sua irmã gêmea. — A de cabelos prateados parou e só ali, Maella percebeu que as duas garotas já se encontravam na frente das portas dos aposentos dá Princesa Velaryon. — Ele claramente ama você. Dá para notar, sabe? Consegui ver isso o jantar todo. — Baela sorriu ao ver as bochechas dá Velaryon adquirirem um tom vermelho. — Está tudo bem.

Maella engoliu seco.

— Baela, sobre o que Aemond falou... Foi apenas um mal entendido. — A garota mentiu. — Eu e Jace... Não houve nada.

A Targaryen abraçou a Velaryon, fazendo carinho em suas costas.

— Me escute, sim? — A cacheada a soltou levemente. — Já disse, está tudo bem... Tudo que eu queria era que fossemos amigas. Boas amigas.

A de cabelos castanhos concordou levemente, sorrindo.

— Seremos boas amigas, eu gostaria disso. — Maella viu a mais nova sorrir.

— Agora, descanse, sim? Amanhã iremos para Dragonstone. — A Targaryen riu. — Meu pai finalmente me convenceu a morar com ele.

— Isso é ótimo. — Maella respondeu. — Deuses, será uma benção ter outra garota em Dragonstone! 

As duas sorriram uma pra outra, contentes.

Maella genuinamente desejou ser amiga da cacheada, e ela se esforçaria para ser.

Baela e a garota se despediram e assim, a garota se afastou e em seguida deu as costas para Maella, saindo pelo corredor.

Maella mordeu o lábio e abriu a porta de seu quarto, entrando lentamente nele.

— Maella!

A Velaryon deu um pulo ao ver Davinne sentada na cama de Maella, a esperando.

— Deuses, eu sinto muito. — A Velaryon viu a Arryn correr até a mais velha, a envolvendo em um abraço cuidadoso. — Eu deveria estar lá. Eu deveria ter te ajudado.

— Está tudo bem, Davinne. Eu estou bem. — Maella encostou sua cabeça no ombro dá amiga. — Eu só preciso descansar.

— Lhe preparei um banho quente com ervas... Vai acalmar o seu corpo. — A Arryn se afastou, apenas para segurar a mão de sua amiga. — Venha, vou cuidar de você.

E foi o que Davinne Arryn fez.

A garota ajudou Maella a tirar o vestido pesado de seu corpo e a colocou num bom banho.

Depois, separou uma camisola branca de algodão confortável.

Maella se deitou na cama e Davinne a cobriu com uma coberta.

— Pronto... Vai ficar tudo bem. — Davinne sorriu, enquanto ia para o outro lado dá cama, para se deitar junto dá garota. — Vou ficar aqui com você.

—Obrigada.

— Você é como minha irmã, você sabe, não é? — Maella deu um meio sorriso e se virou na cama, para ficar cara a cara com sua melhor amiga.

— Eu também te amo, Davinne.

A Arryn suspirou ao ver a maçã dá bochecha de Maella começar a adquirir um tom de roxo.

— Eu estraguei tudo. — Maella sussurrou, chamando a atenção de sua amiga. — Jacaerys nunca mais falará comigo.

— Você não tem como saber disso...

— Ele me odeia! — A garota a interrompeu. — Ele não entende que eu não podia ficar aqui com Aemond. — Pronunciar o nome do Príncipe fez a boca da Velaryon tremer. — Eu não queria me tornar esposa dele. — Maella murmurou, tão baixo que Davinne quase não a ouviu. — Eu queria voltar para casa, para Dragonstone. — A Arryn ofegou ao ver lágrimas começarem a brotar nos olhos da Velaryon. A mais nova puxou sua amiga para um abraço que Maella recebeu de bom grado. — Eu queria voltar para casa, eu não queria ficar aqui.

Davinne fez carinho nas costas de sua amiga, sentindo as lágrimas dá mais velha lentamente molharem sua camisola.

— Está tudo bem, você irá para casa agora. — A Arryn sussurrou, sentindo Maella a apertar mais no abraço. — Todos nós iremos.

As duas ficaram por um tempo em silêncio, até que a Princesa Velaryon pudesse se acalmar.

— Agora, me conte...  — A garota fungou, enquanto secava seus olhos. — Por que está evitando Lucerys? — Maella viu o olhar surpreso de Davinne sobre ela. —  Foi por isso que não se juntou a nós no jantar, não foi?

— Eu não estou evitando ele... Eu realmente fiquei com Joff, ele estava deixando sua babá louca.

— Está sim. — Maella respondeu baixo. — Dá pra notar. Você não está mais tão grudados como antes, você parece estar o evitando.

Davinne se remexeu na cama e suspirou.

— Ele disse que me ama, — A Arryn murmurou.  — ao menos ele acha isso. E Luke está noivo, Maella. Ele vai se casar.

A Velaryon viu os olhos azuis de Davinne marejarem.

— Não podemos... Eu não posso continuar com isso. — A boca dá Arryn tremeu. — Alguém tinha que por um ponto final... Eu sei que ele não conseguiria, então eu tinha que fazer isso.

— Eu sinto muito.  — Maella segurou uma das mãos de sua amiga.

Davinne sorriu tristemente.

— Eu vou para Driftmarck assim que voltarmos para Dragonstone... Gostaria de ir comigo?

 — Você achou mesmo que iria sozinha? — Davinne respondeu, vendo Maella sorrir. — Eu sempre estarei com você.

Antes que a Velaryon pudesse responder, uma batida na porta foi ouvida.

As duas franziram as sobrancelhas e Davinne se levantou da cama.

Maella se sentou, observando sua dama de companhia ir até a porta e a abrir.

— Luke. — A Arryn murmurou.

— Lady Davinne. — O Velaryon a comprimentou, com formalidade.

Os olhos azuis da mais velha foram para o lado esquerdo do garoto, vendo um guarda ao seu lado.

— Eu quero ver minha irmã. — Lucerys pediu.

Maella se levantou de sua cama e foi até a porta, ficando ao lado de Davinne.

A Velaryon viu os olhos de seu irmão suavizarem.

— Ella! — Maella se sentiu ser envolta em um abraço apertado.

Lucerys apenas a soltou quando ouviu sua irmã resmungar de dor.

— Desculpe. — O garoto se afastou levemente, recebendo um sorriso doce da mais velha.

— Tudo bem.

O garoto se virou para o guarda.

— Oh, Sir Erryk! — Maella se sentiu culpada por não o ter notado ali antes. — Desculpe... Você é o Sir Erryk, não é? Eu sei que você tem um irmão gêmeo, me desculpe se eu o confundi.

— Na verdade, vossa graça acertou. — O homem pareceu feliz por não ter sido confundido, pois um sorriso enfeitou seus lábios. — Estarei aos seus serviços essa noite, Princesa.

— Não há necessidade...

— Claro que há. — Lucerys interrompeu a mais velha. — Sir Erryk ficará aqui até o momento em que pisarmos no barco amanhã. — O garoto se virou para o mais velho, dando a ordem.

Sir Erryk concordou em um aceno.

— Boa noite, meu príncipe. Minha princesa. Lady Arryn. — O guarda se despediu de todos, antes da dama de companhia da Princesa fechar a porta.

As duas garotas observaram confusas enquanto Lucerys ia até a cama de Maella e apanhava um dos vários travesseiro postos na cama.

O jovem garoto andou até o divã do quarto e colocou o travesseiro ali, e em seguida se deitou.

— Deuses... Nunca fiquei tão ansioso para pisar em um barco. — Luke murmurou, enquanto colocava suas mãos atrás de sua cabeça.

— O que pensa que está fazendo? — Davinne perguntou.

O garoto soltou um longo suspiro.

— Nesse momento? Tentando dormir.

— Você não pode dormir aqui.

— Por que? — Lucerys perguntou, enquanto arqueava uma sobrancelha. — Vai dizer que não é apropriado? — E em seguida riu. — Depois do que o Jace e a Ella fizeram, o que eu estou fazendo é a coisa mais apropriada da família, no momento.

Maella revirou os olhos, sentindo suas bochechas esquentarem.

— Eu vou ficar aqui. Vou proteger a minha irmã. — O Velaryon fechou os olhos. — Agora, alguém pode me passar uma coberta?

— Como... Como o Jace está? — A mais velha perguntou baixinho.

Lucerys mordeu o lábio, antes de responder.

— A mão dele está enfaixada. — O garoto soltou um suspiro. — Ele queria vir aqui, mas eu não deixei... Acho que não seria bom, devido ao que o Aemond disse no jantar.

Maella sorriu forçadamente.

Claro que ele não viria ver ela, isso estragaria a honra e o orgulho dele.

— É... Não seria bom se ele viesse.

Davinne jogou uma coberta em cima de Lucerys, arrancando uma carranca do mais novo.

— Você não é muito delicada para uma Lady. — Luke resmungou, enquanto se cobria.

— E você é teimoso como uma mula. — Davinne retrucou.

Maella sorriu levemente com a implicância dos dois.

— Oh... E você tem alguma notícia de Dolous? — A Velaryon voltou a perguntar.

— Tenho quase certeza de que ele está bem também. — Lucerys respondeu, enquanto se aconchegava no divã. — Agora descansem, sim? Amanhã esse pesadelo todo acaba... Graças aos Deuses!

7583 palavras, vcs não tem ideia do quanto eu tô cansada desse jantar😭😭😭

aemond canalha feioso, foi corno e ainda espalha pra família toda?????

desculpem pela demora, não foi fácil reescrever esse capítulo !! e desculpem se houver algum erro ortográfico, eu revisei o que eu pude, mas sinto q posso ter deixado algo escapar

votem e comentem !!

até <3

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