10 | Eᴛᴇʀɴɪᴅᴀᴅᴇ

JÁ ERA NOITE QUANDO A AÇÃO FINALMENTE COMEÇOU. Depois de longas horas esperando, os caminhões de verdade finalmente estavam trabalhando. Carregamentos saiam sem parar de dentro do galpão, mais homens surgindo para ajudar com fosse lá qual a carga.

Culebras? — perguntei, estranhando.

— Não dá para saber — disse Richie. — Eles têm um Lou Ferrigno.

— Eles têm o quê? — exclamei.

— Esse desgraçado é um armário — xingou.

— Sério? — revirei os olhos. — Que interessante.

Richie abaixou os binóculos, de semblante sério me encarando.

— Precisa entender que não há espaço para erros aqui, Salem.

— É pensamento demais, planejamento demais — suspirei.

— Nunca é o bastante — disse ele. — Vamos precisar de mais gente para isso, já que você não vai entrar...

— Chame Santanico então! — gritei. — Se me acha tão incapaz para entrar lá por que me pediu para vir? Richie, já faz meses que estávamos...

— O turno da noite — sibilou ele, me ignorando e cortando completamente. — Acho que sei como vamos entrar.

Richard não perdeu tempo em jogar o binóculo para mim e caminhar na direção oposta de onde estudávamos. Revirei os olhos, amaldiçoando os deuses acima que podiam me ouvir e entrei no carro, batendo a porta com raiva, rezando para que não me vissem quando Richard havia levado as chaves com ele.

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HORAS MAIS TARDE, Richard finalmente havia voltado. Não consegui fechar os olhos por um momento sequer, temendo que me achassem ali. Eu poderia me defender, é claro, mas havia uma chance enorme de meu poder acabar em uma explosão que chamaria atenção local, o que era tudo que não precisávamos.

Não falei uma palavra se quer desde que ele entrou no automóvel. Eu sentia o olhar dele queimar em mim, esperando por qualquer reação.

— Deveria estar olhando para o outro lado — comentei, irritada.

— Está brava comigo? — meu olhar deu-lhe uma resposta. — Sim, você está brava comigo.

— Me deixou aqui sozinha por horas, Richard — exclamei, indignada. — Horas!

— Eu estava cuidando de algo importante — tentou se justificar.

Richie suspirou, arrependido. Ele levou a mão para dentro do teRno, puxando do bolso interno uma caixinha fina, mas comprida. Logo, me entregando-a e esperando minha reação.

— O que é isso? — perguntei, desinteressada.

— Algo que eu queria fazer — disse ele. — Abra.

Assim que puxei a tampa de veludo preta, estudei a joia cravada com com várias pedrinhas brilhosas e de aparência cara.

— É um bracelete Tennis, não era chamado assim até os anos 80. Tinha uma jogadora, Chris Evert, que usou um bracelete de diamantes no torneio de tênis US Open uma vez. Bom, é isso.

Ainda incrédula com a joia linda e delicada, encarei Richard, esperando que continuasse.

— Sabe como se chamava antes? — continuou. — Bracelete da eternidade.

Fiquem sem reação, apenas conseguindo encarar a joia mais uma vez.

— Santanico me contou que em uma determinada idade, bruxas conseguem meio que se estabilizar e parar de envelhecer — disse ele, contido. — A verdade é que eu nunca fui parte de... Sabe? Um lance e agora que temos um lance, eu achei que devia fazer isso.

Richie me observava, seus olhos esperançosos. Me debrucei no banco, pousando minha mão livre em sua bochecha e puxando seu rosto para que eu pudesse beijá-lo.

Ele tirou a caixa da minha mão de forma delicada, desprendendo o bracelete e me pedindo a minha mão, colocando o bracelete em meu pulso e me puxando para si novamente.

— Obrigada — agradeci. — Eu amei.

— Sem problemas — negou ele, sorrindo. — Salem?

— Sim, Richie?

— Eu espero que eu dia eu possa substituir esse bracelete por um anel.

𝙉𝙊𝙏𝘼𝙎  𝙁𝙄𝙉𝘼𝙄𝙎:

E então? Estão gostando da segunda temporada?

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