A PRIMEIRA CONSULTA
Olá de novo? Uma semana passou rapidinho e na semana que vem (Dia 09/07), eu vou estar na bienal, prontinha para ver vocês. Alguém daqui vai? Espero que sim.
Enfim, comentem bastante e aproveitem a leitura.
Capítulo 2 – A Primeira Consulta.
Jimin estava nervoso, mal havia tocado em seu jantar. A simples ideia de que estava prestes a cruzar o corredor e falar com outro homem sobre seus problemas emocionais e sexuais, era de lhe dar arrepios e embrulhar o estômago.
Nunca havia feito terapia, nem mesmo quando ocorreu um atentado ao palácio e ficou preso em uma sala do pânico por 24 horas, sem notícias dos seus pais ou de qualquer outra pessoa que não fosse os guardas que o acompanhavam.
Mas agora se via sendo pressionado por todos os lados e não sabia como lidar com isso, não quando tudo o que conseguia pensar era que não gostava da sensação de ter outra pessoa o tocando e que teria que se casar com alguém que possivelmente não amava e precisaria se deitar com ela algumas vezes, se quisesse ter um filho.
E, Deus, nem saberia o que fazer com a criança. Parecia um pesadelo sem fim, todos os dias era lembrado de seu dever com o povo e tinha como único alívio saber que assim que fizesse o que o conselho tanto o pedia estaria enfim livre de toda aquela cobrança e falação.
Claro que não gostava nada da ideia de prender alguma moça em um casamento como aquele, mesmo sabendo que outros herdeiros e nobres estavam cientes da sua função tanto quanto ele, ainda parecia errado e frio demais.
Não queria condenar ninguém a um casamento sem amor ou afeto carnal, então precisava consertar o que havia de errado consigo para poder dar o mínimo que sua futura rainha merecia.
E foi com esse pensamento que bateu na porta do sexólogo, se preparando para a primeira consulta.
O Médico abriu a porta, ainda vestia roupas formais, mas o cabelo levemente molhado mostrava que havia tomado banho a pouco tempo. A cama estava intacta, indicando que nem ao menos havia se deitado ali, mas a mesinha do quarto estava com o computador ligado e com algumas folhas espalhadas.
– Boa noite. – Disse com um sorriso tímido. – Me desculpe a demora, eu... – Iria dar uma desculpa, mas o médico o interrompeu.
– Não precisa se desculpar. É normal estar um tanto relutante, mas não se preocupe com isso, certo? Vamos, entre. – Indicou. Era estranho para Jimin como o homem parecia informal, mesmo sem o conhecer e imaginou que essa era sua forma normal de tratar os pacientes e por isso ele estava tão tranquilo quanto a tudo. E o Príncipe não negaria que sua forma de agir o deixava mais relaxado na presença dele. – Pode se deitar se quiser, as vezes é mais fácil de falar se não estiver olhando pra mim.
– Eu prefiro me sentar. – Disse sentindo seu estômago embrulhado.
– Tudo bem, pode se sentar então. – Lhe mostrou a poltrona de frente para a sua mesa e também se sentou onde estava anteriormente, fechando o computador e recolhendo suas folhas de pesquisa. – Para começar, Príncipe Park, eu preciso fazer algumas perguntas e você pode as considerar invasivas, mas são necessárias para eu entender e te conhecer um pouco melhor, tudo bem?
– Tudo. – Respondeu enquanto remexia as mãos, em um tic nervoso.
– Ótimo. – Sorriu de lado. – Sinta-se à vontade para não me responder, mas saiba que se fizer será mais fácil de lidar com isso. – Avisou enquanto puxava novamente seu bloco de notas e a caneta. – Com que idade começou a namorar? – Jimin o encarou pensando no assunto.
– Eu... bom, eu nunca namorei de verdade. Tive alguns encontros e noites casuais às escondidas quando era mais jovem, mas nunca namorei de verdade.
– Bom, e nesses encontros você se sentia bem com sexo?
– Não. – Negou sem pensar duas vezes. Se lembrava bem de ter dormido com Alice, uma colega de sala, quando estava no ensino médio, havia sido desastroso no mínimo e nem se lembrava se era por estar nervoso ou pela sensação de que algo poderia dar errado.
– Nunca sentiu prazer com outra pessoa? – Perguntou para ter certeza de que aquela era a resposta final e concordou sem demonstrar nenhuma reação ao ver o Príncipe negar novamente. – Se lembra quantos anos tinha quando o processo de puberdade começou? – Observou o homem corar, desviando o olhar.
– Eu não sei. 12 ou 13? – Disse sem ter certeza.
– E foi nessa idade que começou a olhar de forma romântica para as outras pessoas? – Questionou de forma ambígua, sem querer insinuar uma sexualidade para ele ainda.
– Bem, não exatamente, eu sempre estive ocupado demais com as minhas obrigações e acabei deixando essa parte de lado. Acho que foi só no ensino médio que eu percebi que estava deixando isso passar, mas também só percebi porque o conselho me alertou pela primeira vez sobre eu precisar casar e ter filhos. – Contou se lembrando. – Nessa época algumas meninas começaram a me chamar para sair e eu acabei aceitando sair com uma colega para ver como era.
– E foi com ela que perdeu a virgindade? – Jimin concordou constrangido. – Antes disso não teve nenhum contado com sexo ou relacionamentos?
– Não. Eu não tive muito tempo pra isso. – Afirmou dando de ombros. – Sempre estive preso em minhas obrigações.
– Certo. – Resmungou baixo, anotando que Jimin não havia tido um amadurecimento completo durante seus anos jovens, não havia testado ou se conhecido devido a pressão de sua vida corrida e repleta de obrigações. – E essa menina fez alguma coisa que você não gostou ou que possa ter causado um desconforto?
Jimin pensou por um segundo, mas não havia acontecido nada demais. Tudo bem que em um segundo estava jantando com ela e no outro Alice já o beijava enquanto se esfregava contra ele, mas não havia sido traumático ao todo, apenas confuso talvez.
– Eu acho que não. – Negou e Jeon descartou o trauma como um possível motivo, se focando na falta de amadurecimento.
– E você sente atração por mulheres?
– Que tipo de pergunta é essa? – Questionou um tanto surpreso.
– O tipo que se responde? – Brincou ao ver o homem na defensiva. – Não estou insinuando nada, Majestade, apenas quero ter certeza de que sente atração. – Jimin permaneceu em silêncio, o encarando com um olhar perplexo e duro. – Talvez você não conheça, mas existem sexualidades cinzas, onde a pessoa sente pouca ou nenhuma atração sexual. Ela pode praticar o ato, mas não se interessa de verdade nisso. Só estou perguntando para saber se é o caso.
– Não é. Eu... eu sinto atração física. – Gaguejou.
– Por mulheres? – Questionou novamente, querendo reforçar.
– Sim, por mulheres. – Afirmou cruzando os braços, parecendo desconfortável.
– Bom pra você. – Respondeu engraçadinho, tentando quebrar a barreira que o príncipe parecia ter levantado. – Quem sabe no final de tudo isso, você não saia daqui realmente podendo aproveitar uma noite.
– Claro. – Disse abaixando os braços.
– Não parece que está feliz.
– Eu... eu só estou fazendo isso porque vou ter que me casar um dia e eu não quero ser frio com a minha esposa. Não quero que isso seja um incômodo. Quero poder fazer ela feliz e dar o herdeiro que todos esperam que eu dê.
– Então está fazendo isso porque é uma obrigação? – Questionou percebendo um ponto importante.
– Bem, sim, mas...
– E se não fosse por isso? Se não tivesse ninguém lhe cobrando ou esperando isso de você, iria atrás de ajuda mesmo assim? – Jeon já sabia a resposta, mas queria ouvir do príncipe.
– Eu não sei. – Disse um tanto perdido. – Talvez.
– Okay, Jimin, vamos ser sinceros agora, tudo bem? – O príncipe se assustou ao ser chamado pelo primeiro nome, já que até agora ele estava o chamando pelo seu título e a nomenclatura era algo muito valorizado na Coreia, País de origem do médico. – Você costuma se tocar com frequência?
– Deus, isso... – Jimin ofegou, sem saber o que responder. – Eu...
– Não precisa falar mais nada. Eu acho que já entendi. – Respondeu ao ver o quão perturbado Jimin estava com aquilo. – E acho que já sei qual é parte do problema, majestade.
– Sabe?
– Sei. – Afirmou com certeza. – Acho que você tem responsabilidades, preocupações e pressão demais em cima de você, desde muito cedo, e acabou pulando toda a sua fase normal de amadurecimento, tanto sentimental, quanto sexual e por isso não sabe do que gosta ou como gostar. Não consegue aproveitar uma boa foda porque pra você é uma obrigação e não um prazer. – Explicou sem se lembrar de ser polido com as palavras. – Não vou descartar totalmente a teoria de você ser uma das sexualidades cinzas, mas acho que merece alguns testes antes.
– Testes? – Perguntou com receio. – Que tipo de testes.
– Pra começar? Você vai se tocar. Vai tentar achar algo que te excite e vai se tocar sem pressa ou preocupação, sem medo de errar. Tente achar algo que realmente te faça querer gozar e então aproveite o momento. – Jimin estava em choque ao ouvi-lo, mas se repreendeu, porque Deus, ele era um profissional, deveria estar acostumado a dar aquele tipo de dica e Jimin deveria esperar por conversas como essa quando o contratou.
– E como eu faço isso? – Questionou um tanto perdido e envergonhado. – Como eu vou encontrar algo que eu goste?
– Bom, adolescentes costumam recorrer a pornografia. Existem vários tópicos e você pode ir de um em um, até achar algo que chame sua atenção. Pode ser uma palavra dita, uma roupa, um gênero, um lugar ou um fetiche, qualquer coisa que te deixe quente é válida e não tenha medo de ver algo novo.
– Está me mandando ver pornô? – Questionou completamente incrédulo.
– Estou sim. Acho que você precisa urgente disso. Se, e quando, encontrar algo que goste, vai ser muito mais fácil de determinarmos uma forma de tratamento, vai saber como transar de verdade e vai sentir prazer real com isso. Não vai mais ser uma obrigação e vai se sentir bem com isso. – Jimin se arrepiou com a forma como o homem o encarava e apenas desviou o olhar constrangido. – Escuta, eu sei que pode ser algo difícil para você e eu não quero te obrigar a fazer isso, mas precisamos testar e aumentar a sua libido. Você precisa se conhecer e relaxar. Eu entendo que tem um país inteiro nas suas costas e que você está constantemente sob pressão, mas você também precisa de um tempo para ser você mesmo.
– Entendo. Irei tentar... bom, o senhor sabe. – Engoliu em seco. – Mas, só por curiosidade, o que acontece se eu não conseguir? – Questionou com receio. – Se sua teoria estiver certa e eu for mesmo cinza?
– Bom, não acontece nada. Não tem nada de errado nisso. Isso não vai te impedir de se apaixonar, de se relacionar ou qualquer coisa do tipo, você provavelmente só não vai sentir desejo sexual. – Explicou com calma e ternura, já que o homem parecia assustado. – E só para esclarecer, você conseguiria se tocar mesmo sendo assexual, é algo biológico e natural, até me pergunto como você consegue ficar sem isso, mas o verdadeiro propósito do nosso teste é achar algo que sinta atração. Algo que realmente te faça desejar transar.
– Okay. – Sua expressão parecia preocupada e ansiosa e Jeon sorriu com calma antes de dizer.
– Vá para o seu quarto e descubra do que você gosta.
| BONDAGE|
Eai, o que vocês estão achando?
Estão curiosos ou ao menos gostando???
Vcs vão na bienal em são paulo?
Eu tenho muitas duvidas e nenhuma resposta, enfim minha vida.
Beijos coloridos
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