Min, o Insuportável - VII

📌 Músicas da Playlist:
• Bad Blood - Taylor Swift ft. Kendrick Lamar
• Smells Like Teen Spirit - Nirvana

...

— Aos poucos veremos quem vai sorrir vitorioso — Min foi cauteloso, mantendo sua postura misteriosa e calculista.

Quem sabe um dia, não é Min Yoongi? — Incentivei-o, sem deixar rastros explícitos de sarcasmo.

— Hm... — Jimin suspirou fundo, perdido com o que estava acontecendo.

— Bom, conheço cada canto dessa cidade, porém, pouco sei sobre o exterior — desviei do assunto, voltando ao nosso plano inicial.

Sokcho é bem pequena, não temos mercados de grandes lotes — Min indiretamente aconselhou viajarmos para uma cidade maior.

— Então... — Jimin hesitou de início.

— Verificaremos as condições daqui então, as estradas podem estar piores do que as metrópoles — argumentou pensativo, reforçando a hesitação profunda de Jimin.

— Para qual cidade iremos? — Perguntei.

— Pensei em ser Daegu, conheço a cidade, além dos bons mercados.

Okay, mas Daegu não é 260 quilômetros daqui? Seria uma viagem longa. Seul está mais perto, mas acaba sendo maior — desisti do meu plano ao escutar o comentário de Jimin.

— Eu sou de Busan, mas conheço muito bem Seul — Jimin afirmou, suspirando fundo. — A cidade é maior, o que nos trará problemas: infectados, concorrência...

— Conheço os trechos da Bighit, já fui trainee para idol.

Fiquei curiosa quanto ao que Min revelou.

— Você já foi trainee? — Interroguei-o, ainda mais atraída com a novidade. — Qual era a sua suposta posição?

— Compositor e possível rapper.

Suas letras do que? Das suas decepções amorosas ou dos chifres que tomou? — Sorri ladino, provocando-o propositalmente.

— Falava de pessoas irritantes e metidas que não cuidam do próprio rabo.

— Eu não sou metida e nem irritante! — Protestei.

— Por isso guardo piedade de você — logo completou. — Nem rabo você tem.

Eu sei, deixe de ser idiota.

— Não comece se não atura — retribuiu um sorriu largo.

— Vocês são tão aleatórios, começaram a falar de Bighit e aleatoriamente sobre rabos — Jimin contestou assustado.

— Culpe Min, não a mim.

— Mas Yoongi, eles anunciariam audições na empresa? — Park perguntou, um tanto interessado. — Eu ouvi essa polêmica na minha terra natal.

Ah sim, era verdade, porquanto, não acho que realizaram mais, né?

Aquelas conversas desviaram-se das minhas disposições, sendo a favor do meu afastamento. Deitei-me na maca, segurando Krystal feito um bichinho de pelúcia, com cuidado, fechei os olhos e tirei uma breve soneca.

—🌷A·h·r·i Q·u·e·e·n🌷—

—•↪M.i.n Y.o.o.n.g.i↩•—

Minhas intuições limitaram as impressões de Park Jimin.

Queen dormia calmamente na maca, abraçada com Krystal, aproveitando-se da soneca temporária. Estava tarde, não podia negar, achei aconselhável acordá-la, se antes uma ideia não me invadisse. Encarei Jimin com um olhar duvidoso quanto às suas ações.

— Vai acordar ela desse modo?

— Acho que sim, por que?

— Seja mais criativo — indiquei a seringa de plástico.

— Coitada Min... Você é malvado!

— Ela me chama de xing xing xong, e é super boazinha — fui irônico, tentando convencê-lo da pegadinha.

— Você está sendo infantil!

— Estou fazendo a vingança que prometi a ela — ergui uma sobrancelha.

— Poxa, mas seria tão engraçado, né? — Riu fraco, guardando ainda certo receio da menor, uma espécie de piedade e medo.

Embora fosse um tanto infantil, seria formidável ver a reação da mesma.

—•↪M.i.n Y.o.o.n.g.i↩•—

—🌷A·h·r·i Q·u·e·e·n🌷—

O meu casamento ocorreu em um local pequeno, porém, ajeitado. O clima estava agradável, o sol não estava me derretendo, e uma brisa invadia as minhas costas. Um homem alto de estatura forte, com olhos e rosto arredondados me guiava até o altar, sua face era nula, borrada pelo desfoque de minha visão.

O lugar era coberto pelas flores da primavera, algumas pétalas de rosas vermelhas contrastavam pelo tapete branco, poucos bancos longos de madeira para os poucos convidados, e muitos pareciam irreconhecíveis.

Um frio intenso e vívido percorreu pela minha barriga, sintomas como mãos e pernas trêmulas, bochechas quentes e vermelhas percorriam pelo meu corpo. O homem a testemunhar o casamento era o único decorável aos meus olhos, ele era alto, tinha lindas covinhas e olhos puxados, um rosto pequeno com um leve topete, corpo acentuado pelo terno preto trajado lindamente.

— Ah-ri Queen, aceita se casar com o senhor...

Um incômodo. Sinto ao longo do meu braço um aperto, um infortúnio, talvez um pernilongo. Abro os olhos apressadamente, pouco conseguia enxergar, o desespero me consumiu do que conseguia ver: Krystal, eu, os outros. A vacina.

Direcionei um soco forte sem ver o recebedor, me levantei brutalmente sem pensar, com a intenção de machucá-lo mais do que eu imaginaria. Não olhei onde acertei, apenas escutei um gemido baixo, suficiente para ser audível. Paralisada e preocupada, minha visão melhorou, aos poucos visualizando a realidade. Jimin estava no chão e Yoongi quase morrendo... Apenas dava risadas.

— O que que aconteceu?

— Jimin tentou... Junto comigo... acordar... E você... — Yoongi suspirou fundo, orgulhoso do feito, segurando sua risada. — Você acertou no... — Depositou sua mão em cima do seu membro, defendo-o. Ele estava ciente do meu prévio ataque.

— Aawn, nã-não se pre-preocupe Queen, nã-não machucou.

— Depois dessa, você não terá nem filhos — zombou de Park.

Abaixei-me no chão ao lado de Jimin, abracei-o fortemente, num sussurro ressoei o pedido de desculpas, encarando-o por um breve tempo.

— Acertei aqui? — Coloquei minha mão levemente em seu membro, notando a vermelhidão em seu rosto.

— Ah-ah-ri e-eu sou ho-homem e i-isso... — retirei minha mão daquele lugar, levando-as até o seu ombro, os quais eu massageei delicadamente.

Filha, por que você tá massageando o braço do Jimin? Ele está sentindo dor no pau.

com ciúme por que não tem abraço nem massagem?

— Não estou não, pode massagear o pau dele, eu não ligo — transmitiu sinceridade com um olhar de canto. — Inclusive, se forem transar, recomendo que seja rápido, quero fazer a viagem ainda hoje — foi levemente irônico.

.·.⌚.·.

Min pegou as chaves dos carros, todos pertencentes aos antigos donos, se armou com a garrafa que antes usava, mas agora, junto a vários bisturis pelo corpo.

— Fica aqui Queen — Park pediu, soltando-se entre meus braços, lançando um breve sorriso e uma piscadela.

— Mas...

— Sua segurança em primeiro lugar — bagunçou meus fios de cabelo.

Ambos saíram enquanto eu preparava as três malas, ficaram cheias, de conteúdo somente necessário, nada a mais e nada a menos. Em uma das bolsas havia comida, outra com as coisas da bebê além da outra com os objetos de Yoongi, — dentre suas camisinhas, dinheiro e objetos roubados.

Tudo estava pronto, mas eles persistem em demorar, até a Krystal pronta já se encontrava, acordada, trocada e amamentada.

Curiosa, comecei a verificar as coisas de Yoongi, e dentre elas, notei uma foto sua junto com uma garota. Ela era bela, baixa, dona de cabelos longos e lisos de tonalidade castanha, o céu ao fundo estava escuro, os olhos de Yoongi dilatados, cabelos negros, bagunçados, braços envolvidos aos dela, junto ao seu sorriso doce que jamais explorei.

Não posso negar, encantador... Mas grosseiro.

Virei a foto de costas, lendo o que estava escrito numa perfeita letra.

"26 de fevereiro de 2018

Fragmentos do nosso primeiro momento.

De namorada para namorado.

De: Suran

Para: Yoongi."

Fiquei a admirar a foto, me encontrando em choque pelo tempo precioso que estava a perder. Guardei a imagem apressadamente ao perceber um barulho, a porta estava a se abrir, garantindo apenas uma coisa.

Os meninos chegaram.

.·.⌚.·.

Vestimos nossas bolsas, indo em direção ao carro silenciosamente, o caminho estava limpo, dificilmente víamos infectados, e evitamos ao máximo esses confrontos. Fazer alarme nessas horas é o próprio suicídio.

Uma caminhonete simples, um tanto quanto velha e grande, torcíamos para ser econômica na gasolina. Entramos com velocidade, com o carro já aberto, as portas se fecharam, o ruído e a batida se fizeram presentes. Qualquer barulho atrai eles.

Os infectados ouviram, com os pés apressados avançaram, a velocidade estava a favor deles, o veículo permanecia imóvel. Fechamos as janelas de vidros, desesperados pela fuga, tentei ligar o carro, que falhou nas inúmeras tentativas. Após conseguir ligá-lo, dei a partida perdida entre as direções, não soube sequer acelerar, e o controle era meu, eu sou era a responsável.

Em choque, pisei fundo no comando da direita, o carro avançou, seguindo caminho reto, em frente, numa velocidade incomum, suficiente para bater no poste. Assustada, virei o volante para a direita, contorcendo o braço, novamente, sem sequer pensar, evitando contato direto e trágico com o concreto.

Coração acelerado, inexperiência domada, isso era o êxtase, você não sabe, não tem conhecimento, e enfrentava um desafio impossível no qual sua vida corre risco. Visualizei o restante da gasolina, o tanque não estava cheio, e bolar uma rota para um posto seria nossa obrigação, embora instável o combustível na atual conjuntura.

Jimin estava atrás de mim, já Min me acompanhava na frente, ambos já vestiam o cinto, e não os questionava por isso. Yoongi me observou curioso, notando a minha aflição no volante, porquanto, persisto seguindo o caminho a frente, na cidade, dirigindo, dezenas de vezes corrigida, Min sempre interferia e me guiava com a sua mão. Ao perceber o desconforto, retirou o porta-bebê que se prendia em minhas costas, deu Krystal e as mochilas para Jimin, deliberando espaço.

— Obrigada — agradeci, percebendo-o ainda calado, apenas me guiando, mal seu olhar se refletia a mim.

Saímos da cidade um tanto tranquilos, observando o tempo, observando as nuvens escuras que invadiam o céu tardio.

.·.⌚.·.

Chegamos em uma cidade vizinha não muito distante de Sokcho, visíveis são os zumbis de longe, afastados do carro, ultrapassados pela velocidade. Correr não seria uma boa opção para os mortos, sendo que, agora, a distância também nos afastava.

Tudo fluía bem, desde os pequenos aos mínimos detalhes, mas aos poucos o item principal se esgotava, causando certos transtornos para mim. Fiquei nervosa ao ver, eu havia me distraído. Droga...

— Gente?

— Oi? — Jimin se pronunciou e Yoongi apenas virou a cabeça, disposto a ouvir o pronunciamento.

— A gasolina vai acabar daqui a pouco — afirmei, um tanto incomodada e inquieta.

— Vamos ter que abastecer — Jimin engoliu em seco, enquanto Yoongi não falava uma palavra.

Notas do Autor:

Muito obrigada e sorry por não conseguir postar esses últimos dias, tentarei postar mais, me desculpem pelos erros de ortografia e espero vocês no próximo capítulo.

Será que vai acontecer alguma coisa com a Queen? E o posto de gasolina? Os zumbis irão matar alguém?

FIQUEM LIGADOS COM O PRÓXIMO CAPÍTULO!

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