Capítulo 12
Sábado havia chegado; eu me encontrava acomodado na cadeira em volta da mesa, meus olhos pesavam já que tinha passado a noite claro me lembrando do sonho no qual, eu beijava o azulado.
Apenas em pensar, sentia um frio percorrer em meu estômago. Era estranho.
Já havia tomado meu café e naquele momento, estava me concentrando no que Seokjin falava a mim.
Recebi uma boa quantia de dinheiro do mais velho no qual eu coloquei no bolso traseiro da minha calça, peguei as chaves do carro e me direcionei até o transporte que se encontrava com os vidros molhados por conta da frieza que havia feito durante a madrugada.
— Vai com cuidado, Hoseok. Não atropela ninguém e presta atenção nos semáforos!
— Seokjin, eu sei disso. Relaxa, está bem? Daqui para o meio dia eu chego em casa....
Gritei por último de dentro do carro ao acelerar saindo em uma velocidade pouco alterada.
Direcionei meus olhos ao espelho do carro que mostrava o reflexo do meu irmão a metros de distância segurando seus próprios fios de cabelo.
Ri e fiz um gesto de negação.
Já no supermercado, avistei algumas pessoas que caminharam em direção aos setores desejados por si.
A fila para o caixa estava pouca. Algo raro de se ver já que nas poucas vezes que ia ao supermercado a fila sempre era enorme.
Peguei um dos carrinhos e me encaminhei até a adega já que era o primeiro na lista que Seokjin me falou.
Peguei o que queria e fui para os outros setores desejados por mim.
Fui para o caixa que agora se encontrava apenas uma pessoa à minha frente que logo foi atendida. Em seguida eu.
Peguei as sacolas de compra, despedi-me da moça que me atendeu e sai do local me direcionando para o estacionamento.
Após colocar tudo no porta malas, dei a partida indo diretamente para a floricultura mais próxima na qual encomendei um buquê de rosas vermelhas para serem entregues no endereço de minha casa no domingo à noite.
Já me encontrava no carro pronto para seguir caminho de volta para casa, antes olhei para o relógio em meu pulso que marcava ser um pouco mais das 10 horas então, tinha tempo suficiente para dar uma volta pela praça da igreja que ficava ao lado contrário de onde eu estava.
Em poucos minutos, já estava no lugar almejado por mim. A movimentação pela praça era apenas de crianças que brincavam com seus cães e outras que empinavam pipas.
Mais a frente avistei o homem que empresta suas bikes para passeios pela cidade.
Fui até o mesmo e o cumprimentei devidamente entrando no pequeno salão de sua loja de bikes.
Conversei por um momento com um homem, este que assentiu com o que eu lhe pedia.
Após alguns minutos, sorri em agradecimento e acenei saindo do local.
Já estava um pouco tarde e muito faminto então eu não iria mais passar em lugar algum.
Dei partida e segui voltando para casa onde Seokjin me esperava na porta enquanto conversava com alguém pelo celular.
— Quem é?
— Não te interessa!
Mostrei a língua para o mais velho e fui para a cozinha onde guardei tudo o que havia comprado indo depois para meu quarto.
O clima estava quente e meu quarto estava em chamas já que a janela estava fechada impossibilitando de entrar qualquer vestígio de ar fresco.
Ao abrir, fiquei parado em frente a mesma sentido o pouco vento bater em meu rosto até ouvir um bater na porta do quarto.
— Entra, Seok.
O moreno entrou e sentou-se em minha cama me olhando fixamente.
— Comprou tudo que lhe pedi?
— Claro que sim. Eu já guardei tudo para você. Hyung, mais tarde, depois do almoço eu vou na casa do Jimin, certo.
— 'Tá legal. Com tanto que volte antes do anoitecer.
Sorri me guiando até a porta do banheiro. Parei antes de entrar fazendo um gesto para que Seokjin voltasse para a sala.
— Não demora. O almoço já está pronto e eu quero te falar algo que conversei com o nosso pai assim que você saiu.
Concordei um forte sim vendo o mais velho sair de imediato do meu quarto.
Entrei para o banheiro, tirei minhas peças de roupa nas quais joguei sobre a pia e fui para debaixo do chuveiro.
A água meramente fria descia sobre meu corpo levando junto a si a espuma do sabonete e shampoo que havia utilizado.
Vastos pensamentos me dominavam. Do que se tratava a conversa de Seokjin com meu pai? E claro, ainda não havia me esquecido sobre aquele sonho que tiveram no dia anterior.
Sai do banheiro enquanto prendia a toalha em volta da minha cintura deixando respingos d'água por onde passava.
Sequei todo meu corpo com a toalha me vestindo logo em seguida. Optei por deixar o piso exatamente como estava já que, com o clima quente que estava, não demoraria muito para secar todos os minis poços d'água.
Caminhei rápido até a cozinha, encontrando meu irmão que terminava sua refeição.
Preparei o meu prato e acomodei-me em uma das cadeiras em volta da mesa ficando de frente para Seokjin que me fitava, com as mãos sendo usadas de suporte para seu queixo.
— Você quando entra naquele banheiro parece mais que vai morar lá dentro. Está com mais de meia hora!
— Seokjin, me deixe. Agora me conta, conversou o que com o papai?
Seokjin ergueu uma sobrancelha sorrindo ladino ao se levantar levando junto a si, o prato e os talheres sujos que os deixou sobre a pia.
Se apoiando no balcão, me encarou por um tempo me deixando curioso a respeito do que iria falar.
— Fala logo, hyung!
Implorei já impaciente tomando em seguida um gole do refrigerante que coloquei em meu copo.
— Acho que não vai gostar muito de saber isso mas....
E mais uma vez, Kim Seokjin me fazendo ficar uma pilha de curiosidades.
Levantei rapidamente e parei em frente ao mais velho que gargalhou pousando sua mão em meu ombro me fazendo olhá-lo confuso.
— Temos mais um membro na família.
— Como assim? Não me diga que ele já está com uma mulher!
Pronunciei, apresentado recebendo em troca uma negação do moreno.
— Não é exatamente isso. Essa pessoa já é da família há muito tempo, só que nenhum de nós sabia.
— Eu não tô entendendo. Explica melhor.
— Você tem uma irmã. Uma irmã gêmea. Ela foi dada a um outro casal ainda na maternidade.
— Irmã gêmea?! Mas como nosso pai chegou a essa linda conclusão?
— Os pais que criaram sua irmã sabiam que haviam dado ela a eles pelo motivo de terem perdido o bebê. E recentemente o casal contou a sua irmã que não são os verdadeiros pais dela e por algum motivo ela saiu à procura de descobrir sobre os pais verdadeiros até que conseguiu algum tipo de contato que levou ao nosso pai.
— Preciso processar isso melhor.
Fiz uma pausa, sentei-me e voltei a comer de meu almoço ao mesmo tempo em que eu organizava meus pensamentos com tudo o que Seokjin havia me falado a minutos atrás.
Tomei o último gole de meu refrigerante e fitei no fundo dos olhos de Seokjin que estava sentado ao meu lado, dando total atenção ao celular em suas mãos.
— Então eu tenho uma irmã gêmea que ao nascer foi dada a um casal que perdeu o filho, e agora ela sabe de tudo isso e por acaso conseguiu falar com meu pai. Isso é estranho e inacreditável. Ela pelo menos sabe se realmente é filha do nosso pai?
— Ele sabe sim. Na verdade, ele iria te contar quando ainda estava aqui mas a garota ainda não havia recebido o teste de DNA.
– Deve ter algo de errado. Com certeza tem algo de errado!
— Mas não tem, Hoseok. Eles fizeram três testes e todos deram positivo e todos foram feitos por um amigo do nosso pai.
Respirei fundo e fui para a sala sendo acompanhado por Seokjin.
— Nosso pai mandou uma foto da sua irmã e não tem como negar, Hoseok. Ela é muito parecida com você, a diferença é que ela é mulher!
— Cadê a foto?
Pedi autoritário e o mais velho entregou seu celular a mim no qual eu peguei e observei a foto da moça que era mostrada pela pequena tela.
Realmente era muito parecida comigo. Seus traços eram idênticos aos meus.
— Sua irmã é bem bonita. O nome dela é Ji-Woo.
— Ainda não acredito que tenho uma irmã.
— Nem eu. Porque sendo assim, ela é minha meia irmã. Acho que semana que vem ela vai estar por aqui.
— Por que diz assim?
— Ela quer te conhecer, Hoseok. E também quer conhecer a mãe de vocês.
— Saco.
Resmunguei revirando os olhos e cruzando os braços ao ouvir falar da mulher que supostamente, é minha mãe.
— Já vou para a cafeteria. Demorei mais do que eu precisava para te falar algo tão simples.
Falou pegando as chaves da cafeteria que se encontravam sobre um dos sofás.
— Vai ficar aqui ou vai comigo para o trabalho?
— Não. Vou passar a tarde na casa do Jimin.
Seokjin fez um gesto em concordância e saiu de casa sendo acompanhado por mim, que tomei caminho para a casa do Park.
Bati na porta que foi aberta sem demoras me dando a visão da senhora Park e seu filho.
— Hoseok!
Jimin falou animado pulando em meus braços com um abraço apertado.
— Tava com saudades. Já faz alguns dias que não te vi mais e nem responde minhas mensagens!
— Infelizmente eu estava de castigo. Hm, estão de saída?
Perguntei e a mulher confirmou e sorriu simples indo até seu carro que encontrava um pouco mais ao lado.
— É coisa rápida. Eu acho. O Yoongi está em casa, entra e vai lá falar com ele.
Confirmei vendo o ruivo se afasta um pouco e entrar no banco de passageiro.
Logo os perdi de vista; entrei casa adentro ouvindo um ruído de água vindo da cozinha junto a um baixo cantarolar.
Me encaminhei até o cômodo encontrando um certo garoto de cabelo azul encostado na pia ao lavar louça.
Aproximei-me do menor notando que o mesmo se encontrava a ouvir música no fone de ouvido conectado ao celular que se mantinha no bolso de trás de sua calça.
Toquei de leve em seu braço fazendo ele voltar sua atenção para mim.
Em imediato, ele retirou os fones de seu ouvido e me abraçou me deixando um pouco sem jeito com seu ato inesperado.
— Wow.
Sussurrei em baixo tom mais mesmo assim, permitindo que Yoongi ouvisse.
— Que foi?
— Você me abraçou. Nunca havia feito isso.
Falei tímido sentindo o desfazer do abraço. Notei que um sorriso ladino tomou conta de seus lábios por um instante.
— Mas como você está?
Indaguei curioso e Yoongi torceu o lábio para um lado. Antes que o mesmo me respondesse, selei sua bochecha sentindo meu coração acelerar. O que está acontecendo comigo? Era isto que se passava em minha mente enquanto eu observava o rosto do menor ruborizar.
— E-Eu estou bem.
Por fim, respondeu vacilando em sua voz. Sua atenção novamente estava voltada para a pia.
— Não fica assim, com vergonha. Hm, posso te ajudar com a louça?
Yoongi negou com um gesto em sua cabeça me fazendo liberar um pequeno sorriso.
— Vou secar a louça. Vai ser mais rápido e quero conversar com você!
— Já que insiste...
Não contendo, ri fraco do Min que sorriu gengival.
Peguei um pano de prato e enxuguei toda louça que estava a um lado.
Logo Yoongi terminou de lavar e me ajudou a guardar tudo em seu devido lugar.
Fomos para a sala onde sentamos a uma certa distância um do outro.
O azulado retirou o celular de seu bolso e observou a tela em claro o colocando em seguida ao seu lado.
— Já faz alguns dias que você andava sumido. Seokjin contou que você estava de castigo por destruir a casa.
Proferiu risonho me fazendo concordar sem demoras, de imediato, ouvi novamente sua voz solar calmamente.
— Como foi passar esses dias junto ao seu pai e seu irmão?
— Foi bom. Deu para matar um pouco da saudade. Acredita que hoje descobri que tenho uma irmã? Pois é, ainda estou sem acreditar nisso.
— Isso não deve ser tão ruim. Agora você tem uma irmã legítima.
Disse sorridente, deixando à mostra seus dentes branquinhos que chamava atenção.
— Não acho muito legal. Sei lá, foi algo tão de repente. Em um piscar de olhos me encontro tendo uma irmã.
Yoongi mordeu os lábios e olhou em volta como se procurasse as palavras certas para continuarmos com a conversa.
— Era sobre isso que queria conversar comigo?
Pronunciou-se em uma pergunta que lhe demonstrava estar um pouco duvidoso.
Segurei um sorriso que tentava ser liberto e cuidei em respondê-lo.
— Não mesmo. Vim para convidar você e o Jimin para sairmos domingo. Mais é domingo à noite! Bem, eu não sei você mais tenho quase total certeza que o Jimin não vai querer ir.
— Ir para onde e porquê a noite? Por que o Jimin não iria? Questionou
— Domingo à meia noite vai ter um eclipse e eu queria ir mais não sozinho. Lembrei de vocês e que talvez possam ir. Sobre o Jimin e que ano passado ele saiu de casa às escondidas para irmos vermos um desses fenômenos e ele ficou bem doente já que ele teve uma das crises de asma.
O garoto arregalou os olhos assim que ouviu as últimas palavras saírem de minha boca.
Ficou calado por um tempo e eu fiz o mesmo. O silêncio estava agradável e logo fora quebrado pelo azulado.
— Se o Jimin não for, eu não posso ir?
— Quê? Não é nada disso, Yoongi. Você pode ir sim.
— Eu quero ir. Será que a tia deixa eu sair a meia noite com você!?
— Vai por mim, Yoongi. Não fale nada a senhora Park, com certeza ela não vai deixar. Você pode pedir ajuda ao Jimin para sair escondido, hm?
Ele apenas ergueu uma sobrancelha em resposta de concordância. Minutos depois, Jimin já se encontrava em casa.
Estávamos os três no quarto do Park conversando sobre o dia do eclipse e como havia imaginado, Jimin não iria se arriscar em sair a meia noite.
Yoongi ficou um pouco triste já que queria a companhia de seu primo junto a si, mas mesmo assim, iria.
O restante da tarde foi apenas de conversas paralelas, contei ao ruivo sobre minha irmã e sua reação foi a melhor de todas.
Estava anoitecendo, despedi-me de meus amigos e voltei para casa onde encontrei Seokjin no sofá conversando com sua namorada.
A comprimentei recebendo um lindo sorriso em troca, fui para a cozinha onde peguei um saco de salgados e direcionei-me para meu quarto.
Um sorriso enorme foi exposto assim que notei meu celular sobre a cama.
Pulei no colchão pegando o aparelho em mãos e verificando tudo em si. Como era bom ter meu celular de volta.
De cara, mandei mensagem para Jimin e Yoongi logo em seguida para Taehyung que havia ligado horas atrás.
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