6 - Loser
Você e eu fomos domesticados
Dois palhaços tristes seguindo o script
Eu vim tão longe, estou voltando para casa
Agora eu quero voltar para quando eu era criança [...]
em algum momento, eu
Comecei a olhar mais para o chão do que para o céu, oh
É difícil até mesmo respirar
Eu estendo minha mão, mas ninguém a segura, eu sou um
Fracassado
— Loser, BIGBANG
A reunião prossegue com discussões sobre números e outros assuntos que me deixam completamente perdido. Angela, percebendo minha confusão, assume a responsabilidade de responder por mim. Jamais imaginei que lidar com itens antigos envolvesse tanta burocracia, mas o negócio vai além de apenas vender antiguidades. Também lidam com compra e venda de casas e prédios históricos, restaurações de quadros antigos.
O que mais me choca foi descobrir que Angela fechou um negócio milionário com um castelo no sul da França, compraram por um preço de banana e revenderam pelo dobro do valor que realmente valeria. Percebo que os homens dali estavam muito interessados no que ela fala, a mulher falou por mais de uma hora interrupta, demonstrado que sabe muito bem o que está fazendo, diferente de mim que apenas sorrio e concordo. Para me inteirar de tudo, vejo que precisarei estudar muito sobre a empresa e seus negócios, o que, por si só, já causa uma dor de cabeça.
Quando a reunião chega ao fim, Angela me conduz até a sala do presidente, como se eu não soubesse onde ela ficava. Ao entrar, sou recebido por uma sala enorme, repleta de livros e objetos raros. Meu pai adorava essas velharias, mas eu nunca entendi o fascínio de colecionar coisas tão caras apenas pela aparência.
Meus olhos são atraídos para os álbuns do SKZ na estante, o que me deixa triste. Me aproximo para ver de perto sua pequena coleção de álbuns, pegando todos eles e os jogando na lixeira. Haein observa em silêncio e fecha a porta, enquanto Angela desfila pela sala com seus saltos barulhentos e se acomoda no sofá, cruzando as pernas. Ela está usando uma saia- lápis preta, uma camisa social azul turquesa e um belíssimo blazer, foi impossível não notar como os homens a olharam quando ela passou pelas mesas.
— Você não tem um sapato menos barulhento? — Pergunto, observando a cadeira do presidente. Não me sinto digno de sentar nela, então apenas me apoio na mesa.
— Vai implicar até com os meus sapatos? Eu te salvei, amor. Você achava que poderia enfrentar os leões sem ter um bom pedaço de carne para oferecer? — Rebate Angela.
— Bom... Eu... Não imaginei que fosse ser tão complicado. — Admito, sentindo-me idiota por não ter me preparado de forma adequada.
— Até eu, que não entendo absolutamente nada de administração de empresas, estudei um pouco sobre essa empresa antes de vir. — Comenta Haein, deixando claro que minha falta de preparo não passou despercebida.
— Quem é você? — Pergunta Angela, estranhando o fato de Haein não ter se dirigido a mim de forma informal.
— Ela é minha assistente e amiga. — Respondo por ela.
— Ah, esqueci que você gosta de empregadas. — Ela diz, com um sorriso irônico, me provocando. Angela não perde a oportunidade de alfinetar.
— Sabe, eu estava começando a gostar um pouco mais de você. Obrigado por me lembrar por que te odeio. — Retruco, revirando os olhos.
— De qualquer forma, vamos ao que importa: derrubar os Sons.
— O quê? Não, eu vim apenas representar a família até encontrar um substituto para o cargo, não quero briga com ninguém. — Falo rapidamente.
— Não seja ingênuo, Seungmin. Não percebe? Estamos jogando xadrez com os Sons. Se você não for esperto o suficiente, será derrotado. Mas, por sorte, estou ao seu lado. — Diz Angela com um sorriso irritante no rosto.
— Ah, obrigado. Eu me sinto tão mais seguro agora. — Respondo, sem saber o que é pior: trabalhar com Angela ou ter que aprender sobre administração de empresas na marra. No entanto, admito que, por enquanto, precisarei de sua ajuda.
— Ser irônico não combina com você, querido. Enfim, sugiro que estude sobre a empresa. Use sua... — Angela olha para Haein dos pés à cabeça antes de prosseguir. — Amiga para te auxiliar. Enviei um dossiê para o e-mail do presidente com as informações necessárias. Não se intimide com o Hui, ele certamente vai te atacar. Ele sabe que você é o elo mais fraco, se ele te afetar, ele ganha.
Angela se levanta e caminha em direção à saída.
— Aonde você vai? — Pergunto.
— Eu não sou sua funcionária, Seungmin. — Ela responde, saindo da sala.
Minha cabeça latejava muito. Passei todo o dia imerso em estudos sobre a empresa, seus documentos e outras informações correlatas. A revelação mais chocante foi a recente venda de uma espada medieval muito bem preservada e restaurada pela empresa, por quase cem milhões de dólares... Cem milhões de dólares gastos por algum indivíduo que a exibirá em sua sala... Eu costumava pensar que Hyunjin tinha sido tolo em gastar toda sua fortuna na Europa, mas consigo relevar um pouco, afinal ele estava em epifania. Porém, alguém desembolsou cem milhões... Esse sujeito deve ser o próprio Elon Musk para gastar uma quantia desse porte sem se importar.
Ao chegar em casa, sou recebido por Barto, meu fiel companheiro, brinco um pouco com ele, interajo com minha mãe e, me jogo exausto na cama. Apesar de ainda ser cedo, devido ao intenso dia de leituras, sinto um peso gigantesco sobre meus ombros. Batidas na porta ecoam, deve ser Leah me chamando para jantar, e isso me inspira com uma grande ideia. Levanto-me num pulo e abro a porta, mas a garota não sorri nem me olha:
— Sua mãe está chamando para jantar. — Ela fala de forma apressada, pronta para sair.
— Ei, seu quarto ainda tem uma televisão? — Pergunto ansioso.
— Tem, e a sala também. — Ela responde, retomando seu caminho, e eu sigo atrás dela.
— E os microfones, ainda estão funcionando?
— Onde você quer chegar? — Ela para de andar e me encarando.
— Que tal uma noite de karaokê e qualquer bebida que tivermos nesta casa?
Ela não responde de imediato. Nos últimos dias, Leah tem me evitado, mas eu realmente preciso da minha amiga. Acredito que ela tenha percebido o apelo em meus olhos, pois acaba sorrindo e diz:
— Parece divertido.
Então, corro ao antigo escritório do meu pai e faço uma "limpa" em seu estoque de bebidas. Depois, escapo sorrateiramente de minha mãe e chego ao quarto de Leah. Ela abre a porta e seus olhos se fixam nas garrafas em minha mão:
— Uau, você realmente pegou todas essas? — Leah tira uma garrafa azul de minha mão. — Este é um licor turco valioso, não é brincadeira, seu pai pagou uma fortuna por ele.
— Espero que tenha gosto de dólares, então. — Digo, deixando as outras garrafas em uma mesinha e abrindo o licor.
É feito de tâmaras e não tem nada de especial no sabor. Por que as pessoas pagavam tanto por isso? Quando o SKZ esteve no Brasil, os staffs nos providenciaram umas bebidas coloridas chamadas de Corote, que não custaram nem dois dólares e eram melhores do que isso aqui.
Leah coloca uma playlist para tocar, e "Hot Summer" do F(x) abre nosso karaokê. Colocamos numa altura razoável, para não chamar atenção da minha mãe, pegamos os microfones e começamos a cantar. De fato, beber e cantar os clássicos do k-pop estava aliviando a tensão, quase como se eu não tivesse passado dez horas do meu dia com os olhos fixos em uma tela de computador, analisando arquivos e documentos de compras e vendas de itens cujo valor eu sequer sabia a importância.
A próxima música que começa a tocar é "SPY" do Super Junior, e Leah até sobe na cama, ela é uma grande fã. Vamos de Super Junior para 2PM com "My House" e continuamos nossa sessão de canto e bebida, tentando acompanhar as coreografias.
Quando "Message" começa a tocar, uma das nossas músicas favoritas da nossa versão adolescente, Leah se joga exausta na cama:
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
*Message, MYNAME*
— Essa música é simplesmente maravilhosa, mas tô cansada.
— Você ainda se lembra dessa coreografia? — A desafio com os olhos, enquanto começo a imitar o movimento de bater os pés no chão e um sorriso escapa dos seus lábios.
— Você está falando com a maior imitadora de passos de dança da Coreia. — Ela comenta, ignorando o cansaço e levantando para dançar.
— Ué, você não estava cansada?
Ela ri e começamos a tentar reproduzir a coreografia, até que ambos ficamos exaustos. "Alone" do Sistar começa a tocar, e eu me jogo na cama dela, muito cansado. Ela deita-se ao meu lado, cantando a musica, e sorri:
— Por que paramos de fazer isso mesmo? — Ela pergunta, seus olhos revelando um certo estado de embriaguez, assim como eu. O álcool faz minha mente girar, mas me sinto leve.
— Porque crescemos e nos tornamos adultos chatos.
— Lembra quando costumávamos dizer que encontraríamos a Terra do Nunca? — Ela me olha, e imediatamente me recordo de como brincávamos de Peter Pan, que esse era o nosso filme favorito.
— Às vezes, eu queria voltar ao começo... Eu reclamava da falta de liberdade, mas hoje eu daria tudo pra voltar a ser só um pirralho que era sustentado pelos pais. — Respondo, sem querer ser melancólico.
— Eu nunca quis ser adulta. Tudo era melhor quando só tínhamos que nos preocupar com a professora de química.
— Até hoje estou tentando entender a diferença entre ligações covalentes e iônicas.
Ela ri alto, contagiando-me e começamos a relembrar nossa adolescência. Naquela época, todos na escola achavam que Leah era minha prima, e eu gostava de manter essa farsa para que ninguém enchesse o saco.
Na Coreia, existe uma tradição associada ao sangue, como se sua linhagem fosse acima de tudo. Leah não tinha meu sangue, logo iriam trata-la como se ela representasse tudo que há de errado na sociedade. Então, eu preferia alimentar a ideia de que ela era uma Kim, do que deixar as pessoas fazerem bullying com ela, por ela não ter ninguém. A escola do bairro era tão boa que meus pais não viam sentido em me fazer atravessar o rio Han para estudar em uma das escolas particulares de Seul, já que a escola pública era uma das melhores do país. E dessa forma, estudei com Leah desde sempre.
Estávamos sempre junto, nossa parceria era perfeita. Participávamos dos mesmos eventos e trabalhos, tínhamos a mesma roda de amigos... Se um de nós matava aula, o outro estava junto. Se um de nós se metia em encrenca, o outro também estava lá.
Nossos olhares se encontraram e diziam coisas um para o outro, mesmo que nossas bocas apenas falassem sobre assuntos escolares. Leah tinha muitos motivos para guardar mágoas de mim, e eu nunca discutiria sobre isso com ela. Quando tudo veio à tona entre nós, eu fugi, permitindo que meus pais a humilhassem e não a defendi porque tive medo. Mas agora, eu não quero mais ter medo. Eu não tenho mais medo. Minha mãe não pode me impedir de estar com ela.
— Por que está me encarando assim? — Ela pergunta, percebendo que eu não digo mais nada, apenas a observo fixamente.
— Porque você é muito linda.
— Você também é todo bonitão. E mesmo assim, não estou te encarando.
— Como você consegue ter tanto autocontrole quando é evidente que ambos quase nos "comemos" com os olhos? — Pergunto, sendo direito e ela dá um sorrisinho.
Leah permanece em silêncio, e por um momento, só consigo ouvir o som do ar escapando de nossas bocas, misturado à música que toca no fundo, "Hoot" do SNSD. Sorrio para ela, mas ela não corresponde dessa vez:
— Você acha que eu tenho autocontrole? — Ela pergunta, fixando seus olhos nos meus.
— Acho.
— Você sabe a diferença entre autocontrole e sofrer calado?
— Você...
Começo a falar, mas sou interrompido pelo beijo da garota. Começa suave, mas se torna intenso. Ela sobe em cima de mim, suas mãos vão para minha nuca, enquanto nossos lábios transmitem desespero, ansiavam por isso desde que entrei nesta casa. Beijo seu pescoço, e sua pele se arrepia com meu toque. Quando percebo, ela já está abrindo minha camisa, expondo meu abdômen. Desceu com seus beijos por todo meu peito e ergue seu corpo, retirando sua blusa. Ajoelho-me na cama e a puxo para mim, apertando sua bunda, enquanto minha outra mão anseia por tirar aquele sutiã.
Ao tocar meus lábios em um de seus mamilos, a garota solta um gemido baixo, o que só me encoraja a continuar. Retiro todas as suas roupas e brinco com todo o seu corpo até finalmente nos encaixarmos. Enquanto me movo, sentindo meu membro dentro dela, não consigo dizer uma palavra que não seja suspirar pela falta de ar.
Não sei se ela estava nervosa, ou se fazia aquilo de propósito, mas suas paredes internas se comprimiam, enquanto eu me movia, causando-me mais suspiros que o normal. Ela está tão molhada, tão entregue a mim, eu senti falta do seu corpo.
A puxo para mim, a pegando em meu colo e colo nossos lábios, onde um beijo voraz se inicia. As unhas da garota percorrem minha pele enquanto eu aperto todo seu corpo, sentindo o meu desesperando para continuar sentindo o dela.
— Me deixa sentar em você... — Ela me olha com um maldito sorriso malicioso e me sento na beirada da cama.
A garota primeiro se ajoelha, levando meu pau em sua boca e o chupando, o que me fez gemer alto. Ela riu, e continuou seu ato, eu tinha me esquecido de como eu adorava a sensação de tê-la fazendo isso. Sua língua brincava, causando-me efeitos que me dominavam. Seguro firme em seu cabelo e pressiono sua cabeça contra meu membro enrijecido. A garota quase o devora, me olhando, como se gostasse de ver o que ela conseguia fazer comigo.
Quando ela se levanta, não perde tempo e se senta em meu colo, conectando nossos corpos. Eu seguro em sua bunda enquanto ela se move como quer, quica, rebola, me torna seu em seus movimentos, enquanto eu não consigo deixar de suspirar, o prazer me consome e deixa maluco.
— Você é tão gostosa, ah...
Ela sorri, enquanto eu levo minha não em seus seios e os aperto, eles balançam num ritmo seduzente. Preciso de mais, preciso de muito mais. Envolvo meus braços em sua cintura e troco as posições, a deitando na cama e sem tirar meu membro de dentro dela.
Volto a estocar, aumentando a velocidade, enquanto a garota arranha minhas costas, a ponto de arder. Puxo seu cabelo enquanto me deleito com todo o momento, ninguém me deixa assim se não ela. Como se não bastasse, ela diz em meio aos gemidos:
— Goza pra mim...
Ah garota, você vai me deixar louco. Ajeito meu corpo, seguro firme em seu quadril e aumento o ritimo, a ponto que o barulho do atrito de nossas peles se mistura aos nossos gemidos. Quando senti que não poderia resistir mais, tiro meu pau de dentro. Leah age rapidamente, saindo da cama e se ajoelhando, levando sua boca até minhas bolas, o que faz com que eu quase perca o equilíbrio do corpo. Então deixo que meu líquido saia, jorrando em seu rosto enquanto ela me encara de um jeito safado. Eu nem dou tempo para me recuperar, pois a empurro na cama de novo e vou até a sua intimidade, chupando-a enquanto seu corpo se contrai de prazer.
Depois de ambos atingirmos o clímax, ficamos deitados juntos, sem dizer uma palavra. Fazer amor com ela novamente é tão bom quanto era no passado, porque sou apaixonado por ela, e o sexo sempre será melhor quando se tem tanto sentimentos pela pessoa envolvida no ato.
— Eu te amo, Minnie... Eu sempre te amei, e se nada mudou em todos esses anos, então não vai mudar. — Ela diz, e eu selo sua testa, acariciando suas costas.
— Minha proposta ainda está de pé. Quero enfrentar todos por nós dois.
— Não... Ainda não... Por favor... Sua omma... Não quero ouvir tais palavras de novo. Ela está passando pelo luto e tem sido mais dura comigo, então, por enquanto... Não.
— Então vamos apenas fingir que isso nunca aconteceu... — Concluo, já entristecido. Não quero mais fingir que não sou apaixonado por ela.
— Eu não disse isso. — Nossos lábios se encontram novamente, e seguimos com aquele beijo breve, mas que vale mais que mil palavras. — Estamos revivendo o sonho adolescente outra vez.
Ela diz, e eu rio. Certamente, parecemos adolescentes de novo, transando escondido no quarto enquanto os adultos dormem.
Acordo no quarto de Leah e percebo que precisava me apressar para chegar à empresa, pois eu deveria estar lá pontualmente às oito e já eram sete e trinta e oito. Encontro minhas roupas encarando meu reflexo no espelho, notando os hematomas e arranhões no corpo.
— Leah, você me deixou cheio de marcas. Está tentando marcar território?
Ela ri de forma sonolenta e ressacada. Havia me esquecido de como ela era um pouco agressiva no sexo, mas não me importo. Uma camisa e maquiagem podem esconder isso. Terminando de me vestir, saio do quarto discretamente e vou para o meu, onde tomo um banho. Passo maquiagem para disfarçar o roxo no pescoço e coloco o terno executivo. Vou até a cozinha para pegar um café e encontro minha mãe:
— Oi, omma. Bom dia.
— Filho, onde está Leah?
— Não sei, omma... — "Ela está no quarto se recuperando de uma noite de álcool e sexo com seu filho" pensar isso me fez rir. — Aliás, queria te perguntar algo... A senhora tem sido grossa com ela ultimamente?
— O quê? Ela foi reclamar com você? Escute, Seungmin, ela é sua amiga e não vou impedi-los de serem amigos, mas ela ainda é uma empregada e a tratarei como tal quando necessário. Ela já tem várias regalias e, se eu não puder ser exigente quando necessário, porque isso te afeta, então é melhor eu demiti-la e contratar outra pessoa. — A voz da minha omma soa nervosa e eu tomo um grande gole de café para me acordar de vez.
— Omma, não pense que estou contra você. Eu só quero entender. E eu apoio totalmente a ideia dela deixar esta casa e seguir sua própria vida. Não entendo por que ela ainda está aqui, quando está claro que você poderia ser um pouco mais educada.
Minha mãe me encara com uma expressão descontente. Ela não é boba e sabe que seu filho ainda está apaixonado pela empregada.
— Quer mesmo saber por quê? Quer saber por que ela continua morando nesta casa? — Assenti com um pouco de medo da resposta, e ela até para de comer para me olhar. — Você já é um homem, deve saber tudo o que aconteceu. É melhor você se sentar...
Olho para o relógio e percebo que já são oito. Já que estou atrasado, pelo menos me darei o luxo de comer algo enquanto ouço minha mãe falar sobre as obrigações de Leah para com esta família. Sirvo-me de mais café e pego uma torrada, levando-a à boca.
— Bem... Pouco depois de você tomar uma decisão sensata e parar de se envolver com ela... Leah descobriu que estava grávida.
Engasgo com a torrada que estou comendo, minha mãe se levanta, assustada, e meu rosto deve ter ficado vermelho pela falta de ar. Quando finalmente recupero o fôlego, a encaro incrédulo. Aquilo não pode ser real. Como assim Leah ficou grávida e ninguém, absolutamente ninguém, me avisou? Ela continua:
— Decidimos que o melhor a fazer seria colocar a criança para adoção, pois seria desonroso para ela, para você e para toda esta família. No entanto, quando ela estava com seis meses, entrou em trabalho de parto. A criança não sobreviveu, o que deixou Leah muito abalada. Nós cuidamos dela, providenciamos todo o tratamento necessário até que ela conseguisse se recuperar. E então ela decidiu ficar aqui, em gratidão pelo que fizemos por ela.
Eu ouço incrédulo, meu rosto assumindo uma expressão fria. Como puderam ocultar toda essa situação de mim? Eu tinha o direito de estar ciente disso, e meus pais agiram sem me contar. Leah também não me disse nada em todos esses anos... É algo que não consigo aceitar.
— Vocês tomaram a decisão sem nem me perguntar o que eu faria diante disso...
— Mas o que você faria? Filho, imagine logo no início da sua carreira de idol, tendo um filho? Acha que sua vida no SKZ seguiria adiante? Estávamos cuidando de você, querido.
Não queria mais ouvir as explicações dela; havia apenas uma pessoa com quem eu queria falar agora. Deixo minha mãe falando sozinha e vou até o quarto dela, mas ela não está lá. Procuro em outros cômodos, mas ela também não está. Chego ao quintal e vejo que ela estava tentando acalmar Barto para poder pendurar algumas roupas no varal. Aproximo-me dela, que me encara surpresa:
— Você já não deveria ter saído? Vai se atrasar. Fique quieto, Barto. — Ela diz, enquanto o golden retriever continuava buscando atenção.
— Você não tem algo para me contar? — Minha voz soa um tanto ríspida, e ela fica um pouco assustada, olhando-me com estranheza.
— O que foi?
— Você estava grávida, Leah... De um filho meu? — Pergunto, e ela muda sua postura imediatamente. Vejo que sua respiração acelera, mostrando que ela estava ficando ansiosa — Como pôde não ter me contado?
— Seungmin...
— O filho também era meu... Você não tinha o direito de apenas esconder isso de mim...
— E o que você faria, Seungmin? Abandonaria sua preciosa carreira para cuidar de um filho que seus pais não queriam que nascesse? Foi sua omma que te contou, não foi? Ela te disse que tentou me convencer a abortar assim que eu soube? Tenho certeza que não...
— Você nem mesmo me deu a oportunidade de pensar no que eu faria. Como pôde fazer isso? Podemos ter tido um relacionamento que terminou em mágoa, mas ainda éramos amigos... Você passou todos esses anos escondendo isso de mim... Que bela amiga você é.
— Por que está me julgando? Você não sentiu o que eu senti. Eu sabia que ter me envolvido com você naquela época era um erro, mas era você, e bastava olhar para mim que eu não resistia.
Não posso evitar rir de forma irônica e desvio o olhar, negando com a cabeça. Claro, a culpa tinha que ser minha.
— Deixa eu te contar uma coisa: o que um não quer, dois não fazem... Ou você já se esqueceu que ontem à noite você começou? Eu nunca te forçaria a nada comigo.
Ela aponta o dedo para mim, e sua voz sai um tanto nervosa:
— Sim, a culpa é toda sua. Você me tem nas suas mãos e sabe disso. A prova disso é ter me convencido a te deixar ir para o meu quarto... Você me enlouquece, Seungmin, porque eu quero dizer não, mas continuo te deixando fazer o que quiser... Quando precisei do seu apoio contra seus pais, você fugiu... Quem me garante que não fugiria de novo se soubesse?
Ela me encara, e eu a olho ofendido com a sugestão de que eu teria coragem de abandoná-la grávida. Estou bravo, magoado com o fato de ela não ter me contado. Meu celular toca, é Haein. Vejo que já são oito e dezessete da manhã, estou bem atrasado, então preciso encerrar de vez essa história:
— Parabéns, você conseguiu o que queria... Peço desculpas por interromper suas ocupações, lamento se minha presença em seu quarto ontem à noite foi tão inconveniente como afirmou... Há algumas coisas no meu quarto que precisam ser organizadas, eu disse que não precisava que entrasse lá, mas pensando bem, uma faxina não cairia mal. Além de todas aquelas garrafas de ontem, por favor, retorne tudo para o escritório. Estou de saída.
Leah solta um riso nervoso e responde:
— Decidiu me tratar como sua funcionária agora?
— Mas não é isso que você é? — Ela não consegue esconder sua expressão chocada ao me ouvir falar dessa maneira. Porém, ela já havia mencionado que queria que eu a tratasse assim. Eu nunca quis tratá-la como uma empregada, mas pensei que éramos amigos acima de tudo. Amigos não escondem uma bomba dessas dos outros e esperam que tudo fique bem depois. — E se estiver incomodada com o fato de eu te tratar como funcionária desta casa... A porta é a serventia da casa.
Não espero para ver sua reação, viro-me e caminho em direção ao carro. Dou partida e sigo em alta velocidade em direção à empresa.
Mais revelações sobre o passado de Seungmin e Leah vieram a tona, deixando obvio que tem mais coisa embaixo dos panos, eai, o que acha que vem agora?
Não esqueça a estrelinha e BIG HUG ⭐
Musicas mencionadas:
Assim como no Brasil, nós temos nossos clássicos que todo mundo sabe cantar, na Córeia também temos os clássicos que todo mundo sabe cantar e fiz uma breve seleção
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
* Hot Summer, F(X)*
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
*Spy, Super Junior*
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
*My House, 2PM*
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
*Alone, SISTAR*
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
*Hoot, Girls Generation (SNSD)*
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top