࣪✶ vagabunda do Billy?

esse capítulo tem um pouco do episódio 4 e do 5, porque se eu fizesse dois separados ia ficar muito curto, já que são poucas as cenas que a Tessa apareceria, então eu juntei tudo numa coisa só.

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Tessa estava na cozinha, tentando fazer um bolo, mas estava praticamente apanhando da massa quando Lucas entrou com um ar preocupado. A casa estava silenciosa, exceto pelo som de "Hammer to Fall" do Queen tocando em um volume considerável.

Ela continuou mexendo a massa de chocolate com uma colher de pau, franzindo a testa enquanto a massa insiste em não cooperar

- O que houve, Luc? Parece que viu um fantasma.

Lucas entra na cozinha, visivelmente preocupado, suas mãos enfiadas nos bolsos.

- Estou preocupado com o Will. Ele está agindo estranho, mais do que o normal. Ele passou mal no pátio da escola hoje.

Tessa para o que estava fazendo e ergue o olhar na direção do irmão.

- Ah... Coitado. Você diz estranho tipo... "outra dimensão" estranho? Ou só "precisa de um psicólogo" estranho? - Ela perguntou em um leve tom de ironia.

Lucas quase engasga ao ouvir a primeira opção, começando a tossir. Tessa franze a testa e dá um tapinha nas costas dele.

- Tô só brincando. Não tem graça, né? Desculpa.

Ela solta um suspiro, colocando a colher de pau de lado, e olha diretamente para Lucas.

- Mas falando sério, Lucas, o que exatamente está acontecendo?

- Ele está distante, parece estar sempre em outro lugar, como se estivesse vendo coisas que a gente não consegue ver. E hoje ele desmaiou do nada. Não sei mais o que fazer pra ajudar.

Tessa limpa as mãos em um pano de prato e se aproxima do irmão, e apoia seu corpo na bancada, assim como ele.

- Olha, o que você pode fazer agora é estar lá para ele. Ser um bom amigo, mesmo que isso signifique aguentar as esquisitices. - O mais novo balançou a cabeça.

- E se isso não for suficiente?

- Então você chama o exército dos nerds, pega suas lanças e bicicletas, e faz o que vocês fazem de melhor: salvam o mundo.

Lucas dá uma risada verdadeira pela primeira vez desde que entrou na cozinha. Claro, ela não sabia que eles realmente haviam salvado o mundo uma vez ou outra. Provavelmente ela se referia ao D&D, mas o conselho foi ótimo.

- Você é incrível, sabia? - Lucas pareceu se arrepender no segundo que disse isso, porque sabia que ela ia se vangloriar disso por anos.

- Claro que sabia. Agora, vá descansar. Amanhã é um novo dia para lutar contra demônios, reais ou imaginários. Eu te chamo quando o bolo estiver pronto.

Lucas se inclina para dar um abraço rápido na irmã antes de sair da cozinha. Tessa observa-o se afastar, um sorriso suave brincando em seus lábios. Ela volta para a massa do bolo, determinada a vencer a batalha culinária.

{ . . . }

O jogo de basquete atual refletia perfeitamente a mente turbulenta de Steve Harrington no momento. Ele tentava focar, desesperado para evitar que seu time fosse completamente humilhado por Billy Hargrove, mas seus esforços eram em vão.

Enquanto Steve tentava pegar a bola de Billy, o garoto começou a rir, quicando a bola no chão algumas vezes.

- Olha só, que beleza! Rei Steve. Rei Steve, pessoal. - Billy provocava, um sorriso malicioso no rosto. - Gostei. Tá jogando bem hoje.

- Aí, vê se cala a boca e joga. - Steve retrucou impaciente, os dentes cerrados.

Billy riu mais uma vez e continuou a quicar a bola.

- O que foi? Tá com medo do treinador te botar na reserva comigo aqui? Hein? - Ele passou rapidamente por Steve, esbarrando seu ombro no dele, derrubando-o no chão. Enquanto isso, Billy marcava mais um ponto, acertando a bola na cesta.

O treinador apitou, indicando que o jogo havia terminado. Billy se aproximou de Steve, que ainda estava no chão, e estendeu a mão para ajudá-lo a levantar. Steve, relutantemente, aceitou a mão de Billy.

Mas, em vez de ajudar, Billy se inclinou na direção dele.

- Você mexeu os pés. Trava da próxima vez, aguenta o tranco. - Ele empurrou Steve de volta ao chão e soltou sua mão, passando reto.

Steve bufou irritado e se levantou, pisando firme até o vestiário.

Dentro do vestiário, ele começou a tomar banho, sentindo a água fria relaxar seus músculos tensos. Sua paz foi interrompida pela voz insuportável de Billy.

- Relaxa, Harrington. - Billy disse, ligando o chuveiro ao lado. - Hoje não é o seu dia.

Steve tentou ignorá-lo, passando as mãos pelo cabelo molhado. Mas a risada de Tommy atraiu sua atenção, e ele franziu minimamente a testa.

- É, não é a sua semana. - Tommy debochou. - Você e a princesa terminam num dia, e no outro a princesa tá saindo com o irmão do esquisito.

Steve não conseguiu disfarçar a raiva ao ouvir aquilo.

- O que é? Você não sabia? Jonathan e a princesa mataram aula ontem e não apareceram. - Tommy apoiou seu braço no chuveiro. - Mas deve ser só coincidência, né?

Ele gargalhou, e Steve cerrou os punhos, tentando conter a raiva.

Tommy continuou, percebendo a tensão no ar e aproveitando para cutucar ainda mais.

- E sobre a Tessa, hein? Ouvi dizer que ela te colocou no seu lugar na festa da Tina. Cara, nunca vi você tão vermelho.

Steve respirou fundo, tentando manter a calma, mas era difícil. A lembrança da festa e das palavras afiadas de Tessa ainda estavam frescas em sua mente.

- Cala a boca, Tommy. - Steve finalmente retrucou, sua voz baixa e frustrada.

Tommy ergueu as mãos em rendição, ainda sorrindo.

- Só tô dizendo, cara. Parece que sua sorte com as garotas tá indo ladeira abaixo. - Tommy riu antes de desligar o chuveiro e sair dali.

Steve voltou a tomar banho, o maxilar travado de raiva. A água fria batia em seus ombros, mas não fazia nada para aliviar sua frustração. Billy o observava do lado, desligando o chuveiro que usava.

- Não leva a mal não, cara. - Billy riu fraco, apoiando sua mão no chuveiro e chegando mais perto. - Ah, eu vi você e a Sinclair na festa da Tina. Ela acabou contigo, né? Aquela gostosa é um problema.

Steve abriu os olhos, visivelmente irritado, ao escutar a fala do Billy sobre a garota.

- Ela se faz de difícil, mas já tá na minha. Mal posso esperar pra ter ela na minha cama. - Ele disse olhando nos olhos do Steve, sorrindo fechado ao notar o quanto ele ficava irritado quando falavam dela. - Mas fica de boa. Bonitão desse jeito não precisa se preocupar. Tem muita sereia nesse mar. - Ele deu um tapa nas costas do Steve depois de desligar o chuveiro dele. - Eu deixo algumas pra você.

Steve balançou a cabeça em negação e deu um tapa no registro, ligando o chuveiro novamente.

{ . . . }

⠀⠀⠀࣪✶ Tessa Sinclair...

Após o fim da aula, fui até a parte do Fundamental da escola para chamar o Lucas para tomar um sorvete. Cheguei bem a tempo de ver ele e o Dustin seguindo o Mike para dentro da escola, deixando uma garota ruiva do lado de fora com uma expressão nada boa.

- Oi. - chamei, e ela se virou para mim com a mesma expressão nada contente. - Te deixaram de fora?

- Tanto faz. Eu não dou a mínima pra esses idiotas. - respondeu ela, frustrada. - E você, quem é? Ah, já até sei. Provavelmente uma das vagabundas do Billy. Avisa pra ele que eu vou de skate pra casa, tá bom?

Arregalei um pouco os olhos com o comentário dela. Gente... Com essa idade eu não era tão agressiva assim. Tá... Só um pouco.

- Deus me livre de ser uma das "vagabundas" do Billy. - estendi a mão para ela. - Você é a Max, né? Sou Tessa. Tessa Sinclair.

Assim que disse meu sobrenome, a expressão da garota mudou de furiosa para extremamente constrangida. Provavelmente xingando a si mesma mentalmente por ter chamado a irmã do Lucas de vagabunda.

- Ah... Sinclair? Você é irmã do Lucas? - Assenti, sorrindo e ela pegou a minha mão, ficando meio vermelha.

- Uhum. Apesar de ter 100% de certeza que ele foi achado no lixo... Acho que sou sim.

- Me desculpa, me desculpa mesmo!

- Desculpa pelo que? Se for por ter chamado eles de idiota, não tem problema, eu concordo totalmente. - afirmei com um tom divertido. - E honestamente, não me ofendi por ter me chamado de vagabunda. Me ofendi por ter dito que eu seria uma das vagabundas do Billy.

Ela não conteve um riso fraco.

- Agora que já fomos devidamente apresentadas... Por que não vem comigo até a sorveteria? Eu ia chamar o meu irmão, mas ele foi um idiota. - ajeitei a mochila no ombro. - Eu pago. Aí você me conta o que aconteceu e eu te ajudo a xingar até a terceira geração do meu irmão, o que acha?

Max hesitou por um momento, mas acabou sorrindo.

- Eu aceito. - disse ela, ajustando a mochila nas costas.

Caminhamos juntas até a sorveteria, o som de nossos passos se misturando com o ruído distante do trânsito. A sorveteria não estava muito cheia, então pegamos nossos sorvetes rapidamente e nos sentamos em uma mesa perto da janela.

- Então, o que aconteceu? - perguntei, dando uma colherada no meu sorvete de chocolate.

Max suspirou, mexendo no sorvete dela com a colher.

- É complicado. Eu me mudei para cá recentemente, e esses caras... Eles são legais, mas às vezes me tratam como lixo. - Ela deu de ombros. - E hoje, o Lucas e os outros saíram correndo e me deixaram para trás. O Dustin e o Lucas parecem querer me incluir, mas o Mike gosta de deixar extremamente claro que eu não faço parte do grupo deles, e nem vou fazer.

- Eu entendo. - comentei, me lembrando de quantas vezes me senti deixada de lado antes de fazer amigos de verdade. - Mas sabe, eles são uns cabeça-duras. Precisam de um empurrãozinho às vezes.

Max deu uma risadinha.

- É, talvez.

- De onde você era antes de vir pra cá? - perguntei, levando a colher até a boca.

- Da Califórnia.

- Sério? - a ruiva assentiu brevemente. - Eu morava lá também. Eu sou daqui, mas morei por três anos com a minha tia na Califórnia.

- Porque você foi pra lá? Se cansou da vida do interior? - ela perguntou em um tom divertido.

- Não exatamente. Passei por um problema e essa foi a melhor maneira que eu encontrei de fugir. - fui sincera, mexendo a colher em algumas das balas que eu havia colocado por cima do sorvete.

- Então porque voltou?

- Não podia fugir pra sempre. Um conselho, fugir nunca dá certo. Não importa o quanto algo pareça estúpido ou machuque... Você sempre acaba de volta, no mesmo lugar. - ela pareceu me escutar atentamente, e eu me senti uma velha dando conselhos pra um jovem, com aquela típica frase: "quando eu tinha sua idade...". - Mas enfim, o que te trouxe até Hawkins? Imagino que não foi o sorvete.

Max suspirou, parecendo pensar na melhor forma de responder.

- Minha mãe se casou de novo, com o pai do Billy. - explicou ela, fazendo uma breve careta. - Ele não é exatamente a melhor companhia, mas é o que temos agora, já que estou presa a ele e a essa cidade.

- Entendi. A cidade não é tão ruim assim, vai. - comentei, mas logo tentei imaginar como seria ter Billy Hargrove como irmão. - Deve ser difícil lidar com ele. Mas sabe, você parece ser bem forte. Acho que vai se sair bem aqui.

Max sorriu, parecendo um pouco mais relaxada.

- Obrigada, Tessa. E, sabe, foi bom conhecer você. É bom conversar com alguém que não seja o maluco do Billy, ou aqueles três nerds que não falam nada com nada. - Não consegui deixar de rir fraco com a última fala dela.

- Sempre que precisar, pode contar comigo. - garanti, levantando meu sorvete em um brinde improvisado. - Um brinde a mim, por ser menos insuportável que o meu irmão.

Brinquei, arrancando uma risada dela, que ergueu o pequeno pote de sorvete e o bateu minimamente no meu.

- Sabe... Eu não conheço muito o Billy, mas eu reconheço um babaca quando vejo um. - Falei, me lembrando de alguns dos idiotas que já cruzaram meu caminho. - Então se ele passar dos limites com você... Você me avisa, tá? Eu cuido dele.

Ela sorriu, parecendo um pouco mais relaxada.

- Obrigada, Tessa.

Ficamos conversando mais um pouco, compartilhando histórias e rindo das nossas desventuras. Quando terminamos nossos sorvetes, já parecia que éramos amigas há muito tempo.

- Agora, sobre aquela parte de xingar o Lucas... - comecei, levantando-me da cadeira. - Vamos fazer isso acontecer?

Max riu alto.

- Com certeza!

{ . . . }

- Onde você estava?! - Lucas perguntou assim que passei pela porta, a expressão dele era uma mistura de surpresa e raiva.

- Só tomando sorvete, papai. - Respondi com uma pitada de sarcasmo, fechando a porta com minhas costas. - E, Lucas, vamos falar sério: você é um completo idiota.

- O que eu fiz agora?

- Você está interessado na Max, mas trata a menina como se ela fosse a versão feminina do Freddy Krueger. - Ele arqueou uma sobrancelha, confuso. - Se você acha que ser um pesadelo ambulante vai conquistar alguém, bem, você está muito errado.

- Espera, como você sabe? E eu não trato ela assim, tá bom?

- Oh, é claro, a velha tática de "mentir, bater a porta e isolar" não é trata-la assim. Eu conversei com ela, sabia? - Dei de ombros enquanto Lucas arregalava os olhos.

- Por que você falou com ela, Tessa?! Tenho certeza que você falou mais do que devia. Que droga.

- Ah, só o básico. Que você fazia xixi na cama até os 9 anos, tem medo do escuro e ronca igual a um trator. - Ele franziu a testa. - Brincadeira, bocó. Mas, ouça, se você realmente gosta da Max, trate ela como uma rainha, e não como a vilã do seu filme de terror. Com isso a única coisa que você vai ganhar é um chute no saco, e acredite, não é isso que você quer. Boa noite.

Dei três tapinhas em suas costas antes de passar por ele.

{ . . . }

Acordei mais uma vez atormentada por um pesadelo daquele lugar. Minha paciência estava se esgotando. Antes, eu só via aquele lugar estranho e acordava como se tivesse saído de um filme do Hitchcock. Agora, a coisa tinha um 'quê' de "O Exorcista", com algo no céu me obrigando a correr. É realmente assustador, até pra mim.

Depois de me arrumar, estava pronta para sair com a Sam. Optei por um colete marrom com os botões fechados, um top faixa preto que espiava por baixo, e uma calça preta com as barras dobradas. Completei com um cinto preto com detalhes em prata e meu coturno. A jaqueta de couro curta e meus acessórios em prata de sempre davam aquele toque final.

Estava na mesa de café da manhã com meu pai, que tinha o jornal na frente do rosto, mamãe estava na cozinha, corrigindo Erica que estava exagerando no mel das panquecas, e logo Lucas se juntou a nós, com uma expressão não tão boa.

- Já está bom, Erica! - Advertiu nossa mãe, sem desviar o olhar das panquecas.

- Pai? - Lucas chamou, e nosso pai levantou um pouco o jornal, sem tirar os olhos do papel.

- Uhum. - Ele murmurou, indicando que Lucas deveria continuar.

- Quando a mamãe briga com você, o que você faz para que ela fique bem? - Lucas perguntou, e eu franzi a testa, achando a pergunta digna de um roteiro de sitcom.

- Hum. Ótima pergunta. - Mamãe comentou, se sentando ao meu lado e olhando para o papai. - O que você faz?

- Primeiro, eu peço desculpas. Depois, dou a ela o que ela quiser. - Ele respondeu, ainda com o olhar fixo no jornal. Não consegui segurar um riso discreto.

- Olha só, um verdadeiro mestre Jedi da pacificação. - Ironizei, dando outro gole no café. - Só falta ele usar uma capa e um sabre de luz.

- Mesmo quando ela está errada? - Lucas questionou, surpreso. Papai abaixou o jornal para encarar o garoto com um olhar tão autoritário quanto o de Darth Vader.

- Ela nunca está errada, filho.

- Exatamente. - Mamãe concordou, rindo.

- Geralmente, mulheres nunca estão erradas, Lucas. Aprenda isso e você vai conseguir. - Provoquei, terminando meu café de uma vez.

Lucas se levantou e levou o seu prato e copo até a pia.

- Não está com fome? - Nossa mãe perguntou, virando para encara-lo.

- Nem um pouco.

- Vai para onde? - Ela indagou, vendo-o se dirigir para a porta com a pressa.

- Eu vou... Sair... Com o Dustin. - Ele disse, apressando-se a sair pela porta, e eu sabia muito bem que ele estava mentindo.

- Acho que essa é a minha deixa. - Afirmei, me levantando e atraindo o olhar deles. - Vou sair com a Sam.

Acenei com a cabeça para a minha mãe e fui até a porta, onde vi a Sam estacionar do lado de fora, e eu caminhei até o seu carro, logo entrando, então iniciamos o caminho tranquilo até a cafeteria de sempre, mas dessa vez nós entramos e comemos lá dentro.

Depois disso nós fomos até a rua principal da cidade, onde a maioria das lojas ficavam. Nós paramos em algumas lojas onde a Sam precisava comprar umas coisas, e agora estávamos em uma olhando perfumes.

Havia acabado de experimentar um perfume em meu pulso quando resolvi falar com a Sam sobre o que estava na minha cabeça. Foi quase involuntário.

- Sam? - Chamei, pegando um frasco de perfume vermelho. Ela olhou para mim, indicando com o olhar que eu deveria continuar. - Você teve notícias ou viu o Steve e a Nancy ultimamente?

Perguntei como quem não quer nada, mexendo na tampa do frasco do perfume. Sam levantou uma sobrancelha, percebendo a minha tentativa de desviar da verdadeira questão.

- Ah, então é sobre isso que você queria falar? - Ela disse, com um sorriso sugestivo. - Não exatamente. Vi o Steve de longe outro dia, ele parecia... diferente. Não sei como explicar.

- Diferente como? - Perguntei, tentando parecer desinteressada enquanto borrifava um pouco do perfume no ar.

- Eu não sei, mas diferente. - Sam respondeu, pegando um frasco de perfume para si. - Ele não parece mais o mesmo desde que você voltou. E a Nancy, bem, parece que ela está meio distante de todo mundo, especialmente do Steve. Ouvi dizer que ela e o Jonathan estão beeem próximos.

- Hm. - Murmurei, tentando processar a informação. - Então, acha que eles vão reatar?

- Não sei ao certo. - Sam respondeu, dando de ombros. - Mas por que a pergunta repentina sobre o Steve? Pensei que você tivesse superado isso.

- Superado? - Ri, balançando a cabeça. - É claro que eu superei, Samantha. Já dizia Freddie Mercury: "o show tem que continuar." Não importa o que aconteça, a vida segue, e a gente também. É óbvio que eu superei.

- Não tenho dúvidas disso. Só não entendo o motivo de citar ele do nada, se já superou. - Ela tinha um tom sugestivo na voz enquanto cheirava o perfume com o frasco preto.

- Foi só curiosidade, tá legal? Só isso.

- Tudo bem então. Se você diz... - Ela não pareceu muito convencida, mas pelo menos deixou o assunto de lado. Ela largou o frasco de teste e pegou a caixa do perfume. - Vou levar esse.

Depois que ela disse isso, fomos até o caixa, ela pagou o perfume dela, e eu comprei algumas maquiagens que estava precisando.

- Topa uma sessão dupla de filmes de terror? Ainda tem isso aqui né? - Perguntei sorrindo assim que deixamos a loja, mas fui interrompida por um carro extremamente barulhento estacionando na nossa frente.

Não levei mais que alguns instantes para perceber que era o Billy. Logo ele desceu do carro e caminhou até mim. Vi a Sam franzir a testa e dar um passo à frente, mas eu continuei parada, com o queixo erguido.

- Sinclair. Era exatamente você que eu esperava encontrar. - O tom de voz dele me dava nojo.

- Que pena que encontrou. - Desdenhei.

- O que você quer, idiota? - Sam perguntou sem esconder a raiva na voz.

- Só vim te avisar de uma coisa. Eu falei com a Maxine, mas não adiantou de porra nenhuma, então talvez falar com você resolva. - Ele chegou mais perto e eu continuei parada. - Mantenha aquele seu irmão longe da Max. Ele não é o tipo de gente que eu quero perto da minha irmãzinha. Você entende, né?

- E se eu não entendi?

- Bom... Aí nós vamos ter um problema. - Ele tocou meu queixo com o polegar e eu virei o rosto. - Mas acredito que não será necessário. Você é uma garota esperta. Vai afastar ele da Maxine, isso é o melhor para os dois.

Ele saiu dali e entrou no carro, acelerando aquele troço barulhento enquanto saía.

- Eu odeio esse cara. - Sam resmungou.

- Agora eu tô com mais vontade ainda de juntar a Max com meu irmão. Que ódio. Babaca do caralho.

Sam riu, balançando a cabeça.

- Eu tenho certeza que ele é tipo um assassino. Ou um maníaco.

- Verdade. - Concordei, respirando fundo para me acalmar. - Vamos, antes que apareça outro figurante de filme de terror.

Sam assentiu e seguimos nosso caminho.

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