12 | Cᴏᴍᴏ ᴇ́ sᴇʀ ᴏ ɴᴜ́ᴍᴇʀᴏ ᴅᴏɪs
NA MANHÃ SEGUINTE, todos os noticiários narravam a morte de Seth e Richard Gecko. Supostamente, Seth teria perdido o controle do carro e caido de um penhasco. Os irmãos morreram em uma explosão e o caso policial fora encerrado.
Eu tinha que admitir, Richie fizera um bom trabalho com os dois cadáveres que quebrei os pescoços.
— Está pronta? — perguntou Richie a mim, beijando-me.
— E se ele não gostar de mim? — indaguei, aflita.
— Não há a menor chance dele não gostar de você, Salem — garantiu-me. — É só o tio Eddie. Não tem com o que se preocupar.
— Estou calma, estou ótima — afirmei para mim mesma, já abrindo a porta do Camaro ZL1. — Vamos antes que eu perca a coragem.
Richie riu, logo abrindo a porta para sair e me acompanhar, segurando minha mão enquanto caminhávamos para a Fast Eddie's, Conserto de TV a Cores. Observei sua figura confiante, o terno preto combinando com os novos óculos escuros que substituiu pelos de grau rapidamente, os cabelos perfeitamente alinhados com o gel de cabelo que usara.
Ele não perdeu tempo em bater na porta de vidro. Bati em seu ombro, abafando a fumaça que o sol causava ao queimar sua pele. Felizmente, a porta foi rapidamente aberta com um homem grisalho que usava uma camisa praiana.
— Tio Eddie — cumprimentou Richie, sorrindo até demais.
O homem soltou a porta após longos segundos sem falar nada. Richie foi rápido em segurar a porta para que eu passasse e logo entrasse atrás de mim.
— Ei, sou eu — continuou Richie, o homem apenas indicando em recibo no balão que Richie não perdeu tempo em pegar. — O que é isso?
— Um recibo — respondeu ele. — pelas duas lápides e lotes que paguei hoje de manhã. Esperava que os Rangers enviassem seus corpos. Cobrei favores para ter um bom lugar em uma colina. Tem vista para o pântano, é lindo. Você me deve seis mil.
Richie suspirou, assentindo em compreensão e tirando o talão de cheques do terno.
— Venha logo aqui, seu desgraçado ingênuo — mandou Eddie, abrindo os braços para abraçar Richie.
Richie não perdeu tempo em retribuir o abraço de seu tio, sorrindo com a reunião familiar. Logo então, Eddie me encarou, um ponto de interrogação se formando em seu rosto.
— Tio Eddie, está é Salem Leverne — me apresentou. — Minha namorada.
— Namorada? — repetiu Eddie, incrédulo. — Eu nunca pensei que estaria vivo para ver o dia que esse garoto arrumasse alguém... É um prazer conhecê-la, minha cara — disse, me estendendo a mão para apertar, o que eu fiz.
— Igualmente — respondi, contida.
— Acidente de carro com incêndio? — perguntou ele a Richie, logo nos levando para trás da loja onde parecia morar. — Apenas sua cabeça de HAL-9000 poderia ter pensado nisso. Essa porcaria é coisa de filme, nunca funciona no mundo real, mesmo se queimar os corpos.
— Dá certo se a arcada dentária bater.
Eddie riu, sinalizando para que o acompanhássemos.
— Por favor, diga que veio dividir um pouco dos 30 milhões com seu velho tio Eddie.
— Não, eles perderam tudo — respondi antes de Richie, sem conseguir me controlar.
— Panacões — xingou, negando. — Onde está Seth, afinal?
— Não sei — respondeu Richie, sentando-se nas costas do sofá de couro e me puxando até sua mão estar descansando em minha cintura.
— Assim não podem associá-los, não é? — perguntou, Richie sem saber responder. — Vou fazer um café, querem?
— Não, obrigado — agradeceu Richie por nós.
— O que foi? Medo de ficarem acordados de noite? Você são jovens, por deus, existem coisas que podem fazer para matar o tempo, se é que me entendem — riu sozinho. — Eu sempre quis um neto, ou sobrinho-neto...
Richie ficou de boca aberta com o comentário do tio, enquanto eu lutava para segurar a risada.
— Tio Eddie...
— Isso não é café de uma montanha — desconversou — São grãos da Indonésia. Eles têm um método engraçado. Os macacos comem as bagas vermelhas das árvores, os grãos descem pelo aparelho digestório, dizem que dá mais sabor, e depois vendem essa droga para idiotas como eu que não têm o que fazer. Pode vir do fiufó deles, mas há notas de baunilha, pimenta da Jamaica, solo florestal.
— Preciso de um favor — o cortou Richie, sem conseguir mais ouvir sobre o processo do café. — Conhece Nathan Blanchard?
— Por quê?
— Conhece ou não?
— Eu o ajudo com sua coleção, mas ele é um cafetão — respondeu Eddie. — Nada além de um salafrario. Não se misture com ele. E nem coloque sua namorada nisso, moleque.
— Ela já está mais envolvida do que imagina — deu de ombros.
— Então, por quê? Seu pai também sabia e quis fazer a mesma coisa, dar uma de empreendedor e essa merda toda. Foi o começo do fim.
— Para ele, não para você — retrucou Richie. — Quero que faça uma ligação. Por que não pode fazer isso por mim?
— Cadê seu irmão? — ignorou a pergunta. — No México?
— Eu sabia! — exclamou Richie, se levantando. — Por que me dou ao trabalho de tentar? Você acha que eu não consigo fazer nada sem ele! Sempre achou!
— Não é nada disso — negou Eddie. — Você e o seu irmão são os melhores que já vi. Ele é o ás, você o coringa. Vocês formam uma bela mão.
— As coisas mudaram no México — disse Richie. — Eu estou na vantagem agora; Sou um novo homem com uma vida nova.
— E eu sou um velho — zombou Eddie. — A vida é mais curta do que imagina, garoto. Se continuar agindo assim, vai acabar sozinho. E você não disse que agora tem sua namorada? Vocês são jovens, vão viver. Viajem pelo mundo, brinquem de coelhinhos reprodutores, mas vão viver, por Deus...
— Só preciso que me apresente — implorou Richie, disfarçando a vergonha com os comentários do tio.
— Não sei por que deveria ajudar.
Estudei as feições de Eddie, instantaneamente entendendo o motivo por estar nervoso e em tanta negação.
— Porque você sabe exatamente como é ser o número dois — falei, eles me encarando surpresos.
Eddie, assustado, se aproximou de Richie o bastante para sussurrar:
— Ela é algum tipo de bruxa, por acaso? Se deu bem, garoto — o parabenizou. — Mas ela me assusta.
— É porque ainda não conheceu a melhor amiga dela, tio — respondeu Richie, sorrindo para mim.
Realmente, Santanico dava medo em qualquer um.
𝙉𝙊𝙏𝘼𝙎 𝙁𝙄𝙉𝘼𝙄𝙎:
Capítulo fresquinho!
Acho que estamos garantidos agora em relação as publicações de capítulo. Se tudo correr como o planejado, vou terminar de escrever tudo neste final de semana.
Mas se isso não acontecer, por favor, tenham paciência.Eu não estou muito bem psicologicamente e fisicamente, estou com um cansaço mental extremo e mais um turbilhão de coisas ruins. Mas logo isso passa e volto a ativa.
Obrigada por todos os votos e comentários. Não esqueçam de me seguir para ficarem sabendo de todas as novidades.
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