Quarto da rainha
O quarto da rainha de Argenvanta era tudo de se esperar de uma moça jovem, bondosa e rica como ela, as paredes revestidas com um papel de parede florido verde claro e branco, o rodapé feito de ipê escuro contrastando lindamente com os moveis claros, todos com muitos detalhes e muito bem pensados e planejados para acomodar os gostos delicados da rainha, desde a cama, grande e luxuosa para caber confortavelmente seu marido e filho em noites de pijama, até a moldura do espelho do banheiro acoplado ao quarto. Normalmente esse quarto é um dos lugares mais barulhentos do castelo, criadas e amigos entrando e saindo, conversas e risadas altas que podiam ser ouvidas do pátio e muita musica, as vezes violinos melodiosos quando a rainha estava feliz e confiante o suficiente para tocar e as vezes pianos desafinados e bagunçados de quando Shikoba acompanhava sua mãe em duetos. Hoje porém, estava assustadoramente quieto.
Um pequeno menino de cinco anos passa pela porta chamando pela sua mãe, com um sorriso tão grande quanto seu cabelo afro cheio e escuro como a noite, sua minúscula mão esquerda segurando uma pequena quantidade de terra com um lírio desabrochando, veio correndo para dentro do quarto de sua mãe.
—Mamãe!!- Ele olha em volta curioso e caminha até a porta do banheiro - ta' aí? - sem resposta.
-Entrando!!- ele abre a porta devagar, encontrando alguma resistência, como se houvesse algo contra a porta. Ele se espreme pela fresta e caminha dentro, olha para cima ficando confuso por meio segundo antes de olhar para baixo e ver as longas tranças de sua mãe espalhadas ao lado de seus pés, deitada de lado, uma das mãos na barriga e a outra ao lado dela com a palma voltada para cima.
—Ah!! mamãe!! você ‘tá mimindo no banheiro? -ele se agacha ao lado dela, cutuca sua bochecha e ri - Acorda mamãe!! quero te mostrar o que eu fız!!
O menininho de pele escura tenta acordá-la algumas vezes, até mesmo jogando as escovas de dente do recipiente onde elas estavam e colocando a terra com o lírio dentro e tenta virar ela de costas , sem sucesso ele decide sair do quarto e pedir ajuda para alguém acordá-la, do lado de fora, encostado no batente da porta ele encontra Olly.
Oliver, ou Olly como Shikoba o chama, é um menino de oito anos que age como um adulto, fala formalmente e sabe coisas que uma criança dessa idade não deveria saber, como o porque seus pais sempre gritavam um com o outro quando pensavam que ninguém poderia ouvir ou oque acontecia com o cachorro de Shikoba qual sua mãe levou para uma “chácara muito longe para cachorrinhos idosos” Olly era melhor amigo de Shikoba, embora o mais velho nunca tenha dito isso, ele os chamava de conhecidos.
- Mamãe está dormindo no banheiro!!- ele diz cruzando os braços e fazendo beicinho. Oliver resmunga e entra no quarto em direção ao banheiro, ele tenta abrir a porta e encontra a mesma resistência que Shikoba encontrou, ele empurra com mais força e entra. Seu rosto cai, assustado ele caminha lentamente até a mulher no chão, coloca os dedos no pescoço dela e engole em seco, suas mãos começam a tremer e ele olha para Shikoba.
Vá encontrar um adulto - ele diz frio e severo, Shikoba o-olha confuso, mas faz o que como dito mesmo assim, Olly sempre foi tão inteligente e um modelo para ele.
Oliver olha em volta, evitando a rainha que agora se encontrava com a boca aberta com os lábios ficando azuis, Shikoba havia afastado as tranças dela anteriormente então agora era possível ver os olhos delas estralados, a pupila pequena e com um formato estranho, a pálpebra arroxeada e com as veias saltadas, quase como em uma eterna expressão de medo e dor, Oliver engole o choro e sai correndo do banheiro em direção ao carro onde seu pai o esperava.
Shikoba voltou ao banheiro com um homem jovem de cabelos ruivos, pele clara salpicada de sardas, olhos cor de mel e roupas chiques mas ainda confortáveis, o homem qual Shikoba conhecia como tio ‘Ashi era amigo de sua mãe a muito tempo, desde muito antes dele nascer. O homem entrou no banheiro e engasgou, com medo ele caiu de joelhos e começou a tentar fazer algum tipo de ressuscitação nela, ele não sabia como, nunca teve treinamento mas ele tentou, tentou tanto que assustou Shikoba que correu para uma criada chorando.
Oliver no carro tentava engolir o choro o máximo que podia, ouvia seu pai reclamar da demora de sua mãe e o tanto de coisas que tinha pra fazer em casa, ele esperava pelo melhor mas quando ouviu gritos vindo de dentro e seu pai conversando com um guarda e os dois entrando no castelo, alguns minutos sua mãe sendo trazida as forças pelo mesmo guarda, seus gritos ensurdecedor e suplicas podam ser escutados de longe, foi quando olhou nos olhos de sua mãe e os viu tão escuros e tristes que ele teve a certeza.
Ela estava morta.
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Olá.
É a primeira vez que estou postando está história em qualquer lugar, já trabalho nela a +- 5 anos e ela já mudou muito mas a essência é: darkfantasy.
Quero lidar com muitos tópicos nesta história então por isso ela muda muito conforme eu mudo também, o intuito principal não é um livro, e sim uma comic desenhada por mim.
Postando aqui para talvez me incentivar a escrever ela, essa história e personagens são meus bebezinhos então sejam gentis 😭
Eu também não revisei a escrita já que o foco principal é a ideia geral que algum dia irá virar uma comic.
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