EU NASCI PARA SER SEU AMIGO
LEIAM O AVISO DO PRIMEIRO CAPÍTULO E COMENTEM BASTANTE PRA EU SABER O QUE VCS ESTÃO ACHANDO. AMO VCS.
Capítulo 1 - Eu Nasci para ser seu amigo
– Jungkook? O que tá fazendo acordado? – Jimin questionou surpreso por ver o amigo sentado na cama olhando pro nada. O ômega estava inegavelmente bonito e Jungkook quase se derreteu ao ver os olhinhos irritados, que indicavam que ele provavelmente havia chorado a pouco.
– Você demorou, então pensei em esperar. Fiquei preocupado. Não é exatamente seguro pra um ômega andar sozinho a esse horário. – Jungkook pontuou analisando o menino, que bufou, frustrado por todo o seu dia cansativo e por sentir uma pontada de ternura pelo alfa. – Como foi a terapia em grupo?
– Acho que igual a sempre. – Deu de ombros tirando a bolsa do ombro e a colocando sobre a mesinha de escrivaninha sobre o seu lado. O quarto não tinha muitas coisas, eram duas camas separadas por uma cômoda pequena. Duas escrivaninhas, uma de cada lado da porta, um guarda-roupa grande compartilhado, um banheiro mediano e um pequeno frigobar com uma prateleira frágil que sustentava um pequeno micro-ondas. O suficiente para dois universitários viverem. – Eu não tinha muito o que falar, então apenas escutei os outros.
– Eu odeio como você sempre volta irritado de lá. – Murmurou, mas Jimin sorriu doce. Jungkook era um grande cara, tinha um coração de manteiga e qualquer um conseguia ver isso. Não negava que sempre voltava um pouco transtornado da terapia de grupo, mas depois de ouvir todos os absurdos e preconceitos que aquelas pessoas passavam, era impossível não ficar revoltado. – Por que demorou tanto? Pensei que acabava as sete?
– E acaba. Eu saí com um cara. – Murmurou enquanto pegava o lencinho para tirar o resquício de maquiagem, mas encarou Jungkook para fazer o biquinho e choramingar. – Foi horrível, Jun. Sério. Acho que foi o pior de todos.
Jungkook riu superficialmente, desacreditado, mesmo que por dentro estivesse chateado. Jimin era um ômega livre, ao menos estava lutando para ser. Jungkook se orgulhava da força dele, de toda sua coragem em ser quem realmente era. Jimin era um ômega e Jungkook nunca diria o contrário, mesmo que o mundo todo o enxergasse como um alfa, para Jungkook, Jimin era o ômega mais bonito do mundo e merecia o respeito.
Sabia que Jimin estava focado em sua luta. O ômega estava indo a médicos e tentando lutar pelos seus direitos, pelo direito de ser quem ele era, não tinha tempo para pensar em um relacionamento sério ou coisas assim, mas uma pequena parte de Jungkook se despedaçava ao vê-lo saindo com outros.
Que a verdade seja dita, ninguém nunca o trataria como Jungkook poderia o tratar. Jungkook era apaixonado por aquele ômega desde o primeiro dia em que o viu, ainda na porta do dormitório, enquanto o ômega tentava explicar que havia acontecido um engano e não poderia ficar em um dormitório alfa. Claro que Jimin não conseguiu convencer a mente fechada do reitor a muda-lo para o dormitório ômega e depois de seu colega de quarto se recusar a dividir o quarto com um transexual, Jungkook se ofereceu de bom grado.
Ali uma grande amizade nasceu. Jungkook o ajudava sempre que possível com o que ele precisasse e mesmo que tivesse que se preocupar em ajudar outras pessoas, como Guilherme, Taehyung e até mesmo Dylan, que estava tendo um lapso por gostar de outro alfa. Ele tentava estar sempre presente para o ômega.
Se oferecia para acompanha-lo a todos os lugares e gostava de o levar ao médico, porque ele sempre ficava cheio de esperança ao saber que o tratamento estava avançando, mas em partes, também por medo.
Era ridículo, mas para algumas pessoas, o fato de Jimin ser um ômega, era uma grande ofensa. Alguns se contentavam em apenas dizer palavras odiosas contra o menor, o que para Jungkook já era um absurdo, mas Jimin sempre os rebatia de frente, sem medo de ser quem era, mas outro usavam da violência e eram desses que Jungkook tinha verdadeiro medo.
Jimin não era fraco ao todo, mas os hormônios de ômega o deixava mais cansado e abatido e com certeza não aguentaria um alfa em um mano a mano. Jungkook gostaria de proteger o menino, de segurar sua mão e o acompanhar durante sua caminhada, de o apoiar e estar ali por ele. Jungkook gostaria de dizer que gostava dele e queria que Jimin fosse o seu ômega, mas o menino não parecia pensar do mesmo jeito.
Ele via Jungkook mais como um melhor amigo, o confidente. Jimin se sentia seguro com Jungkook. Sentia que estava em casa com o alfa, em um ambiente confortável e seguro. Onde poderia ser ele mesmo.
– Pior do que o que te levou para jogar futebol? – Questionou sem realmente querer saber.
– Muito pior. – Jimin choramingou indo para perto do alfa, se sentando ao seu lado na cama. – Ele não quis segurar a minha mão. Disse que meu cheiro era estranho e confuso e me chamou de cara o tempo todo. – Contou sentido, porque aqueles eram tópicos sensíveis. Jimin tomava muitos remédios, a maioria para tentar dar ao seu lobo o que ele precisava para agir como quem era, mas o tratamento era lento e demorado e seu cheiro ainda não havia mudado, por isso ele o mascarava com perfume. O resultado não ficava 100%, claro que não, era um perfume sobre o outro e Jimin sabia que só estaria bom, quando seu próprio cheiro fosse o suficiente, mas ninguém precisava falar isso pra ele. – Eu achei que ele era o alfa certo, mas ele claramente não me vê como um ômega.
– Jimin, eu já falei pra você. Esses caras não têm maturidade o suficiente para entender o que é respeito. Não deveria sair com eles. – Disse com um olhar carinhoso para o menino.
– Eu sei, mas o que eu vou fazer? – Resmungou. – Eu estou tomando hormônios ômegas a mais de 10 meses, Jun. De acordo com o médico, as coisas já estão enfim mudando. Talvez no meu próximo cio... – Jungkook se arrepiou ao ouvir aquilo, não queria nem pensar. – Eu preciso de um alfa. Não posso mais passar sozinho. Meu lobo está feliz, mas ainda não está acostumado com o corpo novo, em ser quem ele é.
– Você consegue sentir as mudanças? – Questionou engolindo em seco. Ele com toda certeza havia notado. Jimin estava reluzindo. Sua barba havia sumido, seus pelos quase não existiam, seu feromônio original estava bem mais fraco, sua pele mais limpa, havia perdido músculos e encorpado e estava muito mais sentimental e sensível.
– Você acha que eu não mudei? – Questionou preocupado e um pouco ressentido. Jungkook não havia notado, ou as mudanças não eram tão claras assim? Jimin não sabia o que o deixava mais chateado.
– Claro que você mudou, Min. Só queria saber se você se sente diferente, tipo o seu lobo e tal? – O Ômega sorriu animado, abraçando seu braço e se aproximando mais do amigo, porque Jimin gostava de calor, gostava da proximidade e principalmente gostava da intimidade que tinha com Jungkook. Era como se pudesse falar e fazer qualquer coisa, como se Jun nunca fosse o barrar em nada e esse tipo de amizade era rara na vida do ômega.
– Ah, Jun. É incrível, apesar de tudo, apesar de ainda não ter todo o corpo de um ômega e de todas as merdas que eu tenho que ouvir, ainda é maravilhoso. – Ele respirou fundo segurando um sorrisinho e entrelaçou sua mão na do alfa, sentindo ele retribuir o aperto e afagar a sua mão. – Sabe... o sentimento de pertencer? De finalmente estar livre? É assim que eu tenho me sentido a algum tempo. – Jungkook sorriu ao ver felicidade genuína nos olhos dele.
– Fico feliz por você, Jimin. De verdade. – Resmungou acariciando a mão menor que a sua com o polegar.
– Mas e você? Por onde esteve hoje? – Questionou curioso para o alfa, que bufou segurando a risada.
– Bom, depois de alguma luta, Dylan admitiu que gosta do Peter e o pediu em namoro. – Contou achando graça que seus amigos sempre se metiam em confusões como aquelas. – A gente ia jantar lá, mas a mãe do Dylan apareceu e... acho que eles vão ter uma conversa séria. – Deu de ombros tentando esconder sua preocupação.
– Os pais dele são difíceis? – Jimin questionou preocupado. Ele nem sequer conseguiria se imaginar sem o apoio dos pais. Seria muito mais difícil enfrentar tudo o que estava enfrentando sem a ajuda e o apoio deles. Fred, um amigo da terapia em grupo, um alfa trans, não tinha esse apoio e Jimin sentia seu peito apertar ao ver o que o alfa passava. Queria poder ajuda-lo, mas não tinha muito o que ele poderia fazer.
– Não. Eu acho que não. Dylan se cobra demais, mas seus pais o amam mais do que tudo. Talvez seja um choque e eles fiquem sem se falar durante um tempo, mas... eles vão voltar. Eu tenho certeza.
– Isso é bom. Foi difícil no começo pra mim também, mas... hoje eles me apoiam mais do que tudo. – Jimin disse encolhendo os ombros, sem soltar a mão gostosa do alfa, apenas colocando sua outra mão por cima, passando os dedos de leve pelas veias que se destacavam na pele quente. – Os seus pais...?
– Ah não. Eu nunca tive esse tipo de problema. Meus pais são bem liberais e eles não ligam. Na verdade, acho que eles ficariam feliz só de eu encontrar alguém. – Ele parou por um segundo e reformulou a frase. – Alguém que não seja o Guilherme ou o Taehy.
– Guilherme é o seu amigo do hormônio, não é? – Questionou rindo fraco. – O gênero fluído? – Jungkook concordou. – Ele tá bem?
– Pra ele, até que sim. Ele é sequelado, então a gente nunca espera muita coisa dele. – Jimin riu do jeito que o alfa falava do amigo de infância. – Ele está marcado com o Louis, então eu acho que ele ta no melhor dos mundos.
– E o Taehy? – Jimin questionou com uma carinha arteira, beliscando a barriga do alfa. – Nunca rolou nada entre vocês? Ele é um ômega muito bonito. – Jungkook fez uma careta, por que não, Jimin era um ômega muito bonito e era perfeito para si, Taehyung era...
– Taehyung não é nem gente pra mim. – Respondeu fazendo Jimin rir. – Na verdade, sabe o Yoongi e o Hoseok? – Cochichou, já que iria fofocar. E Jimin não precisou concordar, porque Yoongi e Hoseok também moravam naquela fraternidade. – Eles estão saindo com o Taehy.
– É sério? – Questionou surpreso pela surpresa. – Pensei que os dois estavam tendo um caso.
– E estavam, mas eles gostavam do Taehyung e bom... aquele ômega é meio... digamos que talvez, dois alfas sejam pouco pra ele. – Jimin o deu um tapinha por falar daquela forma, mesmo que estivesse rindo da brincadeira do mais velho. – Eles parecem estar se acertando.
– Isso é ótimo. – Suspirou passando os dedinhos pelos cabelos rosados. – Gostaria de conhece-los algum dia. – Jungkook riu baixo e negou.
– Vai por mim, não gostaria não. Na verdade, se eu pudesse desconhecer o Guilherme, com certeza faria isso. – Jimin riu mais uma vez se levantando para tomar seu banho, mas antes lhe deu um beijinho na bochecha, o deixando um tanto acelerado pela aproximação. Jungkook se sentia um bobo, porque era sempre assim e sabia que Jimin não fazia com segundas intenções, mas não conseguia controlar seu coração bobo, que criava esperanças de que um dia o ômega notaria que sempre esteve ali, o esperando. – Eu trouxe comida da casa do Dylan, se quiser está no frigobar. – Disse tentando disfarçar seu pequeno deslize, seu quase descontrole em querer toca-lo, mas não era como se o menino tivesse notado. Na cabeça de Jimin, um alfa como Jungkook, nunca se interessaria por um ômega como ele. Jimin concordou agradecendo e logo foi para o banheiro, tomar seu banho merecido e tentar relaxar depois do longo e cansativo dia.
Jungkook se jogou na cama e respirou fundo. Jimin estava certo e isso o assustava, em breve Jimin teria um cio e agora que seu lobo tinha tudo o que era necessário para ser e agir como um ômega, agora que ele estava enfim livre, ele agiria como tal. Cheiro, lubrificação, dor, calor, e outro alfa tocando no seu ômega.
Isso seria uma tortura.
BORN THIS WAY
E ESSA SERÁ A ÚLTIMA HISTÓRIA.
PEGARAM AS REFERENCIAS? LOCALIZARAM QUEM É QUEM?
ESTÃO GOSTANDO?
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