ÉTICA ABALADA

Depois de uma semana pesada, cheia de noticias difíceis e de chorar igual uma idiota pensando nos meninos no exercito e de comprar varias pulseiras roxas, decidi reagir e atualizar minha fanfic, porque nem só de tristeza vive o army. 

Então boa leitura. I purple U 

Capítulo 10 – Ética abalada

O príncipe se sentia desconcertado e envergonhado. Após o momento caloroso entre os dois, o médico se retirou, parecendo nervoso e perdido, mas lhe desejando uma boa noite e com uma promessa de um novo amanhã.

E era claro que Jimin sabia que o veria no dia seguinte, o que o deixava envergonhado, porque sempre que lembrava o que havia acontecido, sentia seu rosto esquentando.

Mas também estava desconcertado. Nunca havia sentido nada como aquilo, nunca havia se sentido tão bem e tranquilo com alguém lhe tocando. O médico havia invadido seu espaço pessoal e abusado da forma mais deliciosa de todas do seu corpo. E pela primeira vez, Jimin não se sentiu errado ao deixar que algo do tipo acontecesse.

Havia sido gostoso, inédito e inexplicável, mas agora, que o sangue havia abaixado, o homem não estava mais em seu campo de visão e o príncipe se pegava sozinho em seu quarto, seus pensamentos andavam em círculos.

Havia comprovado a hipótese e agora tinha certeza de que gostava de homens. Não tinha como negar toda a atração que estava sentindo e todo o prazer que havia lhe atingido. E mesmo que a ideia de se relacionar com outro homem parecesse uma piada de mal gosto, quando esse homem era o médico, não parecia tão ruim. Na verdade, se arriscaria a dizer que parecia boa.

Tudo bem que o Senhor Jeon havia deixado mais do que claro, que não poderia se relacionar com um cliente e mesmo que o médico tivesse cedido naquele momento, era nítido que havia sido algo separado e que não envolvia sentimentos reais. E tudo bem, porque não estava apaixonado por Jeon, mal o conhecia, tudo o que tinha era um sentimento de admiração e confiança.

Mas algo no seu interior se revirava em ansiedade e teve que cobrir o rosto com os travesseiros, quando em um pico de euforia, quis gritar. Estava sendo patético, mas mal conseguia se controlar.

Caiu no sono, sem ver, com um sorriso no rosto e quando acordou se sentia renovado. Era como se tivesse suas energias transbordando, como se tudo estivesse fluindo com mais vontade, sentia seu corpo mais leve e sua mente mais limpa, estava se sentindo tão bem, que nem mesmo saber que teria uma reunião com o conselho, iria o atrapalhar naquele dia.

E foi enquanto se preparava para começar a reunião, esperando todos os membros do conselho chegarem, que Jeon entrou em sua sala, com um sorriso que não chegava aos olhos e todo o seu material de trabalho, pronto para fazer anotações. Ficou em silêncio, não querendo atrapalhar a reunião que parecia prestes a começar e não ficou surpreso ao ouvir um dos homens velhos e mal-humorados começar a falar.

– Bom dia, majestade. Obrigado por achar um tempo em sua agenda. – Jimin sorriu, fingindo não notar o tom acusatório, já que de fato, havia tentado evitar o máximo possível aquela reunião.

– Temos assuntos muito importantes a se tratar. – Outro se manifestou e Jimin apenas concordou, lhes dando espaço de fala. – O príncipe Min, da Inglaterra está desaparecido. – Informou e Jimin franziu o cenho.

Aquilo lhe chamou a atenção, arrumando a postura, Jimin tentou pensar com coerência. Min Yoongi era seu amigo, talvez um dos mais próximos dentre os herdeiros. Havia estado em seu último baile, onde um atentado tinha acontecido, assustando a todos e até mesmo saiu do país às pressas graças a confusão, mas até onde sabia, Yoongi estava em segurança.

– O que aconteceu? – Questionou sentindo um aperto em seu peito.

– Até onde sabemos a KGB está tomando conta da situação, mas ele está desaparecido. – Um dos senhores explicou. – A Rainha está inconsolável e está fazendo de tudo para encontrar quem está atentando contra seu neto.

– A KBG? Por que o serviço russo está cuidando de assuntos ingleses? – Questionou confuso.

– Não sabemos ao certo, mas foi o próprio embaixador russo quem deu as ordem. – Explicou. – Precisamos fazer alguma coisa, prestar nossa solidariedade ao aliados, temos que os manter por perto e satisfeitos. – Jimin sentiu seu estômago revirar ao ver que aqueles homens não estavam preocupados com o sumiço de Yoongi, afinal de contas, herdeiros eram peões e substituíveis. Eles apenas queriam ver o lado político.

– Na minha opinião, aproveitamos que eles estão distraídos e atacamos. – Jimin se assustou ao ouvir aquilo e como se sua dor de cabeça voltasse com tudo, respirou fundo.

– Se acha que agora, com o palácio cheio de agentes da KGB, é o melhor momento para atacar, só pode estar ficando louco. – Outro homem rebateu.

– Não tem nem cabimento isso. Como pode propor algo assim? – Jimin perguntou ao velho. – Estamos em paz e não tem motivo para atacar. Começar uma guerra é a última coisa que eu quero.

– Já era de se esperar. Frouxo como é, não iria querer bater de frente. Nem ao menos cumprir com o básico do seu dever. O que poderíamos esperar? – Rebateu, indignado, fazendo Jimin respirar fundo.

– Não irei pedir desculpas por não ir contra a ONU e começar uma guerra sem sentido. Fazendo isso estou protegendo o meu povo também.

– Eles não hesitariam em nos atacar. – Respondeu encarando Jimin com desprezo.

– O príncipe Min é meu amigo, nós respeitamos e ele nunca faria isso.

– Mas o príncipe Min não está aqui e o próximo herdeiro do trono é seu primo, Sir Henry. Acha mesmo que aquele pivete será tão respeitoso quanto o Min?

Jimin sabia que não. Henry tinha um estilo arrogante e babaca, como se.... como se fosse o próprio rei da Inglaterra. O que seria verdade, se não encontrassem Yoongi logo.

Respirando fundo, tentando tirar toda a pressão e problemas que caíram sobre sua cabeça de uma vez e apenas pediu que todos se retirassem, não tinha cabeça para lidar com aquilo agora. Precisava pensar com calma.

– Você parece estressado – Jeon murmurou se sentando mais perto, agora que todos já haviam saído.

O médico queria conversar com o príncipe, explicar que não poderia mais continuar no cargo, não depois de tudo, havia passado dos limites, quebrado regras e caído na tentação.

Assim que chegou em seu quarto, surtou ao perceber o que havia feito e só depois de se acalmar, pode perceber que de fato não poderia continuar com aquilo. Se permanecesse ao lado do príncipe, erraria novamente e aquilo se tornaria um maldito loop.

Precisava se afastar, por um ponto final e deixar que outra pessoa, um profissional que não caísse na tentação, assumisse o caso, porque ele havia sido fraco e admitia isso.

Jimin merecia mais, ele não poderia ser imparcial agora, não poderia mais cuidar do príncipe mentalmente e fisicamente, e precisava avisar ele disso, mas como faria isso se naquele momento, o francês parecia tão frágil e perdido, estressado e agoniado?

– É sempre assim – começa a dizer com um tom frustrado. – Eles sempre nos vêem como malditos peões que são facilmente derrubados e substituídos. – Bufou. – O príncipe Min é acima de tudo meu amigo e agora ele pode estar morto, mas isso não importa pra eles. Tudo o que importa é que o sucessor ao cargo é um grande babaca não confiável, que pode acabar fodendo com tudo.

Jimin parecia estar a um passo de explodir e Jeon suspirou ao notar, que o primeiro pensamento, foi de o consolar, o puxar para um abraço e dizer que tudo ficaria bem, mas parou no caminho. Não deveria fazer isso, não era profissional e nem o certo, mas como controlar esses pensamento?

Já havia cruzado uma linha, já estava envolvido, mesmo que minimamente. Aquilo seria apenas ladeira a baixo.

– Eu só preciso de um segundo. Já vou me acalmar. – Jimin respirou fundo.

– É normal se exaltar em uma situação como essa. Pode levar o tempo que precisar. Na verdade, eu recomendaria não reprimir isso. – Aconselhou e logo fechou os olhos ao perceber a naturalidade com a qual continuava falando. – Me desculpe, sei que agora não é o melhor momento pra isso, mas precisamos falar sobre ontem.

Jimin o encarou com rapidez. O que o homem poderia querer falar sobre ontem? Sabia que muita coisa havia acontecido, mas não esperava que Jeon fosse querer falar abertamente sobre aquilo.

– Pode falar. – disse quase sem força.

– Bom, eu quebrei varias regras ontem, me deixei levar e estou... arrependido.

– Meu deus... – Jimin resmungou chocado ao ouvir tal palavra, e notando seu erro, Jeon se apressou em corrigir.

– Não. Não nesse sentido. Nunca nesse sentido – afirmou. – Tudo aquilo foi... Eu realmente... não me arrependo daquilo, me arrependo das circunstâncias em que estávamos, estamos. – Se corrigiu.

– O que quer dizer? – questionou confuso com onde o médico queria parar.

– Foi antiético da minha parte, Majestade. E será ainda mais se eu continuar lhe consultando – disse de uma vez. – O certo, seria ao primeiro sinal de atração, eu já ter passado o caso adiante, mas fui fraco e estupido ao achar que conseguiria lidar com isso. Infelizmente, eu não sou mais imparcial ou neutro, na verdade, me considero completamente incapaz de continuar com isso.

– Quer abandonar o caso? – Jimin constatou ao notar o que tudo aquilo significava. – Não pode me deixar assim. Ainda tenho um problema, ainda não achamos a solução ou a fonte de tudo isso. Não pode me deixar. – Reafirmou, desesperado com aquela ideia.

– Não estou te abandonando, irei procurar um profissional confiável e adequado para assumir o caso. Você não vai ficar sozinho.

– Não.

– Não? – Jeon questionou confuso com a negativa do príncipe.

– Não quero outro profissional. Já começamos o tratamento e eu me sinto confortável com você.

– Eu não me sinto apto a continuar. Se eu ficar, não posso garantir que coisas como aquela não vão voltar a acontecer. – Foi sincero e Jimin concordou.

– Não podemos. Porque provavelmente vão. – Foi claro, se sentindo envergonhado. – Eu preciso da sua ajuda, eu pedi por ela ontem e não foi você quem tomou a iniciativa. Entendo que você siga um código à risca e isso é louvável e admirável, mas eu preciso que quebre esse código. Estou pedindo por isso. – Suspirou. – Não posso e não quero confiar em outra pessoa, não quero deixar que outro me toque e provavelmente vou precisar do senhor novamente. Não me deixe agora.

Jeon suspirou, com o peito apertado, se sentindo, ironicamente, de mãos amarradas.

– Se alguém descobrir...

– Não vão. – Jimin afirmou. – Não posso deixar que ninguém descubra a natureza da sua visita. Estaremos seguros.

|BONDAGE|

Deixe o seu "we are together" se vcs estarão aqui em 2025 esperando por eles. Porque eu estarei aqui pra sempre, esperando eles voltarem.

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