Morte Súbita - XII

📌 Músicas da Playlist:
• Smells Like Teen Spirit - Nirvana
• Burn It - Agust D (ft. MAX)

...

Yoongi me fitou e disse...

— Evitaremos todo tipo de confusão, né Queen? — Falou diretamente comigo.

— Sim, logicamente — olhei-o ladino. — Evitaremos a frieza e o egoísmo também, né Min Yoongi? — Devolvi o seu tom.

Trocamos encaradas rudes, tão ardilosas que calafrios percorriam pelo meu corpo, nos matávamos através do contato visual, e aquilo era deliciosamente satisfatório. Jimin e Suran deram risadas.

— Claro, evitar brigas e evitar a frieza. Foram boas diretas — Shin observou os comentários.

— Não somos tão burros! Por favor, nos poupe... — Park foi sincero.

— Minhas sinceras desculpas a Min Yoongi depositei a mão no ombro de Jimin.

Yoongi ficou calado, duvidoso ao encontrar qualquer resposta.

— Vamos retirar os infectados do estacionamento e adaptar o carro, e por virtude, procuramos mais vivos. Concordam? — Eu trouxe uma ideia.

— Precisamos de um plano A e de um plano B — Shin sugeriu. — Por meio das dúvidas... — aparentou insegurança.

— Algo que faça barulho é suficiente para atrair eles, fechamos o portão em seguida e ficaríamos seguros — Yoongi foi breve.

— Eles se atraem mais pelo alimento ou pelo som? — Jimin contrariou a teoria de Yoongi numa dúvida.

— Por isso teremos o plano B — reforcei a oferta de Suran.

— Não faremos agora, acabamos de chegar, devemos primeiramente nos limpar e nos armar, sair de cara não é algo aconselhável. Estamos cansados, não só fisicamente — Min opinou.

.·.⌚.·.

Cansados após uma longa discussão, formamos duplas para cumprir as nossas necessidades, minha fiel dupla agora seria Suran, mas Krystal ficaria comigo. Todos estávamos armados, equipados com facas e bisturis, sem bolsas já que a deixamo-las no depósito.

Dividimos os grupos conforme o espaçamento, com cada um buscando o que almejava, o principal objetivo eram os produtos de higiene, e a incerteza de nossa segurança impedia o total conforto. Aderimos a lenços umedecidos, toalhas, sabonetes e até mesmo baldes grandes, utensílios como shampoo, condicionador e perfumes seriam desnecessários agora.

Suran tomou seu banho apressadamente, enquanto Krystal protegida ficou num canto do banheiro, durante esse período, a guarda eu assumi na porta que se mantinha fechada, não trancando-a por última via. Depois de minutos passados, Suran terminou o banho, deixando Krystal no mesmo lugar desde que entrou no banheiro.

Antes de fechar a porta para partir à minha vez, lhe dei um conselho prévio.

— Não quer entrar?

— Você é sapata?

Sapata?

— Eu me refiro a sua proteção, não aos atos sexuais...

— Não, prefiro ficar aqui — afirmou, ainda como se eu tivesse intenções maliciosas.

Okay... — confirmei, fechando a porta do banheiro.

Me despi, e com a água retirada da pia, fui distribuindo o líquido pelo meu corpo, o balde facilitava muito para a limpeza, e por mais irônico que seja, era uma opção, a única escolha. A água fria trazia desconforto, meus músculos estavam trêmulos ao saciar aquilo, não conseguia me acostumar com a temperatura.

Terminei de me lavar, logo, enrolei-me na toalha, pensamentos invadiram-me ao encarar o reflexo do espelho. O auge da ridicularidade havia me atingido, nunca me senti tão insegura com uma resposta incerta, parecia que tudo em mim estava errado.

Após me trocar, dei um banho em Krystal, o lenço umedecido torcido com a água talvez pudesse evitar uma pneumonia, um resfriado. Termino de lavá-la, seco-a e a troco, sentindo pena pelo futuro que ela teria.

Escuto passos e gritos desesperados, em choque do que estaria errado, abri um trecho da porta e observei. Suran corria, se aproximava, veloz, uma corrida árdua até atravessar a fresta da porta, e após fechá-la, me avistou entre o sentimento exasperado.

— E-eu encontrei — engoliu em seco. — Um deles me viu... — a falta de ar tomou conta dela, o suor começou respingar em sua face, sentia o seu terror sem dificuldade.

As luzes oscilavam, a energia estava instável, o som do fraquejo da lâmpada era audível e repentino, e em pouco tempo, apenas restava a iluminação da janela a fora. Enxergava à mínima condição da garota, porém, escutava-a perfeitamente, soluços silenciosos emanavam de sua boca. Ela estava a chorar. Uma ardência percorria pelo meu estômago e se afiara até minha garganta, um ódio inexplicável me invadira, soltaria palavras iminentes caso não soubesse de sua situação.

— Por que diabos de motivo você não me escutou? — Um tom rígido e seco concretizou-se nas minhas frases.

— Eles me viram... e... e... — sua voz rebaixou após o meu olhar severo. — Eu fui pega, Queen.

Meu constrangimento veio à tona após a sua rendição, quem dirá com a minha falsa severidade acolhendo-a de forma incorreta. Verifiquei a mordida, localizada em seu braço direito, parecia uma pequena ferida comparada a diversas mordidas, não era profunda, mas não seria fácil de se lidar. Saquei o bisturi presente no meu bolso e a encarei com um semblante sério, daria a ela a opção de resolver isso.

— Você corre o risco de perder seu braço! com alguma infecção, ainda tem certeza? — Alertei-a.

— Eu quero viver, apenas isso — Shin foi impulsiva, eu mal havia terminado de falar quando a recebi. Ela estava firme, mas, no fundo de seus olhos, havia um fraquejo, um pedido puro de uma criança.

Segurei a faca, ainda duvidosa, meu rosto suava frio, minhas mãos tremiam por conta própria, não queria ser responsável pela sua vida, quem dirá pela sua morte. Fechei meus olhos firmemente, logo, após a pressão, abri-os para ter a visão, não podia ser tomada por essas emoções agora. Arrastei a lâmina para o lugar já ferido, o leve corte fez Shin implorar durante o ardor, logo, o seu braço já se estendia com o espesso líquido vermelho. Minha concentração se evaporou após escutar algumas batidas, era um infectado após escutar o gemido, o possível que feriu Suran, o possível responsável pela conjuntura.

A carne exposta me enjoava, me sentia tonta com a pressão baixa, até nas piores condições de escuridão lidava com o desafio e o enfrentava. Suas veias se tornavam visíveis nas regiões afetadas, um dos sintomas já se espalhara, e me sentia inútil nesse tempo que vagava.

A porta rangeu, uma luz invadiu a sala, desprotegida, virei meu rosto em direção a travessa, apavorada. Yoongi trazia consigo facas longas, firmes, próprias para cortar carne, sua expressão orgulhosa desferiu um sorriso, desmanchando-se após notar o que eu fazia.

— Você enlouqueceu? Vai matar ela! — Min retirou a faca de minha mão.

— Caso eu não fizer isso ela morre, não posso deixar ela morrer!

— E se uma infecção acontecer? — Yoongi retorquiu.

— Ela não tem mais opção Yoongi... — afirmei, me sentando ao chão por exaustão, contudo, continuava a insistir para convencê-lo.

— Sem opção... — sussurrou para si mesmo, reflexivo, um olhar fixo a mim.

Sem enrolar, ele me entregou uma faca, mais ideal que o bisturi cego que eu utilizava.

— Cuidado, essa está mais afiada.

Afirmei com a cabeça, recebendo a faca em mãos. Suspiro fundo, e me concentrei, olhei sua ferida, direcionando a lâmina até ela, a faca em minhas mãos não mais balançava por medo. Ela não dependia de mim, sua morte é certa, cabe à mim o esforço de ajudá-la, cabe à mim encorajá-la para viver. Cortei mais profundamente a sua pele, prendi o vômito, ainda a cortar, Suran chorava ao tentar segurar a dor, e ambos os garotos apoiavam-na, sem palavras para confortá-la. Minhas mãos sujas de sangue não mais hesitaram, cortei mais uma parte. Levei seu braço para a pia e o lavei.

— Vocês conseguirão passar pelo infectado daqui?

— Por que? — Min perguntou, já Park ainda em silêncio se mantivera.

— Necessito estancar o sangue, e se acharem um antibiótico, isso favorece a expectativa de vida...

Não demorou muito até que ambos se retirassem da sala, enquanto isso, continuava a enxaguar o seu braço na água contínua, vendo no reflexo do espelho a expressão ainda exasperada de Shin. Yoongi e Jimin pareciam aflitos após a volta, não estavam confortáveis por algum motivo, ainda ofegantes, traziam consigo o antibiótico e um lençol para cobrir a ferida. Suran tomou o remédio, e mesmo com a ferida estancada, o sangue escorria, o lençol enrolado em seu braço já se encontrava manchado, e não havia dúvidas de sua dor persistente.

— Mesmo que não resolva, serei agradecida por isso que você fez.

Um pouco assustada com o comentário, abri um leve sorriso ladino, confirmando com a cabeça o seu agradecimento, fiquei constrangida no momento, então me mantive em silêncio. Um silêncio quebrado por Min, que se pronunciou e tomou iniciativa para revelar o que o perturbava.

— Queen...

— Seja direto.

A boca de Yoongi se contorceu e uma mordida foi deixada em seus lábios, à medida de suas ações nervosas, a sua má postura acompanhou o seu olhar perdido direcionado a mim. Nunca o vi tenso desse modo.

— Entendi... — respondi.

— Estamos prestes a morrer e não vamos fazer nada?! — Jimin revoltou-se, atiçando a todos a ficarem mais atônitos.

Notas do Autor:

E aí gente bonita, turu bom? Desculpa pela demora da fic, a falta de criatividade vem às vezes e não consigo cumprir com as postagens.

Suran irá morrer por conta da mordida? O que Min deixou de falar e Queen se precipitou ao adivinhar?

FIQUEM LIGADOS COM O PRÓXIMO CAPÍTULO!!!💓

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