Torta de Prestígio e a alegria - Parte 02
Por Francisco...
Nunca fui tão emocional como depois que me "juntei" com o Carlinho. Ele é doce e delicado e preciso cuidar como falo com ele.
Pestinha. Ele me fisgou e amarrou de vez. Fico me perguntando: como? Como consegue cozinhar tão bem? Mesmo quando como apenas batatinha cozida com salsinha picadinha por cima, carne moída bem frita com um sabor bem suave de um tempero que ele mesmo faz, salada verde temperada com limão e molho feito de tomate e cebola que ele sabe que gosto de "jogar" em cima da comida.
Depois da janta, preciso de uma coisa doce. Mas isso é um vício que veio com Carlinho pra essa casa e virou uma necessidade.
Ele me explica que ficou tagarelando com um amigo seu e nem me fez nada, mas me estica um chocolate Prestígio, que inspirou ele para uma torta sob encomenda.
— Esse chocolate é quase tão gostoso quanto você.
Ele me dá um sorriso largo e morde o lábio ficando mais sexy ainda.
— Você é um marido muito safadinho.
— Apaixonado. — Respondo falando bem baixinho e ele volta a sentar no meu colo. Quando me beija, responde:
— E eu sou abençoado. — De novo os olhos puxadinhos dele umedecem, mas ele não chora e chega pertinho do meu ouvido. — Vou deixar a louça na pia e lavo amanhã cedinho, quero tomar um banho e quero muito beijo depois...
Carlinho deixando a louça na pia? Aleluia! Abençoado seja seu tratamento!
Levanto ele no colo e falo de um jeito bem bravo.
— De castigo por deixar a louça na pia, vai ter que me dar um banho.
— Oba!
Esse meu castigo não funcionou. O jeito é curtir esse pretinho lindo e delicadinho que é só meu.
Gostamos de nos acariciar mutuamente no banho e nem sempre rola penetração, mas sei que Carlinho sente muito tesão no sexo anal e pelo menos um carinho na bordinha do seu cuzinho eu faço... Ele geme muito enquanto faço movimentos circulares e pressiono a ponta do meu indicador, sem meter pra dentro. Com ele no colo sob o chuveiro, alcanço um mamilo duríssimo para chupar, enquanto ele se masturba e goza, chupando meu pescoço. Cacete, vai ficar marca.
— Gozou gostoso? — Pergunto baixinho enquanto ele se recompõe e me abraça.
— Uhumm... — Ele responde cheio de preguiça, quando o coloco no chão.
— Vira, que vou gozar nessa bundinha...
Ele vira e empina o traseiro pra eu "sarrar" nele e gozar. Minha porra contrasta com a cor dele, me levando a pensar naqueles segundos... "Como não amar essa pele de chocolate?"
Na cama a gente se agarra pra dormir, no ar condicionado, pois o calor não alivia.
— Francisco, você acha que isso vai mudar quando a Luiza chegar?
— Muita coisa vai mudar. Vamos ficar mais contidos quanto a "isso" fora do quarto. Mas vai ser incrível sabia?
— Não quero que ela sofra.
— Nós vamos adotar uma criança e assim você vai poder ver que tem muito lar adotivo que é cheio de amor. Acho que essa etapa vai curar seu coraçãozinho triste de uma vez. Você vai ser bom pai.
— Eu quero muito isso. Dar muito carinho pra Lu.
— Viu só... Você quer. Isso que vai fazer a diferença, meu moleque.
Depois de uma dormida boa, acordo com a casa cheirando a pão de ló. Entro na cozinha e a mesa está posta para duas pessoas.
Pão fresco que ele acabou de comprar, café sendo passado, misturando seu cheiro com o bolo assado, que deve ser encomenda dele.
— Bom dia, Chico...
— Oh paixão, que delícia. Fritou ovo?
Eu adoro um pãozinho com ovo frito na manteiga. Coisa de Carlinho.
— Meu cliente do salão de beleza, que encomenda o bolo de aniversário comigo todo ano, disse que eu podia escolher o bolo pra ele esse ano. Vou fazer uma torta de prestígio com esse creme de nata e coco ralado e adoçado como recheio. Pão de ló de chocolate, chocolate amargo derretido em banho-maria na cobertura...
— Onde é esse salão?
Carlinho é malvadinho. Fala tudo isso porque sabe que vou ficar babando.
— Porque esse negócio vai ser de nata?
— Porque é mais gostoso ainda e foi sua mãe que me ensinou. Ah, Francisco... Posso ficar com o carro de manhã? Só para entregar à torta.
Sim, claro. Eu penso, mas não respondo, pois começo a rir. Esse ovo frito não foi de graça.
— Fica. — Respondo sério. — Mas me deixa no batalhão.
— Sim senhor! — Ele me presta continência como soldados o fazem comigo, uma vez que sou cabo. — Chico, os seus colegas nunca te perturbam por você ser gay? Porque geralmente... na PM... assim... eles te respeitam?
— Sempre fui assim. Eu me dou o respeito e quebro cara de quem fazer piada comigo. Que se foda.
— Calma, amor.
— Tô calmo, meu brigadeirinho. É justamente por eu ser gay que acho que o Cabral me deu a incumbência de cuidar de você naquela época. Mas isso, eu já tinha te falado. Ei deixa tudo isso de lado e me dá uns beijos que vou trabalhar daqui a pouco.
— E como vamos fazer com a Luiza? A assistente social vai trazer ela para conhecer a casa, queria que você estivesse aqui...
Estávamos há 18 meses na esperar por essa adoção e agora que saiu a decisão estamos apreensivos.
— Vou deixar o Cabral de sobreaviso e se precisar de mim, me liga que dou uma escapada.
Abraço meu pequeno e quando chego na porta da frente, escuto um grito que quase para meu coração.
— Francisco, ela ligou... A Lu vem aqui em casa. Ai, Chico.
— Calma. Já estão vindo?
— Às duas da tarde...
Como dois bobo nos abraçamos e caímos no choro. Um choro estranho, confusão, receios, emoção e principalmente Alegria.
Seremos pais. Na verdade já estamos passando por um processo de avaliação há algum tempo e precisamos entender que o mais difícil foi o juiz bater o martelo. E isso já aconteceu.
Somos pais. Luiza não terá uma mãe, mas terá dois pais que vão dividir o amor desse lar com ela também.
Quando chego no batalhão comento com alguns colegas e nem todos comemoram. Desde que me respeitem não ligo muito se torcem o nariz para nos LGBTs, pois cada um tem o direito de ser e defender sua opinião.
Eu aproveito para "queimar" umas horas extras que tinha e tiro a tarde de folga, pois esse dia é um dos dias mais importantes para nós, esse casal que torna-se uma família.
Aperto a mão do Carlinho quando o carro da assistência social da prefeitura para em frente a nossa casa e uns vizinhos pescoçudos se esticam pra ver o que vai acontecer.
Quando nossa filha desce, aquele toco de gente, eu engulo uma "maçã" inteira que formou na garganta pra não chorar, mas o Carlinho não. E a Cleusa, assistente social que já conheço através do meu trabalho no PROERD, tira uma com minha cara.
— Chora também, paizão.
Luiza fica meio tímida e se esconde atrás dela, o que deve ser normal, mas quando vê o Carlinho ela sorri ainda com o dedo na boca.
— Vem, Lu. Vem conhecer a casa que você vai morar. — Carlinho estende a mão e Luiza corre até ele e o abraça.
— Tio Carlinho, eu quero ficar aqui com você. Eu te amo.
— Ai Luiza, eu te amo também. Olha só, esse é o Chico, lembra dele.
Ela dá uma risada, mostrando que já está à vontade e diz:
— Eu sabia que o tio Chico ia ser o meu pai. Eu até sonhei, tio Carlinho.
É... começa a fase de adaptação dessa pequena família e minha pequena filha entra em casa segurando minha mão e a do Carlinho ao mesmo tempo...
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