IMPLORANDO
Capítulo 12 – Implorando
Jimin ainda sentia os arrepios pelo seu corpo quando o médico o puxou para um abraço. Se sentia sensível e instável após o orgasmo, um pouco mole e relaxado, como se todo o seu corpo tivesse recebido uma dose grande de endorfina.
Jungkook o abraçou, deixando o francês deitar sobre seu peito, de uma forma gostosa e nova que o príncipe nunca havia sentido antes, agora, observando o movimento que o peito do médico fazia ao respirar, sentia sua mente voltando a funcionar.
– Como se sente? – Jungkook questionou, passando os dedos de leve sobre o braço do outro, causando arrepios na pele suave.
– Eu não sei. – Foi sincero. – Isso foi... diferente do que eu tinha imaginado. – Engoliu em seco, passando o dedo de leve pelo estômago do homem, apenas para se distrair. – Eu nunca tinha me imaginado transando com outro homem e quando eu fiz, imaginei de uma forma diferente.
– Poderia ter me dito se queria de outra forma, eu teria parado. – Jungkook murmurou, consciente de que aquele havia sido um erro.
Ele não havia questionado ou perguntado o que Jimin queria. Havia perdido o controle, seu desejo era tão grande e tão intenso que não pensou que talvez Jimin não quisesse estar por baixo. Apenas sucumbiu ao seu desejo de comer o homem por inteiro.
– Acho que esse é o problema. – Jimin riu fraco, um pouco tímido. – Eu não queria que você parasse. – Murmurou. – Eu gostei. Tipo, quando você me tocou e você sabe... É realmente bom, eu achei que meu coração iria explodir.
Jeon concordou em silêncio, não parando em momento nenhum o carinho que fazia no francês. E tentou pensar com coerência.
– E o que passou pela sua cabeça?
– Como assim? – Jimin perguntou confuso.
– O que você estava pensando? Tava focado no que? O que você queria ou sentiu falta? O que gostou?
– Eu não sei. – Resmungou envergonhado. – É constrangedor falar sobre isso. – Afirmou tentando se esconder.
– Temos que conversar se quiser que isso dê certo. – Jeon respondeu, puxando uma mecha de cabelo preto, tentando chamar a atenção do príncipe. – No BDSM chamamos isso de conversa de travesseiro. É algo que costumamos fazer para o submisso não se sentir usado após uma sessão.
– Eu acho que em algum momento isso passou pela minha mente. – Jimin falou baixo, os lábios formando um biquinho contrariado, acanhado em ter que admitir aquilo.
– Isso o que?
– Que eu estava sendo usado. Que você estava no controle, me usando para... – Engoliu em seco, desistindo de falar o termo vulgar. Tinha consciência de que Jeon não havia o usado como um estoque de porra nem nada do tipo, mas a ideia o deixou excitado na hora. – Eu tava preso, não conseguia me mexer e a ideia de que você era quem comandava, quem decidia, quem tinha poder sobre mim foi... boa.
– A ideia de estar sendo subjugado é boa para você? – Questionou surpreso, mas sem deixar o outro perceber. Jimin ficou tímido, esfregou uma perna na outra tentando descontar a ansiedade e Jungkook notou que havia acertado em cheio. – Faz sentido, sabe? Se pararmos para pensar que você passou a vida inteira cheio de preocupações e tendo que tomar decisões, não é de surpreender que goste de ter outra pessoa no controle.
– Eu tenho muitas pessoas controlando minha vida, acredite. – Jimin murmurou sem graça. – Na verdade, eu acho que quase nunca tenho o controle total, mas a experiência foi diferente, porque eu normalmente não gosto disso, mas gostei agora.
– Mais alguma coisa? Algum outro pensamento além de ser usado e ter alguém no controle do seu corpo?
– Eu... bem, eu tive muitos pensamentos impróprios e vulgares, muitos mesmo, acho que nunca pensei tantas coisas assim antes. – Disse tímido e Jeon deu uma risadinha. – Mas acredito que esses tenham sido os principais.
– Okay, agora vamos falar sobre o outro lado, não apenas o físico, okay? – Jimin concordou. – Como se sente sobre tudo isso? É a sua primeira vez dormindo com um homem.
– Eu achei que me sentiria pior. Que ficaria com medo, ou repensaria, pensei que talvez fosse como quando eu dormi com mulheres e no final me sentiria mal, mas tudo o que eu sinto agora é o meu coração acelerado e minha mente calma. – Jeon sorriu, mas não disse nada. – Eu to com medo, medo do que vão pensar se descobrirem que eu gosto de homens, medo de como vai ser, se eu serei obrigado a casar com alguém que eu não vou conseguir fazer feliz. – Seu lábio tremeu, em um choro preso. – To com medo de que tudo desmorone e eu sei que não deveria, que eu deveria ser mais forte e aguentar isso, mas... quando eu penso em tudo o que pode acontecer. Em como eu posso perder tudo, em como isso não tá no meu controle, eu só consigo sentir medo.
Respirou com dificuldade e Jeon escolheu não falar nada ao perceber que Jimin estava se abrindo.
– Eu gostei disso, gostei de dormir com você. De sentir tudo isso, porque eu nunca senti antes e parece tão intenso que as vezes acho que pode me matar, mas então eu fecho os olhos e imagino o olhar decepcionado de todo mundo, imagino o que o meu pai diria se estivesse vivo. O que a minha mãe vai achar quando descobrir. Me imagino infeliz pelo resto da vida por não poder viver isso, e aí penso que talvez eu não queria ter descoberto isso.
– Acha que seria melhor se não soubesse?
– Acho que teria continuado a minha vida. – Jimin murmurou. – Eu teria me casado com uma mulher e nunca iria entender por que me sentia mal, mas eu teria me esforçado, teria herdeiros e a ignorância nunca me deixaria pensar no que eu não posso ter.
– Eu não sei. Acho que se conhecer é sempre a melhor opção. Acho que estamos pensando em muitos "e se" quando ainda não temos nada definitivo. Sexualidade é algo fluido, que está sempre em constante mudança. Mesmo que você goste de homens, isso pode não ser uma verdade única e absoluta, entende? Isso é apenas uma das coisas que torna você, quem você é. – Refletiu, descendo o carinho para as costas do homem. – Sendo sincero, consigo entender o seu medo, ele é lógico e vem de uma longa listas de traumas pelos quais você já passou anteriormente, mas acho que isso não te impede de ser feliz.
Jimin fungou e mesmo sem ver, Jeon sabia que ele estava chorando.
– Você pode encontrar alguém legal, uma mulher que vai te entender e que vai aceitar viver uma vida dupla com você. – Resmungou, a ideia soando amarga em sua boca, mas tentou se manter imparcial. – Existem outras formas de conseguir um herdeiro, inclusive inseminação artificial, ninguém nunca ficaria sabendo que não foi concebido de forma tradicional. E estamos pensando no caso de não ser aceito, mas e se for?
– Eu não acho que o conselho vai aceitar algo assim. Eles são antiquados e obsoletos, não acho que vão tratar isso de forma natural. – Disse com a voz falha.
– Vai dar trabalho, mas nem tudo tá perdido. – Tentou tranquilizá-lo e se surpreendeu ao ter Jimin se movimentando, erguendo a cabeça para olhá-lo nos olhos e então o beijar, um beijo lento e carregado de sentimento. Algo profundo e calmo.
Jeon o trouxe para mais perto, o circulando com os braços e o calor aconchegante entre eles apenas tornou tudo melhor. Quando se afastou, ainda de olhos fechados, Jimin sentiu uma lágrima escorrer.
– Eu gosto disso. – Sussurrou contra os lábios do médico. – Acho que você tá certo, ter conhecimento é algo melhor. – Um silêncio confortável se estabeleceu, um onde Jungkook não conseguia desviar o olhar do príncipe, onde Jimin era tudo o que conseguia ver. – E agora? O que acontece agora? Qual o próximo passo?
– Vou comprar algumas cordas. – Brincou, o puxando para um abraço, consciente de que agora precisaria ajudá-lo psicologicamente a se sentir confiante sobre aquilo, ao mesmo tempo que o aconselhava no seu amadurecimento sexual, o deixando testar e descobrir tudo o que sentia vontade.
//~//
Algumas semanas se passaram e Jeon começou a notar o quão preocupante a situação estava ficando.
Todos os dias o médico analisava o dia do príncipe, dando dicas e o ajudando no necessário e durante as noites, acabavam rolando na mesma cama, com um desejo fervente e necessitado.
Após uma sessão intensa, com direito a cordas, dor, prazer e palavras sujas, Jimin se deitava sobre o corpo do coreano, o abraçando de uma forma necessitada e então conversavam sobre coisas bobas.
O príncipe até mesmo tentava melhorar o francês do médico ao mesmo tempo que aprendia um pouco de coreano.
E como se tudo isso não fosse o bastante, começava a notar os olhares do príncipe, a cada segundo mais perdido nos seus, os toques começavam quentes, mas sempre terminavam carregados de um carinho enraizado e não era como se estivesse muito diferente.
A linha começava a se apagar e aos poucos era difícil se manter focado, Jimin passava a ter uma importância significativa e profunda em sua vida. Se pegava o observando com olhares doces, enquanto pensava o quão perfeito e incrível o outro era e por mais que tentasse se impedir, era difícil quando Jimin o olhava daquela forma, o pedindo para fazer coisas que tanto queria.
Jimin agora era muito mais ciente do que gostava ou não e tinha uma noção muito maior do que o excitava, também estava mais desinibido e se permitindo mais. Não tinha mais vergonha de pedir por prazer, de implorar para Jungkook o comer com força, enquanto sentia o desconforto misturado ao prazer de ter cordas em seu corpo.
E por mais que o conselho continuasse o cobrando insistentemente por uma posição, por um casamento e herdeiros, Jimin estava decidido a adiar o quanto pudesse, porque não queria aquilo. Não queria mentir, ou se privar, não queria que o médico fosse embora, porque Deus, gostava tanto dele.
Gostava tanto do tempo que passavam juntos, das conversas, dos beijos, do carinho e do amor. Jeon o comia, com força e vontade, com uma brutalidade que o fazia revirar os olhos e pedir por mais, mas não era só isso, naqueles momentos se sentia amado e desejado, cercado de um sentimento que era lindo demais para dizer adeus e só queria que aquilo durasse mais.
Sabia que um dia chegaria ao fim, que um dia o médico precisaria ir, que o "tratamento" terminaria e que teria que se casar, mas não queria dizer adeus.
No fundo tinha medo de Jeon não sentir o mesmo, sabia que para o médico era apenas um paciente e se sentia culpado por estar sentindo mais e pedindo por mais, quando havia ficado claro desde o começo que ele não o daria aquilo.
E não o culpava. Deus, como poderia? Estava condenado no final e por mais que mentisse para si mesmo, tentando acreditar que teria um final feliz, sabia que era pouco provável, que no fim, acabaria se casando com uma mulher escolhida a dedo pelo próprio conselho e não teria sequer direito a escolha.
Como poderia pedir para que Jeon o amasse de volta?
| BONDAGE|
O próximo capítulo é quente e mostra mais sobre o fetiche em si, eu vou viajar hoje, mas volto sexta que vem com mais atualização. Espero que estejam gostando.
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