Capítulo Dois
A pele negra tinha o mesmo tom de café e constratava com as tranças que eram seu cabelo, brancas como a neve fina que caía do lado de fora. Ela era alta — muito — e vestia um vestido vermelho preso por um cinto preto na cintura, seus olhos escuros pousados sobre Louis.
— Louis e Harry? Vocês, de novo? — Mãe Noel resmungara. — Por que vocês não conseguem conviver por cinco minutos?
Louis se encolhera e ouvira um fungado de Harry, sentado ao seu lado com o braço enfaixado. A Área de Embarque Q23 estava silenciosa, todos prendendo suas respirações com a presença da Mãe Noel ali. Na Véspera de Natal, ela sempre ficava extremamente ocupada e também, contavam os duendes mais antigos, irritadiça antes de partir para entregar presentes aos humanos. Os humanos acreditavam que a Mãe Noel era, na verdade, um homem branco, velho e gordo, então Louis entendia porque isso a chateava.
— Sinto muito, Harry, mas você não poderá voar com a pata quebrada. — Mãe Noel continuara. — E Louis ficará aqui também. Cuidará de Harry até que todos nós tenhamos voltado.
O duende apenas assentira, sem defesa. Tinha explodido e descontara em Harry, que parecia desolado depois do ocorrido. Por isso não se surpreendeu quando, assim que a Mãe Noel fora embora, a rena se erguera e desaparecera pelo grande castelo.
Horas depois, o sol já tinha escorregado do céu e a aurora boreal lançava danças coloridas sobre o castelo de gelo. Sentado em uma janela no alto de uma das torres, Louis suspirava e balançava as pernas no vazio congelante. Diante de si via milhares de trenós abarrotados de presentes se erguerem no ar, comandados por duendes e puxados por renas. Os cascos batiam no ar e impulsionavam a carruagem mais para o alto.
Como todos os anos, naquele momento a rena Harry Styles estaria puxando o trenó velozmente, com a energia de um filhote, a mandíbula aberta em um gigantesco sorriso e os chifres luminosos cegando Louis. Os dois ficariam no mesmo trenó, junto a outros duendes e renas, e eventualmente resmungariam um com o outro durante as entregas. No Natal anterior, Harry o acertara com os chifres e no anterior àquele Louis puxara o rabinho irritante de Harry.
Mas, ao invés disso, o duende sequer sabia onde estava a rena. Resmungou consigo mesmo e se levantou da janela, passando a vagar pelos corredores gelados — o silêncio ali era sufocante, cortado somente pelo som do vento. Em cada janela aberta, flocos de neve entravam. Ao passar pela fábrica vazia, Louis parou em sua mesa de trabalho e baixou o rosto sobre ela alguns instantes. Ali haviam restos de presentes e embalagens e Louis brincou com o papel decorado, sorrindo ao ver as pequenas renas desenhadas saltarem, animadas magicamente — não que os humanos pudessem ver aquilo.
Não era porque Harry Styles o irritava que tinha o direito de agir como agira, ainda mais na época natalina, quando os poderes de um duende estão mais fortes. O silêncio absoluto ao seu redor o atingia como flechas, tornando-o miserável, e desejou veementemente ter aquela rena espalhafatosa ali, batendo os cascos dramaticamente e balançando o rabinho.
Certo. Precisava consertar seu erro.
Ergueu a cabeça da mesa e puxou uma das caixas de presentes para si.
••••
Encontrar Harry Styles fora fácil — Louis o conhecia o suficiente para saber onde estaria. Assim que pisou na Área de Embarque Q23, vazia e inundada pelo silêncio e flocos de neve, viu a rena encolhida em um canto perto da abertura.
A neve rodopiava ao redor de Harry, dançando ao redor de seus chifres, e ele fungava e secava as lágrimas com a faixa de tecido que enrolava seu braço machucado. Com passos lentos, Louis se aproximou e foi engolfado pelo vento gelado do Polo Norte ao chegar perto da abertura.
— Harry.
A rena ergueu seus profundos olhos verdes e os pousou sobre o rosto de Louis antes de descê-los para a caixa enfeitada que o duende trazia nas mãos.
— Me deixe em paz.
— Não posso, tenho ordens de cuidar de você.
— Enfie essas ordens no seu... — A rena se cortou, lançando a cabeça. — Quer saber, não vale a pena discutir. Você só está aqui porque quer consertar sua imagem de “elfo perfeito”.
— Duende. Nós nos chamamos de duendes, Harry. — Louis disse antes de se sentar perto à rena e cruzar as pernas.
— Ah, é isso mesmo. — A rena abriu um sorriso cínico. — Os elfos são altos.
Louis revirou os olhos, porém não conseguiu evitar o pequeno riso que cruzou sua garganta. Sério, Harry Styles não podia existir. Como fazia piadas tão ruins?
A rena encobriu a risadinha com um fungado. Ele parecia tão acabado, no entanto; os olhos profundos e tristes, o grande corpo encolhido sobre si mesmo, o rosto coberto por uma máscara de sombras e sem expressão. Louis perdeu alguns longos instantes observando-o observar o céu nublado.
— Isso foi alguma vingança? — Harry quebrou o silêncio depois de um tempo, indicando o braço machucado.
— De onde tirou isso?
— Eu quebrei seu pé, lembra?
E era óbvio que Louis se lembrava. Em sua primeira noite no castelo, os duendes levaram as crianças órfãs para conhecer os lugares mais importantes e Louis segurava a mão de Eleanor — a menina franzina tremia da cabeça aos pés — quando um filhote de rena afobado correu ao redor deles, cheirando e balançando o rabinho. Desastrado, o animal pisara com seus cascos no pé de Louis, hospitalizando-o durante suas duas primeiras semanas no castelo.
— Isso foi há muito, muito tempo, Harry. — O duende ergueu uma sobrancelha. — Você acha que eu ainda guardo rancor?
— Era minha teoria. Você sempre pareceu me odiar tanto, Lou. — O queixo anguloso da rena tremeu visivelmente. — E hoje... Hoje foi muito ruim.
— Eu sei. — O silêncio retornou, sendo cortado apenas pelo som do vento. Os flocos de neve ardiam ao bater sobre o rosto de Louis e os brincos de pérola de Harry se enroscava em seus cachos longos. O duende suspirou: — Você é sempre essa coisa elétrica e animada e isso me irrita. Você parece um filhote aprendendo a andar, Harry, e ainda é teimoso, nunca me escuta e faz as coisas como bem quer e entende.
— Você que nunca me escuta! — Harry apontou o dedo. — Sempre resmungando, ranzinza! É o duende mais chato que já conheci! E acha que sabe tudo, pois bem, Louis, “você não sabe de nada”. Hoje... a Véspera de Natal é o dia que mais amo no ano inteiro.
— Eu sei. — O duende repetiu a mesma frase. — É sua época mais eufórica.
Harry não respondeu, seus olhos mais uma vez voltados para o céu noturno. A nuvem de tempestade parecia estar se afastando, levando a neve consigo e liberando a visão das constelações. As estrelas formavam conjuntos mágicos que guiavam as renas enquanto voavam, o que tornava mais fácil para elas encontrar os destinatários dos presentes. Talvez Harry estivesse pensando sobre onde deveria estar — provavelmente estariam sobrevoando a Sibéria naquele momento.
Louis roçou os dedos na caixa de presente, a qual ainda repousava sobre suas pernas cruzadas. Baixou o rosto e fechou os olhos em uma patética tentativa de conseguir coragem para contar o que jamais contara para qualquer outra pessoa. Seu segredo, aquele que carregava pendurado em uma fina corrente ao redor do pescoço.
— A Véspera de Natal é uma data delicada para mim todos os anos. — Começou. Não ergueu os olhos, porém sabia que a atenção de Harry estava sobre si, então puxou o colar de seu pescoço, passando-o pela cabeça. — Eu nasci no dia 24 de dezembro e fui abandonado uma semana depois, enrolado em um simples cobertor. Nevava muito e quando as freiras do orfanato me encontraram eu estava quase morto por hipotermia. Lembro de pouca coisa dos quatro anos que passei vivendo com os humanos, mas lembro bem das freiras contando essa história para mim.
“Elas me deixaram ficar com o colar, o mesmo que guardei a vida inteira, até quando cheguei aqui. Viver no castelo é um sonho, ser adotado pela maior família do mundo é outro. Amo o que faço aqui, amo embalar presentes o ano inteiro e voar na época do Natal para entregá-los pelo mundo. Amei cada momento nesse lugar, mas ainda assim sinto que falta uma peça dentro de mim.
O colar tem um pingente em forma de coração, daqueles que se abrem, e dentro tem meu nome e a data em que nasci. Isso quer dizer que fui desejado, que alguém se importava a ponto de registrar meu nascimento. Alguém me deu um nome e um colar e então... me abandonou dias depois. Quanto mais penso sobre isso, mais dúvidas surgem. Sempre fico imaginando como seria a Véspera de Natal se eu ainda vivesse como humano. Quer dizer, aniversário e Natal juntos? Seria fantástico, tenho certeza! Quem era minha família? Por quê me deixaram? O que aconteceu? São perguntas das quais nunca saberei a resposta.”
Ao terminar o monólogo, Louis soltou o ar pelos pulmões e ergueu o olhar para Harry. A rena o observava, o cenho franzido.
— Achei que nunca pararia de falar. — Resmungou e o duende revirou os olhos. Aquela criatura de chifres grandes jamais o deixaria em paz, isso era certo.
— Não sei porque tento falar algo sério com você, Edward.
Harry batucou os dedos no gelo e então, para a surpresa de Louis, arrastou-se pelo chão até estar ao lado do duende. Sentados lado a lado, Louis viu a rena brincar com os fiapos da roupa que usava, os lábios apertados um contra o outro.
O estômago do duende se revirava constantemente, em ondas e mais ondas de emoções conflituosas. Abrira seu coração, contara seus medos, seu segredo mais bem profundo. Não queria que a rena pensasse que não era grato, porque ele o era — naquele castelo ganhara uma família, amor e vida. Seria eternamente grato à Mãe Noel por acolhê-lo ali, por escolhê-lo entre tantas crianças órfãs do mundo.
— Posso ver? — Harry resmungou, de repente, os grandes olhos verdes pousados sobre Louis. — Digo, o colar.
Trêmulo, o duende pousou a fina corrente de ouro, adornada pelo pingente, sobre a mão estendida da rena. Harry rodopiou o pequeno coração de ouro entre os dedos, traçando as palavras entalhadas com delicadeza. Parecia estar segurando o próprio coração de Louis — e talvez estivesse, ou pelo menos parte dele.
— Desculpa, Lou. — Sussurrou, devolvendo o colar. — Eu não deveria ter falado sem pensar. Só queria atenção e acabei falando bobagem.
— Sempre a rena carente. — Louis sorriu e foi impossível controlar seus dedos quando estes se afundaram nas covinhas que surgiram nas bochechas de Harry quando ele sorriu de volta. — Vim aqui para pedir desculpas e até nisso você se adianta. O que faço com você, Harry?
A rena riu baixinho e empurrou de leve o ombro do duende. A relação dos dois sempre fora daquela forma, tempestiva, repleta de piadinhas irritantes e resmungos por parte de Louis. O duende sempre revirava os olhos ao ver o rabinho animado de Harry balançando incansavelmente.
— Você é muito lento. Não é minha culpa. As coisas são assim no mundo dos anões?
— Muito engraçado. — Louis fez uma careta enquanto enroscava com o dedo um cacho do cabelo de Harry e brincava com ele. — Agora cale a boca e me deixe falar, ok?
— Claro, metido. Quer segurar minha mão?
— Calado, Edward. — Louis resmungou, porém, mesmo assim, deslizou a mão dos cachos para o braço de Harry, entrelaçando a mão dos dois. A rena conhecia o suficiente o duende para saber que, apesar das intrigas constantes, Louis gostava quando seguravam sua mão em momentos importantes. Um hábito que tentava evitar, em especial quando se tratava de Harry e seus sorrisos debochados. — Me perdoe por ter gritado, te empurrado e te impedido de voar hoje. Sei porque a Véspera de Natal é tão importante para você e nunca deveria ter te feito perder esse momento.
— Não vamos falar sobre isso, Lou. — Harry tentou puxar a mão, porém o duende a segurou.
Tocou o queixo da rena com a ponta dos dedos, puxando-o para si. Os olhos de Harry estavam profundos e apreensivos.
— Eu sei. — Louis sussurrou. — E também tenho vontade de chutar a cara de algumas renas por ai pelo o que dizem. Mas bem, não é como se eu não quisesse chutar a sua cara de tempos em tempos.
Aquilo arrancou um riso engasgado de Harry e Louis pôde ver suas expressões relaxarem. A rena empurrou-o pelo ombro e o duende o empurrou de volta.
E então, o peso que ambos carregavam sumiu. Louis respirou profundamente, deixando o oxigênio cruzar seu corpo verdadeiramente pela primeira vez naquele dia. Eleanor estava certa, afinal: quando queriam, ele e aquela rena desengonçada trabalhavam bem juntos. Estava acostumado com Harry e suas bizarrices, tão acostumado que, se fosse sincero consigo mesmo, admitiria que gostava de ser designado para a Área de Embarque Q23.
E bem, era ali que Louis ouvira tantas vezes as renas cochichando sobre Harry, sobre o problema que tinha nas patas. As juntas da rena jamais se fixaram corretamente e por isso era tão desastrado, tropeçando e escorregando, andando de um jeito engraçado sobre cascos ou pés. Era verdade que Harry se metia em várias confusões por causa de suas pernas — porém isso era somente porque queria ser normal, ser como qualquer outra rena.
Durante o ano, ele nunca era designado para fazer viagens ao mundo humano. Mesmo com magia, o castelo precisava estar em contato com o mundo humano e também com as outras criaturas mágicas existentes. Elfos, anões e fadas viviam em lugares escondidos pelo mundo e as renas faziam os serviços de conexão entre esses povos. Harry, no entanto, nunca voava durante o ano, já que preferiam enviar qualquer outra rena a ele — exceto na Véspera de Natal, quando cada rena possível era necessária.
— Obrigado, Lou. — Harry cortou os pensamentos do duende.
— Nada a agradecer. Mas não ache que pararei de rir de você, Edward Desastre Em Quatro Patas.
— Isso é inveja de baixinhos. — A rena riu e Louis apertou a união de suas mãos. — E também porque sou muito mais bonito e gostoso.
— Ah, por favor! — Louis revirou os olhos.
O duende com certeza se estressaria com a rena em algum momento nos próximos dias — talvez até mesmo nas próximas horas — porém, naquele momento, sentiu-se cheio e feliz. Harry era a criatura que comia rápido demais, sentava na mesa de trabalho de Louis, misturava os brinquedos e o batia com os chifres. Fora o filhote que causara a primeira fratura nos ossos de Louis, mas também a criança que o visitara na ala hospitalar todos os dias. Os dois se irritavam, era o jeito deles.
— Ok, você é bonitinho, Lou. — Harry disse.
Louis apenas o encarou, descrente, e a rena gargalhou abertamente pela primeira vez desde aquela manhã, jogando a cabeça para trás. As luzinhas presas em seus chifres, apagadas, tintilaram e o duende aproveitou para acendê-las lançando um simples feitiço. Elas piscaram, coloridas e intensas, e de repente Harry parecia muito, muito bonito.
Por isso Louis apenas se esticou e aproveitou-se da situação para morder de leve a bochecha carnuda da rena. E Harry, bem, retribuiu pousando um beijinho no nariz pontudo de Louis.
— Ergh, não seja meloso, Edward. Babou meu nariz.
E obviamente Louis recebeu uma grande lambida no rosto pelo comentário. Afinal, era Harry Styles ao seu lado.
— Não seja resmungão, Lou. Ei, vai me dar meu presente ou não?
— Quem disse que é para você? — Louis puxou a caixa decorada contra si.
— E não é? — Harry deixou a cabeça pender para o lado, o olhar duvidoso. Céus, ele ficava encantadoramente irritante com aquele olhar, na opinião de Louis.
Bufando, o duende esticou a caixa. A rena, como sempre afobada, praticamente saltou, o sorriso de covinhas no rosto enquanto rasgava avidamente a embalagem, mesmo usando uma mão só. Louis riu do eterno espírito de filhote que Harry tinha.
Porém, quando finalmente ergueu a tampa da caixa e olhou seu interior, Harry franziu o cenho. Virou o presente de cabeça para baixo e sacudiu-o, mas absolutamente nada caiu dele.
— Uma caixa vazia? Sério? — Franziu o cenho para Louis. — Você é ridículo!
— Sua cara foi ótima! — Louis riu, no entanto parou quando viu os lábios de Harry formarem um bico gigantesco. — Ela não está vazia.
— Posso não saber muito sobre presentes, mas isso... — A rena sacudiu a caixa mais uma vez. — Isso com certeza está vazio.
O duende se sentia leve, embebido de felicidade. A expressão contrariada de Harry era fofa e o duende se viu traçando o rosto da rena antes mesmo que se desse conta do que fazia.
— Nem todos os presentes são materiais. Na verdade, entregamos mais caixas como essas do que qualquer outro tipo de presente. — As sobrancelhas de Harry se franziram ainda mais e Louis passou a ponta dos dedos sobre elas. — São presentes que são tudo, menos vazios. Nessas caixas colocamos sentimentos, Harry.
A rena suspirou, os olhos verdes voltando-se novamente para o presente.
— Sentimentos?
— Sim. Tiramos um pouco dos nossos, embalamos e enviamos para o mundo humano.
— E qual você me deu, Lou? — Harry sorria e brilhava sob as luzes coloridas.
Louis apertou as bochechas da rena e então sussurrou:
— Amor. — Harry radiou felicidade ao ouvir aquela palavrinha e Louis soube que o presente finalmente fora aceito realmente. — E bem, também um pouco de irritação, é claro. Por causa desse presente tive que bagunçar minha mesa de trabalho de novo, cortei a mão com papel e usei mais magia que...
Os resmungos do duende foram interrompidos pela gargalhada de Harry e pelos sinos das torres. Os relógios batiam meia-noite em uma cacofonia alta e mágica que se juntava ao som alto do riso da rena. Era como assistir uma orquestra descoordenada tocar — no entanto, os sons combinavam e fizeram Louis sorrir.
— Achei que era algo para comer! — Gritou Harry para se fazer ouvir sobre o barulho dos sinos. O som ecoava nas paredes de gelo do castelo vazio, intensificando-se muito além do normal.
— Ano que vem te dou uvas passas! — Gritou Louis em retorno.
— Eca, Lou!
E, quando os sinos pararam, duende e rena se enroscaram em um abraço entranho, torto e desengonçado. Tremiam juntos devido ao riso, porém se seguravam forte um contra o outro, envolvidos pela calmaria dos primeiros minutos do dia de Natal. O céu descoberto revelava constelações sorridentes que cobriam Louis e Harry com um belo manto.
Na manhã seguinte, seriam acordados pelo barulho da volta dos trenós. Estariam deitados no chão gélido da Área de Embarque Q23 e Harry teria se transformado em sua forma de rena durante o sono, fazendo Louis resmungar sobre pelos em sua língua. Resmungariam um com o outro por isso, ali, diante de todos os duende e renas que festejavam mais um Natal bem sucedido.
Obviamente, Harry seguiria Louis pelo castelo, falando como é ruim não poder andar em sua forma de rena devido à pata machucada. E Louis, revirando os olhos, mandariam Harry comer capim.
Porém, quando a noite do 25 de dezembro escorresse pelo céu, os dois estariam juntos, sentados na Área de Embarque Q23 lado a lado, as mãos entrelaçadas. Harry morderia o ombro de Louis e então deixaria beijinhos ali. Louis enroscaria os dedos nos cachos de Harry e brincaria com o brinco de pérola enroscado nos fios. Nenhum dos dois admitiriam em voz alta que aquele fora o melhor Natal que tiveram.
De longe, Eleanor olharia para a cena sorrindo, afinal, seu plano finalmente funcionara.
[3277 palavras]
[Total: 4523 palavras]
____________
Acabei reduzindo para dois capítulos apenas. Espero que tenham gostado.
Com amor,
Kyv❤
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top