Torta de Banana e o beijo - Parte 02
- Qual é seu "poblema"? Não tem porta na minha casa? Quem que vai se matar, moço? Sou burro, mas nem tanto. - Fico chateado. - É que tem teias de aranha nessa lâmpada e eu não alcanço.
Ele me dá uma olhada, me empurra pela cintura para sair da frente e busca uma vassoura, passa perto da lâmpada e me olha com deboche.
Não entendo o que aconteceu, porque nessa vez o toque dele me fez sentir algo estranho.
- Difícil, não é? Fica longe da janela moleque, já dá trabalho demais ficar de babá de um cara que nem você.
- Cara que nem eu? - Cruzo os braços, chateado e ele ri.
- Sim, um cara bonito que chama demais a atenção. Ganho um café?
Acabo sorrindo para ele e concordo.
- Depois você vai embora? Tenho que lavar a louça e passar um paninho no chão, gosto de tudo bem cheiroso, sabe.
- Então vou tomar um banho e já volto.
Não gosto tanto dele, só mesmo como amigo e não acho o Francisco tão bonito assim, mas ele me trata bem e seu tamanhão me agrada, bem como sua simplicidade.
- Vou caprichar no café. Vai logo, senão vai ter que me ajudar a limpar.
- Então vou demorar. - Ele ri e sai, não batendo a porta desta vez.
Mal sabe ele que preparei uma torta integral de banana, castanha e chocolate que só eu sei fazer.
Sei lá, parece que fisguei alguém sem querer. Ou estou errado? Desacreditei no amor quando ironicamente sonhava com um príncipe encantado e parece que a "fada madrinha" me pregou uma peça me dando aquilo que é melhor para mim.
Chico volta depois de meia hora, está até barbeado e perfumado, descubro que gosto daquele cheiro de perfume.
Ele senta e fica me olhando, come a torta e elogia muito.
- Carlinho, tem quanto de altura?
- Por quê? Não sei. E você? - Cara esquisito, eu penso enquanto corto mais torta de banana e coloco em seu prato.
- Dois metros.
Levo um susto. Eu sabia! Imaginei que passava longe de 1,90, sendo mais alto que o Braz, que foi o cara mais alto com quem saí, ah e o Valente também.
- Nossa. Agora você fez eu me sentir ainda menor. - Rimos disso e ainda assustado o vejo se levantar e vir na minha direção. Prendo a respiração, quando ele me pega pela cintura e puxa contra o paredão que é seu corpo. Não estava preparado para sua boca, seu beijo, aquele aperto, o calor dele.
A boca dele é macia e beija com carinho. Fico meio perdido por ser pequeno em seus braços e mãos grandes que me apertam muito possessivas. O beijo dele muda um pouco, fica ainda mais gostoso, sinto o gostinho de banana e do cacau, sua língua grossa entra na minha boca e meus dentes mordem seus lábios, fazendo ele suspirar. Fico ainda mais molinho quando ele me cola bem coladinho nele, o momento é mágico e romântico, mas Chico não esconde de mim que está todo tarado.
Acho que quer me respeitar, pois nem a minha bunda ele aperta, sendo tão comportado, fico assim emocionado e não querendo soltar esse gigante.
Choro de alegria. Quanto tempo esperando por um beijo de alguém dado assim com esse carinho, alguém que se apaixonou por mim e cansou de demonstrar, tendo que me beijar para eu finamente notar.
Quando terminamos, ele me abraça e beija minha testa, depois me aberta e suspira.
- Ah garoto, me perdoa se eu não era o que você esperava, mas estou querendo fazer isso desde a primeira vez que te vi.
- Ai moço, eu que não mereço. Foi maravilhoso demais.
- Todo mundo merece ter amor. Não quis misturar as coisas, mas não sou de ferro. Depois, eu vou manter-me na função, só precisamos ser discretos. Quando isso tudo passar você vai morar comigo.
- Casar?
- Porque não? Já provei que posso cuidar bem de você e você cuida bem de mim.
Ele seca minhas lágrimas, me aperta e depois sentamos para terminar nosso café. Na minha frente está o gigante a comer e se deliciar com minha receita mais caprichada, que inconscientemente fiz para o dia especial que sem planejar foi hoje.
Nunca tive romance em minha vida, não assim tão verdadeiro e simples, então estou em êxtase. Passo o restante do dia todo contente, sinto aquele calorzinho gostoso quando penso nele, me arrepio o tempo todo só de lembrar o quanto ele era quente, forte e o tamanho do seu volumão, então, me deixo assanhadinho.
No chuveiro tomo banho bem demoradinho e brinco com meu corpo, minha barriga bem lisinha e minha cintura perfeita com aquela curvinha, meu mamilos inchados que deixam tantos caras excitados, ficam bicudinhos quando arrepiados, será que o Francisco vai gostar? Depois é minha bunda redonda e bem durinha que deixo bem cheirosa, pois já percebi que ele fica me tarando. Fico só imaginando se um homem machão daquele tocaria no meu pau, que não é grande, mas proporcional ao meu tamanho, bem moreninho, bem como meu saco mais escurinho sempre negligenciado. Espero que ele goste, pois me preparei por inteiro para ele não deixar de notar nenhum detalhe.
Passo no meu corpinho um restinho de hidratante importado, quero mostrar a ele o quanto sou vaidoso, não apenas uma mão boa na cozinha. Nunca fiquei assim tão nervoso. Não sou menino tímido, até sou bem exibidinho, mas hoje vai ser especial. Estou todo apaixonado de repente, só fui descobrir isso quando o soldado me beijou.
Ai, o que eu faço? Estou todo arrepiadinho. Será que ele vai me tratar bem depois que acontecer aquilo? Tenho um pouco de medo de me entregar como tantas vezes eu fiz, achando que um, no meio de tantos caras que fiquei afim, fosse se apaixonar por mim.
Que medo de sofrer quietinho, pois ninguém nunca se importou muito comigo. Mas acho que só vou sofrer se isso for o conto de fadas que sempre sonhei.
Fico tão nervoso quando escuto aquelas pancadas na porta. Vejo meu soldado gigante pelo olho mágico e fico maluquinho.
- Boa noite, moleque.
- Ai moço, achei que não viria mais.
- Prometi de vir tomar um vinho, não foi?
Ai meu Deus, esse moço é tão mandão e tão sério que dá até medo dele. Depois que entra, fecha a porta. Traz uma sacola de supermercado bem conhecido nas mãos.
- Oba, é pinhão?
- É, foi você quem me deu dinheiro para comprar, lembra?
Lembro sim, vou correndo para a cozinha e numa panela pequena, coloco ele para cozinhar. Francisco pega o vinho e dá um pequeno sorrisinho.
- Tá sem lacre, tentou abrir, não foi?
- Ai Francisco. isso é impossível de... - Pou... Levo um susto quando escuto aquele som da rolha quando é tirada da garrafa. - É que você é muito forte, aí consegue bem facinho.
Francisco hoje está meio estranho, chego a ficar com medo de ser feito de bobo. Noto perfeitamente que ele está o tempo todo me analisando, ai que medinho estou gostando dele, não queria ser só mais uma fodinha na vida solitária de alguém.
O vinho é muito gostoso, é bem forte, logo fico tontinho, mas é de alegria também. Francisco me põe no seu colo e diz todo carinhoso que pensou em mim a tarde toda.
- Você é lindo garoto, já sinto ciúme de quem olhou e beijou você no passado. Vai ser só meu, não vou te largar nunca mais.
Então ele me beija, mas dessa vez beijo de namorado. Me lembro de quantos caras que tentei beijar e fui rejeitado. O beijo do soldado da polícia é tão bom que me faz esquecer disso tudo. Sinto gosto de vinho, carinho e paixão. Sou ainda o menino que queria o príncipe encantado, lindo e muito rico, mas esses não são feitos para meninos como eu, até poderia ser, mas o que nunca imaginei o quanto seria perfeito ter um cara comum me abraçando apaixonado.
Ele me dá mordidinhas bem gostosas, sinto outra vez a língua dele invadir minha boca e depois escuto um gemido de homem com voz grossa.
- Garoto, garoto. - Ele me diz. - Acredita em príncipe encantado?
- Ai moço, sempre acreditei. - Falo pelo meu passado.
- Então somos dois, mas achei o meu agora, pequeno, lindo, gostosinho, bem moreninho com mãos de fada na cozinha.
É isso então. Estou tendo um romance. A história do garoto do chocolate e o PM podia ser esse o nome, penso enquanto tomamos mais um copo de vinho.
Sentadinho ali no colo do grande soldado que hoje veio namorar sem farda, abro minha camisetinha, cada botãozinho, esperando agradar esse homem. Acho que dessa vez vou fazer amor, ele me olha encantado, dá para ver que está tarado, pois seu volume é indisfarçável, é muito grande mesmo e se for proporcional, ai, nossa estou feito.
Minha camisetinha desce pelos braços e os olhos dele miram meus biquinhos, ele com cara de esfomeado olha eu todo sapeca enquanto passo meus dedos pelos mamilos e digo assim do meu jeitinho:
- Estou com frio, olha como fica bem durinho. Dá um beijinho.
Ele afunda a cara grande no meu peito e puxa um mamilo com fominha.
- Ai moço, mama de levinho.
- Desculpa... - Ele fala cheio de tesão. - Você é a perfeição.
Não acho, tenho certeza que ele gosta de mim. Ganho mais um beijo e no colo dele sou levado para o meu pequeno quarto. São instantes que me fazem esquecer que já fui muito triste, de tanta felicidade que tenho agora, tenho medo de acordar amanhã e descobrir que esta foi embora.
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