A resistência: À beira do caos

Trago-vos um novo livro! O título é A resistência: À beira do caos e a autora é @cristil_sil

Vocês vão começar a dizer que só faço booktrailers com protagonistas ruivas, mas juro que foi pura coincidência. Espero que a próxima não seja ruiva, até porque já estou a ficar sem stock de atrizes que preencham esse requesito kkkkkkkk

https://youtu.be/HPq1AnMv2tY

Se você gostou do trailer, deixe o seu voto para me incentivar a continuar o trabalho que faço.

Para quem quiser imergir nesta história com os olhos completamente fechados, aconselho a que não leiam a resenha abaixo, ela tem alguns pequenos SPOILERS (nada de muito flagrante, como revelar o final ou algo do género, é claro).


Resenha

Nunca se cria nada a partir do vazio. Então, não estranhem se este livro vos recordar dos famosos Jogos Vorazes de Susanne Collins, ou A Seleção de Kiera Cass, ou até Maze Runner de James Dashner. Ainda que a obra tenha sido pensada antes de alguns destes grandes êxitos fazerem furor pelo mundo fora, a identificação é fácil e imediata.

Em A resistência a nossa protagonista, Emily, vive num dos onze Setores de Gaia, antiga América do Norte. Ela trava uma luta contra o tempo, sabendo que a qualquer momento o vírus que contém no sangue dela pode despertar e sugar-lhe a vida. Mas depois do nome dela ser sorteado, de ela ser a elegida do setor 7, ela tem a oportunidade de ser uma das curadas que vive na Matriz. Nunca mais passar fome ou frio. Ser até rica, famosa e conviver com a família real. Só que para isso ela vai ter de deixar a sua antiga vida para trás. Pior, vai ter que deixar de ver a única pessoa que ela ama, a única pessoa que lhe resta e que sempre fez de tudo por ela.

Como podem ver, os traços gerais da história lembram muitos os universos fictícios já citados, mas quanto mais nos embrenhamos pelas páginas do livro, mais fácil é esquecer essas referências e perceber que este mundo tem uma identidade muito própria.

Os mistérios que vão surgindo ao longo da trama são os suficientes para nos deixar colados às palavras envolventes e de fácil leitura da autora. E claro, como não podia deixar de ser, alguns segredos ficam por ser revelados nos livros seguintes da trilogia. Deixando o leitor a salivar por mais.

Contudo, aquilo que considero ser o ingrediente diferenciador desta história é, na verdade, uma personagem e a sua consequente relação com a nossa protagonista ruiva. Nathan é pintado por Emily como um príncipe sem coração, impiedoso, arrogante e antipático. E convenhamos que os comportamentos que ele tem com a nossa mocinha não ajudam muito a limpar essa imagem. Ele parece estar disposto a fazer da vida dela um verdadeiro inferno. Mas o leitor, através dos olhos da Emily, vai percebendo que o Nathan é alguém demasiado complexo para se perceber logo à primeira... ou à segunda.... ou à terceira vista... Bom, são precisos muitos encontros entre estes dois para mergulhar na alma profunda do Nathan e chegamos ao fim sem ter chegado sequer perto do fundo do ser deste homem enigmático. Sem dúvida, a melhor e mais rica personagem do livro. Arrisco-me até a dizer que será das melhores personagens com que já me deparei no universo literário.

Um outro ponto muito bem conseguido é o triângulo amoroso formado pelo Lucas, Emily e Nathan. Os fãs de Crepúsculo vão, certamente, delirar com o coração dividido da protagonista desta história que tanto lembra o da Bella. Por muito que se seja #teamlucas ou #teamnathan é impossível não compreender os sentimentos contraditórios e conflituosos que a Emily sente e não achar fofo cada momento romântico que ela passa com qualquer um dos dois. Ao contrário de outras histórias em que é fácil para o leitor descartar um dos vértices do triângulo, aqui você vai apenas fechar um pouco os olhos para o vértice que você torce para que não seja o escolhido da Emily. Porque todos nós temos de ter o nosso favoritismo, por muito que balancemos ao longo da história, no fim vamos ter de escolher um dos lados.

O nosso príncipe demora a aparecer na história, então é fácil simpatizarmos com o romance que a Emily vive com o Lucas, no início. Ainda assim, eu tenho que confessar que achei o Lucas uma personagem um pouco apagada. Demasiado perfeito para ser humano, e, por isso, um pouco entediante. Espero realmente que a sua personalidade seja melhor explorada no próximo livro, para que eu o possa entender um pouco melhor. O ritmo de leitura começa a acelerar com a entrada de Nathan e as coisas parecem fluir de uma forma mais natural e cativante.

E a nossa Emily? O que dizer dela? Ela não é uma protagonista muito diferente de outras de distopias como Jogos Vorazes, Divergente ou A Seleção. Acho que isso faz parte. Nós precisamos de protagonistas corajosas e bondosas, mas que tenham as suas fraquezas para que nos possamos identificar com elas de alguma forma. Que tenham um passado atribulado ou uma vida triste e deprimente... Porque se tudo estivesse certinho na vida delas não iriamos ler com tanto afinco na esperança de que elas conseguissem dar a volta por cima. É muito fácil desenvolver empatia com a Emily e compreender as suas dúvidas e receios. Já para não falar que a sua evolução na história é bem notória.Às vezes, vamos querer agitá-la um pouco para ver se ela acorda para a vida e outras vamos querer abraçá-la de tão orgulhosos que estamos dela. Isso a torna humana. Isso a torna interessante. Isso a torna inesquecível e, ironicamente, única. 

A capa do livro é belíssima (está no fim deste documento) e apresenta um símbolo de uma borboleta azul, símbolo esse que é referenciado na parte final do livro. Porém, não existe qualquer explicação para a sua simbologia. Dei uma pesquisada e percebi que é uma espécie rara de borboleta e sendo que Nathan caracteriza a Emily como uma raridade genética, poderá ser por aí. Ainda assim, seria interessante em futuros livros explicar a existência de tal analogia.

Por muito que o entusiasmo que sinto por este livro seja enorme, tenho que lhe colocar um pequeno freio, senão escrevo páginas e páginas sobre a realidade viciante que encontrei em A resitência. Caro leitor, como já deve ser óbvio, recomendo vivamente a leitura desta obra, com capítulos curtos e descrições objetivas e pertinentes, não exige grande esforço cognitivo e nunca chega a cansar, podendo passar horas seguidas mergulhando nas suas páginas. O final, como não podia deixar de ser, é surpreendente e nos deixa com muitas interrogações e especulações acerca do futuro da nossa Emily.

Espero que muitas futuras histórias se inspirem um pouco na realidade que a Cris Silva nos traz com este livro, porque nada se cria a partir do vazio.

Muito obrigada, @cristil_sil

Frase lema que eu faria para este livro: Você só cresce como pessoa quando quem está do seu lado o desafia constantemente.


Análise em Parâmetros 

Capa

Difícil não dar 5 estrelas para a capa, não é? Ela reporta mesmo para uma distopia e os tons foram muito bem escolhidos. A borboleta azul é um excelente símbolo, apesar de não ser extremamente inovador. É possível encontrar outros livros com uma borboleta na capa, inclusivamente quando vi o livro, veio-me logo à memória o livro de Gemma Malley (The Declaration). É de demarcar o detalhe nas asas da borboleta utilizada, que reporta às células. Isso é simplesmente genial.

Sinopse

Ela é cativante o suficiente. Você não fica com uma clara ideia do que vai acontecer no livro, mantendo-se um clima de mistério no ar, sem ser totalmente ambígua, e isso é muito bom. Quando li a sinopse fiquei interessada em ler o livro e acho que isso é o principal. Está bastante bem estruturada e tem os pontos fundamentais.

Personagens

Apesar de Nathan e Emily estarem muito bem construídos e desenvolvidos, sinto que as personagens restantes se apagam um pouco à volta dos dois. Existem personagens bem clichés e a Mia me lembra muito a pequena Rue de Jogos Vorazes (as semelhanças são gritantes, mesmo que não seja intencional).

História

A história é bem envolvente e os mistérios são mais do que suficientes. No início é difícil você se descolar de outras referências literárias e as semelhanças impedem de você achar o livro inovador. No entanto, rapidamente você se envolve na trama e vê-se emaranhado de tal forma na rede que a autora criou, que nunca mais consegue escapar. Pior, acaba suspirando por mais. Isso é prova mais do que suficiente do talento envolvido neste quesito.

Escrita

O livro é de fácil leitura, está bem estruturado e organizado. Os capítulos são curtos e a narração na primeira pessoa facilita a identificação com a protagonista. O vocabulário utilizado é de fácil compreensão e não é repetitivo. Isso acaba por se tornar um aspeto positivo, mas também negativo. Terminei o livro achando que era uma leitura simples demais, sem grandes floreados ou palavras bonitas. Não existiram momentos em que eu tenha parado só para apreciar uma frase. A história, em si, foi capaz de me tirar o ar, mas as palavras, por si só, não. Não existiram o que eu denomino de frases "Uau".

É possível encontrar pequenas gralhas em alguns capítulos, mas eles não tornam a leitura menos fluente. Fez-me alguma confusão os vocativos não estarem separados por vírgula (por exemplo: Oi, Emily).

Avaliação Global


Deixo aqui a maravilhosa capa do livro.

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