Balas coloridas e o dodói - Parte 01

Por Francisco...

Ninguém precisou me dizer que se eu escolhesse ser policial ia me foder às vezes. Tomei outro tiro e desta vez foi no braço. Fiquei dias de molho por causa desse acidente de trabalho, passei por uma pequena cirurgia e quando recebo alta, meu amorzinho me espera com aqueles olhos puxadinhos arregalados, seu pomo de adão sobe e desce quando ele luta para engolir o choro e ele morde o lábio inferior para se segurar na recepção do hospital.

Minha mãe, a Itália, é doméstica e não consegue se ausentar por muitos dias, até porque insisto que está tudo bem. Mas mãe é mãe e quando pega o Carlinho de lado o enche de recomendações.

- A sopa do Francisco tem que desfiar bem o frango, não dá ela muito quente para ele e faz ele tomar mais água e menos coca...

Carlinho sabe cuidar de mim e eu sei disso. Sei que ele a mãe se gostam, mas confesso que os dois às vezes me sufocam com seus cuidados.

Na nossa cama eu pareço um boneco, Carlinho não deixa eu me mexer.

- Francisco, como seu braço vai melhorar? Fica quieto, tenho que fazer o bolo de chocolate da escolinha e volto para ver se você continua tampado, vê se me obedece.

Fico olhando aquela bundinha rebolante que sai do quarto, todo metido. Eu seguro uma risada.

Carlinho ficou super protetor comigo achando que me tornei uma pessoa com limitações físicas permanentes, quando é apenas um pequeno curativo perto do ombro que com a medicação adequada não dói.

A cada cinco minutos ele enfia um termômetro debaixo do meu braço ou verifica minha pressão, pergunta se dói e me dá um beijinho na testa cada vez. Depois volta com a sopinha de galinha desfiada, depois com a água, depois com a dipirona...

Ameaço de levantar e ele cruza os braços quase chorando.

- Não... Chico.... Seu braço está gravemente ferido, tem que ficar quietinho para melhorar.

- Carlinho, seu soldado está apertado. Você tem me dado tanta água que deve imaginar o que acontece...

- Eu até sei, mas quero cuidar bem de você.

- Seus cuidados são os melhores, só um tesouro igual a você cuidaria de uma pessoa tão bem.

Faço-o lembrar do tiro que o próprio levou e ele reconhece que sarou mais rápido que imaginava.

- Não conta para a sua mãe que deixei você se levantar sozinho...

Ele me faz uma cara de travesso que me dá vontade de agarrar e beijar ele todinho. A explicação pelo zelo não era meu braço ferido e sim o medo da sogra.

- O que é isso, Carlos? – Chamo assim como ele não gosta. – Você só fez isso por dona Itália?

- Claro que não, mas quero que ela saiba que cuido muito bem do meu marido.

- Ah, isso você faz muito bem. Agora corre para a cozinha que sinto o cheiro do bolo assado daqui...

Carlinho sai correndo para cuidar do seu bolo de chocolate que fez para o aniversário de amigo seu que dá aula na escola do bairro. E como todas as coisas gostosas que faz que lhe deram fama, esse bolo tem que ficar perfeito.

Assim são alguns dias enquanto dura meu atestado, por mim eu já tinha voltado à função, pois não é o primeiro tiro e nem foi meu pior momento de agonia. Fico de coração partido ao ver Carlinho correr o dia inteiro com suas encomendas e o serviço da casa para depois cuidar de mim e achar que tem que me servir na cama como se fosse obrigação.

Me sinto 100% no dia que tiro os pontos, mas o doutor me dá mais cinco dias e fico maluco. Vou surtar em casa, Carlinho não me deixa fazer nada.

- Escuta aqui, moleque. – Falo sério, mas não ralhando com ele. – Não é certo isso, você é homem tanto quanto eu e dividiremos os afazeres.

- Mas tem o seu braço...

- Meu braço está bom e não quero ver você trabalhando feito maluco. Entendeu?

- Sim, entendi.

- Não quero que você fique doente, você é meu tesouro, menino.

- Você é o meu.

Abraço seu corpo magrinho e aproveito para apertar com minhas grandes mãos a cintura fina e dar um tapa na bunda redonda e durinha dele.

- Estou com fome de você... – Digo no ouvido dele que fica inteiro arrepiado e me aperta junto ao seu corpo.

- Mas eu ainda não pendurei....

Calo a boca carnuda e suculenta com um beijo faminto, fazendo ele gemer todo dengoso e me devolver o prazer com uma de suas mordidinhas doloridas.

- Hoje seu maridão vai fazer amor bem gostoso com você. Quero mamar gostoso seu pau perfeito e saboroso... morder essa bundinha dura... chupar seus bicos até escutar você choramingando cheio de tesão e teu cuzinho... quero fode-lo só com minha língua...

- Soldado.... Olha aqui como fiquei todo durinho.

Seguro a dureza do meu lindo companheiro, meu Carlinho. Adoro dar prazer a ele como ele que se deleita no meu corpo. Ainda por cima de seu pijama fino e sem cueca por baixo, passo minhas unhas sobre a tenda formada pelo pequeno caralho muito rígido, apertando-o vendo seu contorno bem marcadinho. Beijo ele com todo meu amor e tesão até que seu short de dormir fique molhadinho na altura da cabecinha de sua pica.

Tiro seu pijama e percebo o quanto ele gosta de se exibir para mim. Deixo que ele suba e engatinhe na cama ajeitando seu lindo corpo moreno escuro, linda cor, linda pele, lindo homem. Sabendo que seus mamilos são uma tentação para mim, Carlinho os acaricia com as pontinhas dos indicadores até que fiquem pontudinhos e muito salientes.

- Vem meu policial safadinho.

Esse moleque me tira do eixo. Preciso me ajeitar com cuidado ao lado dele na cama, pois se forçar meu braço incomoda.

Carlinho tira minha bermuda, que era a única peça de roupa que eu tinha no corpo e se esfrega em mim todo pelado. Deitados de lado da cama um de frente para o outro, nos beijamos e esse malvadinho torce meus mamilos, sorrindo quando seus dentes soltam meus lábios.

- Coisa mais gostosa. – Falo já suspirando, pois com um beijo na boca ele é capaz de me levar ao paraíso de tanto tesão.

Continuo a esfregar meu polegar grosso do mamilo macio e saliente dele.

- Soldado diz para eu que me ama no ouvido.

- Repito sim: te amo meu brigadeirinho...

- Eu amo você também.

Naquele namoro cheio de beijos e carinhos, optamos por não transarmos, pois meu braço ainda não pode ser forçado, mas podemos dar um ao outro uma punheta mútua e gozamos gostoso ficando um nos braços do outro, melados de porra e sem a menor vontade de levantar para tomar um banho relaxante.

- Seu amigo gostou do bolo de chocolate?

- Não, mas adoraram a minha torta mineira.

- Espera, não era bolo de chocolate?

- Era, mas a massa queimou naquele dia porque estava cuidando de você.

Adoro sentir Carlinho desse jeito leve e tranquilo. Tivemos alguns pequenos momentos mais tensos por ciúmes daqueles bem bobos, mas são tão raros que fazem nosso romance perfeito. Mesmo convivendo, percebo uma certa mudança no seu comportamento, ele tornou-se mais sério, mais comprometido até consigo e tem conseguido o respeito de pessoas alheias, que antes não gostavam muito dele.

Eu me apaixonei e por isso tive a cegueira da paixão embaçando minhas vistas por meses e quanto voltei a enxergar com clareza notei que o amava de verdade.

*

*

Por Carlinho...

Já confessei meu passado onde cresci cercado de coisas ruins e pessoas más. Meu pai adotivo me vestia com roupas de menina muito antes de eu completar meus dez anos e isso me marcou. Eu me sentia feminino, aceitando ser subjugado por isso e até gostando de ser tratado dessa forma caracterizado assim como uma boneca. Mas ao tirar a maquiagem, calcinha e vestido sobrava eu, o Carlinho que poucas chances tinha de me defender, criando essa doentia obsessão por ser fêmea dentro de uma relação. O Chico não gosta quando eu peço para ser tratado como menina, mas diz que ama meu jeito afeminado, vejo que ele fica excitado quando me observa fazendo algumas coisas. Sorrio para ele que fica bobo, que grande soldado maravilhoso esse meu.

Com paciência ele conseguiu me convencer que preciso de ajuda profissional, pois até existem caras que gostam de ser vestir como meninas, mas no meu caso está associado à um período que me faz mal lembrar.

Ele se importa muito comigo e diz que lhe cuido bem, mas ele cuida muito mais, pois está sempre preocupado cobrando que eu faça exames e consultas rotineiras. Mesmo quando digo que tudo está bem, ele sabe que muitas vezes não comento sobre meus fantasmas para não aborrecer ou lhe sobrecarregar. Chico é paciente.

Minha sogra vez ou outra pega no meu pé, como a mãe que não pode me criar por ser pobre demais. Dona Itália me parecia muito chata no início, hoje não sei como demonstrar o quanto devo a ela pelos bons conselhos e por dividir comigo o amor de seu filho, até me apelidou assim: meu bonequinho.

- Chico, será que preciso tomar todos esses remédios? Vou acabar ficando com outros "poblemas" de saúde.

- Infelizmente, Carlinho. Faz bem para uma parte do corpo e mal para outra. Mas é só uma fase, logo o psiquiatra vai te ajudar com a superação dos traumas do passado e tirar essa medicação.

- Mas se eu ficar gordinho?

- Só vai ficar mais gostosinho ainda.

- E se eu ficar careca?

- Vai ser o carequinha mais filézinho que já vi... Agora para de me enrolar e toma logo esses comprimidos.

Chico fala brincando, mas lembro quando me drogavam para me abusar, não consigo engolir nem mesmo uma aspirina até hoje, são tantos traumas... lutei muito sozinho para não admitir que estava doente.

- Meu lindo Carlinho, toma o seu remédio, pelo Chico. Não são aquelas coisas que você me contou que te obrigavam a tomar, esses te farão bem e ninguém vai ficar careca...

Eu dou uma risada, posso ser meio devagar, mas sei muito bem que não perderia meus cabelos por tomar os comprimidos pequeninhos.

- Espera... Vou dar uma saída e já volto, não tome ainda seu remédio, tive uma ideia.

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