Eles Te Enganaram - XXII
📌 Músicas da Playlist:
• You Give Love A Bad Name - Bon Jovi
• Burn It - Agust D (ft. MAX)
...
— Não envolverei Krystal, resolverei sozinha essa incógnita, não se preocupe, Min... — Andei até o cadáver, retirando do seu bolso a tal chave do baú. — E espero que ninguém me interfira.
Levantei meu pé até o quarto de Namjoon, maçaneta a girar, porta a abrir, de lá não mais a comunicar-me com os meninos. Estava bagunçado, uma zona entre moletons e móveis jogados, um pouco além de um furdunço comum. Fechei a porta, engolindo em seco ao imaginar. Seokjin havia fugido, repentinamente sumiu num prévio silêncio, torcia para que minha sorte achasse o baú, nossas vidas dependiam desses sérios documentos.
Suspirei fundo, delicadamente a procurar, explorar se tornava uma tarefa difícil, complexa e confusa para realizar, por mais que tentasse, a cada momento percebia o impossível, torcia para que minha mente não estivesse certa, mas o óbvio estava mais do que nítido. Seokjin levou o baú.
Entrei num colapso de pensamentos, dor de cabeça a atacar, com o sumiço daquela importante papelada, nossas vidas poderiam se dizimar. Mão trêmula a limpar o suor, nenhuma escolha poderia ser melhor, a única proposta seria calar e aceitar. Os minutos passaram, e ainda em choque, minha mala não estava pronta para a retirada, estávamos cercados, escassos de planejamentos para se refugiar.
.·.⌚.·.
— Pegaram lanternas? — Taehyung recordou.
— Sim — afirmei, ridícula por trajar inúmeras roupas em meu corpo. Necessário, pois na bolsa elas não caberiam.
— Perfeito — confirmou em um baixo sussurro. — Daremos a volta para pegarmos o carro. E Min... — o mesmo se voltou para ele, curioso do que comentaria. — Cuidado com a Krystal, ela se tornara um alvo fácil e alarmante.
Encarei a mesma nos braços de Min, presa entre o porta-bebê para melhor locomoção, estava quieta, sonolenta, a tirar um bom cochilo ao lado do pai. Fazia um tempo que não a tinha assim...
— Estou atento, Tae, tomarei o máximo de cuidado — prometeu.
— Jungkook ficará com a única arma de fogo, posição a sua frente, Min... — Kim explicou, dando a pistola para o mais novo. — Use com sabedoria, Jeon, lembre-se que a sua vida também corre risco.
Encarei o mesmo, que assentiu com a cabeça após o conselho dado. Continuei a prestar atenção em Taehyung, me aprofundando em sua estratégia.
— Ficarei na frente, conheço a região, não terei problemas em encontrar o carro escondido — relatou, dirigindo-se à mim. — Queen, eu sei que deve ser complicado na sua conjuntura, mas...
Mas...?
— Tente não ter medo, às vezes o seu impulso pode prejudicar o grupo. Te coloquei na posição mais segura, atrás de mim e na frente de Jungkook, o qual se encontra armado — se aproximou de mim, olhos fixos aos meus.
Eu sou tão terrível assim?
— Por que Krystal não fica comigo? — Interroguei, e Yoongi preencheu seu pulmão de ar.
— Me desculpe, eu obedeci as ordens, Krystal em suas mãos pra eles não se torna confiável — Min quebrou o gelo, sincero, quase a me ferir, poucas palavras desabaram meu mundo.
— Porquê não sou confiável?
Nenhum deles me respondia, estavam todos espantados para trocarem algum argumento, dava para perceber no clima que se rondava, eles sabiam de algo que eu pouco tinha noção. Jeon fraquejou, ombros erguidos, aflito por ter que revelar somente agora, porém, responsável para me contar.
— Lembra naquele dia...
— Que dia? — O cortei, sobrancelhas curvadas e semblante sério.
— Há quase três meses atrás... — mordeu os lábios, ainda mais nervoso ao relatar.
— Você não está ajudando!
— Quando nós... quando nós transamos após a sua chegada — Jeon foi um pouco mais direto, tentando parecer discreto.
Por que ele está falando disso?
— Sim, eu lembro.
— Nós não... usamos proteção.
Não... usamos?
Engoli em seco, piscando diversas vezes ao relacionar. Não estava sentindo dores para estar grávida, por outro lado, minhas dores mensais paralisaram, não vieram por um longo tempo, silenciaram-se despercebidas, estava a engordar com frequência, constante fraqueza eram vindas com os enjoos, além da carga emocional extrema na qual enfrentava diariamente.
— Por que você me levou pra floresta?! Você sabia do risco.
— Justamente para você ficar do meu lado, para eu te proteger!
— E você acha legal não contar logo de cara? Se acontecer algo com essa merda eu posso morrer, sabia?! — O informei.
— Essa "merda" é um futuro filho seu.
— Dane-se, só não aborto porque corro risco, nenhum de vocês é especialista.
— Quem disse que você vai abortar?
— Então quem fará o parto? — Rebati, já notando o perigo. — Ou você acha saudável parir e cuidar de um bebê num apocalipse?
— Você não vai cuidar sozinha.
— Claro que vou, sou eu quem ficarei sozinha para cuidar da criança, sou eu quem terá de amamentá-la diariamente para ela não morrer, sou eu quem terei de me isolar das atividades do grupo porque ela depende de mim. Percebeu? Isso porque você não usou a camisinha que estava na bolsa! — Direcionei críticas ao Jungkook, colocando todas as cartas do jogo na mesa, os olhos dele estavam marejando há certo tempo e eu havia postergado.
— Queen — Min interrompeu.
— O que você quer? Vai falar para eu não abortar também?
Yoongi não terminou de falar, pelo contrário, levou minha cabeça ao seu ombro, permitindo o apoio emocional. Uma de suas mãos estava no meu pescoço, enquanto a outra massageava minhas costas, iria desabar naquele instante.
— Yoongi, eu não vou aguentar... — funguei. — Eu não esperava.
— Eu também não esperava a Krystal... — deslizou seus dedos no meu cabelo. — Você e Jungkook devem conversar depois. Fiquei sabendo agora, me desculpe por... causar tudo isso.
Ele pediu desculpas por transar comigo.
Apertei o abraço, incerta sobre o que fazer, Min estava coberto de razão, nada deveria ser resolvido agora, todavia, a insegurança expandia território sob mim, justo no nosso instante de partida.
— Você não está brava pela Krystal? — Yoongi perguntou.
— Não, está tudo o.k... — suspirei, ainda com a cabeça no lugar.
— Você está pronta para ir?
— Eu preciso estar, depois dessa gritaria toda, é o meu dever — novamente preenchi meu pulmão com novos ares, me separando de seu quente abraço e limpando as lágrimas com as mãos sujas.
— Nós estamos aqui, Queen, não é necessário medo — Kim sorriu quadrado, deixando meu cabelo mais bagunçado ao agitá-lo.
Desviei meu olhar para Jungkook, que calado afirmava, mesmo trêmulo e tristonho.
— É, nós estamos — confirmou.
Minutos para a calmaria, ansiosos para a fuga, nos entreolhamos até a aguardada partida. Taehyung abriu a tal porta dos fundos, dando espaço ao breu e baixa temperatura exterior, a floresta parecia inquieta e movimentada, e meus pensamentos no cúmulo da pressão. Espremia meus dedos para controlar.
Seguimos o plano, silenciosos e sorrateiros, com pouca luz, arriscamos os primeiros passos, na imprecisão de uma ameaça. A ventania batia forte em nossas costas, o chão úmido afundava os pés e sujava os sapatos, possas sanguíneas nos enojam e nos atentam sobre o que poderia vir, gotas d'água desfazem-se do céu e encharcaram o que tocava, a evidência de infectados na região estava cada vez mais constante.
Passos apressados estalavam as folhas, fatigados e alarmantes, facilmente audíveis e perceptíveis.
— Tae... — sussurrei baixo, o seguindo.
— Eu escutei — respondeu, desligando a lanterna.
— O carro está por aqui, acalme-se — Jungkook juntou seus lábios em minha bochecha ao falar.
Acenei com a cabeça, forçando a visão para ajudar, quanto mais próximos, mais alto o som ficava, mais tenso tudo se tornava, gritos e gritos giravam nos meus ouvidos, perdida e jogada em um abismo, fechei os olhos diante a realidade, uma inusitada tontura.
Respirei fundo, mordendo a língua a cada mísero erro, estava claro o meu desespero, não encontrava saída para o momento. Recuei, agora ao lado de Jeon, escutando o fraquejo de Krystal. Voltei o olhar para Min, que estava concentrado, continuando a andar.
Um incômodo repentino, a pequena Krystal estava a se agitar, choramingava por algum motivo, talvez do seu sono chegou a despertar, não parando quieta após acordar. Observei Min, ajustando a bebê para dormir, parecia difícil, complicado, principalmente com os infectados a escutar.
— O carro — Taehyung declarou, notando que todos haviam ficado para trás.
Poucas palavras necessárias chamaram a atenção de quem não devia, presos a um fim sem partida, corríamos no automático, ignorando a fadiga, a dor no peito que se expandia, os passos cansados, a corrida infinita, perdidos na floresta ficaríamos caso nos separássemos sem a visão nítida.
Vultos e sons nos guiavam, o barulho do carro alarmou, o veículo fora destrancado, a chave estava nas mãos de Tae. Quando Kim abriu a maçaneta...
Notas do Autor:
Quem vocês acham que morre ainda hoje? Comentem aqui! E não se esqueçam de votar quando gostarem, isso é muito importante❤.
*Leitor-fantasma vira infectado.*
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