Eles Querem Me Usar - XV

📌 Músicas da Playlist:

• Bad Guy - Billie Eilish
• COPYCAT - Billie Eilish

...

— Beijou, mas você não é casado comigo.

— Felizmente, prezo pelo que resta da sanidade — o semblante de Yoongi resplandeceu nojo, afetando-me com angústia —, se beijaram em trinta minutos?

— Sim.

— Foi com a excitação de salvar Jimin e Suran que criaram um clima? — pontuou, maquiavelicamente.

Outra crítica discreta, imperceptível a olho nu, tentando justificar o óbito de ambos por um beijo. Ele me viu, sabia que eu estava em más condições, me acolheu com um abraço, mas continuará a implicar comigo.

— Eu verifiquei os corredores antes do ato.

— Em momento algum pedi detalhamento.

— Mas voc-...

— Eu perguntei se tinha dado tempo — sorriu marotamente. — Um beijo não deve ser explicado. Você beija alguém por motivos ou porque ama?

Um calor subiu pelo meu corpo, envolvendo meu estômago, como um forte chute, sinto a investida, semicerrei meu punho, queria detoná-lo naquele instante, olhá-lo se tornou impossível conforme o tempo, não havia forma de entendê-lo, era uma tortura. Ou pior, era maçante, tão intenso que queimava, consumia meu corpo, e aumentava meu desejo.

— Krystal. Lembre-se dela. — Se levantou, guiado pelo choro da pequena, então ele seguiu ao quarto.

.·..·.

Cinquenta dias sem pistas, cinquenta dias sem esperanças. O apocalipse se tornou comum, cuidar de Krystal era cotidiano, encarar Yoongi ficou cada vez mais difícil. Ele não cedia, não me observava, não conversava, quem dirá me tocava, se tornou tão fechado que, mesmo com Krystal, me ignorava.

Todas as noites, antes de dormir, vou ao quarto de Jungkook, entre as conversas paralelas descontava meu estresse. Min me fazia delirar todos os dias, uma alta carga de nervoso sempre me carregava, e sempre era fortalecida no contato físico com Jeon.

Após uma noite longa de sexo com Jungkook, lá estávamos Min e eu, sozinhos, compartilhando a sala, esperando os meninos voltarem do mercado, Krystal dormia, e o silêncio se instaurou entre nós. Olhares cruzados por um curto período, uma expressão de insatisfação e ira em ambos.

— Nunca pensei que sentiria tanto prazer...

— Hm.

— Ontem eu transei com o Jungkook.

— Legal — mostrou um interesse indescritível.

— Usei as suas camisinhas, às do posto que você pegou, lembra? — Fiz questão de recordá-lo.

— Uhum.

— Ele é um bom parceiro sexual, sabe as áreas sensíveis para o orgasmo.

— Sim... — fechou seus olhos, apoiando sua cabeça com os próprios dedos.

Ele não descansou direito?

— Por acaso eu atrapalhei o seu sono? Seu olho está com orelhas bem visíveis — perguntei, um pouco mais preocupada, me sentando próximo dele para avaliá-lo.

O mesmo despertou, desesperado, se afastou, sem se levantar, permaneceu no sofá, desviou o olhar, movimentou seu rosto, fixando na parede, para algo observar, permanecendo a me postergar.

— Hm? — Continuei a vê-lo, duvidosa do que houve.

Voltei a me aproximar, porém, novamente, fui barrada por ele, que se afastou.

— Por que você está reagindo assim?!

O eco da voz entre as paredes se fez presente.

— Ignorante, estou falando com você! Ao menos me olhe enquanto falo!

Tá.

— Então por que não me responde? Deixe de ser ranzinza!

Suas pupilas sérias foram dirigidas a mim, suas pernas ficaram descruzadas, e a sua postura ereta. Engoli em seco, respingando suor frio, esqueci o quão assustador ele ficava.

Silêncio, olhares, ao redor, somente nós dois, o mundo parado, um ódio cravado. Mordi minha língua para poder repetir.

— Eu te causei insônia?

O que você acha?

— Quantas vezes eu fiz isso com você?

— Devo ser educado ao responder?!

— Yoongi.

— Vai chamar o Jungkook porquê não consegue resposta?

— Por favor.

— Você depende dos outros.

— Eu estou te avisan-...

— Vai fazer o que se não conseguir resposta? — rebateu. — Jogar água no meu rosto?

Meu olhar rude se voltou ao seu, minha falta de ar estava constante, num piscar de tempo nossas faces não estavam distantes, as testas disputavam espaço, roçavam entre si, num claro sinal de desunião.

— Repita o que disse — ordenei, zangada.

— Vai fazer o que? Tentar me enforcar? — Foi irônico.

Rápida, me sentei no seu colo, o prendi da escapatória, implacável, puxei a gola de sua camisa, agora, sentindo o que não queria. Sua respiração quente batia contra os meus lábios, e sua pele em contato com a minha atiçou aqueles desejos, enquanto meu ódio ardia e se espalhava por vontade própria. Ele inclinou sua cabeça até o meu pescoço, em meu ouvido sussurrando.

— Me incrimine para que eu morra com os infectados, talvez seja uma atitude fugaz digna de ser sua — sua voz sorrateira me arrepiou, causando sensações como chutes no estômago.

— Min Yoongi — um feixe de minha voz raivosa saiu.

Oh, que triste, está apaixonada, e agora? — caçoou, ainda numa entonação baixa.

Minha mão foi direto a sua garganta, segurando-o com tão pouca força que mal daria para o ameaçá-lo.

— Escute aqui — alertei, utilizando da mesma sonoridade —, eu vou acabar com você.

— Acabe agora com isso, mostre para mim o seu verdadeiro eu.

— Idiot-...

— Acabe comigo — implorou, com um sorriso vitorioso. — Acabe, acabe até não sobrar nada.

Minha mão direita foi até o seu cabelo, dessa forma, o trouxe até meus lábios, juntando-os de uma vez, furiosa, o tesão a consumir meu corpo, estava perdida, estava apavorada. Sua língua dançou com a minha, ocasionando vibrações pelo meu corpo, para calá-las, espremi ambos os corpos, num abraço apertado pude tocá-lo como nunca toquei. Min afastou sua boca, rindo enquanto jogava sua cabeça para trás, com suas mãos em minha cintura.

— Eu sou capaz de te controlar — brincou.

Engoli em seco, como se o verdadeiro precipício estivesse diante mim.

— Estou certo, não estou? — Deslizou seus polegares pelo meu queixo.

Estava quieta, com os lábios trêmulos, coração acelerado, todo o sentimento devia ser entregado. Sua voz continuou baixa, rente ao pescoço, fechei meus olhos e continuei a escutá-lo.

— Eu sou a causa do seu tesão diário? — Mordeu o lóbulo da minha orelha, ainda sereno e encantador.

— Eu... — senti falta de ar quando sua boca trocou contato com meu pescoço.

— Peça, peça com carinho, assim lhe darei o que quer.

Abri meus olhos, agora, arregalados.

— Dá o seu cuzinho pra mim, Yoongi? — Sorri vitoriosa, ciente da consequência.

Min trincou os dentes, severo e rígido, nem com aquilo conseguiu me repreender. Algo nos interrompeu, um barulho indecifrável, um rangido, como um armário velho sendo aberto, a porta que separava os andares foi destrancada.

— Cuido de você hoje à noite! — Prometi.

Saí de cima de Yoongi, não ligando para os comentários, e sem qualquer tipo de pressa, me sentei ao seu lado, ainda no sofá.

— Maldito seja... — Jungkook pregou, jogando a sua bolsa para longe. Ele estava tão furioso quanto os outros.

— Você esperava o que?! Ele é rico, mano! — Hoseok rebateu, avançando até o nosso cômodo.

Eles discutiam entre si, eram tão barulhentos que me amedrontavam. Desviei para Yoongi, espantada, em seguida, murmurando:

— O que aconteceu com eles?

— Uma pessoa rica está no meio pelo visto.

— Notei... — suspirei baixinho. — E por que eles não nos avisaram?

"Deixem de ser idiotas! Nós devemos muito dinheiro para eles... Temos que quitar a dívida daqui 5 dias ou se não morreremos." — a voz de Seokjin se sobrepôs a todas.

— Dívida com um cara rico? — Ergui uma sobrancelha. — Como?

— Talvez em apostas, compras, mercado negro... — Yoongi opinou, pensativo — Descubra com o Jungkook, eles não vão nos informar.

— Como irei persuadi-lo?

— Bebidas, sensualizadas, vamos lá, você consegue ser manipuladora.

— O.k. — afirmei, ainda escutando a gritaria.

— Passe no meu quarto depois, quero detalhes das informações.

.·..·.

Meia-noite de lua cheia, céu coberto pelas nuvens cinzas e escuras, ventava muito e estava frio. Usava uma camisa de botões, azul clara, que transparecia a pele, mostrava meu sutiã, e com boa vista, um da minha pedaço da calcinha preta, caminhava pelo corredor, me direcionando ao quarto de Jungkook, com três garrafas de vinho e uma única taça. Dopar ele não será fácil.

Antes que no seu quarto entrasse, pude ouvir uma conversa alheia, emanava do quarto de Namjoon, e me deixava coberta de curiosidade, me apoiei na parede, ciente que logo sairia. Nam parecia negar veementemente, mas a outra voz ainda era confundível.

— Não, nós não podemos.

— Ele é um galinha, não vai fazer diferença.

— Claro que vai, existem dois dependentes dela.

— Nós continuaremos a dever se não pagarmos. Provavelmente ele já nos rastreou.

— Podemos saquear algum banco ou antigo milionário, uma pessoa de salário elevado também facilitaria.

— Não temos tempo, isso daria muito trabalho.

— Vamos nos mudar, iremos abastecer amanhã e pular fora disso.

— E se morrermos? Se não tivermos escapatória? Namjoon, estou farto de viver na corda bamba...

— Se for o caso, nós a entregaremos.

Pressionei minhas mãos, afugentando a enorme vontade de gritar, fiquei calada, omitindo o medo e o coração acelerado, as vozes pareciam longes, e cada vez menos reconhecíveis. Eu estava nervosa, e naquele ponto da ansiedade, tudo parecia perdido, torcia para que fosse uma ilusão, contudo, permanecia a escutar a fim de obter mais informação.

— Queen? — Jungkook me chamou, no flagra, me observando ouvir uma conversa íntima.

Notas do Autor:

Muita coisa pro nosso cérebro processar, não é? Ai, ai, essa Ah-ri...

Ah, gente, muito obrigada pela atenção❤❤❤.

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