Capítulo 10

Asemana havia se passado mais rápido do que eu, meus irmãos e meu pai esperávamos.

Já era o último dia em que meu pai e Taehyung se encontravam na cidade.

— Eu já disse que está dentro do meu guarda roupa, Taehyung.

Gritei da sala para que o mais jovem me ouvisse.

Já fazia pouco mais de meia hora em que Taehyung gritava do meu quarto à procura de um de seus suéter que havia me emprestado dias atrás.

Levantei do sofá onde estava deitado e caminhei até meu quarto adentrando o local onde Taehyung se encontrava.

Estava já sem paciência então, apenas empurrei o mais novo para que saísse de minha frente e vasculhei entre algumas de minhas roupas a procura da peça em que o outro estava a procura.

— Kim Taehyung, se seu suéter fosse uma cobra, ela teria te engolido inteiro!

Reclamei retirando a tal roupa que estava entre as minhas e a joguei no rosto do Kim que riu ao pegar o suéter em mãos.

— Aí que irritadinho.

— Não estou irritadinho! E trate de colocar as minhas roupas de volta em seus lugares. E quero elas arrumadas, hum!?

— É irritadinho sim! Sei que está assim por causa do Seokjin, não é mesmo, hyung?

— Que? Claro que, Tae.

— É sim. Só porque está com três dias que não saiu mais de casa e não pode mais conversar com o Jimin ou com aquele de cabelo azul que você gosta.

— Está bem, eu estou com raiva mesmo porque não posso sair de casa e que não posso falar com o Jimin e com o Yoongi. Caramba Tae, quantas vezes você vai ficar falando que eu gosto do Yoongi?!

Ele riu alto se jogando em minha cama. Continue parado em meio a bagunça no chão, o encarando.

— 'Tá vendo? Eu sabia que estava irritado por causa disso. Hobi, não nega que você gosta do primo do Jimin. Dá para ver a quilômetros de distância que vocês se gostam.

Revirei os olhos e fiz um gesto de negação ao mesmo tempo que batia o pé no chão.

— Quer saber, vou voltar para a sala que lá está mais agradável. Não se esqueça de colocar minha roupas no lugar, Kim Taehyung.

Falei alto e autoritário enquanto saía do cômodo, voltando para a sala.

Realmente estava com raiva por causa de Seokjin.

Ele havia me colocado de castigo por culpa de Taehyung que inventou de fazer brigadeiro de panela.

No final das contas não tivemos brigadeiro e sim, um Kim Seokjin furioso, uma panela queimada, um registro e encanação de pia derramando água para todos os lados.

Para resumir, alargamos a cozinha e destruímos a panela e boa parte do fogão.

Seokjin ficou maluco da vida quando viu o estado de sua cozinha e quem recebeu toda a culpa?

Sim, eu mesmo já que sou mais velho que Taehyung e não lhe ajudei a fazer o brigadeiro mesmo já sabendo que o mais novo não manja nada em cozinha.

Recebi como castigo, passar uma semana sem celular e sem poder sair de casa. E claro, Taehyung fazia parte de meu castigo e tinham que atura-lo todos os dias enquanto meu pai não voltasse às suas viagens.

— Ei, Hobi.

— Que é?

Taehyung sentou-se ao meu lado dando um tapa em meu ombro por causa de ter lhe respondido em má forma.

— 'Tava lembrando algo que conversei com nosso pai dias antes de viajarmos para cá e eu queria te contar.

— E do que se trata essa conversa que tiveram?

— Estávamos pensando em levar você para conhecer outros lugares, países e pessoas.

O encarei fazendo um gesto de negação.

— Quem foi que teve essa ideia?

— O papai. Não seria tão ruim já que você iria conhecer lugares incríveis e me faria companhia.

— A não, Taehyung. Fico feliz em quererem que eu vá mais daqui eu não saio!

Afirmei seguro de minhas palavras vendo Taehyung cruzar os braços e me olhar fazendo um bico nos lábios.

— Mas se o nosso pai te pedir para ir, você vai com a gente?

— Não. Tem o Seokjin, ele vai ficar sozinho aqui.

— É uma oportunidade para ele pedir logo a Dahye em namoro, porque, ficando eles já estão!

Revirei os olhos em exaustão me pondo em pé a caminho da cozinha sendo acompanhado pelo Kim.

Peguei um copo e o enchi d'água tomando alguns pequenos goles do líquido enquanto me sentava na cadeira ao lado da mesa.

— Por que você é assim hyung?

— Hm, assim como?

— Aishi deixa pra lá. Não tem mais importância.

Taehyung sentou-se à minha frente deitando a cabeça sobre seus braços apoiados na mesa e me fitou por longos minutos.

— Quer falar mais o que, Kim Taehyung?!

— Gosto quando me chama de Kim Taehyung.

Disse imitando minha voz ao se ajeitar em seu assento.

— Sei que também não quer ir por causa dos seus amigos, certo?

Fiz uma expressão pensativa e confirmei receoso.

— E quando digo: seus amigos, quero me referir especialmente ao Yoongi.

— Não, Taehyung! Percebeu que passou essa semana inteira falando apenas do Yoongi para mim?

— Não! Eu falava do Yoongi, e que você gosta dele. É bem diferente.

Sabe quando bate aquela vontade de voar no pescoço da pessoa e soltar apenas quando confirmamos que o ser está desmaiado?

Eu estava explodindo.

Não aguentava mais o Kim sempre aos meus pés me enchendo o saco e falando sobre um garoto que mal ele conhece.

Levantei e agarrei o colarinho da blusa azul marinho que o moreno usava.

— Acho melhor você soltar, Hobi-hyung. Não vai demorar muito para o Seok voltar da cafeteria e se você me matar, fique ciente de que nunca mais você vai por os pés fora dessa casa.

O soltei assim que ouvir a porta ser aberta e a voz de meu irmão mais velho e de meu pai invadiu meus tímpanos.

— O que estavam fazendo?

Perguntou meu pai colocando a sacola com frutas sobre o balcão se aproximando de mim e deixando um beijo no topo de minha cabeça arrancando um sorriso forçado meu.

— Também quero!

Reclamou Taehyung dando a volta na mesa e parando ao lado de meu pai que o abraçou depositando um beijo na testa de Taehyung que sorriu travesso para mim.

— Invejoso e infantil. É isso que mais te define, Taehyung!

— Parem de discussões agora mesmo. Vocês passaram a manhã inteira brigando que eu sei.

Reclamou Seokjin indo para trás do balcão retirando as frutas da sacola e as colocando na pia para as lavar.

Logo Taehyung se intrometeu indo até o mais velho que se encontrava encostado na pia.

— Como sabe que passamos a manhã brigando?

— Eu não sou surdo, Tae. Dava para ouvir tudo da cafeteria.

Taehyung torceu os lábios ao encolher os ombros voltando a se sentar em volta da mesa.

— Viu a Dahye hoje?

Agora, eu que pronunciei recebendo os olhares de Seokjin e de meu pai. Ambos sorriam.

— Adivinha quem está namorando, filho?

Sorri de orelha a orelha ao ouvir as palavras de meu pai.

Levantei da cadeira o mais rápido possível e me guiei até Seokjin o abraçando apertado.

— Até que enfim, Seok! Já estava mais do que na hora disso acontecer mas me conta como foi? Como a pediu de namoro?

Questionei animado ao me afastar do mais velho que me acompanhava com o olhar.

Taehyung aproximou-se de mim que me encontrava agora encostado no balcão. Ele apoiou um de seus braços em volta ao meu pescoço.

O olhei de encanto e voltei minha atenção ao mais velho à minha frente que se preparava para me responder.

— Acho que vai ficar sem saber. Agora peguem tudo o que eu preciso para fazer o almoço. E não me olhem com essas caras de cachorros piedosos.

Falou autoritário sem dar as respostas do que havia lhe perguntado.

O Kim e eu balbuciamos algumas palavras em tristeza e fomos até a geladeira de onde retiramos os ingredientes para o nosso almoço.

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Já havíamos feito nossa refeição que por sinal estava melhor que nunca.

Estávamos todos na sala descansando nossos corpos após termos levado algumas malas dos quartos para a sala.

Eu me encontrava sentado ao lado de Taehyung que dormia com a cabeça apoiada em meu ombro.

Naquele momento eu pensava em apenas três coisas: Sair dos meus castigos, ver Jimin e Yoongi e ir ver o eclipse que teria no domingo.

A tv estava ligada e passava alguns noticiários no jornal da tarde e com tudo, falaram sobre o tal eclipse que teria a dois dia.

Me empolguei em querer ver o fenômeno que iria acontecer a meia noite.

Logo percebi meu pai tirar a atenção que dava a uma revista e olhar para o relógio em seu pulso.

— Já está um pouco tarde e o voo está marcado para as 4:30.

Afirmou meu pai se pondo em pé e vindo até Taehyung no qual ele o acordou.

— Que foi?

Taehyung murmurou sonolento coçando os olhos com o dorso de suas mãos ao se levantar ficando em frente ao nosso pai.

— Vai tomar banho e se ajeita que em meia hora vamos sair para o aeroporto.

Ordenou meu pai e o Kim foi em direção ao meu quarto, logo atrás do meu pai que foi para o quarto do Seokjin.

— Essa semana passou-se tão rápido. Mal deu para aproveitar com eles.

— É mesmo, Seok? Se quisesse ter aproveitado teria deixado a cafeteria fechada durante essa semana que eles tiveram aqui.

Resmunguei torcendo o lábio para um lado, revelando um olhar torto para o mais velho.

— Está estressado?

— Não, Seok.

Cruzei os braços e virei o rosto para o lado contrário.

— Só um pouco. Acho injusto ter me colocado de castigo por causa do Taehyung. Nem parece que me deu permissão de fazer o quisessem ser ter você no meu pé.

— Não é exatamente assim, Hoseok. Inundar minha cozinha e queimar a panela exige broncas e você não podia escapar disso!

O silêncio pairou entre nós por longos minutos até Taehyung e meu pai voltarem para a sala. Ambos bem arrumados.

— Vocês vão agora mesmo?

Perguntei e meu pai confirmou retirando as duas passagens de dentro do bolso de uma das mochilas que se encontrava ao lado da porta.

— Taehyung vai ver se não esqueceu nada no quarto do seu irmão!

— Eu não deixei nada lá, pai.

Taehyung o respondeu pegando uma mochila preta e a colocando em seu colo assim que sentou-se ao meu lado.

— Vão de táxi ou querem que eu os leve?

— Desculpa, Seokjin. O que disse?

Meu indagou duvidoso já que estava concentrado em conferir sua mala.

— Vão de táxi ou querem que eu os leve?

— Nós vamos de táxi. Já até chamei e a qualquer momento ele chega. Hoseok, o Taehyung comentou sobre queremos que vaia com a gente?

— Comentou sim e eu não quero ir. Prefiro ficar aqui com o Seokjin.

O respondi sorridente recebendo um olhar desentendido de Seokjin que logo balançou a cabeça como se afastasse alguns pensamentos.

Um som de buzina que vinha do lado de fora chamou a atenção de meu pai e do Kim ao meu lado que cuidaram de sair de casa levando junto, suas malas.

Seokjin e eu nos despedimos com um forte abraço em nosso pai e irmão vendo em seguida eles entrarem no táxi e sumirem ao final da rua.

— Vou sentir saudades do papai.

— Papai? Seokjin você só chamou ele de papai agora que ele foi embora! Coisa feia.

— Não enche, garoto.

Entramos de volta para a sala encontrando apenas um vazio que ao nosso ver, era algo estranho e novo.

— Agora estou livre dos meus castigos?

— Claro. Só que o celular só vou entregar amanhã no final do dia e hoje não é para sair de casa. Quero que me ajude com uma coisa.

Resmunguei um que saco em baixo tom de voz me jogando no sofá menor.

— Quer minha ajuda com o que, hyung?

— A fazer um jantar no domingo à noite.

— Jantar!? Para você e sua namorada é?

Comentei um com um sorriso largo enquanto via Seokjin sorrir um pouco envergonhado.

— Sim, é isso mesmo. Claro que é daqui a três dias mas eu quero que seja ao legal para oficializar o namoro com a Dahye

— Que bonitinho. Meu irmão todo apaixonado pela dona Dahye.

— Sabe que ela não gosta que a chame de dona, não é mesmo?

— Verdade. Agora tenho que me acostumar a chamá-la de cunhadinha.

Seokjin liberou uma gargalhada ao se dirigir para a cozinha, sendo acompanhado por mim.

— Mais o que eu tenho que fazer para te ajudar com o tal jantar?

— A primeira coisa é: suma, desapareça.

O olhei fazendo beicinho.

Claro que Seokjin era um pouco severo comigo, mas pedir para mim desaparecer foi o auge.

— Caralho, Seok. Sei que não gosta tanto assim de mim mas pedir para desaparecer já é de mais.

— Não é isso, Hoseok! Quero que no domingo passe a noite fora de casa. Se você tiver por perto vou ter que te usar como vela.

Ri baixo o vendo se direcionar ao armário de onde retirou seu livro de receitas e começou a esfoliar as páginas.

— Quero apenas que passe a noite fora de casa.

— Isso deve ser a coincidência do destino.

— Por que diz assim, Hoseok?

— Por nada não.

Havia lembrado que no domingo iria ocorrer o eclipse e seria a oportunidade perfeita de ver o fenômeno lunar sem receber reclamações de meu irmão.

Ficamos conversando até o anoitecer sobre tudo que meu irmão planejava fazer e realmente, Seokjin é um ser muito romântico e cuidadoso em relação a querer que tudo dê certo na noite do jantar.

Já passava das dez da noite, Seokjin se encontrava já dormindo em seu quarto enquanto eu, bem, o que eu posso dizer de mim?

Havia comido muito no jantar e ainda estava com fome. Eu estava na cozinha, assaltando a geladeira na qual retirei vários doces, salgados e bebidas que levei para meu quarto.

Me deliciei com todas aquelas guloseimas assistindo um filme de comédia pelo computador que peguei às escondidas de meu irmão.

Adormeci entre vários saquinhos e farelos de comida. Isso que é dormir com estilo mas não aos olhos de meu irmão que me acordou no dia seguinte batendo uma colher em uma frigideira me despertando com tamanha facilidade.

Liberei este capitulo hoje por está completando um mês de Bluish e também para agradecer pelo 1K de leitura.

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