Capítulo 17
• Hoseok •
Havia se passado exatos três dias desde a última vez que trocara aquelas palavras com Min Yoongi.
Não sabia se deveria me sentir "feliz" ou preocupado. Yoongi havia parado de tentar manter conversas comigo.
Desde então não mandará mais mensagens. Até mesmo, havia deixado de ir na cafeteria.
Acredito que meu irmão já começava a estranhar todo aquele afastamento do azulado mas até o momento não havia falado nada a mim. Isso chegava a ser assustador.
Estava na cozinha comendo uma maçã enquanto conversava com Ji-Woo pelo notebook de Seokjin. A mesma se encontrava acompanhada por seu namorado.
Ambos estavam animados, isto me demonstrou o quão bem os dois estavam juntos.
Momento depois, ele teve que se retirar pós já estava dando o horário para seu trabalho.
Ji-Woo e eu conversamos por mais um tempo até que ela também afirmou ter que ir para seu trabalho.
Despedi e desliguei o notebook logo em seguida e o deixando sob o balcão.
Lavei minhas mãos e segui para a sala me sentado no sofá. Havia algumas revistas espalhadas sobre a mesinha de centro que me chamaram atenção.
Antes que eu alcance uma para poder lê-la, ouvi a porta ser aberta dando passagem para meu irmão entrasse.
Sua expressão fácil não era a melhor. Imaginei logo o porquê está tão bravo.
Ele parou em pé a minha frente, cruzou os braços e bateu o pé no chão por algumas vezes.
— Não vai falar?
Ditou ele erguendo uma sobrancelha.
— Fa-falar o que Seok?
Murmurei falhando em minha voz.
— Hoseok, não se faça de sonso. A senhora Park estava na cafeteria a alguns minutos atrás e me falou que o Yoongi anda bastante triste, não quer sair, fica o dia inteiro no quarto e não sabe o que está deixando ele assim! Eu não comentei nada a ela mas suponho que tenha haver com você, Jung Hoseok!
Fiquei calado observando meu irmão que foi desfazendo sua feição raivosa para uma que demonstrava desgosto, e continuo a se pronunciar.
— Eu não sei o porquê está evitando ele, mas eu quero que pare com isto imediatamente!
— Mais...
— Nada de mais Hoseok! Hoje vou fechar mais cedo a cafeteria e vamos logo em seguida na casa da senhora Park para você conversar com o Yoongi! Quero que se entenda com ele. Eu não quero que fale a mim o porquê de ter se afastado dele, peço que guarde isso para o Yoongi.
— Seok!
— Está avisado, Jung!
Pronunciou severo saindo em seguida de casa.
Respirei profundo e joguei minha cabeça para trás imaginando o que iria dizer ao azulado.
Não tinha em mente de lhe falar que meu afastamento era por medo dele deixar surgir sentimentos por mim. Se é que já não existissem a um tempo?!
Pensei por longos minutos o que eu iria falar ao Min, até que uma nem tão brilhante ideia surgiu.
Com certeza, o que eu havia planejado não era o melhor, nem para mim, nem para o azulado, mas eu não tinha opções.
Na hora do almoço, meu irmão sequer trocou uma palavra comigo, apenas que era para eu estar pronto para sairmos às 17:30 para a casa da senhora Park.
O restante da tarde havia sido chato. Estava apenas pensando o que aconteceria, ou melhor, como seria a reação de Min Yoongi ao ouvir o que eu tinha a dizer.
Dado o horário combinado de meu irmão, ele entrou em casa já pedindo que eu fosse para o carro e o espera-se.
O caminho até o local desejado estava calmo. A plantação de Pinheiros estava mais bonita do que nunca.
A friagem do entardecer deixava o clima mais aconchegante. Ao avistar a casa dos Park 's, meu coração acelerou, em um impulso comecei a apertar minhas mãos em nervosismo.
Caminhamos em passos firmes até em frente a porta da casa e logo fomos recebidos pela senhora Park que nos deu a permissão de entrar em sua residência.
Meu irmão, para não dar um entender estranho pela visita já no anoitecer, levou com sigo uma das caixas de doces que vendia em sua cafeteria e os entregou para a mulher que recebeu contente.
— Jimin esta senhora Park?
Seokjin perguntou curioso se sentando no sofá junto a mim.
— Não, ele foi no mercado comprar algumas coisas para o jantar mas ele não demora a chegar.
Disse a mais velha sorrindo ao se aproximar de mim.
— Hoseok querido, vá no quarto de Yoongi. Ele não parece estar tão bem ultimamente, e imagino que ele se sentirá melhor conversando um pouco com você.
Balancei a cabeça em negação mordendo fortemente meu lábio inferior em preocupação, notando Seokjin me fuzilar.
— Hoseok, vai, por favor. Não faz muito tempo que ele subiu para o quarto, com certeza não está dormindo.
Exitei um pouco olhando para meu irmão que me encarou mais uma vez, de forma feia.
Levantei e segui para o andar de cima. Parei em frente ao quarto do Min, vacilando antes mesmo que pudesse bater na porta.
Adentrei ao ouvir um permitir vindo de uma voz baixa e tristonha vindo de dentro do cômodo.
Olhei toda a extensão do local até parar minha visão sobre o azulado que se encontrava sentado em sua cama observando atentamente um caderno em seu colo.
Assim que o mais novo percebeu que se tratava de mim, a pessoa que havia entrado em seu quarto, jogou o caderno ao lado e correu em minha direção me abraçando apertado. Já deveria esperar por tal ato.
— Eu estava com saudades! Já faz dias que não nos falamos mais.
Disse o mais novo afundando seu rosto em meu peito. Sua voz havia saído abafada.
— É, você está me apertando, Yoongi.
Murmurei encostando de leve minhas mãos em suas costas.
— Desculpa. Acho que me empolguei um pouco.
O azulado pronunciou ao se afastar e voltar a se sentar em sua cama fazendo um gesto com as mãos pedindo para que me sentasse na cadeira ao meu lado.
Notei que um pequeno sorriso surgiu entre seus lábios. Infelizmente aquele sorriso não iria durar tanto tempo.
— Você disse que estava com saudades?
Indaguei vendo o mais novo corar levemente ao concordar em um simples assentir.
— Passamos duas semanas sem se falar e eu meio que fiquei com saudades de conversar com você.
Ele fez um curto intervalo em sua fala e logo poise a falar novamente.
— O que estava acontecendo, Hoseok? Eu fiz ou falei algo que você não gostou? Cheguei a imaginar que estava me evitando mas eu não tenho certeza. Você não estava, não é mesmo? ou estava?!
Como eu disse: aquele sorriso não iria durar muito tempo. E ele já estava se desfazendo aos poucos.
O olhar triste do Min estava surgindo aos poucos. Eu não queria ficar naquela situação por tanto tempo então, eu tinha que ser direto.
— Desculpa Yoongi mas...
Ele me interrompeu. Sua voz sobressaltou-se sobre a mim me fazendo assustar.
— Você estava mesmo me evitando?
Perguntou, seus lábios estavam trêmulos. Seus olhos começaram a lacrimejar.
Baixei a visão ao mesmo tempo que olhava para uma outra direção. Levantei parando ao lado da porta.
Umedeci meus lábios e voltei a fazer contato visual com o azulado que deixava as lágrimas tomarem conta de seu rosto.
— Eu não quero mais conversar e nem ver você, Yoongi. Desculpa por isso, mas é o melhor.
— Por que isso, Hoseok? É o melhor para quem? O que eu fiz?
Questionou choroso caminhando devagar até mim. Ele parou em minha frente e segurou minhas mãos. Um beicinho mais piedoso se formou em seus lábios.
— Não é exatamente com você, Yoongi! Vai ser o melhor para nós dois, ok?! Eu... Tenho que ir.
Minhas últimas palavras saíram arrastadas, puxei minhas mãos das do garoto a minha frente e sai de seu quarto.
Dei alguns passos me afastando do cômodo e parei logo em seguida, o choro do Min havia se intensificado.
Baixei minha vista fitando o chão em que pisava, balancei minha cabeça em negação e caminhei rápido ao encontro de meu irmão que ainda estava na sala conversando com a mãe de Jimin.
— Seokjin, já podemos ir.
Murmurei parando atrás de si. Ele me fitou concordando.
Perguntei parando ao seu lado. Ele me olhou e confirmou.
Nos despedimos das mais velhas e saímos em direção ao carro estacionado. Avistei Jimin chegar no transporte de sua mãe, ele me olhou liberando um mínimo sorriso, apenas torci o lábio para um lado e fechei a porta.
— O que você falou tanto para o Yoongi? Se resolveram?
Seokjin questionou dando a ignição no carro já pegando a estrada de terra. Olhando pela vidraça embaçada, o respondi.
— Eu não quero conversar.
— Hoseok, aconteceu algo? O que falou tanto para ele?
— Podemos conversar em casa? Em outro dia?!
Pronunciei mirando meu olhar para ele que me fitou de canto antes que concordasse em um gesto.
O caminho até em casa havia sido calmo e preocupante. O silêncio que pairava dentro do carro em movimento me deixava um pouco desconfortável.
Vez ou outra observava de canto meu irmão que dirigia se mantendo centrado apenas na estrada em frente.
Ao chegarmos em casa, apenas afirmei a ele que iria para meu quarto. Não sentia necessidade de querer comer algo, então claramente não iria jantar junto a Seokjin.
Entrei em meu quarto e joguei-me sobre a cama, fitando o teto, pus a pensar sobre a reação do azulado.
Seus olhos marejados, o rosto que tomava uma tonalidade vermelha por conta do choro preso.
Ele havia segurado minhas mãos. Ele nunca havia feito aquilo!
Peguei meu celular abrindo minhas conversas não respondidas com Yoongi. Ele havia gastado tanto de seu tempo tentando manter contato e eu apenas o evitava deixando-o no vácuo.
Coloquei o celular ao meu lado e saí de meu quarto indo ao encontro de meu irmão. Tal este que o encontrei na sala enquanto mandava áudio a uma certa pessoa que deduzi ser Dahye.
— Hyung, podemos conversar?
— Por que não?! Sente-se. É sobre sua conversa com o Yoongi? Quer mesmo me contar agora, não prefere deixar para amanhã?
— É sobre isto mesmo. Acho que o melhor é contar logo. Quero que me fale sobre aquela minha péssima decisão que tomei.
Ditei sentando no sofá menor. Seokjin virou-se de frente a mim mantendo contato visual.
Sua expressão estava serena, apenas à espera de que eu começasse a falar.
Por algum motivo eu sabia que aquela conversa não iria se referir apenas a meia hora atrás. Com certeza iria envolver ter que contar coisas que não deveria.
Isso não seria nada bom já que eu iria quebrar uma promessa.
Minha conversa com meu irmão durou um pouco mais de hora e meia, ele apenas me ouvia falar, falar e falar.
Aquilo estava me deixando maluco. Não sabia se realmente ele estava entendendo o que eu queria dizer ou se estava planejando algo para me matar e jogar meu corpo fora...
As únicas palavras que ele dizia era para que eu continuasse, ou que eu respondesse algumas de suas poucas perguntas.
Após aquele tempo, ele disse apenas que iria para seu quarto, refletir no que ele acabara de ouvir e pensar no que me dizer no dia seguinte.
Isso me preocupou um pouco mais, logo imaginei que meu irmão pudesse me dar uma resposta melhor estando descansado. Seu semblante demonstrava exaustão.
Segui para meu quarto deitando logo em seguida em minha cama. Apoiei minha cabeça no travesseiro fofinho e fiquei por um bom tempo ainda pensando na burrada que eu estava cometendo, juntamente com as futuras palavras que ouviria de meu irmão logo pela manhã.
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