8 - Domino
Um por um, vão caindo, caindo, caindo, caindo
Um por um, eles se seguem
Com um único empurrão, dominó
Dominó, dominó, dominó
— Domino, STRAY KIDS
Eu, Angela e Haein acabamos de voltar de uma reunião com o ministro responsável pelas artes e cultura coreana. Apresentamos a pintura e estabelecemos laços com o ministério. Haein liga o ar-condicionado enquanto Angela tira seu escarpim vermelho e se acomoda no sofá, esticando as pernas.
— Estou muito entusiasmada com essa parceria. Isso certamente facilitará a venda de itens regularizados pelo governo e elevará a reputação da nossa empresa no mercado. — diz Haein, e eu respondo com um sorriso.
— Todos esses avanços são graças ao Seungmin. Confesso que duvidei da sua inteligência, mas agora percebo que os Kims não são ingênuos. — Angela comenta e eu sorrio para ela.
Enquanto Haein discute alguns detalhes pendentes que precisam ser resolvidos, minha atenção se volta para Angela. Passar tanto tempo ao lado dela está começando a me fazer notar, mais uma vez, sua beleza deslumbrante. Apesar de sua arrogância, não posso negar que Angela é uma mulher muito linda, para não dizer gostosa... Na adolescência eu tive um certo crush nela, quase como um fraco.
No entanto, quando esses pensamentos surgem, eu faço eles sumirem num instante. Não posso esquecer o mal que Angela causou a Leah e a razão pela qual não posso confiar nela. Angela percebe meu olhar e, imediatamente, desvio meus olhos.
Haein continua falando até mencionar a necessidade de imprimir alguns relatórios. Angela então pede a assistente para buscar um café descafeinado. Haein suspira, ela não gosta muito de Angela, mas força um sorriso e sai da sala. Enquanto isso, a megera se levanta e se aproxima de mim. Fico em sinal de alerta, sabendo que ela é capaz de qualquer coisa.
— Eu percebi você me olhando.
— Isso não significa nada. Não há necessidade de se aproximar. — Evito olhar direto para ela. Achar alguém atraente não implica interesse romântico.
Percebo que ela continua se aproximando, então começo a recuar com minha cadeira de rodinhas.
— Você se lembra do tempo em que namoramos?
— Chama aquilo de namoro?
Quando completei quinze anos, decidi aprimorar meu inglês e fiz um intercâmbio nos EUA, onde fiquei na casa da família Nam, que morava lá na época. Estudei na mesma escola que Angela e me juntei ao seu grupo de amigos por um tempo. Houve uma festa em que nos envolvemos e, nos meses seguintes, tivemos um rolo passageiro... Eu até gostava dela, mas a arrogância da garota fez com que eu perdesse o encanto. No fim, percebi que fiquei fissurado apenas com sua aparência, pois negar o fato de que Angela possuí uma beleza única seria loucura. No entanto, o tanto que tem de beleza também possuía de maldade...
— Para mim, foi um relacionamento. — Ela diz, e eu rio baixinho.
— Engraçado seu apelido ser "Angel"... "Devil" seria mais apropriado.
— Talvez, afinal, demônios são mais poderosos que anjos. — Ela continua se aproximando, olhando para mim com olhos famintos como se eu fosse um pedaço de carne a ser devorado.
— Você é perigosa... Fico me perguntando se há algum sentimento em você. — Vou recuando a cadeira até esbarrar na estante de livros.
— Por você, há sim.
— Você não gosta de mim, gosta do poder.
— Não vou negar que gosto, mas... Há algo entre nós, mesmo que seja uma tensão que nos levaria pra uma cama. — Ela puxa minha gravata, aproximando seus lábios ao meu e segurando a cadeira com a outra mão. — Ou você vai dizer que não sente atração por mim?
Me desvio dela, levantando rapidamente da cadeira e caminho para o outro lado da sala. De jeito nenhum eu posso cair em seu charme. Angela humilhou Leah, me entregou à JYPE, que ameaçou me expulsar do grupo se eu continuasse me envolvendo com a empregada da minha família. Isso poderia causar um grande escândalo para um grupo prestes a estrear. Porém Angela está determinada a abalar meu psicológico. Ela me abraça por trás, acariciando meu peito, e eu tento me soltar de seus braços.
— Você sabe que, se ficarmos juntos, derrubaremos de vez os Seok. Afinal, os Nam e os Kim se uniriam, e aquela família maldita estaria acabada.
— Pare com isso agora! — Me viro e seguro seus braços, e ela sorri satisfeita.
— Sabia que você fica lindo com essa expressão brava?
Eu me preparava para responde-la, quando a porta se abre abruptamente, capturando a nossa atenção. Trocamos olhares e percebemos que era Hui com uma expressão furiosa no rosto. Num instante, solto Angela e meus olhos fixam-se com desprezo em direção a Hui:
— Como conseguiram pôr as mãos na pintura? — Ele quase cospe contra nós.
— Se eu te contasse, teria que te matar. — Angela responde com um tom sarcástico, carregado de ironia.
— Vocês podem se achar muito espertos, mas saibam que a verdade sobre a máfia vai acabar com vocês. — Hui retruca, deixando claro seu descontentamento.
— Assim como aconteceria com você se descobrissem suas conexões ilícitas com a máfia. — Sou eu quem fala dessa vez, deixando explícito que também possuo informações comprometedoras.
— Você consegue se ouvir? Essa empresa foi erguida com a ajuda de pessoas como os mafiosos que vocês visitaram. Ficaria surpreso se soubesse quantas grandes empresas coreanas estão envolvidas em esquemas corruptos.
— Mas isso acabou agora. Enquanto eu estiver no comando, as coisas serão feitas do meu jeito! — Falo rápido, enfatizando minha autoridade. — E se você não está satisfeito, pede demissão.
Eu e Hui trocamos olhares carregados de ódio. Sempre desprezei esse sujeito, mas agora desejo seguir o conselho do Minho e jogá-lo pela janela. Como é possível que meu pai tenha confiado nesse cara? Isso me faz suspeitar que, se ele era assim, talvez meu pai realmente estivesse envolvido com criminosos, e isso me leva a questionar se a morte dele foi acidental...
— Vamos ver quanto tempo você vai conseguir se manter como presidente, Kim Seungmin.
Essas são as últimas palavras de Hui antes de sair pisando forte no chão. Eu estava prestes a compartilhar meus pensamentos com Angela quando ela agarra o colarinho da minha camisa, puxando-me para si e selando minha bochecha. Instintivamente, a empurro e ela me solta, exibindo um sorriso nos lábios.
— Gostei do que vi, pequeno gafanhoto. Você está aprendendo a domar os leões.
— Nunca mais faça isso...
— Na verdade, querido... Tenho muito mais de onde isso veio.
Ela tenta bagunçar meu cabelo, mas eu seguro sua mão. Ela ri, calça seus sapatos de salto alto e sai da sala, quase desfilando. Passo a mão no rosto, irritado, e percebo que o pêndulo de Newton está na estante. Eu não o joguei fora? Pego-o imediatamente e o coloco no lixo, suspirando. Por que Angela simplesmente não desiste? Sinto uma raiva imensa de mim mesmo por ter olhado para ela por meros segundos. Que se dane sua beleza, eu quero ela longe de mim.
Tenho refletido muito sobre a máfia nos últimos dias. A morte do meu pai, a empresa, Hui, Angela... Encontro-me agora no antigo escritório dele, sentado em sua cadeira, contemplando seu laptop. Sinto um forte desejo de acessá-lo, mas ter a certeza de que meu pai foi um homem corrupto me assombra. Ele me transmitiu valores, princípios que levo comigo para sempre. Como poderia ele ser corrupto?
Tenho procurado informações com alguns funcionários da empresa, e todos afirmam que meu appa era uma pessoa justa e íntegra. Tenho tentado afastar essa paranoia, mas ela persiste em minha mente. Até mesmo tentei obter pistas com minha mãe, mas, assim como eu, ela não tem muitas respostas. Por isso, reuni coragem e convidei Leah para uma conversa.
Ela não veio de imediato, claramente querendo me provocar, mas sei ser paciente. Esperei quase trinta minutos até que ela, colocou a cabeça na porta. Sinalizei para que entrasse, e, sem jeito, ela adentrou a sala, apoiando-se na parede e evitando o contato visual direto.
— Por favor, feche a porta — peço a ela, e ela obedece. Após fechar a porta, volta a encostar-se na parede, mantendo sua postura desconfortável. Eu permaneço sentado, a observando, e faço a pergunta que tanto me atormenta:
— Leah, você conviveu por muito tempo com a minha família, então tenho uma pergunta. Você já presenciou alguma atitude suspeita do meu appa? Ele já recebeu alguma visita estranha ou mencionou algo fora do comum?
— Eu não bisbilhotava seu appa... Posso ir embora?— Ela responde de forma defensiva.
— Leah, eu não sou seu dono. Pedi educadamente para que viesse até aqui. Se quiser ir, sinta-se à vontade, mas a conversa ainda não acabou — respondo, esperava que ela não colaborasse, mas precisava tentar.
Nesse momento, nossos olhares se cruzam, mas logo ela desvia o olhar para o meu pulso, onde uso o relógio que me deu presente. Seus lábios quase se curvam em um sorriso, mas sua expressão se fecha no mesmo instante:
— Por que você está usando isso? — ela quis saber.
— Bom, além de ser lindo, ele tem um valor estimado em milhões. — respondo, ajustando-o no pulso. — Acredito que o relógio me traz sorte, já que foi uma amiga que me deu.
— Ah, então agora somos amigos de novo?
— Podemos conversar? Como duas pessoas civilizadas? Por favor? — Estou cansado dessa situação, preciso me resolver com ela.
Leah me encara. Na última vez em que conversamos, eu estava furioso e disse coisas das quais me arrependo. Porém, certas questões precisam ser esclarecidas, considerando a gravidade do que aconteceu. Desejo resolver esse assunto de uma vez por todas. Ela não responde de imediato, mas acaba cedendo. Aproxima e se senta em uma poltrona próxima à mesa. Percebendo que sua postura se relaxou, decido iniciar a conversa:
— Em primeiro lugar peço desculpas. Não deveria ter falado daquela maneira com você, e lamento muito por isso. Não consigo imaginar o quão difícil foi para você...
Ela apenas assente, e eu continuo:
— Pode me contar o que aconteceu? Foi por causa da gravidez que você abandonou a faculdade?
Percebo que agitação dela revela que está tocando em feridas profundas. Constantemente coça a mão e seus pés não conseguem ficar parados.
— Você se lembra que eu e a Angela dividimos o quarto na faculdade né...
Apenas assinto. Leah decidiu estudar relações internacionais em uma renomada universidade, conquistando o primeiro lugar e uma bolsa de estudos. Ela almejava escapar da vida de empregada e passou a residir nos dormitórios universitários. Todos acreditavam que ela era membro da família Kim e, temendo rejeição, ela nunca desmentiu. As coisas estavam indo muito bem: Leah tinha amigos, era uma estudante exemplar e nos encontrávamos aos finais de semana em minha casa.
O curso de quatro anos que ela escolheu nos levou a decidir que assumiríamos nosso relacionamento após sua conclusão. Nessa época, eu já teria me estabilizado profissionalmente e poderia buscar a permissão da empresa para nos assumirmos. Meus pais não poderiam argumentar que Leah era uma pessoa desafortunada, afinal, ela estaria formada e não mais morando sob o teto deles.
Tudo corria bem, até que Angela se matriculou na mesma universidade. Ela veio estudar aqui para aprimorar seu coreano e enfrentou problemas com sua moradia. Seus pais sugeriram que ela ficasse nos dormitórios da universidade até resolver a situação.
Para o azar de Leah, a sua colega de quarto abandonou a universidade, o que resultou em Angela compartilhando o mesmo quarto com ela. As duas já se conheciam, afinal, crescemos juntos, e Angela sempre a humilhava por ciúmes, ciúmes da proximidade que tínhamos. O primeiro ato de Angela foi expor para toda a universidade que Leah era, na verdade, empregada da família Kim. A garota passou a sofrer bullying e foram inúmeras as vezes que ela veio até mim, com lágrimas nos olhos.
Tentei conversar com Angela e acabamos discutindo feio. A garota me ameaçou, afirmando que tomaria uma atitude se eu não escutasse que estar com Leah era um erro. Algum tempo depois, a JYPE recebeu em seu e-mail um vídeo íntimo meu e de Leah. Até hoje não sei como ela conseguiu esse vídeo, pois foi gravado no meu quarto e continha cenas minhas e da Leah bastante reveladoras.
Tinha acabado de estrear e aquilo poderia manchar a imagem do grupo. Portanto, fui confrontado com um ultimato: cortar relações com Leah ou ser expulso do grupo, pois minha permanência poderia prejudicar a carreira de todos. E todos sabem que o sucesso do grupo depende muito da sua reputação.
Quando cheguei em casa, meus pais também assistiram ao vídeo, chamaram Leah diante de mim e proferiram palavras terríveis contra ela. Eu deveria tê-la protegido, pois ela buscava em mim algum tipo de amparo, mas fiquei calado, amedrontado e sem saber o que fazer. Meus pais só não cortaram todos os laços com Leah porque, na época, ela havia acabado de completar vinte anos e não tinha para onde ir. Mais tarde, tive uma conversa com ela e decidimos que nunca mais permitiríamos nos envolver. A partir desse momento, não sei o que aconteceu.
— Você abandonou a faculdade por causa disso? — pergunto, e ela me olha.
— Eu decidi abandonar o curso por causa da Angela. Ela havia divulgado uma foto minha que tirou de mim no dormitório da universidade. Não consegui tolerar aquilo, então, naquele dia, fui até o refeitório e meti a mão na cara dela. — Observo com surpresa nos olhos, nunca sequer imaginei Leah agredindo alguém, e ela sorri relembrando o momento. — Foi muito satisfatório poder dar um tapa na cara daquela desgraçada. No mesmo dia, decidi trancar o curso e pedi apoio ao seu appa para retomar minhas atividades como doméstica. A situação se tornou uma grande confusão quando os pais de Angela vieram até aqui e exigiram a minha demissão. Entretanto, seu appa me protegeu, alegando que Angela havia exposto nosso relacionamento. Após uma longa discussão, Angela foi embora contrariada por não ter conseguido me demitir. Pouco tempo depois, descobri que estava grávida... Eu realmente queria te contar, de coração, queria... — Percebo seus olhos se encherem de lágrimas, mas ela mantém a firmeza e continua.
— Mas como eu poderia? Eu reconheço o esforço que você dedicou para estrear, sei de todas as dificuldades que enfrentou durante o treinamento... Eu realmente sei tudo o que você passou porque eu estava acompanhando tudo em silêncio, não queria prejudicar a sua carreira... Só conseguia me culpar por não ter sido mais resistente e por ter me envolvido e deixa isso acontecer. Porém, naquele momento, eu estava vivendo um romance e acreditei quando você disse que enfrentaria seus pais por mim... Me desculpe por ter escondido isso de você, mas tente se colocar um pouco no meu lugar...
Ela começa a chorar e eu me aproximo, acariciando seu cabelo. Leah me abraça e não a afasto, permito que suas lágrimas caiam enquanto continuo acariciando seu cabelo. Agora, eu realmente compreendo o que ela passou nas mãos de Angela. Essa mulher traiçoeira era minha aliada, mas também minha maior inimiga, e eu não podia confundir as coisas, pois o que ela havia feito a Leah é imperdoável. Quando a garota se acalma, eu digo:
— Meu anjo, sinto muito, de verdade, pelo que aconteceu... Eu estava com medo, muito medo. Era imaturo demais e lamento pelo passado... — Me abaixo para ver melhor seu rosto e limpo suas lágrimas. — Peço desculpas por ter te colocado nessa situação, peço desculpas por ter fugido em vez de ficar ao seu lado, peço desculpas por tudo. Mas eu nunca menti quando disse que te amo e que você é especial para mim. — Ela sorri e eu continuo — Sabe... Mesmo sendo um jovem imaturo, eu teria adorado ser o pai dessa criança... — Levo minha mão até sua barriga, imaginando que tipo de futuro teríamos se as coisas tivessem sido diferentes. — Vamos fazer um acordo? Quando tudo isso acabar e eu puder deixar essa maldita empresa, venha comigo. Eu posso contratar alguém para cuidar da minha omma. Posso adiar meu alistamento até os meus vinte e nove e poderemos viver do jeito que quisermos... Apenas você e eu. O que acha?
Os olhos dela irradiam com a possibilidade que se apresenta. Me veio a ideia de adquirir um apartamento modesto para nós dois, sem necessidade de luxo. Me imagino casando diante de nossos amigos, recuperando todo o tempo perdido e, quem sabe, construindo uma família juntos. Se há alguém que eu desejo como mãe dos meus filhos, sem dúvida alguma, é ela.
— Sim... Eu posso fazer isso. — Ela pronuncia suavemente, fitando-me com olhos repletos de amor.
Um sorriso mútuo se forma e, desta vez, sou eu quem atraio-a para um beijo, cheio de paixão. Quero que ela sinta todo o meu amor, que compreenda que não há espaço em minha vida para mais ninguém além dela. Quando nossos lábios se separam, ela me encara e, com ternura, acaricio seu rosto. O amor que sinto é indescritível. Seu semblante volta a se tornar sério e, olhando-me nos olhos, ela declara:
— Esta é a última vez que vou acreditar em você. Se não funcionar desta vez... Eu mesma irei embora da sua vida, e assim não precisaremos mais sofrer e guardar ressentimentos.
— Não te darei mais motivos para chorar. Só desejo resolver tudo entre nós e construir uma vida ao seu lado.
Mais uma vez, sorrimos um para o outro e um novo beijo acontece.
Eu solicitei a Haein que elaborasse uma lista dos funcionários e trouxesse relatórios detalhados sobre as compras e vendas dos itens de coleção, entre outros assuntos relacionados. Além disso, tomei coragem e decidi investigar o laptop do meu pai, passando o dia inteiro reunindo as peças desse quebra-cabeça. Ficou evidente que muitos dos diretores da empresa estavam envolvidos em esquemas ilegais com a máfia de Allifer.
Documentos salvos em diversas pastas no notebook me revelou compras de itens raros feitos em nomes fictícios alem de lavagem de dinheiro. Não posso mais permitir que a empresa continue operando de forma irregular. A notícia sobre a entrega da pintura da garota brincando gerou um grande impacto na mídia, algo positivo, mas que deixou vários diretores irritados com o dinheiro que não iria entrar em seus bolsos.
Angela anuncia sua chegada pelo som de seus saltos, me libertando dos meus pensamentos. Estou na sala do presidente, com a relação dos funcionários que Haein me passou junto as minhas teorias sobre o que aconteceu com o Sr. kim. Ajusto minha postura, pois não a vejo desde a conversa com Leah, e sei muito bem que ela provavelmente tentará me seduzir de novo:
— Me chamaram e eu vim. O que aconteceu?
— Por favor, feche a porta. — Peço, e ela obedece, se aproximando em seguida. — A empresa britânica também está envolvida com criminosos?
— Por que eu entregaria a minha gestão? — Ela diz chegando até a mesa e me encarando com um sorrisinho de lado.
— Vamos lá, Angela, não estou com paciência para seu charminho. — Respondo de forma ríspida, e ela me olha surpresa, pois nunca fui tão rude com ela.
— Nossa... Que grosseria... Nao vou mentir que a Kimsan em Londres tem seus métodos para obter certos itens, mas fico chocada com o quanto as pessoas aqui na Coreia se envolvem com corrupção.
— Vou direto no assunto. Suspeito que alguém queria a morte do meu appa. Encontrei vários recibos de compras ilegais feitas pela Kimsan coreana no laptop dele. Acredito que ele estava reunindo provas contra os Sons. O nome de Hui aparece várias vezes nesses documentos, assim como o de outros diretores importantes.
— Nossa, isso não é surpreendente. É uma ótima maneira de derrubar os Sons, mas você precisa considerar que, se expusermos a corrupção da empresa, seremos investigados. Quem sabe o que poderá acontecer se enfrentarmos a ira do governo?
— Eu vou acabar com as irregularidades na empresa. — Digo com firmeza e ela ri de maneira sarcástica.
— Boa sorte com isso, então. — Angela vira-se para sair da sala.
— Você vai me ajudar, Angela.
— Por que eu faria isso? Não é nada vantajoso para mim revelar a corrupção da sede coreana. Conte comigo para incomodar os Sons, mas para isso...
— Angel... Você me deve.
— Desculpe, como assim? — Ela me olha com desdém, e eu me levanto, caminhando em sua direção.
— Você humilhou Leah, causou traumas que ela não consegue esquecer. Só por isso, você deveria ter vergonha na cara e me ajudar a corrigir o passado.
— Ah, entendi... Deixe-me te contar um segredo. Dane-se a sua empregadinha. Gosta de comer as empregadas? Isso será um problema quando nos casarmos. Terei que ter apenas homens trabalhando em casa.
Respiro fundo, tentando dissipar o ódio que se formou e um sorriso se desenha no rosto dela. Essa garota é maldosa, porém, preciso da ajuda de sua mente ardilosa ao meu lado. Conto mentalmente até dez para não me deixar levar pelas suas palavras infelizes:
— Eu te avisei que os Kims não são ingênuos, não foi? Acontece que um dos recibos está em seu nome. Trata-se de uma caixa egípcia que acabou nas mãos de um tal de Gregory Stevens. E você sabe quem intermediou a compra? Foi você. Quanto dinheiro lucrou com essa venda ilegal?
Angela sorri de forma irônica e responde:
— Você está me ameaçando? A única pessoa que você tem como aliado nesta empresa?
— O fato é que eu odeio você, mas estou dando a oportunidade para, no mínimo, conquistar minha simpatia. E isso será ajudando-me a derrubar esses imbecis.
Angela permanece em silêncio por um momento. Ela me encara fixamente, enquanto eu a encaro com convicção. A primeira regra para convencer alguém é demonstrar segurança em suas palavras ou ações. Para minha surpresa, ela se aproxima, colando seu rosto no meu:
— Você fica tão atraente com essa expressão, sabe? Tudo bem, me convenceu. Mas saiba que se eu me der mal nisso, vou garantir que você também se dê mal. No entanto, para sua informação, eu não sou corrupta.
— Não tenho medo de você.
Alguém pigarreia, e olhamos para Haein, que agora me recordo que estava presente na sala e permaneceu calada durante toda a nossa troca de farpas.
— Desculpe interromper essa tensão entre vocês, mas Hui está agendando uma reunião com dois dos diretores.
— Como você sabe disso? — Angela pergunta a Haein.
— Não é só você que sabe interceptar e-mails, Angela. — Respondo por Haein.
Me sinto motivado por estar ali, pois vou derrubar todos esses indivíduos desprezíveis como peças de dominó. Um por um cairá, e, acima de tudo, aquele que matou meu pai enfrentará as consequências.
Finalmente todos os segredos do passado foram revelados e o Seungmin coringou
Está decidido a derrubar todos e fica a pergunta, será que o pai de Seungmin realmente foi assassinado?
E a Angela, será tão corrupta quantos os outros? Será que ela vai desistir do Seungmin?
Fiquem ligadinhos no doraminha hahaha
Não esqueça da estrelinha ⭐
BIG HUG
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