Playboy - VI
📌 Músicas da Playlist:
• Losing Grip - Avril Lavigne
• Too Much to Ask - Avril Lavigne
...
Ele é tão indescritível e incerto, não há formas de entendê-lo, mas também quem sou eu para interpretá-lo? Conheço ele há muito pouco tempo...
Estranho era me sentir à vontade entre seus braços, há pouco tempo atrás havíamos brigado. Min... Você realmente é inexplicável.
Quando senti o sono chegar, fechei os meus olhos, percebendo pelo tato Yoongi a se afastando, passos longos e delicados nos separavam. Não conseguia enxergar muito, o escuro não facilitava, mas notava a chave em suas mãos, destrancando a porta.
— Se arrepende do que fez agora? — Retirou Krystal da maca e continuou a falar, caminhando pela sala. — Krystal não é a sua bebê, quem dirá sua filha.
— Yoon?
— Cuidarei dela junto com Hyuna. Você é inútil tanto quanto para mim e tanto quanto para ela.
Meu corpo estava sem forças, os ossos e a carne pesavam na mobilidade, mal pude me levantar por mais esforços que fizesse. Escutei barulhos, todos eles eram de fora da sala, provavelmente eram os mortos na calada da noite, prontos para devorar uma presa.
Yoongi saiu do cômodo, me deixando sozinha sem motivos ou explicações. Mas Min é uma pessoa impulsiva e ordinária, fui burra em não pensar nas involuntárias maneiras de vingança.
Encarei os cantos da sala, procurando uma solução, me deparei com Jimin esparramado pelo chão, corpo esfaqueado com o sangue espalhado, condições precárias e sem odor impregnado, o assassinato foi recente. Ele estava morto e me encontrava em uma encruzilhada.
Os infectados invadiram e correram até Jimin, com os lábios secos o devoravam entre as mordidas torturantes, tentei afastar as lágrimas contudo pouco adiantava, já escorriam pelo meu rosto. Eu iria me transformar, seria a próxima a ser devorada se não fugisse, iria me tornar feito eles. Meu ódio por Min fervia, causava borbulhas em meu estômago, todavia, permanecia incógnita, no fundo estava em dúvida. E entre a morte pude sussurrar minhas últimas palavras.
— E-eu te odeio Min...
···🌷···
Despertei, atrapalhada pela claridade do Sol que me esquentava, a realidade na qual me encontrava era outra, e mesmo após o sonho perturbador, permaneci em choque. O dia podia estar lindo, mas Yoongi e Jimin não estavam lá, quem dirá Krystal.
Um sonho tosco, um sonho irreal. Nada disso é verdade, idiota.
Me levantei, sem saber o que fazer, entre a ansiedade comecei a andar em círculos, refletindo sobre o sentido daquele pesadelo. Inquieta, sabia que não conseguiria comer nada, não estava com fome, apenas queria me informar, Krystal corria perigo de qualquer modo.
.·.⌚.·.
Após exata uma hora ouvi a porta sendo destrancada, meu desespero não foi dosado, minhas mãos tremiam, minhas pernas ficaram bambas e meu coração acelerado. Mesmo nervosa, não negava o gravíssimo erro. Eles entraram com os rostos plenos, um pouco preocupados devido o estado da bebê, Krystal estava chorando e nos braços de Park se contorcia, parecia torturada pelo jeito que era carregada.
— Hey Queen! Me diga como...
Andei até ambos, ignorando Yoongi e tendo Krystal nos meus braços, encostando sua cabeça em meu peito. Meu medo de perdê-la era gigantesco. Ela estava assustada, perdida, mobilizou seus membros durante o abraço mas sequer chorou.
— Você realmente ganhou o carisma dela — Park comentou sobre a bebê. Krystal para mim é como uma jóia, uma esperança no fim do túnel, o futuro dos vários que morrerão.
Min estava imóvel e suas órbitas negras queimavam, a pele esbranquiçada se alinhava ao sol da janela e as mãos estavam cerradas, trêmulas pela raiva. Devolvi seu olhar rude, e sem demonstrar importância, ergo uma sobrancelha, os olhares cruzados exibiram ódio e alívio, logo, ambos se dissiparam. Aos poucos, deixo a irritação, e componho um sorriso tranquilo em meus lábios. Ao menos eles estavam vivos e...
— Por que vocês saíram? — Perguntei diretamente para Jimin, desviando do olhar penetrante de Min.
— Nós a... — foi interrompido pelo mesmo.
— Fomos buscar alguns pertences, precisamos sair daqui o quanto antes — foi levemente grosso.
— Sim, mas custava me avisar, Yoongi? — Retruquei, voltando a encará-lo, dessa vez, sem desviar.
Ele quer brigar de novo.
— Ele não queria te acordar, você parecia tensa — Park se intrometeu.
Como assim?
— Foi por isso mesmo, Min?
— Foi! Nada demais, não acha?
— Sim, claro... concordo! — Afirmei, semicerrando os olhos.
— Ah-ri, a Krystal... — Park interveio novamente, me distraindo por um momento.
— Sim? — Desviei minhas pupilas, esbarrando no ombro de Yoongi propositalmente.
— Você sabe o que aconteceu com ela? — Continuou.
— Não sou vidente, mas veremos — afirmei, soltando um breve sorriso. — Quer ver comigo? — Interpelei, levando-o até a maca e apoiando a mais nova lá.
Com cuidado, verifiquei a sua fralda, enxergando a situação e entendendo o porquê de seus choros.
— Então era isso que te incomodava, pequena — fiquei satisfeita.
— Então era isso — Jimin ficou intrigado, logo rindo.
— Você um dia gostaria de tentar trocar a fralda dela?
— Adoraria aprender, gostaria de ter a prática também — disse sonhador. — Meu sonho é poder ter filhos, uma família feliz e...
— Palavras desnecessárias para alguém que não irá cumprir — Min cortou Park, retrucando-o.
— Vou cumprir enquanto você mantém seu título de macho alfa. O que acha? — Atiçou-o.
— Melhor ainda se o playboy conseguir uma buceta pra foder enquanto eu trabalho — devolveu.
Isso é uma indireta para mim?
— Como se carregar a minha filha fosse suficiente pra ter uma foda comigo — revirei os olhos, interrompendo os dois. — Vamos, eu vou ensinar vocês dois.
— Ensine a Park — reprisou aquele olhar gélido, voltando sua atenção para a bolsa.
Insuportável, chato, enigmático... Por que és tão terrível, Min?
Olhei para Jimin, ensinando-o delicadamente, ignorando a presença e os planos de Yoongi. Após finalizado, Park sorriu, um tanto contente por ter realizado com tanto sucesso.
Estava sentindo fome, e o meu estômago roncou, o barulho foi alto e audível, suficiente para interpretá-lo, então, constrangida, abaixei a cabeça, enquanto somente Park ria.
— Você ficou preocupada, tão preocupada, que esqueceu de comer, pequena? — Soltou um risinho. — Desculpa.
— Idiotice, devia ter se alimentado — Min foi óbvio, suspirando fundo.
— Até poderia, se eu não estivesse preocupada — me sentei em uma das cadeiras, segurando Krystal no colo.
Me servi com um simples pedaço de pão, dando uma breve mordida na superfície, Yoongi ergueu uma sobrancelha, inclinando-se para frente.
— Por que vocês querem sair daqui? — Puxei um assunto.
— Os infectados estão saindo daqui, temos uma oportunidade.
— Não é mais prático permanecermos aqui então? — Sugeri.
— O estoque de comida é baixo, a segurança daqui não é a melhor. Há muitas janelas, portas velhas e barulhentas, salas que fazem um eco e a possível falta de água.
— Achamos chaves de carros, carteiras e duas mochilas. Uma fuga seria conveniente já que contemos o necessário — Park comentou.
— Abandonar aqui e ir para outro lugar... — tombei a minha cabeça. — Onde vocês planejam ir?
— Talvez num supermercado — Yoongi permaneceu a me encarar.
— Foi o primeiro lugar que pensei... Há bastante comida, é confortável e também seguro — Park ficou orgulhoso pela contribuição.
— Se acharmos algum sem infectados, ainda com estoque de comida — Yoongi interveio na ideia, sendo realista.
— Bom...
— Sem contar a procura dos carros — acrescentou, ainda pensativo. — Teremos que ver a gasolina, as mochilas...
— Bem lembrado, Yoongi — Park confirmou.
— Antes precisamos ter o principal. Algum de vocês sabe dirigir? — vislumbrei Min. — Yoongi?
Ele sorriu ladino.
— Para tudo se tem uma primeira vez — foi desafiador, apoiando seus cotovelos na mesa.
— Vamos para uma opção mais confiável — desviei para Jimin. — Jimin? Você sabe?
— Eu só... Andei de bicicleta em toda a minha vida, sabe? — Sua voz soou baixa e insegura.
— Tinha motorista para andar até de bicicleta, né playboy? — Yoongi foi ofensivo, contudo, o interrompi.
— Okay, andar de bicicleta não é algo ruim — comentei, embora fosse inútil elogiar. — Então eu vou dirigir o carro, Jimin cuida da Krystal e Yoongi... — tal pareceu impaciente, um tanto entediado. — Fica de olho na localização e na proteção. Sabe, isso é muito importante...
— Por que eu não posso dirigir? — Queixou-se indignado.
— Não quero correr o risco, você tem cara de ser meio ruim de volante — me defendi, sendo um tanto sincera e convincente.
O mesmo se aproximou e sussurrou. Uma distância mínima, uma distância perigosa.
— Como se uma nanica igual à você fosse capaz de dirigir.
— Como se a minha altura me impedisse de dirigir — retruquei baixo, cortando a sua vibe cativante.
— Sabe, é que você tem cara de quem dirige mal — devolveu cínico.
— Meu caralho — afirmei, envolvendo Park. — Não é mesmo, Jimin?
— S-Si-Si-Sim, ele po-pode aca-ba-bar ba-batendo o carro... — me virei para o Yoongi e sorri vitoriosa. Jimin mal sabia do que eu estava me referindo.
— Viu?!
— Aos poucos veremos quem vai sorrir vitorioso — Min foi cauteloso, mantendo sua postura misteriosa e calculista.
Notas do Autor:
Salveee bebês, belezinha? Desculpem-me por acabar não fazendo esse capítulo não ter um final tcham tcham tchaaam! Mas pelo menos foi divertido vai ksks.
Até o próximo cap anjos.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top