6 | Sᴇx Mᴀᴄʜɪɴᴇ

FOSSE LÁ QUEM ERA O HOMEM DE TERNO em cima do palco com um microfone nas mãos, ele não parava de me encarar, parecendo intrigado.

Todos no Titty Twister foram mandando tomar seus lugares. A música parou e as luzes apagadas, restando apenas os neons roxos, amarelos e vermelhos pelo palco.

— Senhoras e senhores, chegou a hora — disse ele, a voz calma. — Bem-vindos ao Titty Twister. Temos uma apresentação especial, pois esta noite é muito, muito especial.

— Foi ele — disse Richie a Seth ao se sentarem cada um de um lado meu. — Foi ele o cara que me deu a faca

— Por favor, deem as boas vindas à grande dama do macabro, a rainha da noite... Santanico Pandemonium!

Uma salva de palmas foi soado, os holofotes dirigidos para a alta mulher no palco. Uma jibóia de duas cabeças se prendia entre seus ombros e percas, acompanhadas do grande cocar de penas e folhas em sua cabeça.

Senti a mão de Richie apertar a minha por debaixo da mesa, seus olhos assustados e fascinados ao mesmo tempo.

— Ela é real — sussurrou ele, encantado.

Junto com o solo de guitarra, os gritos e aplausos dirigidos à Santanico preencheram o ambiente. Ela tirou o cocar e o manto que a cobria, mostrando a todos a langerie que usava naquele tipo de dança sensual. Os olhos de todos os homens e mulheres estavam vidrados nela, as emoções variando entre cobiça e inveja.

— É ela — repetiu Richie.

— Quem? — perguntou Seth.

— É a garota que me trouxe até aqui.

Em um segundo, minha garganta pareceu secar, sem permitir a passagem de ar. Levei minha mão até a região, apertando levemente com a intenção de melhorar, mas nada surgia efeito.

Pelo canto de olho, vi Kate assustada com a dança descarada feita perto da garota. Jacob fazia de tudo para não olhar, enquanto Scott parecia estar aproveitando.

Minha cabeça rodopiou, minha visão turva mesmo com os óculos. Os tirei para apertar meus olhos, a dor só piorou.

— Você está bem? — perguntou Seth a mim, alarmando Richie.

— Só preciso de ar.

Quando fiz menção de me levantar, Richie arrumou o terno para me acompanhar até lá fora. Entretanto, isso não foi possível.

Uma faca atravessou a mão já machucada de Richie, cravando a lâmina na madeira da mesa. Um grito escapou de seus lábio. Tampei a boca com a mão, vendo que quer aquilo com ele.

— Isso é pelo Earl! — exclamou, apontando a arma para a cabeça dele.

Seth levantou, apontando a própria arma para o ranger que deve ter nos seguido desde a fronteira.

— Se ele morrer, você morre!

Aquilo não impediu a banda de tocar, mas todos estavam prestando atenção na cena. Até que Santanico Pandemonium se transformou em uma espécie de cobra e pulou em cima do ranger. Aquilo foi o bastante para as outras strippers se transformarem e atacarem as pessoas que estavam ali, atirando nelas para se defender.

As pessoas tentavam se defender como podiam, atirando e socando, mas todas acabavam mortas em segundos. Seth e Richie me empurraram para ficar no meio deles, os dois irmãos apontando as armas para todas as direções, mandando que a família Fuller ir para debaixo da mesa.

Mas aquela barreira humana não funcionou com deveria. Fui empurrada para trás, tendo que correr, desviando dos corpos e das strippers transformadas que tentavam me pegar. Todos lutavam para salvar suas vidas, falhando miseravelmente.

Trombei de costas com alguém, a pessoa me virando rapidamente e impedindo que eu fosse atingida por um garrafa que voava na minha direção. No mesmo momento, essa pessoa loira mandava o ranger que atacou Richie chegar para o lado.

Da sua região masculina, a alta pessoa loira abriu o que era uma pistola acoplada e disparou contra as strippers que tentavam se aproximar.

— Professor Tanner? — indagamos eu o xerife ao mesmo tempo.

— Meu nome é Sex Machine — disse ele, atirando e provando o motivo do seu nome ridículo.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou o xerife, aceitando a mão que ele estendia para levantar do chão.

— Agradeço a você, na verdade. Sua investigação me trouxe para esse lugar — falou. — Bom te ver também, Salem. Já conheceu Salem, xerife? Uma menina ótima...

Todas as janelas e saídas foram trancadas por barras de ferro grossas, quase impossível de serem amassadas ou quebradas.

Tanner quebrou um dos tacos de sinuca no meio, mas não foi capaz de fazer nada, sendo arremessado para o outro lado da boate.

Abite. Vos omnes. Abite. Vos omnes. As palavras surgiram em minha mente, como se algo dentro de mim falasse sozinho. Exite. Exite.

Então, enquanto eu apertava minha cabeça com as duas mãos numa tentativa de parar aquelas vozes, todas as criaturas recuaram para dentro dos túneis nas paredes, sendo trancadas por barras de metal.

Quando as vozes pararam, percebi que estavam todos mortos, com exceção daqueles que eu conhecia.

— Estão todos bem? — perguntou Jacob, olhando ao redor.

— O que você fez? — perguntou Richie, caminhando até mim e apertando meus ombros com a mão boa. — Que merda você fez, Salem?

— Eu não fiz nada...

— Fez sim! Eu ouvi, vi pelos seus olhos! — exclamou ele, assustado. — Eu te ouvi falar em outra língua e todos eles se foram.

— Vocês podem parar? — mandou Seth. — Esse lugar não tem saída, as portas tem trancas de aço temperado.

— Estamos presos aqui com esses... Sei lá o que são essas coisas — chorou Kate.

— Acho que são mais, ou astecas ou algo do tipo — disse Scott, pensativo. — Estamos no México, afinal. Eles sempre têm serpentes na arte, e li em algum lugar sobre uma antiga raça de répteis sanguessugas. Aterrorizam as pessoas e caçam à noite, arrancando membro por membro, com presas, escamas e assas.

— O quê? — exclamou Seth.

— Isso saiu da sua estúpida revista de luta, não é? — perguntou Kate a ele, indignada.

— O garoto não está tão errado — disse Tanner, se levantando do chão.

No susto, Seth apontou sua arma para ele, caminhando ameaçadora.

— Pode abaixar a arma, Seth — falei, tranquila. — Ele não faz nada.

— Quem é esse indivíduo? — perguntou Jacob.

— Ele se chama Sex Machine — respondeu Kate, cruzando os braços. — Estava no Bar Rattler. Ele deu em cima de mim.

Isso deu mais motivos para Seth destravar a arma em mãos e Jacob apontar a escopeta que carregava para ele, aparentemente muito protetores em relação a garota.

— Por favor, ele dá em cima de todo mundo que pode abrir as penas — debochei. — Principalmente de mim, há anos...

— E quem é ele? — insistiu Jacob.

— Aiden Tanner — se apresentou. — Professor Aiden Tanner. Estou disfarçado de Sex Machine.

— Isso não explica como Salem te conhece — reclamou Richie, amargura em sua voz.

— Eu assisti uma ou duas palestras dele — respondi, ocultando alguns detalhes. — Até que ele pegou na minhas informações do evento meu nome e telefone, e me persegue desde então.

— Eu não chamaria de perseguição — disse ele, disfarçando o rubor. — Talvez um convite mais insistente que parará quando você aceitá-lo... Tudo bem, talvez não pare.

— Escuta aqui — ameaçou Richie se aproximando, Seth rapidamente segurando o irmão pelo braço.

— Relaxa aí, Richie — mandou Seth.

— Espera — pediu Kate. — Você é um professor? — perguntou a Aiden.

— Sim, do departamento de Arqueologia, Universidade de Alamo — explicou. — Assessorei um Ranger chamado Gonzalez sobre uma série de assassinatos sangrentos por toda a fronteira do México. E quando ele saiu, percebi que ele tinha achado algo épico. Então decidi segui-lo e acabei aqui.

— Tá, tá bom — reclamou Seth, querendo chegar logo ao ponto. — Por que disse que o garoto não está errado?

— Não são dráculas mexicanos — disse Richie, me olhando intensamente.

— Exato — concordou Aiden. — Quer fazer as as honras, Salem?

Suspirei, sentando na única mesa ainda de pé e me debruçando para trás, usando as mãos como apoio.

— Estamos no território dos Waxaklahun Ubah Kan, ou Los Culebras — respondi, assistindo as expressões assustadas e confusas deles.

— Serpentes.

𝙉𝙊𝙏𝘼𝙎 𝙁𝙄𝙉𝘼𝙄𝙎:

Chegamos ao fim de mais um ano. Mesmo com todos os desafios e momentos críticos que estamos passando, eu desejo a todos vocês um novo ano melhor, repleto de saúde e harmonia.

E com o início de mais um ano, espero que estejam preparados para vários livros novos que já estão sendo preparados.

Obrigada por tudo! Por todos os votos, os comentários e, principalmente, por tornarem está e outras histórias possíveis!

— 𝓙𝓾𝓵𝓲𝓪
𝚊.𝚔.𝚊 𝐦𝐚𝐜𝐤𝐢𝐚𝐯𝐞𝐥𝐢𝐜𝐤


𝙁𝙀𝙇𝙄𝙕 𝘼𝙉𝙊 𝙉𝙊𝙑𝙊
➋⓿➋➊

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top