Capítulo 15

• Yoongi •

Acordei no dia seguinte ao sentir que Hoseok se levantava de meu lado. Abri minimamente meu olho e notei que ele saia acompanhando por Seokjin.

Ouvi os passos de ambos se afastarem em direção a sala, unido a voz de um Jung preguiçoso.

Sorri simples imaginando seu rosto preguiçoso após uma noite fria e chuvosa, mas logo aquele sorriso desapareceu.

Lembrei-me do motivo de ter dormido abraçado ao Jung e isto me fez percorrer um péssimo sentimento em meu corpo.

Não era com tanta frequência que eu tinha pesadelos com meu antigo namorado, mas quando isto acontecia  eu me sentia péssimo, e sempre procurava consolo nos braços de minha irmã já que a mesma era a única em que sabia o porquê de meu desespero.

Sentei-me na cama quando presenciei alguém se aproximar em direção ao quarto onde me encontrava.

A porta foi aberta dando passagem para Hoseok. Ele caminhou sorridente até mim e sentou-se ao meu lado.

— Bom dia, Yoongi.

Comentou depositando um selar em minha bochecha.

Seus simples beijos me despertavam um friozinho em meu estômago, juntamente a um nervosismo que percorria por todo meu corpo.

— Como você está? Se senti melhor?

Questionou e eu concordei timidamente.

Hoseok torceu o lábio para um lado e encaminhou-se até seu guarda-roupa onde vasculhou a procura de algo.

— Tem uma escova de dentes no banheiro. Ela é nova então pode usá-la. É, se quiser tomar banho, fique a vontade, eu vou deixar uma roupa completa para você e vou para a cozinha ajudar o Seok com o café da manhã, certo?!

Ele falou rápido, praticamente atropelando as palavras ao meu ponto de vista. Confirmei logo tomando a atenção do olhar do mais velho.

Seus olhos são extremamente lindos. Brilhantes como estrelas. Um verdadeiro feitiço.

— Vou terminar de procurar algo aqui e vou logo em seguida para a cozinha.

Disse sorridente.

O seu sorriso também é maravilhoso! Em formato de coração, seus dentes de cor alva o deixava mais lindo.

Levantei e me guiei até o banheiro, fechei a porta e dirigi-me até a pia encontrando a tal escova num porta escovas.

A utilizei e logo após, fui para debaixo do chuveiro. A água gelada indo ao encontro de meu corpo me fez arrepiar por completo.

Peguei a toalha que se encontrava no porta toalhas e enxuguei meu corpo por completo, a enrolando em volta da minha cintura logo após.

Caminhei até a porta abrindo uma pequena brecha. Ao me certificar que não havia ninguém no quarto, sai em caminho a cama que continha uma peça de roupa muito bem dobrada.

Uma calça de cor preta juntamente a uma blusa branca de mangas longas e um suéter sem mangas com detalhes geométricos em cores escuras.

Vesti a parte de baixo juntamente a blusa branca. Sentei no colchão e peguei o suéter em mãos.

Seu tecido macio e quentinho era tudo o que precisava após um banho de água fria.

Não contendo, levei aquela peça de roupa próximo a minhas narinas. Com absoluta certeza, aquela roupa continua o perfume do Jung.

Um sorriso involuntário tomou conta de meus lábios por um longo tempo até que ouvi um bater na porta.

— Pode entrar.

Permite que entrasse e logo a pessoa do outro lado que a segundos atrás dava leves batidas na madeira da porta, adentrou o cômodo.

Se tratava de Hoseok. Tal este que caminhou em passos devagar até mim sentando-se ao meu lado.

— Algum problema com o suéter? Ele não serve em você ou não gostou?

— Não é nada disso. Eu amei ele, é super bonito.

Comentei baixo ao mesmo tempo em que o vestia. Hoseok pousou seu olhar sobre mim por um tempo me deixando constrangido.

Ele tombou a cabeça para um lado, logo em seguida, levantou-se parando a minha frente.

Suas mãos foram ao encontro do suéter que acabara de vestir. Ele o puxou um pouco mais para um lado e liberou um sorriso ladino.

Seu olhar foi ao encontro ao meu. Por um momento, notei que ele desceu sua visão para meus lábios me deixando nervoso.

Hoseok afastou-se rápido até a porta e voltou seu olhar a mim que ainda me encontrava sentado em sua cama.

— A roupa ficou muito boa em você. Ela é sua agora!

Mordi o lábio a procura de uma resposta para o mais velho que ainda estava ao lado da porta aberta.

— Eu não posso aceitar.

— Claro que pode Yoongi! Eu não vou mais usar ela e como serve perfeitamente em você, é toda sua.

— Sendo assim, obrigada.

Hoseok voltou até mim pegando em minha mão, levantei e seguimos para a cozinha onde se encontrava Seokjin já à mesa posta.

Sentamos um ao lado do outro e começamos a tomar café. Seokjin fez o melhor café que eu já tomei em toda minha vida.

O silêncio pairava entre nós mas logo foi quebrado por Seokjin que pronunciou algo a seu irmão.

— Hoseok, sabe quem vem hoje nos ver? Aliás, ver você!

O moreno ao meu lado apenas negou sem manter contato visual ao seu irmão à nossa frente.

— Sua irmã, Ji-Woo!

Hoseok tossiu algumas vezes ao ouvir as palavras de Seokjin. Por um momento achei que ele havia se queimado com o café que tomava.

Fiquei calado. Não iria me intrometer na vida deles.

— O que ela vem fazer aqui?

— Já se esqueceu? Ela vem para te conhecer e irem juntos a casa da sua mãe!

— Nem amarrado eu vou na casa daquela mulher desprezível!

Olhei de canto para Seokjin que pôs suas mãos em seu cabelo os puxando devagar.

— Okay. Não vou obrigar você, apenas, não seja grosseiro com sua irmã.

Hoseok ficou calado, apenas deu de ombros sem dar muita importância ao que o mais velho havia lhe dito.

O som de alguém batendo na porta invadiu a casa fazendo que Seokjin me olhasse demonstrando um pequeno sorriso.

— Sua tia chegou, Yoongi!

Ele levantou-se e seguiu para a sala. Observei de canto o Jung ao meu lado e acompanhei o mais velho entre nós.

Minha tia já se encontrava em pé na sala, juntamente a uma moça de cabelos compridos e castanhos.

Sua semelhança com Hoseok era assustadora. Supus que fosse a irmã do mesmo.

Caminhei parando ao lado de minha tia que sorriu para mim voltando em seguida a intercalar seu olhar de Seokjin para a garota que deduzi ser Ji-Woo.

Hoseok se juntou segundos depois a nós na sala. Seu olhar migrou diretamente para a moça que continha semelhança a si.

— Hoseok, esta é sua irmã, Ji-Woo!

Seokjin exclamou animado e a moça caminhou em passos firmes até Hoseok o abraçando apertado.

— São irmãos? Nossa, a semelhança é grande!

Minha tia disse ganhando o olhar castanho da Jung que concordou sorridente. Seu sorriso também é bastante iluminado e grande, igualmente o de Hoseok.

— Bem, obrigada Seokjin por deixar o Yoongi dormir aqui, desculpe qualquer incômodo.

— De nada senhora Park. O Yoongi pode vir quantas vezes quiser, ele é bem vindo aqui!

— Okay, tchau meninos. Foi bom conhecê-la Ji-Woo.

Minha tia saiu em direção ao seu carro que estava estacionado do outro lado da rua.

Olhei para os mais velhos que me encaravam me deixando um pouco sem jeito.

Despedi-me um pouco envergonhado e Seokjin e a moça de cabelos longos acenaram para mim.

No momento que iria passar pela porta, senti algo segurar minha mão. Virei-me ficando frente a frente a Hoseok.

— Tchau, Yoongi. Mais tarde nos falamos, ok?!

E mais um beijo foi deixado em minha bochecha. Senti meus batimentos acelerarem e meu rosto esquentar. Concordei um pouco tímido e sai rapidamente ao encontro de minha tia que estava à minha espera.

Hoseok

Yoongi afastou-se rápido a caminho para o outro lado da rua.

Fechei a porta e observei o meu redor. Era assustador ter o olhar daquela garota sobre mim.

Meu irmão já se encontrava sentado no sofá enquanto minha... É, irmã; Ainda estava em pé com as mãos em sua cintura.

O sorriso de ambos estavam sendo segurados. Seokjin nem se fala já que ele não consegue esconder quando quer sorrir. Apenas queria saber o motivo.

— Qual o nome dele Hoseok?

Ela perguntou se encaminhando até o sofá onde sentou-se ao lado de meu irmão.

Sua voz era calma e suave.

— Nome de quem?

— Do garoto de cabelo azul!

— Não ouviu que ele se chama Yoongi?

Respondi rápido sentindo o peso de um olhar raivoso de Seokjin. Tal este que reclamou alto para que eu tivesse modos.

Pedi desculpas pelo meu ato e Ji-Woo apenas deu de ombros e voltou a se pronunciar.

— Conversei um pouco com Taehyung nos dias em que passei junto ao nosso pai. Ele me contou que você está gostando daquele garoto. Não imaginei que meu futuro cunhadinho fosse tão adorável.

— Ji-Woo, você não sabe nada sobre mim e não tem o direito de falar que gosto de uma pessoa só porque o Taehyung falou isso a você!

Ditei autoritário. Não era legal ouvi-la dizer que Min Yoongi seria seu futuro cunhadinho por causa de um comentário vindo de Kim Taehyung.

Seokjin se intrometeu também dando sua pronúncia. Estavam contra mim? Para que tudo aquilo? Foi apenas um beijo na bochecha de uma amigo que quero bem!

— Vou concordar com sua irmã, Hoseok! Já está com uns dias que noto seus comportamentos carinhosos com o Yoongi e, a única vez que vi isso foi quando você estava gostando de um antigo colega seu do fundamental. Não negue, você gosta dele e não há dúvidas que ele também gosta de você Hoseok.

— Não!

Resmunguei alto fazendo minha irmã me olhar assustada. Continuei.

— Ele não pode está gostando de mim!

— E por que não?! Não quer que ele também goste de você assim como gosta dele?

Ji-Woo comunicou calmamente se aproximando de mim. Eu a olhei por um tempo e sai em passos firmes para meu quarto.

Sentei-me na minha cama pegando meu próprio travesseiro e o batendo em meu rosto.

Eu sim estava gostando ou pelo menos, estava começando a sentir que surgiam sentimentos pelo azulado.

Eu me sentia bem em ter sua companhia, poder ouvir sua voz e risada encantadora, seu jeito tímido que sempre o fazia desviar sua atenção para suas próprias mãos. Era magnífico e meu coração acelerava de uma forma tão rápida e assustadora.

Bati mais uma vez o travesseiro contra meu rosto, logo em seguida deixei-me cair para trás.

Pude ouvir a porta ser aberta sem minha permissão e que agora a pessoa havia se sentado no colchão.

— Seokjin pediu para vir falar com você, Hoseok. Sei que é estranho pelo fato de nos conhecermos a menos de quinze minutos e agora estar aqui, invadindo sua privacidade e sua vida pessoal.

Me pus novamente sentado ficando ao lado de minha irmã que sorriu ladino.

— Nunca havia pensado que eu teria um irmão e agora que o tenho ao meu lado, ficamos assim, nessa situação estranha entre nós. Eu quero ser sua amiga, poder contar meus segredos e poder ouvi-lo quando precisar.

Umedeci meus lábios e ergui a cabeça fitando agora o teto logo me pronunciando.

— Isso é estranho mas é muito bonito da sua parte. Eu... Eu não quero que o Yoongi sinta algo por mim assim...

— Assim... Assim como você sente por ele?

Concordei duvidando da minha própria resposta. Voltei minha visão a minha irmã que me olhava sem demonstrar reação alguma.

— Por que não quer que ele sinta o mesmo por você? A maioria das pessoas sempre desejam que tais sentimentos sejam recíproco e você está desejando o contrário.

— Não quero fazer besteira. Esse é o motivo de não querer que ele sinta o mesmo!

— E o que lhe faz pensar que poderia fazer alguma besteira?

— Eu não posso falar.

— Tudo bem. Seokjin me falou agora há pouco quê você não queria ir comigo ver nossa mãe, tem algum motivo?

Indagou ajeitando seus longos fios de cabelos.

— Ela não é uma boa pessoa. Confia em mim mas se quiser que eu vá com você, eu não vou me importar de acompanhá-la.

Sorri ladino e ela passou seus braços em volta de meus ombros me fazendo assustar.

— Obrigada irmãozinho!

— Okay, agora, larga!

Ji-Woo me liberou de seu abraço. Ela estava sorridente, possivelmente por ver minha reação de susto sobre si.

Não imaginava que uma garota tivesse tanta força. Praticamente fui esmagado por um abraço.

Seokjin já estava em seu trabalho então, fomos até a cafeteria para que eu pudesse pedir as chaves de seu carro.

Ele as me entregou em mãos e saí ao encontro do veículo onde Ji-Woo me esperava em pé observando o movimento calmo da rua.

Entramos no carro e seguimos a caminho da casa de nossa mãe.

Um frio se fez presente em meu estômago. Não a via desde quando saí de casa para morar junto ao Seokjin.

Mal me lembrava de suas feições, mas algo que nunca iria esquecer era suas falsidades a mim.

Ji-Woo, como não conhecia a peça que é nossa mãe, parecia estar bastante ansiosa para conhecê-la. Isso me preocupava.

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