VAGA IDEIA
Capítulo 7 – Vaga ideia
Jimin havia passado a noite encolhido em sua cama, rezando para que tudo aquilo fosse um maldito sonho e que sua vida não estivesse condenada, mas assim que o sol nasceu e tudo continuou igual se conformou de que aquela era a sua realidade e que talvez fosse por isso que nunca havia se sentido confortável em suas noites com ladys.
E após repensar todos os seus curtos e superficiais relacionamentos, percebeu que o psicólogo estava certo. Ele tinha o poder em suas mãos, o poder de mudar o mundo, ou ao menos seu país, e mesmo que isso fosse assustador agora, no futuro não seria nada.
Quando era menor, tinha medo de assumir o trono e hoje aquele monstro não era mais tão grande. Esperava que com isso fosse o mesmo. Esperava um dia olhar para trás e ver que aquele mal havia vindo para o bem.
Após tomar o café se dirigiu para sua sala, sabia que estava muito mais cedo do que o normal e assim que o médico acordasse, viria a sua procura.
Agora que já sabia sobre alguns dos seus gostos, não tinha ideia de qual seria o próximo passo em seu tratamento, mas esperava que não fosse nada tão chocante quanto foi o da noite passada.
Lá pelas 8:30 Jungkook entrou pela sua porta, sem ser anunciado ou bater e com uma cara ligeiramente preocupada. Ele vestia uma camisa de botões que se colava em seu tronco, com as mangas dobradas em seus cotovelos e uma calça que marcava suas coxas, Jimin demorou para notar que o olhava, mas com esforço desviou o olhar.
Se perguntava o que estava acontecendo consigo, nunca havia olhado para outro homem daquela forma, nem mesmo para o médico, mas agora que sabia sobre aquele seu pequeno gosto parecia que tudo lhe chamava a atenção, como se o obrigasse a olhar.
– Está tudo bem? Me falaram que você acordou cedo. – Perguntou se aproximando. Não era bobo e muito menos novo naquilo, havia visto a forma como o príncipe havia lhe encarado e tentava se convencer de que era algo normal.
Afinal, sempre que algo entrava no nosso radar pela primeira vez, tudo parecia puxar seu olhar. Jeon se lembrava de quando queria comprar um carro Virtus branco e logo tudo o que seus olhos viam, eram Virtus brancos em todos os lugares.
Por coisas normais e cotidianas como essa, ele sabia que agora que Jimin sabia que parte da sua sexualidade era atraída por homens, iria enxergar todos com outros olhos, até mesmo ver outros homens gays, que antes não enxergava. Isso seria algo normal.
E, mesmo sabendo que era atraente aos olhos, se arrepiou com a ideia de Jimin lhe olhando daquela forma, com olhos tão fixos e hipnotizados, como se estivesse pronto para o pior.
E o que mais lhe assustou foi o pensamento de que queria mostrar o pior para Jimin. Tinha aquele desejo que precisava ser reprimido de verdadeiramente querer mostrar algo real para ele. Era um desejo novo que estava criando e que esperava conseguir reprimir e disfarçar o máximo possível, mesmo sabendo que essa não era a melhor forma de tratar o assunto.
Mas, pior do que aquilo, seria se meter com um cliente, ainda mais um maldito príncipe.
– Estou. Não consegui dormir direito e achei melhor levantar para adiantar algumas coisas.
– E conseguiu? – Questionou se sentando de frente para o monarca.
– Na verdade, consegui o suficiente para não ter uma desculpa boa o bastante para escapar do conselho. – Admitiu com um tom triste e levemente preocupado.
– Bom, se quer uma desculpa, nós precisamos conversar mais, para entender outros pontos de tudo e avançar no seu tratamento. – Jeon disse de forma neutra.
– Claro. – Resmungou fechando o notebook e guardando alguns papéis na gaveta. – Sobre o que?
– Bom, pra começar, eu gostaria de saber como está sua mente depois de tudo o que descobriu e viu ontem. – Questionou analisando o outro homem, que parecia levemente ansioso e desconfortável.
– Eu não tenho certeza. – Admitiu. – Estou com medo, claro, mas também pensei no que você disse e percebi que tem razão. Eu tenho o poder de mudar e de influenciar o meu país e até o resto do mundo de certa forma. Eu não deveria me esconder, deveria levar isso à tona de alguma forma e fazer a diferença.
– Fico feliz que pense assim, mas se esse é verdadeiramente o seu pensamento, do que tem medo?
– Estou com medo de errar, de não ser aceito e até de ser silenciado. Minha vida sempre foi isso, sempre foi meu povo e o meu dever, se eu perder isso, eu nem ao menos saberia o que fazer. Nunca tive um plano B. O preconceito ainda é muito grande no mundo todo e as pessoas podem não me querer no trono se souberem disso.
– Entendo o seu medo, mas, antes de temer totalmente, por que não vamos mais a fundo em descobrir o que de fato é isso? – Sugeriu. – Você fantasiou com um homem e até mesmo sentiu atração os vendo ontem, então dessa parte já sabemos, mas você também me disse que teve relacionamentos com outras mulheres, então agora vamos focar nisso e entender o que você acha sobre elas.
– O que quer dizer?
– Bom, você se relacionou com elas, então pode também sentir atração por mulheres? Como se sentia com elas? Como as conheceu ou chegou no ponto em que chegou?
– Não foram muitas, mas não teve toda uma história. Eu já lhe falei sobre isso. O conselho me pressionou e na mesma época uma colega de sala me chamou pra sair. Eu aceitei porque estava deixando aquilo passar. Eu não sei se me sentia atraído por ela, era mais como um dever a se cumprir, eu acho.
– Mas você dormiu com ela, certo?
– Sim, mas foi meio confuso. Estávamos conversando sobre coisas banais e quando eu vi a mão dela já tava... bom você sabe.
– Entendi. Além desse encontro, tiveram outros? – Questionou curioso.
– Tiveram mais dois, mas foi a mesma coisa. Conversas normais que acabaram de forma estranha. No final eu sempre ficava triste e com o sentimento de que tinha feito algo errado.
– Okay. Entendo, você não tava pronto para aquilo e acabou se sentindo usado depois, mas tirando essas mulheres com quem você se relacionou, já sentiu atração por alguma? Já quis beijar alguma ou até ir mais adiante?
Jimin pensou por um segundo e tentou fielmente achar qualquer brecha ou momento em que realmente quis alguma coisa como aquela, mas no final não tinha, não era o tipo de pessoa que olhava dos lados. Nunca havia reparado em ninguém e por mais que houvesse se esforçado com suas namoradas, nunca havia de fato conseguido.
– Não que eu me lembre. – Respondeu com os pensamentos longe.
– Okay. Então você não teve nenhum sinal com mulheres antes, mas não vamos fechar essa porta, já que até outro dia também não havia tido com homens. – Disse de uma forma extrovertida. – No entanto, juntando as informações que temos, sabemos que provavelmente seu lance seja caras e bondage. O que é bom, já que agora sabemos de algo.
– E agora? – Questionou se sentindo temeroso.
– Bom, em um caso normal, eu recomendaria que você saísse e tivesse um encontro com algum cara, para ter certeza. E se mesmo assim você não se sentisse à vontade, iriamos te caracterizar em umas das sexualidades cinzas, mas se você se sentisse bem, então descartaríamos de vez essa ideia.
– Mas eu não posso sair sempre que eu quero. – Jimin pontuou o que havia ficado subentendido.
– Não pode. Por isso eu recomendaria chamar alguém. E poderia ser algum desconhecido ou até mesmo alguém em que você confia. Assim, já investigamos se você pode ser assexual ou Demissexual.
– Eu não gosto da ideia de chamar pessoas de fora. – Rebateu sem jeito, mexendo em uma caneta. – Também não conheço muitos homens da minha idade, que sejam gays.
– Entendo. Então teremos que achar uma opção viável, mas o importante é que já temos um norte.
– Claro. – Jimin concordou, voltando a levantar o olhar para o médico e engolindo em seco, com a breve e rápida ideia que brilhou em sua mente. Logo a censurando.
Não queria pensar em coisas como aquelas, é claro que não, mas uma voz no fundo do seu subconsciente achava aquela uma solução lógica. Jeon era bonito, inteligente e com toda certeza saberia como fazer a situação ser confortável, deus, ele era um tipo de médico de sexo, ele deveria saber fazer todas aquelas coisas que pareciam tão ousadas e sujas. E, acima de tudo, Jimin confiava nele.
O homem já havia dito que era bissexual então talvez não ficasse tão ofendido com a sugestão, além do mais, não deveria ser a primeira vez que ele dormiria com um de seus clientes, o ramo dele era tentador demais para Jimin acreditar em algo como aquilo.
Não queria admitir, mas passou o dia inteiro revezando seu olhar entre os papéis e o homem sentado à sua frente e sempre que seus olhares se cruzavam Jimin sentia seu coração disparado e borboletas em seu estômago.
Jeon, por sua vez, tentava achar uma solução viável. Jimin não poderia sair do palácio e não se sentia confortável com estranhos, também não seria uma boa ideia o forçar a fazer algo que não queira, então Jeon se via em uma encruzilhada.
Pensou em ligar para alguns amigos, aqueles que sempre arejavam os seus pensamentos e o dava uma solução. Primeiro pensou em Taehyung, um bartender da sua boate favorita, o cara fazia parte de um trisal e curtia BDSM, o que poderia ser uma receita para o fracasso, mas um dos seus parceiros gostava de petplay e o outro amava ser o dono/dominador deles.
Mas o cara estava ocupado em uma história absurda com um outro amigo, que tinha problemas mal resolvidos e se recusava a marcar uma consulta.
Então pensou em SeokJin, ele ainda deveria estar em "lua de mel" com Namjoon depois de tudo e não seria bom atrapalhar naquele momento. Só Deus sabe o quão ciumento aquele Voyeur poderia ser.
Seus pensamentos foram interrompidos ao notar que Jimin o encarava, com uma expressão intensa, como se pensasse em algo profundo e complicado. Consciente de que havia passado o dia todo sendo observado e tentando descontrair o ambiente, resolveu fazer uma piada.
– Jimin, da última vez que me olharam por tanto tempo assim, eu transei. – Disse com um tom bem-humorado, que deixava claro que estava apenas alfinetando o outro, mas assim que sorriu para o príncipe, ele desviou o olhar envergonhado, não achando tão engraçado assim.
Aquilo não era um bom sinal e Jeon sabia disso. Algo confuso deveria estar passando pela mente do francês e Jungkook sabia que deveria ajudá-lo.
– Algum problema?
– Eu... só estava pensando alto. – Foi sua resposta verbal, mas ao ter o olhar do príncipe em si novamente, Jeon leu nas entrelinhas.
EU TO COM BLOQUEIO CRIATIVO PORRA
NÃO TO CONSEGUINDO ESCREVER NADA
ENTÃO DEIXE AQUI UM TIPO DE HISTÓRIA QUE VC GOSTARIA DE LER, PRA EU TENTAR FAZER:
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