A Submissa - XVII
📌 Músicas da Playlist:
• Losing Grip - Avril Lavigne
• all the good girls go to hell - Billie Eilish
...
O seu olhar quando encontrou o meu me causou choque, o sorriso curvando as bochechas do seu semblante amedrontou meu corpo. Ele podia me violentar, me humilhar na frente de todos, ele tinha uma arma, ele tinha o poder.
— Você, garota — Convocou-me, mesmo que do meu lado.
Temi o confronto, olhando para todos em volta.
— Eu?
— Há mais alguma aqui? — falou, tão cínico que tornou-se rude.
Olhei para os garotos, dando as caras para a ignorância do camarada.
— Algum de vocês se identifica como uma? — Perguntei abertamente, pelo menos assim não sentiria os sintomas da agorafobia. — Jungkook?
Jeon me encarou ladino, repleto de fúria em suas íris, estava a pensar, fulminando-me enquanto arqueava um plano. Seus lábios contorcem-se para cima, uma ideia brilhante surgiu, um alívio imenso preencheu meu corpo.
— Não, não nos identificamos como uma. Resolva seus problemas sozinha, inclusive você, garota — suas sobrancelhas arquearam.
Espero que seja um plano, Jeon Jungkook.
Trinquei os dentes e avancei dois passos à frente do homem mascarado, coração acelerado, ritmo desarmonizado, cabeça entre mil pensamentos, sem resposta para esse momento. Um constrangimento, engolir em seco não apagava a angústia, pelo contrário, acendia o pânico e me tumultuava.
E se o verdadeiro plano era me entregar agora, sem que Yoongi estivesse por perto?
— Me siga — pediu, recuando os passos lentamente.
— Vai me estuprar? — perguntei, corpo paralisado, notando os meus membros aflitos e curiosos.
Aquele silêncio era o que mais me dava medo, o silêncio da calúnia.
— E o que te faz pensar assim? — virou somente a cabeça, sua postura antes firme agora se encontrava despojada.
Namjoon: Não, nós não podemos.
???: Ele é um galinha, não vai fazer diferença.
Namjoon: Claro que vai, existem dois dependentes dela.
???: Nós continuaremos a dever se não pagarmos. Provavelmente ele já nos rastreou.
Namjoon: Podemos saquear algum banco ou antigo milionário, uma pessoa de salário elevado também facilitaria.
???: Não temos tempo, isso daria muito trabalho.
Namjoon: Vamos nos mudar, iremos abastecer amanhã e pular fora disso.
???: E se morrermos? Se não tivermos escapatória? Namjoon, estou farto de viver na corda bamba...
Namjoon: Se for o caso, nós a entregaremos.
Manipular meus sentimentos para me usar...
Jungkook: Não sei se confio...
— Por que?
Jungkook: Você, principalmente agora, me parece a única confiável, isso é perigoso...
Mas qual seria o sentido?
Mordi meus lábios, ansiosa, passos mancos e perdidos, como um caminho sem volta, passado um olhar sorrateiro, um ódio incandescente se torna, todos secos e rebeldes, não muito plenos, isso é certo. Passos nos afastam, uma dor faminta transformava meu pesadelo em real, sem saída, sem estrada, sem caminho pleno à seguir, somente paredes, tijolos, tudo me cercavam, estava presa na realidade, estava presa no meu medo. O medo de sentir medo.
O ladrão me guiava, cercava e observava meus movimentos, seu olhar desde o início guiava diversas intenções, desconhecidas, mas imagináveis. A visão distante mostrava os garotos como traços, estavam sem armamento, sem nada para defesa própria, foram saqueados pelo meu guia. Encarei o mascarado, ainda a caminhar ao seu lado, minhas vestes eram tão inadequadas que já sabia a minha punição. A culpa nunca será de um tecido composto por costuras.
— Como você se juntou a eles?
— Ah... — não procurei resposta, apenas relatei. — Coincidência, somente.
— Eles são os únicos?
— Únicos?
— Yoongi sobreviveu?
Parei de andar, focando somente em pensar. Yoongi planejaria um ataque ou... aquela voz. Pasma e devastada, minha boca se manteve aberta, demorou para mais palavras saírem.
— Quem é você? Hyojong?!
O mesmo riu, tão surpreso que até sua arma desfocou a mira. Olhos espremidos, uma voz agitada, sua mão foi em direção a máscara, me apresentado a pessoa revelada. Bochechas acentuadas, os lábios grossos definidos, cabelo arrumado após tamanhas aventuras. Era ele, Park Jimin.
— Jimin? Como você... Por que você... Eu... — fiquei mais paralisada ao ver o seu sorriso.
Seus braços foram de encontro aos meus ombros, um abraço quente e acolhedor se fizera presente de ambas as partes, uma saudade que apagava tudo que havia acontecido.
— Vivi muito bem, me aliei com os certos. Suran também fez isso.
— Ela está viva?
O silêncio dele junto a queda do sorriso indicaram que não, ele negou com a cabeça, sério, afastando-se do abraço.
— Estava infectada. Ela foi enterrada há um mês atrás, aqui em Seul — revelou, voltando a sua pergunta — E o Yoongi, faleceu?
— Diria que ele está mais vivo que eu.
— Oh... — comentou —, isso complica tudo.
— Não entendi. Por que complicar?
— Uma oferta, eu te faria uma oferta Queen...
— Oferta? — desconfiei.
— Esses caras devem pro meu chefe, Ah-ri.
— Oh, devem?
— Uma quantidade absurda. Jeon Jungkook é o que mais deve. E o meu chefe está prestes a usá-los...
— Oh... isso é péssimo.
Jeon Jungkook, o que você é capaz de fazer?
— E faria de tudo pra te tirar dessa... — suspirou fundo — Não aceita se aliar a mim?
— Eu não posso...
— Por que não pode?
— Eu namoro com Jungkook, Jimin.
— Mas você não era a minha fican-... — o interrompi.
— Você faleceu, Jimin, e antes disso, tentei beijar Yoongi várias vezes.
— Mas...
— Eu não posso Jimin, estou fixamente com Jungkook.
— Você vai foder a sua vida por isso?
Espero que seja um plano, Jeon Jungkook...
— Vou, não quero ficar do seu lado, Jimin.
— Mas você...
— Eu nunca te amei, apenas fiquei com você. Seu beijo é bom, seu abraço também, mas você como pessoa não faz o meu ti-... — me cortou.
— Apenas me beije.
— O que?
— Apenas me beije! — repetiu alto e claro.
— Não, por que o faria?
— Me beije agora ou se nã-...
— Ou se não o que?!
Ele mirou a arma, apontando-a para mim, engoli em seco, mordendo a língua.
— Fique atrás dessa árvore.
Permaneci imóvel, desacreditada com o que estava ocorrendo, confirmei com a cabeça, tropeçando nos próprios pés ao notar o problema. Recebi empurrões enquanto andava, palavras sujas e agressivas como tratamento, uma manipulação grave a me cercar. Logo minhas costas apoiaram-se no tronco, a pistola quase a atirar. Respirei fundo ao sentir a mira na testa, e antes que eu sequer o visse, ele me virou de costas para o seu peitoral, enquanto sua palma direcionava-se ao meu sutiã.
Seus dedos exprimiam meus seios, os apertavam sem controle, seus lábios tocaram meu pescoço e invadiram minha privacidade, fechei os olhos, evitando sentir, estava difícil, quase impossível, seu indicador era perceptível em minha intimidade. Céus... O que eu fiz para merecer isso?
— Jimin...
— Implore por mais — sussurrou, acrescentando seus demais dedos.
— Jimin, por favor... — pedi, com a voz quase sumida, engolindo as lágrimas surgidas.
Ele parou, me deixando tranquila por um certo tempo. Um alívio, a sensação de liberdade me pairou, uma esperança de que tudo voltou ao normal, uma impressão falsa para a realidade. Meu shorts estava no chão, sujo de lama e sangue, já as mãos dele continuavam a me violentar.
Ninguém que ama faz isso.
— Chupe aqui.
— Oi? — perguntei, como uma rejeição.
— Beije, chupe, abuse do seu poder — encostou o objeto no meu crânio, deixando beijos no meu pescoço.
— A-a-ah...
Voltei a encará-lo, seus olhos estavam repletos de raiva, queimavam a medida de minhas ações. Me rebaixei à altura, ajoelhada no chão, desloquei a minha palma até o seu pênis, o fazendo vibrar de tesão, o direciono na minha boca, sentindo o gosto terrível de não consentir.
Movimentos, eram só movimentos, isso minha cabeça repercutia, teria uma crise caso pensasse o contrário. Me mataria, jogaria fora o meu futuro, queimaria meu passado, sem dar esperança ao Jungkook, sem cuidar ou ter Krystal em meus braços, esquecer do que sinto pelo Min...
Chupar, ir cada vez mais fundo, lamber, entregar o que sempre prezei, estar pronta para realizar, pensar que ainda há um plano a arquitetar. Preciso fugir, Jimin não é mais doce, não era o mesmo que conheci, nunca fora autêntico nas suas facetas.
Fechei as pálpebras, acelerando e afundando-o em minha garganta, retirando a sua arma numa simulação de ameaçá-lo. Vou abusar do meu poder, fazê-lo implorar pela vida, antes que a minha seja em vão.
Ele prendeu meu cabelo, forçando um ritmo irregular, desesperado pela excitação, tentou acelerar para ao ápice chegar. Meus olhos se abriram, enxergando-o pela primeira vez como vítima; ele dependia de minhas ações, ele agora era o fantoche. Sua arma estava distante, de longe alcance para um ferimento, e naquele exato momento, estava preparada para atacar.
Do começo ao final, no último movimento, o preenchi, me levantei, o beijando rapidamente, segurando sua ereção com apertões e masturbação, o espantando de início. A pistola caiu, estava no chão.
A chutei para longe, desferindo um golpe em seu membro, o empurrei contra o tronco, porquanto Park cambaleou para frente, segurando meu cabelo, me puxando de volta, tentando impedir por desespero. Me joguei contra o chão, saquei uma faca pequena, cortei meu belo cabelo, e me arrastei até a arma, pronta para atirar. Suspirei fundo, trêmula, mirando nele.
— Fuja o quanto antes, Jimin — avisei, observando o maior se vestindo.
Ele estava quieto, com um sorriso gélido nos seus lábios, notava que eu estava amedrontada, não era difícil descobrir. Em um piscar, Park estava com outra pistola, com o gatilho a atirar, fechei meus olhos, assustada, o barulho foi próximo, meus ouvidos zuniam, meu corpo jogado ao chão. Não sentia dor, não sentia nada, o observei, sua boca estava aberta, ele estava rindo, rindo mudo...
Eu não estou ouvindo.
Observei a bala ao meu lado, tão próxima que me acertaria, porém, a visão horizontal me mostraria piores horrores, estava deitada, sem ter o que fazer. A bala atraiu os mortos, infectados a nos cercarem. Esplêndida atuação, interpretei a moça pela bala atingida.
Com a pistola escondida, atirei em Jimin, ainda com o ouvido a zunir, seu corpo deslizou pelo tronco, me apavorando pela quantidade de sangue. A horda estava cada vez mais perto, todavia, ainda amedrontada, agi, me ergui, correndo na direção sul, ignorando Park, apagando sua apelação.
Um último tiro, dado em certa longitude, pelas minhas emoções, morrer torturado seria pior, mas em troca, obtive valiosas informações.
Jungkook é o que mais deve.
Notas do Autor:
Surpresos pela verdadeira face do Jimin, não é? E em relação ao Jungkook, vocês colocam fé nele? Ou terão o coração esmagado por ele ser um traidor? Só no próximo capítulo vamos saber!
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