PRESSÃO

Alguém ainda lembra dessa história??? 

Espero que sim. Tenho me sentido bem abandonado esses dias.

Saudades de vocês!


Capítulo 5 – Pressão

– O que aconteceu na Inglaterra foi ridículo. – O russo disse com fúria. – Países bem desenvolvidos e sem preocupações militares são um ponto fácil para invasão e crimes de guerra. Vocês precisam dar treinamento militar necessário para as suas tropas se não quiserem perder a coroa.

– Está nos ameaçando? – Jimin perguntou com um tom sério. Era uma videoconferência com alguns dos representantes das maiores potências, mas estava sendo monopolizada pelo embaixador da Rússia, que parecia revoltado com o último atentado contra um baile inglês.

Não. É uma dica. – O homem disse sério. Seu sotaque era forte e tornava difícil de entender. – Mikail, minha filha, também é uma herdeira e eu quase a perdi nesse último evento. Não viveria sabendo disso. O príncipe inglês está refugiado de seu próprio país, graças a atentados contra sua vida e eu disponibilizei um dos setores da KGB para servir e ensinar as tropas inglesas. Estou sugerindo que fortaleçam seus exércitos, porque o que aconteceu com ele pode acontecer com qualquer um de vocês.

– Entendo. Eu estava lá durante o ataque e vi acontecer. – Jimin disse com um pesar no peito. Sabia que seu amigo, Min Yoongi, o príncipe inglês, estava correndo perigo, mas não sabia que era tão grave a ponto de precisar sair do país.

Todos os herdeiros e pessoas políticas sofriam com problemas como aquele, estavam sempre em perigo constante e por isso tinham uma segurança tão reforçada. Jimin sempre soube que alguém poderia tentar lhe tirar a coroa e que tinha que ficar atento a tudo, mas não imaginava que suas tropas eram fracas, visto que lhe tiraram do atentado com maestria.

– O príncipe Min é forte e acima de tudo acredito que ficará bem. Acho que digo por todos o quanto agradeço pelo que está fazendo pela Inglaterra. – Disse com diplomacia. – Irei reforçar minhas tropas e comprar mais armamento.

– Isso não é o bastante, precisam criar um serviço secreto. Um tipo de KGB como o da Rússia ou BND, da Alemanha. Ou, Deus me livre, um USSS como a dos Estados Unidos.

– Não entendi o que quis dizer com isso? – O Presidente dos Estados Unidos se manifestou.

– Eu sou estrangeiro, é modo de dizer. – Jimin sabia que o homem estava mentindo quando usava a carta de estrangeiro e que quis sim ofender o exército alheio, mas não explicaria aquilo para o americano. – Finalizo minha parte sugerindo que todos criem seus próprios serviços secretos para impedir atentados ou riscos como esse.

Jimin entendia o homem, havia quase perdido sua filha e estava preocupado com a segurança dela no futuro. Mikail, a mais velha, poderia se tornar a Imperatriz da Rússia se o futuro evoluísse, mas as gêmeas não tinham posição de trono e, na melhor das hipóteses, seriam como moedas de trocas.

Iriam se casar com algum nobre ou chefe de estado de outro país e virar rainha, imperatriz ou qualquer outro cargo de poder do país de seu futuro marido. Era uma lei cruel e retrógrada que degradava mulheres e segundos herdeiros, mas era a lei e até que ela fosse revogada e que a mente das pessoas mudassem, era esse o futuro.

O embaixador deveria estar preocupado com a segurança delas e por isso queria melhorar o armamento em todos os países aliados para onde elas poderiam ir um dia.

– Acredito que podemos finalizar a reunião aqui. Já gastamos demais o tempo de todos e acredito que de uma forma geral entendemos o problema e criaremos a solução. – O imperador do Japão se meteu. – Entraremos em contato em breve para vermos se tudo está nos conformes. E se precisarem de ajuda, basta chamar.

Jimin se despediu e logo desligou a câmera. Levou as mãos até as têmporas, se sentindo exausto e com dor de cabeça e se assustou ao ouvir a voz do médico que ainda estava ali.

– Você está sempre sob tensão, não é? – Jeon havia ficado o dia inteiro, sentado em um canto, observando todos os afazeres do príncipe. Era cansativo e estressante, já esperava e suspeitava daquele ponto, mas ainda era um ponto importante para o seu trabalho.

– Você nem imagina. – Jimin suspirou vendo ele se levantar do sofá em que estava e se sentar à sua frente, na mesa.

– Esses caras são um porre. Parecia que a qualquer minuto alguém falaria algo errado e iriam sugerir uma guerra. Eu não imaginava que era assim que as coisas funcionavam. – O médico resmungou e logo uma piada surgiu em sua mente. – Vocês poderiam fazer um grupão no whats e ir resolvendo as coisas com figurinhas. Seria bem mais divertido. – Aquilo fez Jimin soltar um sorrisinho e relaxar levemente. – Okay, já são oito horas da noite, seu jantar já está frio e você não parou um segundo. Isso diz muito sobre sua rotina.

– Tive sorte de conseguir enrolar o conselho por mais um dia. Teria sido pior se tivesse uma reunião com eles. – Informou.

– E o que esses caras querem com você que pode ser tão ruim?

– Eles querem que eu suba ao trono o mais rápido possível. Depois que o meu pai morreu, minha mãe resolveu viajar para espairecer e me deixou sozinho aqui. Eu tinha 25 e não era casado. Eles acharam melhor eu tomar conta das coisas aos poucos enquanto superava o luto e não encontrava minha futura rainha. – Suspirou novamente. – Hoje eu já tomo conta de tudo, mas ainda não tenho o cargo oficial de Rei porque não sou casado. Eles querem passar isso pra mim imediatamente e pra isso...

– Pra isso precisa se casar logo. Entendi o desespero agora. – Jeon suspirou.

– Eles estão me pressionando. O país não pode ficar tanto tempo com um príncipe no comando. Precisamos de um Rei e, um Rei sem uma Rainha, é um Rei fraco.

– Talvez no xadrez. – Jeon brincou. – Não acha que já passou da hora de mudar as coisas?

– Acredite, eu mais do que ninguém adoraria que tudo isso mudasse, mas sozinho eu não consigo mudar o mundo. Meu pai me apoiou e me defendeu deles enquanto viveu e eu queria que ele estivesse aqui, porque seria muito mais fácil de contornar essa situação, mas ele não está e eu sou só um maldito herdeiro, todos nos somos obrigados a aceitar e obedecer essas regras antigas e estupidas. – Jimin resmungou com uma voz embargada, segurando o choro e respirando fundo.

– Entendi. Bom, iremos achar uma rainha para você. – Jeon disse com um sorriso calmo, se levantando novamente e indo para perto do francês. Virou a cadeira de Jimin e o puxou para se levantar, o olhou nos olhos e apertou seus ombros, Jimin parecia constrangido e surpreso com a aproximação, mas não se afastou. – Tudo é uma questão de tempo e não existe nada tão ruim que não possamos mudar. Você está sempre estressado, não passou pela puberdade da forma certa e acaba sendo pressionado por todos. É compreensível que esteja com problemas na cama. Iremos sair e tentar de novo, dessa vez com calma. Sem medo de errar. – Jimin sentiu seu coração aquecer, era a primeira vez que alguém falava algo como aquilo e em um impulso nervoso, abraçou o médico.

Jungkook paralisou com a atitude do outro, mas, notando que ele estava abalado e cansado pelo dia e pela conversa que deveria ser dolorosa sobre seu pai, apenas retribuiu, o apertando com força.

– Não vamos conseguir sair, tem seguranças em todos os lugares e eu não posso sair desacompanhado e nem ser visto em um lugar noturno como esses que você comentou. Vou chamar a atenção e logo estará em todas as manchetes sensacionalistas da França, como um príncipe pervertido ou algo assim. – Jimin resmungou com o rosto contra o peito do outro.

– Entendo sua preocupação, mas iremos sair escondidos, disfarçados e pela área dos serviçais. Não seremos vistos e em clubes como esses, a descrição é essencial, ninguém quer revelar que faz o que faz. Ninguém irá te reconhecer e, se reconhecer, não irão falar sobre e muito menos ter provas. Não precisa se preocupar. – Disse sem querer o soltar, mas Jimin se afastava para olhar em seus olhos, procurando por segurança.

– Está pedindo que eu confie em você? – Jimin perguntou, sentindo algo estranho em suas entranhas. Era uma pergunta boba, ele confiava no médico, havia confiado seu problema, sua saúde mental e até mesmo o chamado para dentro do palácio, mas era perigoso confiar nele fora daquela área segura.

Não podia confiar sua saúde física para ninguém, nem mesmo os seus guardas eram 100% confiáveis, já que algum poderia ser um espião disfarçado ou algo do tipo, mas agora Jeon estava pedindo confiança suficiente para sair com ele do palácio e ir até um lugar desconhecido. Aquilo era ultrajante e tinha tudo para dar errado.

– Estou. Estou pedindo que saia comigo e que confie em mim quando digo que estarei do seu lado e que nada acontecerá. – Jimin suspirou enquanto o olhava nos olhos, se sentindo quente e estranhamente confortável.

– Irei lhe dar um voto de confiança. Iremos até esse lugar e tentarei uma vez, mas tem que prometer que irá me tirar de lá no segundo em que eu pedir. – Jungkook sorriu enquanto olhava o menino em seus braços, mas parou ao notar que fazia um carinho nas costas do príncipe, o soltando.

– Palavra de honra. – Respondeu enquanto guiava Jimin para fora da sala, disfarçando o quão nervoso estava com a aproximação.

Não que Jungkook não estivesse acostumado com aquilo, mas era diferente quando era um cliente. Seria antiético e errado, além do mais, Jeon estava com o pensamento de realmente encontrar a pessoa certa e sossegar, e o príncipe havia deixado claro que não tinha interesses por homens e mesmo que Jeon achasse que era mentira, não poderia se iludir, o francês escolheria uma mulher no final, ele estava procurando por uma rainha.

O mundo era homofobico e não poderia de forma nenhuma se envolver com um cliente, ainda mais um príncipe.

– Vá se arrumar, majestade. Roupas normais e discretas, por favor. – Orientou. Irei passar no seu quarto em 20 minutos pra gente sair. – O informou assim que chegaram à porta do quarto, sendo guiado por Jimin que já sabia o caminho.

Jeon entrou em seu quarto, tomou um banho rápido e pôs roupas pretas e discretas, típicas de um dominador, mesmo que não pretendesse ficar com ninguém naquela noite, estaria indo lá a serviço. Durante a tarde havia pesquisado sobre clubes como aqueles e encontrou um que parecia atender suas necessidades.

Assim que bateu na porta do príncipe Jimin atendeu sem muita vontade, parecia assustado. Jeon sorriu lhe confortando e ficou satisfeito em ver que Jimin estava vestido de forma apropriada.

– Tem uma passagem que leva para a cozinha, é usada pelos funcionários. – Jimin avisou pegando o rumo contrário do normal. Usava muito aquilo quando era criança, mas nos dias atuais aquele costume havia se perdido.

Jeon o seguiu até lá e encontraram poucos funcionários transitando por aquele horário. Do lado de fora, se esgueiraram dos guardas e encontraram um dos carros dos seguranças.

– Eles estão por todos os lugares. – Jeon reclamou frustrado.

– Bom, acho que é isso, tentamos. – Jimin resmungou, rezando para conseguir se livrar daquilo, mas Jeon o segurou com força quando o menino tentou se afastar. Jimin desviou o olhar para as mãos do homem e se arrepiou com um rápido pensamento, voltando a encarar os olhos do médico enquanto se sentia nervoso e assustado.

– Iremos pedir para um deles nos levar até lá e esperar na porta. – Jeon sugeriu.

– O que?

– Eles são seus guardas, trabalham para você. Não vão questionar a ordem. – Jeon estava certo, não iriam e, se exigisse segredo, eles obedeceriam, ou seriam demitidos e até mesmo presos.

– Certo. – Jimin resmungou se sentindo nervoso e ansioso, mas se aproximou, surpreendendo o homem que colocou a mão na arma que carregava na cintura.

– Majestade? – O homem disse confuso ao ver o príncipe naquele lugar e vestido de forma tão simplória e confusa, com um homem estranho o seguindo.

– Shh. – Pediu silêncio. – Não quero que ninguém saiba que eu estou aqui. – O homem concordou, ainda surpreso. – Preciso que nos tire de dentro do palácio.

– Sair? Sem os guardas? – O homem perguntou perdido. – Temos ordens diretas de...

– Eu sei, mas é uma situação fora da rotina. Irei para um lugar exclusivo e reservado. Tenho que ir sozinho e é um segredo. Apenas me tire daqui. – O homem concordou a contragosto e abriu a porta do carro para que os dois entrassem e logo caminhou até o banco do motorista.

Jungkook, sentado no banco de trás, conseguia ver Jimin tremendo ao seu lado durante todo o percurso até a saída. Jimin pediu para que o levasse até uma zona comercial, onde poderiam pegar um táxi até o destino final, mas Jeon achou melhor o próprio segurança os levar.

Durante todo o caminho, Jimin pensava em desistir, em pedir que dessem meia volta e que aquela loucura acabasse, mas tentava se convencer de que no final, iria valer a pena.

O Guarda parou na esquina e os dois homens caminharam até a entrada do clube, que mais parecia um lugar abandonado por fora, se não fosse por um pequeno e simples letreiro com a palavra Sauvage escrita.

Jimin engoliu em seco e respirou fundo, tentando se acalmar quando o médico tomou a frente, batendo na porta e falando com o que parecia um segurança do lugar.

Após algumas palavras, o homem lhe deu espaço para entrar e o príncipe quase acreditou que estava no inferno, isso claro, se o inferno fosse regado de bebida, cigarros, luz vermelha e couro.


 | BONDAGE |

Sim, eu sei, eu estou totalmente sumida esses dias. Mas tanta coisa aconteceu esses dias, que tá difícil de acompanhar. Espero que entendam e que tenham gostado do capítulo. 

E principalmente da História.

Eu amo muito vocês e gostaria que vocês soubessem disso.

Capítulo betado por: 


UM AVISO IMPORTANTE:

O livro O MANUAL DO BOM ÔMEGA - da autora  aarikia

Entrará em pré-venda pela editora Mikrokosmos amanhã (18/08) e é simplesmente o livro mais perfeito do mundo. Quem leu sabe do que eu to falando.

Além de ser super fofo, gostosinho, e boiolinha, ele ainda te ensina a arte da conquista, pra você não fazer feio na frente do crush.  

Então não percam a chance de comprar agora na pré-venda pra conseguir todos os brindes perfeitinhos e a história de milhões que ela preparou pra vocês.

Beijos coloridos e até a próxima.


Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top