~4 anos atrás~

Termino de arrumar meu cabelo e me viro para Bob, ele me observava em silêncio, eu o conhecia e mesmo não vendo seu rosto sabia que estava irritado.

— Por que não quer que eu vá? — questiono o olhando, sua forma era fantasmagórica dava para ver alguns traços, mas era como se uma fumaça cobrisse seu rosto.

— Uma festa adolescente, com um bando de moleques na puberdade?! Você ainda quer eu continue? — ele questiona irritado e eu soltei uma risada sentindo meu coração acelerar.

Era justamente por isso que eu queria ir, eu estava me sentindo estranha em relação ao Bob, ele fazia meu coração acelerar, eu me sentia estranha perto dele, eu sei que estou me apaixonado por ele...se já não estou apaixonada. E ele deve me ver com uma irmãzinha, ele praticamente me criou junto com a minha mãe.

Meu pai está em um manicômio, eu não acreditei quando soube o porquê dele ter ido para lá, Bob havia me contado e eu quase surtei, quase. Com um amigo espírito é difícil se assustar com algo.

— Pode fazer sumir? — questiono apontando com as escritos em uma língua desconhecida feitos em meu braço, como uma tatuagem.

Eram como uma forma de dividir minha energia com ele, eu sabia que ele podia assumir a forma humana quando quisesse e por quanto tempo quisesse já que ele nunca tinha o feito nesses anos todos. Eu nunca vi seu rosto e isso me incomodava um pouco.

— Ok, eu estarei de olho em você — ele diz após fazer os escritos desaparecerem e eu assenti me olhando no espelho.

Estava com uma jardineira branca, uma blusa preta com rosas e um decote por baixo e uma bota cano baixo preta. Meus cabelos estavam partidos de lado com algumas trancinhas nele.

— Como estou? — questiono meio insegura, eu não ía a festas, não sabia como ir.

Eu não sentia insegurança com o meu corpo, mas isso era porque ele sempre esteve aqui me fazendo ver os defeitos como algo bom, me fazendo ver que eu era linda. Sempre vão haver os momentos ruins, mas eu estou me sentindo bonita, isso que importa.

— Perfeita, tudo fica extraordinário em você pequenina — ele diz e beija minha cabeça me fazendo sorrir.

Pego minha bolsa e me despeço, saindo de casa. Sabia que ele me seguiria, ninguém o veria, mas ele queria se certificar de que eu ficaria bem, eu entendia. Os garotos nessa idade são um perigo...me assustavam e ele sabia disso, mas eu tinha esperanças de que acharia alguém com quem conversar pelo menos.

Hi pessoinhas

Vou explicar essas mudanças temporais, eu quero mostrar um pouco dos momentos deles, a época da infância dela já acabou, agora está passando a época em que ela tinha 15 anos, algumas capítulos e vai para o atual ou para outra mudança temporal, ok?
Espero que tenham gostado.

Beijos, Bye.