Eles Nos Acharam - XXXV

📌 Músicas da Playlist:
• Killer Queen - Queen
• He Wasn't - Avril Lavigne
• all the good girls go to hell - Billie Eilish

...

Minha língua deslizou pelo seu abdômen, em perfeito estado para se brincar, estava disposta a testar todas as posturas, todas as novidades. Espero que Min Yoongi esteja preparado.

.·.⌚.·.

— Isso... isso foi incrível, Yoongi — soltei um longo suspiro enquanto falava, jogando-me no outro da cama.

— Foi bem nostálgico, lembrei de muitas coisas da nossa primeira vez — Apoiei-me em seu peitoral, deitando a nuca no local.

— Fico pensando sobre isso, às vezes acho tão errado, Yoon.

— O que? — Queixou-se.

— Se tivéssemos permanecido no mercado, Jimin tentaria me estuprar.

— Oh, são esses os pensamentos... — acariciou o meu cabelo — Eu teria acabado com ele, aliás, sempre te disse que ele não prestava. Lembra da minha negação em frente ao banheiro, não lembra?

— Me recordo, e me arrependo de ter ficado com ele para gerar ciúmes em você.

— Imagino, ainda mais com o caráter dele — deu um breve beijo no topo da minha cabeça

— Mas já passou, não é mesmo? — Sorri, ajustando o lençol em torno de nossos corpos. — Aqui ficaremos para sempre?

— Para sempre é um termo forte, diria que grande parte de nossas vidas. Por quê?

— Ah, sei lá... para montarmos algo mais saudável? Jay Park nos visitará conforme der; estaremos sozinhos e com Krystal; teremos privacidade e... — fui interrompida pela sua breve frase.

— Paz, sem ligar para os problemas externos ou apocalipse. Estou certo?

— Está... — levei minha palma para as costas de sua mão, tocando-a — Com quem ficará Krystal caso algo nos assole?

— Jay Park ficará com ela, somente se ambos falecerem... — desviou o olhar, fixando-o na porta. Parecia distante, parecia infeliz somente de citar.

— Hey! Acalme-se, estava apenas sugerindo — sentei-me no seu colo, entrelaçando os nossos dedos. — Temos muito tempo de vida, somos tão... tolos e jovens! Deixe de pessimismo.

— Não está distante para ser pessimismo — continuou com o olhar fixo nos objetos presentes no quarto.

— É pessimismo pensar no pior acontecimento. Eu estava querendo me prevenir...

— Na nossa atual situação, será mesmo errado refletir assim? — Questionou, pairando as suas íris lentamente até mim.

— Pensar desse jeito toda hora vai ajudar?

— Talvez seja mais sensato, não acha?

— Não! Não é — puxei o lençol do seu corpo para enrolá-lo no meu.

— Então por que tentou se prevenir?

Contribuí para que o clima piorasse, abandonando o conforto para não me irritar. Saí da cama, retirando o lençol para vestir meu corpo nu.

— Você não me respondeu, vai embora sem falar nada?

Peguei as peças de roupa jogadas no chão, em específico, as minhas para me trocar, ignorando qualquer mensagem vinda dele.

— Acabamos de transar e você faz isso — comentou.

— Acabamos de fazer amor e você fica desse jeito.

— É muito próximo da realidade, por isso fico assim.

Estabilizei os movimentos, séria e reflexiva. Fui a responsável por aquilo.

— Vou te deixar descansar. Ficarei com Krystal, não se preocupe.

— Mas gostaria que permanecesse aqui, comigo, ao meu lado.

Devolvi o lençol para a cama, jogando-o como um pertence qualquer. Recolhidas as roupas, comecei a me trocar, enquanto o repreendia.

— Krystal não ganhou minha atenção após o acidente. Que mãe em plena consciência faria isso com a sua filha?

Calei seus argumentos plausíveis.

— Vá, feche a porta, e tente não retornar — Nu, saiu da cama rapidamente, sem demora alguma para que se trocasse. Continuava com o semblante frio e idiota desde o início da conversa.

— Por que diabos não poderia retornar?

— Sua presença me irrita.

— O seu romantismo me impressiona às vezes, Min Yoongi! — Ironizei.

— A sua empatia também — sorriu, seco e falso, apontando para a saída.

— Vou estar saindo com prazer.

— Mais prazer do que teve agora pouco? — Brincou, silenciando-me com uma simples frase.

— Vai a merda, idiota.

Saí do cômodo às pressas, após tamanha fúria expressada, não era duvidável que havíamos brigado. Jay Park notou quando me viu.

Ele ainda está aqui.

— Não gostaria de me intrometer, mas...

— Desembucha.

— Terei de ir, e você terá de permanecer aqui, com ele, por um bom tempo, até as coisas esta-...

— Ele já me contou o suficiente, não precisa prolongar. Brigamos, contudo, ainda o suporto.

— Então... devo... dizer adeus?

— Deve, você provavelmente têm outros compromissos. Caso ocorra algum ataque, chamaremos a equipe de resgate. Acho que nem consigo agradecê-lo agora.

— Espero que você se cuide, Kim Hyojong é muito ambicioso.

— Pode deixar, não fraquejarei tão facilmente.

.·.⌚.·.

O que aquele vagabundo deve estar fazendo?

Perguntei para mim mesma, no ápice do tédio durante a tarde. Krystal estava cochilando, acordá-la para distração não seria a melhor ideia.

— Por que diabos ele não deixa de dormir para ficar comigo? — Reclamei, bufando palavras altas e tóxicas para Min escutar, mesmo que tão distante.

— Porque cuidar de duas crianças me exausta! — Respondeu, tão alto quanto eu.

— Cale-se! Estava falando sozinha.

— E quem disse que eu estava conversando com você?

— MINHA VÓ, OTÁRIO.

— Imatura.

— Idiota.

— Babaca.

— Vai se foder.

— De novo?

— Sim.

— Vem comigo?

— Vai a merda.

— Vou.

Rebateu num pulo, o suficiente para me assustar repentinamente. Eu quase caí do sofá por tamanho espanto...

Dias de puro ódio e escárnio, noites frias e quentes que sempre terminavam com o mesmo resultado. Não sabia responder como que aquilo ocorria com tanta frequência, somente sabia o quão natural era.

— Você acha isso normal?

— O que?

— Estarmos felizes sem nos preocuparmos com... tudo.

— Ah, talvez. Estaria estudando na faculdade, você estaria...

— Trabalhando numa cafeteria e prestando vestibulares, preenchendo currículos e alimentando uma gata com o meu ganho. Qual área você estava estudando quando virou trainee?

— Publicidade.

— Você iria para Seul após a formação?

— Uma possibilidade, mas eu queria colaborar com a lanchonete de meus pais.

— E você não se preocupa com eles agora? — Adentrei num assunto particular, não esperando resultados.

— Eles não sobreviveram, nem eles nem o meu irmão, tenho certeza...

— Compreendo, bom, quer dizer... pelo menos parte disso — Ajustei-me na cama, observando-o fixamente.

Sua boca se aproximou da minha, tão breve e molhada cujo beijo se fez. Um selo, uma bitoquinha, apenas definiria como rápida e bastante inesperada.

— Hey, vai ficar com essa cara aí, feiosa? Se continuar, terei belos pesadelos.

Que bonitinho, ele terá belos... pesadelos?

— Muito obrigada por avisar, permanecerei com essa cara pra sempre.

— Você é mesmo um terror...

Segurei seus ombros, subindo em cima de sua cintura, roçando as nossas pélvis nuas novamente.

— Sou?

— Sim, você é — acariciou as minhas coxas, deixando sua mão na cintura a frente, com um sorriso ladino.

— Que bom... — sussurrei em seu ouvido.

O presente era precioso, calmo e sereno, agitado e alegre, ambos dependiam somente de nós dois. Nos dias relaxantes até os pequenos conflitos eram resolvidos com uma dose de carinho, paz e tranquilidade. Ventos, — por mais uivantes que fossem —, significavam harmonia e instauração.

Numa noite fria de março, um tempo esquisito se formou nos céus, oras, porque o azulado escuro tão vívido agora estava arroxeado e destacado. Sinônimo de chuva forte na região, enxergava nas redondezas os lampejos que invadiam rapidamente. Deixei de admirar aquilo e passei a me assustar.

— Yoon, as outras janelas estão fechadas? — Alterei meu tom para que ele escutasse, sem obter resposta.

Ele deve estar mais distante ou cuidando de Krystal. O sono dela é horrível, acordá-la é o próprio terror.

Deixei de gritar e comecei a perambular pelo edifício, não seria eficiente aguardar alguma ação dele: as janelas foram fechadas.

Nada de Yoongi, nenhuma palavra sequer, somente a minha presença e a de Krystal. Peguei-a em meu colo, prontificada de que ela estava preparada para a busca do pai, enrolei-me em uma capa de chuva, protegendo-a em meus braços. Guarda-chuva, facas nos bolsos e uma pistola, além do sinalizador de emergência, que chamaria Jay Park. Abri a porta, encapuzada para a partida.

Corri até a pastagem vazia, terra já úmida, brisa gélida nas bochechas, observei os pontos clareados da fazenda, buscando o Min. Nenhuma presença, somente ruídos estranhos e neblina.

Acionei o sinalizador de Jay Park para chamá-lo, àquilo chegou fora além de ser macabro, chegava a suspeitar da presença de infectados no jardim. Recuei alguns passos, ainda a observar, trombei em algo duro, e segurando fortemente Krystal e a pistola, fiquei pronta para atirar.

— He-hey, acalme-se... — reconheci a voz.

— Yoongi!

— Nã-não grite, e-eles vão te escutar.

— Eles quem? — Não consegui enxergá-lo pela falta de acesso à luz, então apenas pude tocar sua face.

— A-aqueles que prezam pela sua morte...

Interliguei nossos pensamentos através de poucas frases, formulei uma escapatória em tão pouco tempo, para uma possível plenitude.

— Você está ferido, não está?

— U-um pouco... — sua voz fraquejou.

— Seja sincero, preciso saber da verdade para formular a saída! — Dei uma devida bronca, embora às palavras sussurradas.

— Fo-foram três tiros... — caracterizou. — Do-dois na perna e um no abdômen.

— Você veio até aqui se arrastando?

Confirmou com uma interjeição.

— Chamei Jay Park para cá, o máximo que podemos fazer é nos esconder até o resgate.

— Ele não chegará a tempo — suspirou fundo após me rebater.

— Porquê?

— Hyojong está massacrando tu-tudo que vê, logo, abrirá os portões pa-para os infectados i-invadirem.

— Você está brincando... — fiquei abismada perante tamanha informação.

— Te-tente se salvar, você só perderá tempo comigo. Krystal está com... você, não e-está?

— Está, mas nem por isso irei te deixar. Está maluco, Min Yoongi?

— Não estou de brincadeira, Ah-ri, o que fa-falo deve ser respondido em... seriedade à altura — simpatizei com a sua dificuldade de pronunciar.

— Onde podemos nos esconder ou fugir? Vamos ir pelos fundos, o que acha?

— Eles cercaram a fazenda... — tossiu.

Droga...

Levantei-me, ignorando as dores tidas pelo agravamento. Pedi para Krystal colaborar, que embora fosse tão pequena, compreendia muitas ordens. Tentei ajudar Min Yoongi, que xingou os dez mandamentos para seguir à risca o que eu havia planejado.

— Vamos tentar, te peço isso — implorei para que concedesse o que foi pedido.

— Largue... o guarda-chuva, dê-me a arma e a Krystal.

— Você está maluco?

— Você é a única que po-pode u-usar as facas sem cair nos próprios pés.

A Krystal seria carregada por ele para evitar combates diretos com a bebê.

Realizei o seu desejo, desconfiada dos imprevistos e dos futuros planos.

— Ficaremos no escuro até eles nos salvarem? Mas e os mortos? — Interroguei.

— Jay Park virá com o helicóptero... chamará mais reforços de-devido... o acerco...

— Ficaremos nas árvores, o que acha?

— Jay Park não nos encontrará...

— Tenho uma pistola para sinalizar!

— Mas...

— Sinalizarei após ele limpar a nossa área. O que acha?

Notas do Autor:

PLANO ARRISCADO! ISSO NÃO TÁ ME CHEIRANDO BEM AAAAA... Acho que vai dar algo pior do que ruim, vai dar muita merda mesmo kdkdkdk.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top