Três

Olá, borboletas!
Como estão? Esperam que estejam bem. Era pra eu estar escrevendo a att de Mafia Boss, mas minha mente não ia descansar até que eu terminasse esse cap, então o próximo será de Mafia Boss, eu juro. De qualquer forma, espero que gostem.
Boa leitura, nos vemos lá no final.

Depois de apenas uma semana, Louis já estava completamente habituado à sua nova rotina. Ele dava aulas na academia de artes, como sempre e, às terças e quintas, ele ia ao orfanato, para dar aula aos filhotes de lá. Harry sempre parecia muito feliz em levá-lo e buscá-lo, não o fazendo apenas uma vez, quando precisou resolver um problema, então Liam foi buscá-lo em casa.

Após as aulas, Louis ficava conversando com Willow, ouvindo por minutos a fio o filhote falando sobre golfinhos, que deveria ser seu hiperfoco. Quando o alfa o contou que o pequeno tinha autismo, o ômega se preocupou em fazer uma pesquisa para poder incluí-lo da melhor forma nas lições; era difícil, mas parecia estar funcionando. Naquela noite, Tomlinson estava com Willow no colo, tentando amarrar uma faixa em sua cabeça, para manter os fios castanhos longe de seus olhos, enquanto o mais novo mexia em um cubo mágico e falava sem parar.

"Então a professora disse que as orcas são baleias, mas elas não são, porque orcas também são golfinhos. Por que todo mundo acha que orcas são baleias, tio?" A pequena hiena soltou de uma vez e Louis riu, finalmente amarrando a faixa.

"Não sei, querido." Ele respondeu ao mais novo. "Talvez seja porque as orcas são muito grandes. Eu também achava que elas eram baleias."

"Mas não são, tio!"

"Bom, agora eu sei. Por causa desse garotinho inteligente no meu colo."

"Tá bom, tio."

Louis manteve o garotinho em seu colo, deixando-o brincar à vontade com o cubo mágico, enquanto continuava a falar. Ele sorriu para Willow, passando os dedos por seu couro cabeludo, enquanto esperavam Yeong-ae terminar o jantar; o ômega até tentou ajudar, mas Zayn e Yeong-ae rapidamente o expulsaram da cozinha, contra sua vontade, e fizeram-no ficar com os filhotes, assim como Na-eun ficava.

O perfume de tulipas da outra ômega estava forte e Tomlinson podia sentir os olhos castanhos fixos em si, mesmo que às vezes desviassem rapidamente para um dos filhotes. Louis não sabia como se sentir com aqueles olhares. Um dos filhotes mais velhos, Bryan, de dezesseis anos, sentou ao seu lado, trazendo uma partitura consigo; os olhos cianos do chinchila se desviaram para o papel, prestando atenção ao mais novo.

"Muito bem, qual o problema?" Louis perguntou.

"Eu não consigo entender essa parte. O que é esse símbolo?"

"Significa que essa nota vai ser em sustenido, precisa se atentar a isso."

"Tudo bem, obrigado." Bryan sorriu. "Eu aprendi a tocar com vídeos no YouTube, mas as partituras me deixam confuso."

"De nada. Hm, você está na banda da escola?"

"Não, mas quero tentar, antes de me formar." O beta deu de ombros. "Parece divertido."

"Eu lembro de ter tocado na pequena orquestra da minha, foi uma boa época."

"O que você tocava?"

"Piano. Eu gosto mais de instrumentos de cordas."

"Piano não é de teclas?" Bryan perguntou confuso, inclinando um pouco a cabeça.

"Os sons são produzidos por cordas, que ficam na parte interna." Louis explicou.

"Entendi." O outro assentiu. "Parece legal."

"Mas e você, o que vai tocar?"

"Pífaro."

"É um instrumento muito bonito." Tomlinson sorriu para o mais novo. "Eu gosto muito de ouvir, embora não seja muito habilidoso para esse tipo de instrumento. Vamos tocar juntos, um dia?"

"Sim, seria ótimo."

O filhote disse e pareceu muito animado com a ideia, o que deixou o ômega com o coração aquecido. Willow, quando se cansou de ficar sentado, simplesmente desceu de seu colo, ficando de pé ao seu lado. Todos ainda ficavam impressionados com como o pequeno deixou que ele se aproximasse, mas Louis rapidamente entendeu que não podia simplesmente forçar uma aproximação, então deixava o pequeno à vontade, para que se aproximasse de si quando quisesse.

Louis rapidamente se apegou àquele filhote, o que o fez voltar a pensar sobre ter filhotes. Ele gostava de falar sobre aquilo com Robert, mas o alfa sempre dizia que gostaria de esperar até ter sua posição política consolidada; Tomlinson concordou com o outro, porque não queria ficar pressionando o assunto, principalmente porque o outro já dissera antes que, um dia, os dois teriam seus filhos. Depois de algum tempo, Louis se esqueceu do assunto, mas agora, tão perto daqueles filhotes e apegado a Willow, aquilo parecia possível novamente.

Suas bochechas repentinamente ficaram vermelhas, porque o ômega se lembrou do dia em que disse que deixaria Harry colocar alguns filhotes em sua barriga. Durante os últimos dias, seu ômega interno estava realmente à vontade com a ideia de ter filhotes com Harry. Louis se repreendia por isso, ele não deveria simplesmente ceder a um alfa que não conhecia direito, mas sempre que o leão o dava um presente sem querer nada em troca, sempre que ele o elogiava e olhava para si como se fosse uma joia rara, Louis se sentia derreter e o ômega ficava mais aberto ao outro.

Harry era simplesmente tão diferente de Robert, sempre sendo tão bom consigo, tão amoroso e protetor. Tomlinson queria acreditar que ele seria diferente.

O ômega estava saindo da Harriet's, a academia de arte em que trabalhava, quando percebeu um carro preto na entrada, que nunca aparecera por ali. Mesmo estranhando, Louis não deu muita importância, porque seus alunos eram ricos o bastante, para ficar trocando de carro quando quisessem. Sendo assim, ele apenas deu de ombros, ajeitando a bolsa em seu ombro, esperando pela chegada de Harry - ou de quem quer que o alfa mandasse para buscá-lo.

Foi nesse momento que a porta da frente foi aberta e um alfa de terno desceu, usando um fone na orelha direita, antes de ir até a porta traseira e abri-la. O chinchila arregalou os olhos ao ver Robert descer do veículo, em seu terno impecável. O alfa o olhou com falso carinho e Louis sentiu o corpo travar, suando frio, enquanto seu coração batia forte contra seu peito; Louis olhou ao redor, procurando por Harry desesperadamente.

Robert veio até ele, sorrindo com alegria mentirosa. Ele passou as costas da mão esquerda em sua bochecha, causando um arrepio em sua pele, que não foi nada bom; Louis deu um passo para trás, para se afastar, suas costas batendo contra o muro da entrada. Robert o encurralou no lugar e, apesar do sorriso nos lábios, Tomlinson conseguia ver a fúria desmedida em seus olhos, que estavam quase ferais.

"Louis, babe." O cão rosnou baixo, como fazia quando Louis o irritava e o alfa queria intimidá-lo. "Como tem passado? Você não retorna minhas ligações."

"Robert, o que você quer?"

"Como assim, eu só quero meu amado marido de volta."

"Claro que quer." O ômega ironizou. "Nem imagino como seria grande o escândalo quando saísse alguma notícia do nosso divórcio, mas ninguém sabe do casamento, não é?"

"Isso não será um problema, babe. Porque você vai voltar para mim, não é?"

"Oh, você realmente acha que eu seria burro a esse ponto?" Louis finalmente afastou a mão do outro da sua pele, seu ômega agradecendo pelo fim do contato. "Não vou voltar, Robert. Apenas assine a merda do nosso divórcio e me deixe livre."

"Livre? Para quê?" Dessa vez, o alfa rosnou mais alto, chamando a atenção de alguns alunos que estavam saindo. "Para você abrir as pernas para o Styles?"

"E se for? Isso não é mais da sua conta, não é?" Tomlinson desafiou. "Apenas me deixe em paz, Robert. Você não gostava tanto de trepar com a Emilly pelas minhas costas? Agora pode fazer isso sem se preocupar, e nem vai ter mais um ômega gordo para manchar sua imagem. Nós dois vamos sair ganhando."

"Seu... atrevido!" Robert gritou, aparentemente sem notar que estavam chamando muita atenção. "Vou te bater até você voltar a ser o ômega dócil que eu te ensinei a ser."

Os ofegos surpresos das pessoas ao redor finalmente tiraram o híbrido de cão da névoa de fúria em que se encontrava. O alfa estava gaguejando no mesmo momento, seus olhos arregalados e o rosto pálido, quando notou que muitos celulares estavam apontados para os dois, provavelmente filmando toda a cena. Louis agradeceu por aquilo, porque ao menos teria alguma prova - se as que já tinha não fossem o bastante - a seu favor, para o divórcio ou qualquer outro processo que viesse acontecer.

Alguns alunos se aproximaram, a maioria sendo betas e ômegas, lindamente vestidos em seus uniformes, com feições preocupadas. Robert se afastou de Louis, aparentado procurar por palavras para se justificar, e os alunos fizeram uma espécie de escudo ao seu redor, o ômega apenas sorriu agradecido aos mais novos.

"Vereador Campbell, não foi o senhor que prometeu em campanha que lutaria pelos direitos dos ômegas?" Um dos betas desafiou, ainda sob as câmaras. "E diz que vai bater em um ômega?"

"Professor Tomlinson, o senhor o conhece?" Alyssa, uma ômega de sua turma de canto, perguntou, agarrando-se em seu braço esquerdo.

"Sim, ele é meu marido." Louis respondeu, fazendo uma careta de desgosto. "Nós estamos nos divorciando."

"O vereador é casado?!" Alguns perguntaram juntos. "Mas a assessoria disse..."

"Oh, Robert não queria que ninguém soubesse que somos casados." Ele fingiu um bico. "Não seria bom para sua imagem, não é? Ser marido de um ômega gordo."

As pessoas pareceram ainda mais chocados, porque toda a campanha de Robert fora feita em cima dos direitos dos betas e dos ômegas, o alfa ganhara popularidade se fingindo de bom moço, prometendo que lutaria pelos seus direitos. Agora, porém, aquela máscara estava caindo, não apenas para os jovens e as pessoas que os buscavam ali, mas também para quem quer que assistisse os vídeos.

"N-não... não é assim. Louis, babe, não fale desse jeito." Robert ainda tentou dizer.

"Não seja modesto agora, Robert. Você não se preocupou com isso antes."

Esse foi o momento em que Harry chegou. Louis choramingou de alívio, saindo do 'escudo' de alunos e correu diretamente para o leão, jogando-se contra ele, que o abraçou apertado. Quando se separaram, o ômega percebeu o mais alto olhando em confusão ao redor, até que seus olhos recaíram sobre Robert, que estava ainda mais pálido, e os braços ao redor de seu corpo se apertaram; o alfa rapidamente o colocou atrás de si, protegendo-o, o que Louis agradeceu.

O leão rapidamente assumiu uma pintura predatória, suas orelhas em riste e a cauda estava ao redor de sua cintura, como se ele quisesse apenas se certificar que Louis estava protegido e bem. O segurança que estava com Robert se colocou perto do vereador, uma mão posicionada de forma que ficava óbvio que estava se preparando para sacar uma arma; Louis ficou assustado, havia muitos filhotes por perto e, se houvesse alguma coisa ali, alguns deles poderiam ser atingidos.

Sendo assim, Louis se aproximou de Harry, apoiando-se em suas costas e segurou sua jaqueta com força, sentindo seu corpo tremer levemente, e esfregou um pouco o rosto contra as costas largas do alfa. Tomlinson deixou seu perfume de melancia um pouco mais forte, tentando deixar o mais novo um pouco mais calmo.

"Alfa, vamos sair daqui." Louis disse baixo, de forma um pouco suplicante, apenas para que Harry ouvisse. "Por favor."

"Ele te bateu, Safira?" Foi o que Harry disse em resposta.

"Não."

"Ele disse que ia bater em você?"

"Sim." O ômega sussurrou. Styles deu sinal de que ia avançar sobre o outro, Louis se agarrou em sua cintura, impedindo que ele se movesse. "Não, por favor! Não faça isso."

"Vai ser rápido, Safira. Eu prometo."

"Não! Por favor, Harry. O segurança está com uma arma, tem filhotes aqui." Louis choramingou. "Vamos embora, alfa."

"Tudo bem." Harry suspirou, virando-se para ele. "Nós vamos, porque você está me pedindo. Mas não vou deixar isso passar."

"Claro que não, alfa."

"Certo." O alfa olhou para Robert, que tentava escapar de fininho, junto do segurança. "Não pense que vai sair impune disso, Campbell. Você me deve dinheiro e ainda se atreve a vir ameaçar meu ômega? É bom que assine logo aquele divórcio, porque eu não vou deixar barato para você, se não fizer."

Foi com satisfação que Tomlinson viu o outro engolir em seco, ficando ainda mais pálido, enquanto seu segurança o levava de volta até o carro. As pessoas que assistiam a cena cochichavam sem parar sobre o que tinha acontecido, Louis tinha receio que aquilo tudo acabasse acarretando em sua demissão; ele realmente esperava que isso acontecesse, porque gostava de dar aulas ali.

O alfa o levou até o carro, abrindo a porta para si e esperando que Louis entrasse, antes de fechá-la. Ele observou o mais novo dar a volta, antes de sentar no banco do motorista e dar partida no carro. O caminho até em casa foi feito em silêncio, o chinchila ainda estava um pouco nervoso com a situação, e tentava não pensar sobre aquilo, para não ficar ainda mais ansioso. Harry parecia furioso, deixando-o um pouco assustado, mesmo que sua mente ficasse insistindo que Styles era diferente de Robert, ele não o machucaria.

"Me desculpe, alfa." Louis sussurrou, apertando as mãos sobre o colo.

"O quê? Por que está se desculpando, Safira?"

"E-eu não sei. Mas você parece com tanta raiva, eu fiquei assustado." O ômega deixou que algumas lágrimas caíssem por seu rosto. "E-então, eu não sei. Me desculpe por essa situação, eu não sabia que ele viria atrás de mim."

"Ômega, você não deve se desculpar por nada. Você não fez nada de errado, Safira."

"M-mas..."

"Safira, quando chegarmos em casa, eu vou consolar você. Mas entenda que não estou com raiva de você; estou com raiva por você."

"Tudo bem."

Os dois chegaram à casa de Harry e o alfa deixou o carro na garagem. Louis desceu do veículo, novamente em silêncio e entrou em casa, apertando a alça da bolsa entre suas mãos. Ele ouviu um suspiro vindo de Harry, e logo as mãos fortes estavam em sua cintura; o leão o fez largar a bolsa, antes de se sentar no sofá e levá-lo para seu colo, abraçando-o pela cintura e deixando o perfume de gengibre mais forte, o que o acalmou mais.

Tomlinson se deixou ficar confortável no colo alheio, ficando entre as pernas do alfa, quando este as trouxe para cima do sofá, que era baixo, assim como todos os móveis por ali. Ele deitou a cabeça contra o ombro de Harry, suspirando enquanto seu coração se acalmava por completo, inspirando profundamente o cheiro gostoso do alfa.

"Está melhor, Safira?" Styles perguntou baixinho.

"Sim. Obrigado, alfa." Louis choramingou contra o pescoço do alfa, inspirando seu perfume diretamente de sua glândula aromática. "Eu fiquei assustado."

"Eu sei. Me desculpe, ômega, eu me atrasei. Ele quase bateu em você, não sei o que eu teria feito se isso tivesse acontecido." Harry rosnou e Louis se encolheu um pouco sobre o outro.

"Está tudo bem, Harry. Você chegou a tempo e me salvou. Obrigado, alfa. Mas eu... tenho medo de que ele apareça de novo."

"Depois de hoje, acho que ele não teria coragem. Principalmente com o tanto de gente que filmou tudo."

"Espero que sim, não quero Robert por perto."

"Ele não vai estar, babe. Eu prometo." Harry abaixou a cabeça, passando o nariz por sua bochecha, quando Louis tirou a cabeça de seu ombro. "Como ele pôde pensar em machucar você? Um ômega tão delicado, tão bom."

"Não me bajule, Harry."

"Como não? Um ômega tão maravilhoso, eu seria tão abençoado se fosse meu parceiro. Eu gostaria tanto."

"Você... alfa!"

Louis apenas riu quando o outro passou a fazer cócegas em sua barriga. O ômega estava extremamente agradecido, porque sabia que o mais novo fazia aquilo para distraí-lo; ao final, quando o outro parou, Tomlinson segurou seu rosto, espalhando alguns beijos por suas bochechas e seu nariz, como agradecimento. Harry o olhou de uma forma que o chinchila não sabia como explicar, mas que o fez se sentir muito precioso, seu coração bateu mais rápido com aquilo, principalmente quando o outro colocou uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha, sorrindo de forma carinhosa para si.

Harry sorria enquanto olhava para a tela acesa de seu celular, vendo como seu plano estava dando certo. Há dois dias, quando o incidente com Robert aconteceu, o alfa procurou se certificar de que o maldito cão pagaria pelo que fez a Louis. Sendo assim, ele falou com seu pai e com alguns de seus contatos, organizando algo para derrubar o vereador.

Havia um carregamento de armas chegando no dia seguinte, não era exatamente o setor de Harry - geralmente, ele cuidava apenas da parte diplomática, para fazer acordos, Harry era bom nisso - e o alfa sabia perfeitamente o que fazer com ela. Para o que queria, o leão pode ter feito uma ligação anônima a Robert, informando sobre um pagamento que deveria ser feito antes que fossem buscar Louis. Ele simplesmente não podia acreditar que o cão poderia chegar ao ponto de realmente pensar que poderia simplesmente sequestrar Louis, seu Louis, sem que Harry ficasse sabendo ou pudesse impedir.

Styles não era o dono do submundo, mas era filho do dono. Nada acontecia naquela cidade sem que ele ficasse sabendo.

Dessa forma, não foi surpresa alguma quando os contactados para sequestrar seu ômega simplesmente vieram falar consigo. Harry sabia que aqueles que lhes eram fiéis, sempre o seriam, então ele os recompensou e alegou que cuidaria daquilo. É claro, Harry não apareceria no encontro marcado, o que ele tinha para o alfa desprezível era muito mais interessante e que casaria muito melhor com sua personalidade.

Ele abriu o aplicativo de mensagens, quando recebeu uma mensagem de seu pai. Imediatamente, ele sorriu com carinho, feliz quando o mais velho anunciou que estaria na cidade em dois dias; Harry ficou animado, pensando que seria uma oportunidade incrível de apresentar o chinchila a ele. O alfa tinha certeza de que seu pai adoraria seu ômega.

Ele desviou a atenção do aparelho quando sentiu duas mãozinhas em suas pernas, percebendo Willow ali, tentando subir em seu colo. Sorrindo, o alfa colocou o filhote sobre suas pernas, entregando seu celular ao pequeno, deixando-o jogar à vontade, enquanto Louis estava ajudando um dos filhotes a dar alguns acordes em um violão. Sempre tão doce com as crianças.

"Tio Harry, você e o tio Louis vão casar?" Willow perguntou, chamando sua atenção.

"Eu espero que sim. O tio Louis ia ficar lindo de vestido de noiva, não é?"

"Sim." Ele disse simples. "O cheiro dele é doce, é gostoso."

"Eu também gosto muito."

"O seu é ruim, tio. Você cheira igual a fumaça."

"Deuses!" O leão riu. "Você é incrível, filhote. Acho que vou levar você comigo, Louis vai adorar e aceitar casar comigo na hora."

"Eu quero ir com você, tio Harry." O garotinho disse animado, virando-se para ele com olhinhos castanhos brilhantes. "Gosto do tio Harry e do tio Louis."

"Nós também gostamos muito de você, pequeno."

"Mas você precisa parar de cheirar igual fumaça, tio."

"Tudo bem, eu vou cuidar disso."

Willow rapidamente saiu de seu colo, devolvendo o celular para o alfa, antes de correr até Yeong-ae e Zayn, que entravam na sala de recreação. A pequena hiena adorava quebra-cabeças e Harry sabia que, assim que seus olhinhos atentos bateram nas peças espalhadas no chão, ele correria até lá imediatamente. Foi dito e feito, logo Willow estava junto com os outros dois, montando o enorme quebra-cabeça de golfinhos que o alfa tinha comprado apenas para ele.

O leão desviou o olhar até Louis, que agora tinha um filhote de quase um ano nos braços, ninando-o, enquanto o ajudava a tomar a mamadeira. Nesse momento, Na-eun sentou ao seu lado, seu perfume de tulipas ficando forte, assim que ela o fez. Naquele dia, a ômega tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, os óculos de armação redonda a deixavam com uma aparência mais nova, como se ela ainda estivesse no início da faculdade, não que fosse mais velha que Harry três anos.

"Posso perguntar uma coisa?" Ela começou e o alfa assentiu. Harry ainda olhava para Tomlinson, que fazia algumas caretas para divertir o bebê em seus braços. "Você gosta mesmo dele?"

"Sim. Louis tomou todo o meu coração para ele."

"Por quê?"

"Não existe um motivo único. Porque ele é minha alma gêmea; porque ele é tão doce e gentil; porque ele adora Willow, tanto quanto eu; porque ele é lindo. Deuses, eu posso passar o resto do dia falando, se você quiser."

"Não é necessário." A ômega bufou, então Harry finalmente olhou para ela. "É só que... eu estava aqui antes, sabe?"

"O que?"

"Eu estava aqui antes, Harry. Eu já conhecia você, antes dele; já sabia sobre seu 'estilo de vida' antes. Sempre tentei mostrar meu interesse."

"Na-eun, sempre vi você como uma irmã mais velha e sempre deixei isso muito claro." Styles suspirou. "Não sabia sobre seus sentimentos. Sinto muito por isso, mas não posso e não quero mudar o que sinto por Louis. Minha alma escolheu a dele e sempre escolherá."

"Isso não é justo!" A ômega protestou, falando mais alto e chamando as outras pessoas. Corada, ela abaixou o tom de voz novamente, olhando nervosamente para Louis. "Não é justo, Harry. Eu estava aqui antes."

"E estará aqui depois. Não vou te tomar como minha ômega, apenas porque você quer. Não vou ficar contra o destino que os deuses reservaram para mim, Na-eun. Eu gosto dele."

A híbrida de urso se levantou, deixando a sala de recreação com bufos audíveis e batendo os pés no chão, como uma criança mimada. Harry levou os olhos até Yeong-ae, a mulher sorria para si como se pedisse desculpas, mas o alfa apenas deu de ombros, porque sabia que as atitudes da filha não eram culpa da mãe.

Depois do jantar, Harry ajudou Louis a colocar Willow para dormir, por insistência do garotinho, então os dois deixaram o Saint Thomas. Enfim em casa, Harry acompanhou o ômega até o quarto em que ele estava, recostando-se ao batente da porta, enquanto observava o mais velho sentar no ninho e inclinar-se para tirar os sapatos cor de salmão que estavam em seus pés.

Sendo mais rápido, o alfa se ajoelhou perto do ômega, tirando os sapatos de seus pés, deixando beijos em cada um de seus tornozelos, ouvindo suspiros vindos de Louis; o que o deixou orgulhoso. Harry deixou os sapatos juntos em um canto, observando como seu futuro ômega estava lindo no vestido rosado e rodado que vestia, assim como o tecido mais leve e esvoaçante, que lembrava um xale, que vinha por cima. Tão bonito!

Styles sorriu para Louis, imaginando o chinchila usando roupas que ele o tinha dado. O alfa queria dar algum presente para o mais velho, como um cortejo, para mostrar que estava falando sério. Cortejos foram deixados de lado há muito tempo, séculos no mínimo, mas Harry não teria problema algum para fazê-lo, se o ômega quisesse. O alfa se ajoelhou de forma a ficar mais confortável, deitando a testa sobre os joelhos de Louis, sentindo os dedos pequenos e gordinhos passando por seu couro cabeludo em um carinho.

"Você está bem, alfa?" O chinchila sussurrou em um tom doce. "Parece cansado."

"Eu estou, mas vai ficar tudo bem muito em breve."

"Certo. Por que ela ficou com raiva?"

"Quem?" O alfa questionou, muito perdido no perfume de melancia do outro para pensar em alguma coisa. "Do que está falando?"

"Na-eun. Ela ficou com raiva de alguma coisa, quando conversou com você. Não falou mais com a gente, depois disso, nem com as crianças."

"Na-eun disse que não era justo que eu goste de você. Porque ela já estava lá antes; aparentemente, eu tinha obrigação de gostar dela."

"Entendo. Você... já sentiu algo por ela?" Harry se atentou à forma como Louis perguntou, parecendo hesitante e triste.

"Nada além de amizade, Na-eun sempre foi como uma irmã mais velha."

"Certo." O ômega suspirou. "Eu sei que não deveria, mas eu gostei de ouvir isso."

"Safira." O leão ergueu a cabeça, apoiando o queixo no outro, com um sorriso enorme nos lábios. "Você deve gostar quando seu alfa diz que não gosta de ninguém além de você."

"E quem seria meu alfa?"

"Não seja cruel, ômega. Sabe que sou eu."

"Eu não me lembro de ter uma marca sua, para você ser meu alfa, Harry."

"Eu coloco uma no seu pescoço agora, se for preciso, Safira. Estou falando sério."

"Vou pensar no seu caso." O mais velho brincou. Louis então desviou os olhos, suas bochechas repentinamente. "Gosto de você, Harry. E é estranho estar dizendo isso, depois de estar casado por anos, mas eu fico me sentindo como a porra de um adolescente. É frustrante, mas eu não consigo me controlar. Você não tinha esse direito, alfa." Louis então voltou a olhar para o alfa. "Não tinha o direito de fazer eu me apaixonar por você."

"Safira." Harry suspirou. Seu coração errou algumas batidas ao ouvir aquilo, mas ele estava tão feliz. "Safira, você..."

"Agora que fez isso comigo, eu não quero que você pense em outros ômegas. Vou ser o único para você."

"Você já é o único para mim, ômega. O único." Harry prometeu, olhando fundo nos olhos azuis, que brilhavam como duas estrelas. "Deuses, eu estou tão feliz! Eu estou tão apaixonado por você e agora sei que você sente o mesmo. Obrigado, ômega."

"Você é sempre tão bajulador, Harry." Louis riu.

"Um alfa sempre deve bajular seu ômega. É o nosso trabalho."

"Tudo bem."

"Hm, eu quero te pedir uma coisa."

"O que?"

"Meu pai vai estar na cidade em dois dias, eu gostaria muito que você fosse vê-lo comigo. Não sei quando teria outra oportunidade para te apresentar."

"Assim, do nada? Eu vou precisar me preparar mentalmente para isso." O ômega fez uma pausa, sua face assumindo uma expressão confusa. "Harry, quem é seu pai?"

"Ah, é Rubeus Walsh." O alfa deu de ombros, como se não fosse nada demais.

"Seu pai é o ministro da defesa? Tipo, de Londres?"

"Sim." Ele riu, vendo os olhos alheios arregalados. O alfa se levantou, sentando-se ao lado de Louis, então segurou seu rosto delicado com as duas mãos. "Não se preocupe com isso, Safira. Vai dar tudo certo."

"E se ele não gostar de mim? Ele é um ministro, e se achar que eu não sou bom o bastante para você?"

"Ômega, não é possível que ele não goste de você. Você é tão incrível, tão bonito e inteligente e educado. Ele vai te adorar."

"Você promete?"

"Eu prometo, Safira. Vai dar tudo certo."

Enquanto olhava pelas araras, atrás de alguma coisa que o agradasse, Louis sentia o olhar de Liam em suas costas. Naquela tarde, Harry estava com Cassandra e Niall resolvendo alguma coisa do clube, então o alfa de cabelo claro fora deixado como seu segurança durante a tarde; como ele não teria aulas na academia ou iria ao Saint Thomas, Harry o deu um cartão - que veio sabe-se lá de onde - e deixou que o ômega se divertisse no shopping, já que Louis disse que precisava de algo bonito para conhecer seu pai.

Assim, ali estava ele, procurando algo que fosse bonito e do seu tamanho, o que nem sempre era fácil. Normalmente, Louis precisava procurar roupas na internet para achar algo que realmente gostasse e que lhe servisse, ele não tinha esse tempo, no entanto. Seu objetivo era achar algo que fosse bonito, mas que não o fizesse parecer desesperado; algo que soasse como 'acordei e vim assim'. E se o pai de Harry o achasse mal arrumado?

"Está pensando demais, Louis." Liam riu. "O que foi?"

"Harry vai me levar para conhecer o pai dele." O chinchila suspirou.

"Ah, o tio Rubeus vai estar na cidade? Isso é bom, já faz algum tempo."

"Eu queria achar alguma coisa bonita para usar, mas não quero parecer muito desesperado para parecer bonito."

"Bom, se eu conheço bem o Harry, ele vai te achar bonito de qualquer forma. E o tio Rubeus nunca se importou muito com esse tipo de coisa." O alfa deu de ombros. "Não precisa se preocupar tanto com isso."

"Tudo bem."

Uma atendente ômega veio até os dois, ela era simpática e ajudou Louis a achar um conjunto que ficaria ótimo em seu corpo. Ele sentiu seus olhos brilhando, suas bochechas repentinamente ficando quentes, ao pensar na reação de Harry, quando o visse vestido naquilo. Depois de pagar, ele seguiu com Liam por perto, até entrar em uma loja de brinquedos, quando um em específico chamou sua atenção.

Animado, o chinchila foi até ele, pegando o que pareceu mais bonito entre todos, sorrindo ao pensar que sua criança adoraria aquele brinquedo. Liam se aproximou, olhando por cima de seu ombro, um sorriso pequeno em seu rosto; Louis abraçou o objeto fofo de pelúcia, antes de se dirigir ao caixa.

"Para quem é isso?" Liam perguntou.

"Willow. Yeong-ae disse que o aniversário dele vai ser semana que vem, eu queria comprar um presente que ele gostasse."

"Tenho certeza que ele vai adorar."

"Embrulho para presente?" O caixa perguntou com um sorriso.

"Sim, por favor." Louis sorriu para o outro. "Obrigado. Vamos, Liam."

"O aniversário de Harry vai ser em breve." Liam disse, quando estavam no estacionamento. "Em três semanas, estamos planejando uma festa para ele no bar."

"Ele não me disse."

"Harry sempre foi muito negligente sobre o próprio aniversário. Ele sempre se esquece."

"Tudo bem, então. Vou comprar algo para ele, depois."

O ômega se olhava no espelho, analisando sua própria imagem. Harry deveria estar esperando por si na sala, como sempre acabava acontecendo. Ele não estava completamente satisfeito, desejando estar alguns quilos abaixo do que estava, talvez assim a roupa ficasse realmente bonita em si.

Louis tinha escolhido um top estilo corpete branco e lilás, com mangas longas que deixavam os ombros à mostra e eram apertadas nos pulsos; combinava perfeitamente com a calça lilás que usava, apertada nas coxas e folgada a partir dos joelhos. Tomlinson também escolheu um par de sapatos estilo boneca, com salto tratorado e rosa pastel. Depois de se certificar que seu cabelo ondulado estava bom com a tiara rosa e que sua maquiagem não estava muito exagerada, o ômega pegou a bolsa e finalmente saiu do quarto.

Tomlinson foi a passos hesitantes até a sala, nervoso de que o alfa fizesse como Robert e dissesse que aquela roupa não era adequada para seu peso e que não estava bonito, mesmo que ele tentasse convencer sua mente do contrário. Ao chegar lá, Louis grunhiu baixo, chamando a atenção do outro. O rosnado que Harry soltou o fez encolher um pouco os ombros, mas o ômega sorriu quando viu a fome nos olhos de jade do leão. Harry levantou- se, indo para perto de si e segurou sua mão, fazendo-o dar uma volta rápida.

"Você está delicioso." O alfa rosnou de novo, sorrindo de forma maliciosa. "Porra, eu vou comprar um monte de calças dessa para você. Suas pernas estão incríveis."

"Não acha que não combina com meu corpo?"

"Não diga bobagens, ômega. Você está lindo. Meu pai vai dizer que eu tenho muita sorte."

"Mesmo?" Ele questionou, ainda um pouco inseguro sobre tudo aquilo. "E a maquiagem?"

"Está tudo perfeito, Safira. Como sempre, na verdade."

"Obrigado, alfa. Você também está ótimo."

E estava mesmo. Harry sempre parecia aquele tipo de cara que não se preocupava muito com a aparência, mas estava sempre arrancando suspiros das pessoas por quem passava. Naquela noite, o alfa usava uma roupa completamente preta, a jaqueta de couro fazia um ótimo contraste com sua pele pálida, a corrente no pescoço e os coturnos nos pés o davam um ar mais de badboy muito sexy. Mais cedo, Louis tinha feito uma trança lateral no cabelo longo de Harry, tinha ficado muito bem com todo o conjunto.

"Eu tinha que fazer jus ao meu ômega." O alfa deu de ombros. "Tenho que ficar apresentável, principalmente quando meu ômega vai ser canonizado como a próxima divindade da beleza, algum dia."

"Não diga uma coisa dessas, alfa!" Louis se alarmou. "Eu agradeço os elogios, mas isso é desrespeitoso com os deuses."

"Safira, não há um deus que não concorde comigo. Eu garanto a você."

"Hm, tudo bem. Nós podemos ir, agora."

Harry segurou sua mão e levou-o até a garagem, onde sua moto estava. O alfa ajudou Louis a colocar o capacete e cedeu sua jaqueta para que ele usasse durante o caminho, não seria um problema porque ele estava com uma camisa de mangas longas. Harry subiu primeiro na moto e Louis foi em seguida, agarrando-se à cintura do mais alto, fechando os olhos com força, quando sentiu o movimento começar.

O leão gostava de ir rápido e Louis não era exatamente contra, ele gostava de sentir o vento passando por eles, enquanto estavam na rua. Ele abriu os olhos, observando as luzes que passavam pelos dois, dos faróis dos carros e de outras motos, assim como as dos postes. Não demorou muito para que Harry estivesse estacionando a moto em uma vaga do estacionamento do restaurante em que tinha combinado de encontrar com seu pai. Não era um lugar chique ou pomposo, mas era bonito.

Eles desceram da moto e, assim que tiraram os capacetes, Louis segurou a mão de Harry, deixando o outro entrelaçar seus dedos, então eles entraram. O ômega estava um pouco nervoso, com medo de estar tremendo demais, mas colocou um sorriso nos lábios, enquanto o mais novo os levava até a mesa em que seu pai estava. Assim que os viu, o ministro acenou e sorriu, levantando-se da cadeira.

O ministro Walsh era alto, mais do que Harry. Ele tinha a pele bem escura, seus olhos eram pretos e o cabelo bem curto, a barba grande tinha alguns fios grisalhos; acima de sua cabeça, as orelhas negras de pantera estavam completamente relaxadas, assim como a cauda fina, atrás de seu corpo. Rubeus sorriu de forma simpática, abraçando Harry, antes de seus olhos se ficarem no ômega. Ante a presença forte do alfa mais velho, Louis sentiu suas bochechas esquentarem, não sabendo o que o outro estava pensando sobre si.

"Hm, olá, senhor Walsh. Eu sou Louis Tomlinson, é um prazer." Louis disse, abaixando um pouco a cabeça em respeito ao mais velho.

"Olá, Louis. O prazer é meu. E você pode me chamar de Rubeus, somos família agora." Tomlinson ficou muito surpreso quando o mais velho o abraçou, não esperando que o outro fosse tão carinhoso consigo, de primeira. "Vamos sentar. Estou com fome." Então os três sentaram, Harry puxou a cadeira para ele, sendo um completo cavalheiro.

"Obrigado, alfa."

"De nada, ômega." Harry respondeu. "Mas eu preferia ter você no meu colo."

"Harry!" O ômega protestou, sentindo-se muito mais corado do que antes. "Não diga esse tipo de coisa assim."

"Por quê?" O alfa deu de ombros. "Não é mentira nenhuma."

"Mas não na frente do seu pai, alfa."

"Não tem problema, Louis." Rubeus riu. "Harry sempre foi assim. Além do mais, não há problema algum no alfa demonstrar sua devoção a seu soulmate."

"Oh, certo. Tudo bem."

Um garçom se aproximou e tomou os pedidos deles. Rubeus pediu um vinho rosé doce para eles e, mesmo que não fosse muito de beber, Louis aceitou, porque era uma ocasião especial. O vinho era maravilhoso, assim como a comida. Depois da salada de entrada, o ômega pediu por uma chicken tikka masala que estava macia e bem temperada; Harry optou, assim como o pai, por um shepherd's pie.

Eles comeram com conversas amenas, Louis rapidamente se sentiu à vontade com Rubeus. Na hora da sobremesa, os três pediram fatias de Victoria's sponge cake, junto com chás doces. Nesse momento, Harry puxou a cadeira de Louis para mais perto dele, dedicando-se a servir o bolo em sua boca, passando às vezes o nariz por sua bochecha, quando o fazia.

"Pai, Louis estava com medo de te conhecer." Harry disse, enquanto o servia com um pedaço de morango.

"Por quê?" Rubeus perguntou divertido.

"Achou que você não fosse gostar dele." O leão sorriu

"Hm, eu achei que o senhor não fosse me achar bom o bastante para Harry."

"Ora, isso não era motivo de preocupação." O alfa mais velho disse de forma tranquilizadora. "Harry me falou bastante sobre você e eu sei que você está tentando se divorciar de Robert Campbell. Se estava casado com ele, você só poderia ser duas coisas: igual a ele ou alguém que sofreu nas mãos dele. Mas se meu filho se apaixonou, sei que é uma boa pessoa."

"Tudo bem, foi estupidez minha."

"Não fique pensando nisso, ômega." Harry disse, deixando um beijo rápido sobre sua bochecha. "Está tudo bem, agora."

"Certo. Eu só... fiquei muito nervoso."

"Não fique." Rubeus falou, antes de pegar o celular no bolso. O pantera soltou uma risada alta, olhando para a tela do aparelho, deixando Louis confuso. "Ora, vejam só que novidade."

"O que aconteceu?"

"Seu futuro ex-marido acabou de ser preso."

"O que? Como?"

"Pelo que parece, ele estava recebendo pessoalmente um carregamento de armas vindo da Rússia." Rubeus explicou. "Alguém fez uma denúncia anônima e a polícia foi averiguar."

"Mesmo?" Louis olhou para Harry, que mal conseguia conter o sorriso, enquanto pegava mais um pedaço de bolo. "Você tem algo a ver com isso, alfa?"

"Talvez." Harry deu de ombros, dando mais um pedaço de bolo ao ômega, que aceitou de bom grado. "Eu disse que estava cuidando de tudo, ômega. Você não precisa se preocupar com nada."

"Certo, vou confiar em você."

"Ninguém vai dar crédito ao que ele disser, eu fui cuidadoso em deixar muitas provas para incriminá-lo. E depois do vídeo em que ele te ameaça, Robert caiu muito em popularidade. Não mais te incomodar."

"Eu agradeço o cuidado, alfa. É muito bom para mim."

"É meu trabalho, Safira."

"Não é todo alfa que faria isso." Louis disse e deixou um beijo estalado na bochecha do leão, que acabou sendo seguido por muitos outros, arrancando risadas de Harry. "Obrigado, alfa. Obrigado. Agora só falta ele finalmente assinar o divórcio e vou ser totalmente livre dele."

"Não se preocupe com isso. Eu vou persuadi-lo."

"Já tem tudo planejado, não é, filhote?" Rubeus perguntou, sorrindo divertido.

"É claro. Não vou deixar meu ômega correndo o risco de ser machucado por aquele maluco sem caráter."

"Resposta certa." O pantera olhou mais uma vez para o celular, bufando em seguida. "Eu preciso ir, meu assessor está me mandando mensagens sem parar e amanhã eu preciso encontrar o senador."

"Tudo bem, pai. Vamos nos ver de novo em breve, eu espero."

"É claro." Rubeus confirmou, então os três se levantaram. "Podem deixar a conta comigo. Louis, foi um prazer."

"Igualmente." O ômega sorriu, agora mais confiante, por saber que o alfa tinha gostado de si. "Vamos almoçar juntos, algum dia. Podemos convidar meus pais e minhas irmãs."

"Seria ótimo." Rubeus segurou sua mão, deixando um beijo casto no dorso. "Você é maravilhoso, Harry é muito sortudo."

"Obrigado."

"Não demorem muito para me dar netos, sim?"

"Ah, eu..."

"Pai, por favor." Harry protestou, antes de sorrir. "Não vamos demorar tanto, eu prometo, mas será no tempo de Louis."

"É claro que sim."

"Até mais, pai." Harry disse, entrelaçando os dedos com os de Louis.

"Até a próxima, Rubeus."

"Tchau, vocês dois. Boa noite."

"Boa noite." Os dois responderam juntos.

Quando chegaram em casa, Louis parecia muito mais tranquilo. Harry estava feliz, porque tudo naquela noite tinha ido exatamente como queria: seu pai tinha adorado seu ômega, Louis estava muito mais à vontade sobre tudo e Robert estava preso. Styles fez o mais velho se sentar no sofá, ajoelhando-se à sua frente, para tirar seus sapatos; ele gostava de fazer isso, de servir a seu ômega daquela forma.

Harry olhou para o rosto de Louis, vendo como seus olhos celestes estavam infinitamente amorosos e como seu sorriso competia com o próprio sol. Como fizera antes, o alfa descansou a testa contra os joelhos do outro, inspirando profundamente seu perfume de melancia e Louis passou os dedos por seu cabelo, penteando-o.

"Ômega." Ele chamou baixo.

"Sim, alfa?"

"Dorme comigo hoje, por favor." Harry sentiu o corpo de Louis ficar tenso. "Por favor."

"Apenas dormir?" O chinchila perguntou.

"Sim, eu prometo."

"Você promete não reclamar do meu peso, quando me vir de pijama?"

"Nunca, ômega. Só elogios para minha linda safira. Minha jóia, tão preciosa."

"Eu durmo com você, alfa." Louis disse e Harry olhou para ele.

"Obrigado, Safira."

"Eu vou me trocar."

O alfa assentiu, então se afastou e deixou que Louis se levantasse e fosse para o quarto, levando os sapatos consigo. Animado, o leão também se levantou, indo para seu próprio quarto; ele tirou a roupa e os sapatos, colocando apenas uma bermuda de moletom, antes de escovar os dentes e se deitar. Louis apareceu não muito depois, adoravelmente vestido em um pijama curto de cetim verde claro, que deixava suas pernas à mostra, o decote dando um pouco de vislumbre dos pequenos peitos.

O ômega tinha as orelhas baixas e as bochechas rosadas, os olhos um pouco manchados por causa da maquiagem que tirara não o miravam. Estava completamente adorável. Rapidamente, Louis soltou um pequeno guincho, correndo para seu ninho, antes de se enfiar debaixo de suas cobertas. Começou a chover, o alfa podia ouvir os pingos mais violentos bateram contra o vidro da janela e o chinchila se aconchegou mais perto de si.

"Alfa. Me abrace, por favor." Tomlinson pediu baixinho, quase como um choramingo e Harry rosnou de leve, fazendo o que lhe fora pedido assim que apagou a luz. "Obrigado."

"Sempre que você quiser, Safira."

"Podemos dormir assim?"

"É claro."

"E você pode me perfumar? Gosto do seu cheiro."

"Porra, eu posso. Eu vou te perfumar sempre, Safira."

"Amanhã, antes de irmos ao orfanato, você vai me perfumar de novo? Aí eu vou sair com seu cheiro."

"Sim, ômega. Qualquer coisa que você quiser."

"E você vai me deixar te perfumar?"

Harry travou, sua mente em branco momentaneamente, em acreditar que o outro realmente tinha falado aquilo. Alfas costumavam perfumar aqueles em que estavam interessados, eles podiam fazer isso para acalmá-los ou deixá-los mais seguros de suas intenções, mas um ômega fazer aquilo... era um cortejo muito sério. Se Louis queria perfumá-lo, Harry obviamente o deixaria fazer aquilo.

"Sim, ômega. Se você quiser, eu o deixarei fazer o que quiser."

"Eu quero. Obrigado, alfa. Boa noite."

"Boa noite, Safira."

Porra, como Harry estava feliz! Louis logo estava dormindo, mas o alfa não conseguiu, muito preso no êxtase de ter ouvido que seu soulmate queria deixá-lo coberto com seu cheiro, marcar território em si. Styles deixaria, ele deixaria que o mais velho fizesse tudo o que quisesse consigo. Ele fechou os olhos, deixando que o sono o tomasse aos poucos.

Harry dormiu com um sorriso no rosto.

E foi isso por hoje, borboletas.
Um adendo aqui: eu não sou especialista em autismo, mas eu trabalho na área de educação especial e estou escrevendo o filhote com base na minha experiência com crianças autistas, okay? Por isso, pode ser que ele não seja como alguém com TEA que você possa conhecer, porque ele muda de acordo com cada pessoa; como o autismo do Willow é leve, ele apresenta menos 'traços' do que as pessoas normalmente relatam.
Bom, é isso. Não se esqueçam de me seguir nas redes sociais (todas como Sanmonnio), eu inclusive estou soltando novidades sobre o ebook de CFE no twitter; sigam a equipeBS, deixem sua estrela e seu comentário.
Nós nos vemos na próxima. Amo vocês!

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