06┊BRASÃO, SUA FAMÍLIA
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CAPÍTULO SEIS
O VENTO SOPRAVA NO rosto de Thyra enquanto ela e seu irmão corriam em alta velocidade pela cidade de Gresit. O anoitecer estava próximo, e ela sabia que não seria fácil convencer os oradores a irem embora. Assim que chegaram na pequena casa quase destruída, eles viram todos reunidos, pareciam estar conversando algo sério.
── Trevor, Thyra... Junte-se a nós! ── O ancião convidou educadamente.
Thyra Belmont sentiu um peso cair em suas costas.
── Claro. ── Trevor aproximou. ── A propósito, todos vocês vão morrer. ── Anunciou.
── Trevor! ── A assassina resmungou e logo se voltou para o grupo. ── Não podemos impedir o que está por vir, o bispo tem poder suficiente para manipular as pessoas da cidade.
── O atual bispo desse lugar... bom... ele vai além da insanidade. ── Seu irmão concordou. ── Ele é absurdamente maluco e está convencido que a salvação dessa cidade está em mandar uma turva para fazer pedacinhos de todos vocês.
── Deus... quando? ── O ancião murmurou.
── Antes do pôr do sol. Pela lógica dele vocês tem que morrerem antes das criaturas da noite fazerem o próximo ataque.
── A essa altura, já devem estar marchando em nossa direção. ── Suspirou erguendo seus braços e abraçando a si própria. ── Não podem perder tempo, vocês precisam ir agora!
── O que acontece se ficarmos e sobrevivemos?
Thyra respirou fundo e encostou na parede, já era claro que eles não iriam embora, mesmo com o acordo que fizeram para recuperar a oradora perdida.
── As criaturas da noite virão de qualquer jeito, a igreja vai culpar vocês e começará tudo de novo. ── O mais novo citou, também parecendo cansado de explicar a simples situação.
── Isso não está certo! ── O ancião levantou, seu rosto se enrugando com uma careta de justiça. ── Ser expulso por uma mentira vai condenar essas pessoas. Isso não é coisa de um orador.
─── Nós tínhamos um acordo! ── Thyra colocou a mão no ombro do irmão, visto que ele estava começando a se exaltar e com razão.
── Também acho que não é coisa dos Belmont. ── Completou.
A cabaça de Thyra se virou tão rápido quanto um flash.
── Não me importo, vocês tem que ir e tem que ser agora! ── Insistiu.
── Nós não podemos abandonar essas pessoas, não quando mais necessitam. ── Sypha interviu, também se colocando de pé e encarando Trevor mortalmente.
── Eles acreditam que vocês são a causa dessas necessidades.
── Isso é porque elas estão sendo enganadas pela igreja. É correto fugir quando se é alvo de mentiras? O que a igreja disse sobre os Belmont? Que vocês foram corrompidos por lidarem com o sobrenatural? Que zombaram de Deus, que vocês são uma ameaça ao bem comum e que o mal os persegue a onde quer que vão? E o que vocês fizeram quanto a isso?
Thyra Belmont olhou para suas próprias mãos enquanto fechava seus olhos. Era verdade o que o ancião dizia, ela não se orgulhava de ter fugido, mas se tudo se repetisse, ela não exitaria em fugir novamente. Seu irmão foi a razão para terem fugido, ela não queria que ele morresse igual seus pais. Fugir havia sido a melhor opção, e ela continuaria fugindo se isso garantisse a sobrevivência dele.
── Não fugimos. ── Trevor resmungou mesmo sabendo das próprias mentiras que saiam de sua boca.
── Verdade? Então para onde estão indo? Vocês tem um destino em mente?
── A pressão que o orador colocava em cima de Trevor o fazia se sentir encurralado. O mais novo olhou brevemente para a irmã e viu que mesmo ela estando abatida, seu olhar continuava firme. Aquilo deu força para Trevor, ele sabia o que faria dali por diante. ── Está nos chamando de covarde?
── Não, estou te chamando de derrotado, Trevor Belmont. Você lutou sua batalha e decidiu que perdeu.
── Não tivemos escolha. ── Sua fala baixa.
── E mesmo se tivéssemos, não ligariamos em fazê-la novamente. ── A Belmont interviu a favor do irmão.
── Talvez, mas nós temos. ── Sypha se aproximou. ── Nós carregamos conosco o crescimento acumulado desse grande país e vamos usar isso na nossa batalha!
── Vão perder.
── Podemos até perder, pelo menos vamos monstrar pra alguém que vencendo ou perdendo batalhas, a uma guerra maior em jogo. ── O ancião se virou para Thyra, como se dissese que aquelas palavras foram para ela.
A mulher de cabelos pretos ergueu os olhos, sua mente trabalhando com aquela informação. Não importava o que fizeram no passado ou fazem no presente, não poderiam fugir para sempre.
── Contra os exércitos do Drácula?
── Não, uma guerra pela alma de nosso povo. Por que se realmente somos pessoas que matariam umas às outras sob o comando das fantasias de um louco, então seja apropriado que coisas vindas do inferno plantem para nós varrer daqui.
── É hora de nós que lutamos essa guerra assumirmos a responsabilidade, Trevor Belmont. Vocês deviam ir embora. ── Sypha acenou para Thyra, como agradecimento por toda a ajuda.
── Não! Vocês vão embora agora mesmo! ── Porém, antes de Trevor avançar sobre eles, Thyra se colocou na frente do irmão e um sorriso gentil surgiu em seu rosto.
── Tenho uma ideia. ── Todos a olharam questionando sobre o que ela falaria naquele momento. ── As catacumbas é um ótimo lugar para se esconder, não acha, Trevor e Sypha?
Trevor concordou.
── Não é um plano ruim, mas mesmo assim ainda é perigoso!
Thyra pegou na mão do irmão e disse o que queria dizer apenas com o olhar. Trevor entendeu, e mesmo querendo seguir a ideia inicial, ele concordou com o novo plano da irmã.
── O plano é simples, vocês seguirão para as catacumbas, é nós dois ficamos aqui em cima. ── O mais novo disse para o oradores, cujo os olharam surpresos com a repentina mudança.
── Podemos facilmente dar conta do que vier. ── A Belmont se aproximou do irmão e lançou um sorriso de agradecimento. Trevor bufou, mas o aceitou com tranquilidade.
── Não temos tempo! Já está decidido, nos deixe cuidar disso.
── Nós agradecemos, Thyra e Trevor. ── O ancião sorriu. ── Contamos com vocês.
Logo, eles seguiram Sypha, cujo ditaria o caminho para as catacumbas.
── Estou feliz.
Trevor sorriu pequeno e passou suas mãos pela cabeça da irmã, bagunçando os fios e os deixando rebeldes.
O pôr do sol finalmente havia chegado, e não demorou para bateram na porta com a intenção de a destruir. Quando a porta caiu aos pedaços, quatro homens entraram no casebre, entre eles havia um membro da comunhão.
── Onde estão os oradores? ── Perguntou ferozmente.
── Nós os deixamos em um lugar seguro. ── Seu irmão iniciou.
── Você está defendendo o mal, entregue-os para nós! ── O homem insistitiu.
── Como se seu bispo fosse o exemplo do bem. ── Ela pensou.
── Cale-se, você não vai pegar os oradores, não vai ter sangue hoje então cale essa boca.
O homem deu um tapa em Trevor. A mulher rangiu os dentes, se irritando mais rápido com o homem do que esperava.
── Entregue os oradores para salvar essa cidade!
── Essa cidade tá perdida, ela perdeu quando você e o resto de sua escória vieram para cá. ── Trevor continuou
── Então é isso? Estão aqui para nos enfrentar? Você quer convencer que praticantes de magia são bons para Gresit? E que é a presença de homens de Deus que atrai as hordas da noite sobre nós?
Thyra riu.
── Acertou.
── Cale-se! Olhe para você, você é uma desgraça, você fede e não mantém nem seus olhos abertos. Diga, o que espera conseguir contra nós?
A Belmont bocejou, as noites mal dormidas querendo dar o ar de sua graça.
── Absolutamente nada.
── Então você vai morrer por pessoas que nem conhece? ── Ele riu como se achasse engraçado o que falava.
Thyra se afastou alguns passos e soltou o grande casaco que vestia, o brasão de sua família estampado em suas costas a fez se sentir em casa. Ela notou quando Trevor vez o mesmo, a luta começaria em breve.
── Eu não conheço nenhum de vocês, mas isso não importa, não é mesmo? Minha família, a família que vocês demonizaram e escomungaram que matou e morreu por esse país durante muitas gerações. ── Ele olhou para a irmã que tanto se sacrificou para o proteger. ── Nós lutamos por Wallachia e seu povo, não temos que conhecer vocês, lutamos assim mesmo. Não é a morte que nos assusta, é não nos levantar e lutarmos por ela. Eu sou Trevor Belmont, e ela, Thyra Belmont da casa dos Belmont e nós nunca tivemos medo da morte.
Um enorme sorriso foi posto no rosto da gêmea mais velha, ela olhou orgulhosa para o irmão, as palavras dele haviam de fato sido lindas, ela de fato se emocionou.
── Muito bem.
Então, eles finalmente avançaram. Trevor facilmente deu conta dos homens que estavam dentro da casa, fazendo assim Thyra poder deter os que queriam entrar. Quando saíram do casebre, Thyra puxou uma corda e o móvel começou a desmoronar, fazendo os que estavam dentro da casa ficarem presos.
Pegando rapidamente sua adaga, Thyra cortou novamente outra corda, dessa uma que prendia uma cruz que estava no teto de uma das casas. Eram bastante pessoas que estavam ali fora, eles não dariam conta de todas. Quando a cruz caiu, todos ficaram abismados com a ousadia da dupla, e aquela havia sido a distração perfeita para eles fugirem.
Enquanto os gêmeos corriam pelos becos de Gresit, flechas foram lançadas em suas direções. A dupla se escondeu atrás de um muro, e quando menos percebeu, Trevor já tinha dado conta do arqueiro que estava em cima da casa. Porém, antes que eles pudesse voltar a correr, um homem apareceu em suas frente.
── Caramba, vai me perseguir até o inferno? ── Ela exclamou para o homem caolho, cujo a havia arrancado seu olho. ── Não tem jeito, sinto muito.
── Então, não querendo prolongar a luta, a Belmont rapidamente girou a lâmina de sua adaga em direção ao único olho do homem.
Os gêmeos continuaram correndo, passando de beco em beco. Quando viraram uma esquina, deram de cara com uma multidão, não havia como voltar e nem seguir em frente. Eles haviam parado bem no meio da cidade.
Contudo, antes que a multidão de pessoas raivosas pudesse se aproximar, um rastro de chamas os cobriu, protegendo os irmãos para ninguém se aproximasse.
Era Sypha.
── Nunca disse que praticava magia. ── Trevor foi o primeiro a falar.
── Nunca perguntou.
── Isso é fantástico, Sypha! ── Thyra ergueu os braços, ela agia como criança animada ao ver os poderes da oradora.
Desde criança, Thyra lembrava de ficar horas e horas na biblioteca de sua casa estudando sobre grande oradores que dominavam magia. A mulher sempre achou interessante o assunto, e agora, ver aquilo sendo praticado na sua frente a deixava extasiada.
── Agora entendo porque foi você que desceu nas catacumbas para procurar o seu Deus dormente. ── Trevor falou mais alto. ── O que faz aqui?
── Eu não te pedi para lutar por mim, eu sei me defender. ── A oradora se virou para Thyra. ── E obrigado, Thyra, é realmente incrível fazer isso.
Não contendo seu entusiasmo, Thyra pegou as mãos da oradora e olhou com seus olhos brilhando para ela.
── FAZ DE NOVO?! ── Gritou empolgada.
Trevor tinha a boca em formada em um círculo perfeito, ele estava surpreso pela reação da irmã. A última vez que ela a viu tão alegre daquela forma foi dias antes de sua família cair em ruínas. Ele soltou um pequeno sorriso satisfeito, era bom a ver feliz depois de anos.
─── De qualquer forma, você será de grande ajuda. ── Trevor se sentiu culpado por interromper a interação.
As pessoas corriam desesperadas pelo local, os que tinham coragem, derrotavam os demônios que estavam vindo depois de serem auxiliados por
Trevor e Thyra. Derrepente, o trio se viu sozinhos naquele centro, todas as pessoas já haviam fugido. Quando Trevor matou o último demônio que estava ali, eles não tiveram tempo de suspirarem aliviados, pois o chão começou a desmoronar e logo eles estavam caindo.
Quando atingiram o chão, Thyra gemeu de dor ao tentar se levantar.
── As catacumbas denovo. Acho que chegamos mais fundo do que eu estive antes. ── A ruiva comentou.
── Talvez o destino realmente quer que encontramos algo aqui. ── Thyra olhou ao redor e após dizer, viu seu irmão a olhar julgadoramente.
Eles andaram em linha reta e assim que estavam chegado no final do corredor, eles se surpreenderam com armadilhas que não paravam de vir uma atrás da outra.
── Seja o que for que esteja aqui em baixo, realmente não quer ser encontrado. ── A mais velha comentou, ganhando um breve acenar de Sypha.
Quando se viram livres das armadilhas, o chão novamente desmoronou. Thyra gritou frustrada.
── Sim, realmente é o destino. ── A oradora brincou enquanto ajudava a mulher se levantar.
Thyra conteve sua raiva quando viu enormes engrenagens a alguns metros. Eles pularam em direção a elas, vendo que não teriam como voltar pelo mesmo lugar. Trevor fez um caminho através de seu chicote e rapidamente as duas mulheres desceram por ele. Mas, os ferros estavam enferrujados e não aguentou o peso de três pessoas e logo se quebrou, fazendo eles caírem mais uma vez, dessa vez mais fundo que antes.
Quando finalmente atingiram o chão, Thyra ficou petrificada por alguns segundos querendo garantir que nada desmoronaria mais uma vez. Assim que se recuperaram da queda, eles ficaram surpresos ao ver algo a alguns metros na frente deles. Enquanto chegavam mais perto, perceberam que aquilo se travava de um caixão flutuando no centro. Em meio disso, Trevor pisou em falso. Eles esperaram as armadilhas virem, mas nada aconteceu.
Segundos depois, o caixão começou a abrir.
Thyra segurou sua respiração quando um homem pálido flutuou para fora do caixão, ele era belo, e o que mais chamou sua atenção era a enorme cicatriz que ele tinha em seu peito.
── Por que estão aqui?
🥀. Finalmente o alucard apareceu, o que acharam? Me desculpem pela demora, nos dois últimos meses meu celular estragou, e como infelizmente eu estou desempregada, tive que esperar para mandá-lo para o conserto. Em recompensa, trouxe um capítulo de 2000 palavras. Sei que ficou um pouco vago no decorrer do capítulo, mas eu queria apressar, pois não queria que o próximo capítulo ainda estivesse na enrolação do alucard aparecer.
🥀. O que acharam do capítulo? Não seja um leitor fantasma, deem seu feedback! Assim, poderei saber se estão gostando dessa estória.
🥀. Capítulo revisado. Mas, sempre fica aqueles errinhos que a gente não percebe, não é mesmo? qualquer erro me avisem que eu irei corrigir.
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