5 - Deep End

O jeito que você costumava tocar a minha alma
Era sempre tão doce e amável
Não importa o quão distantes nós estávamos
Você sempre atendia o telefone
Mas agora eu estou verdadeira e totalmente sozinho nesse mundo
Eu sinto falta de como eu te sentia tão próxima de mim [...]

Você me fez sentir
Como se nós estivéssemos completos
Mas agora você está cheia de nada além de presunção

— Deep End, Felix

Chego no dormitório um pouco antes das 4PM e não avisto ninguém. Sigo diretamente para o meu quarto, onde pego minhas malas e começo a arrumar minhas roupas. Não tenho certeza de quanto tempo ficarei em hiatos e ainda não comuniquei minha decisão a Bang Chan. Na verdade, prefiro não pensar demais nisso para evitar arrependimentos e sofrimentos. Organizo duas malas grandes com todas as roupas que irei precisar e observo atentamente o meu quarto. Acredito que seja hora de cada um seguir seu próprio caminho e desfazer os dormitórios. Talvez, quando retornar aqui, seja para levar definitivamente todas as minhas coisas.

Desço com as malas e as coloco no carro, dirigindo-me à JYPE, onde sei que Bang Chan estará devido ao horário. Ele está concentrado em seu projeto solo e tem passado bastante tempo no precioso estúdio do 3RACHA.

Ao chegar na empresa, cumprimento algumas pessoas e me encaminho para o estúdio, onde Chan está gravando algumas linhas. Ele me olha e faz um gesto para que eu espere, então me sento no sofá. Chan está interpretando todas as vozes da música, além de ser um talentoso produtor, também é um excelente diretor vocal. Como alguém pode ser tão talentoso assim? Em minha mente, ele é o próximo J.Y.Park e o próprio fundador já deu indícios de que o quer como CEO de toda a JYPE. Isso me preocupa um pouco, pois Chan já tem muito trabalho sendo CEO apenas do SKZ, imagine sendo CEO de uma empresa inteira. Quando ele termina de gravar as vozes de fundo, ele vira a cadeira na minha direção e sorri:

— Oi. Como você está?

— Tentando seguir em frente.

— Hum... E sua mãe?

— Também está tentando...

— Ah... Foi repentino, não é? Mas tenho certeza de que vocês ficarão bem. Saiba que quando quiser retornar aos palcos com o seu álbum, é só me avisar que faço algumas ligações e te coloco no próximo stage.

— Eu vou entrar em hiatos... — Falo de uma vez e ele me olha surpreso. — Desculpe... Preciso resolver algumas questões da empresa do meu pai e isso vai exigir um tempo significativo. Preciso fazer isso...

— Você vai se tornar um homem de negócios agora? — Bang Chan pergunta, me avaliando.

Respiro fundo, sem acreditar na resposta que estou prestes a dar, mas não há como fugir disso:

— Sim... Temporariamente, mas sim.

Bang Chan me encara. Não estou pedindo permissão, certas coisas não precisam nem passar por sua aprovação. Ele continua me analisando e diz:

— Será que você vai dar conta? É uma multinacional... Você entende de administração?

— Bem... Só preciso mostrar que os Kims não irão falhar e depois desapareço de lá.

— Vocês ricos são engraçados... Leve o tempo que precisar, Seungmin. Posso ajudar com mais alguma coisa?

— Na verdade, tem algo sim.

Depois de sua resposta positiva ao meu pedido, deixo a sala e saio em busca de uma pessoa específica. Assim que a encontro, vejo-a saboreando um sanduíche natural enquanto mergulha nas páginas de um livro na cafeteria da empresa. Eu me aproximo e digo:

— Parabéns, Haein! Você foi promovida.

— Como assim? — Ela me olha, confusa.

— Você será minha nova assistente pessoal. Na próxima segunda-feira, às 8h, me encontre na porta da Kimsam Company. Vista-se da melhor forma possível. Obrigado.

Sem esperar por sua resposta, sigo em direção ao carro e parto para casa. Já que, aparentemente, no próximo mês terei que estar em um lugar que não gosto, fazendo algo que odeio, seria reconfortante ter alguém de confiança como a Haein ao meu lado. Ao entrar em casa, imediatamente tiro meus sapatos e me dirijo à cozinha, mas ouço vozes vindas da sala. Ao me aproximar, percebo que Angela está lá com minha mãe. Elas riem, tomam chá, e a megera sorri ao me ver:

— Filho! Que bom que chegou. Angela veio nos visitar. — Minha mãe diz, sorridente.

— Oi, Min. — Angela diz. Eu tento oferecer um sorriso simpático, mas seu teatro de boazinha não funciona comigo. Eu sei muito bem do que essa mulher é capaz.

— Oi, Angel...

— Sente-se conosco, filho. Angela estava me contando sobre como é a vida em Londres. Você sabia que ela se formou em gestão comercial e administração?

— Fantástico. — Digo, sem nem tentar disfarçar minha indiferença.

— Talvez ela possa te ajudar com a empresa. — Minha mãe diz, esboçando um sorriso irritante no rosto.

Eu seguro o riso para não ser rude.

— Está tudo sob controle, obrigado. — Estava totalmente fora de cogitação trabalhar com ela. Seu apelido pode ser "Angel", mas até Lúcifer foi um anjo.

Angela é um veneno, daquele tipo que comete loucuras para conseguir o que quer. Ela mantém um sorriso falso no rosto, atraindo os ingênuos para suas garras. Tão perigosa quanto uma naja... acho que já deu para perceber meu ódio por ela.

Saio da sala e vou para o quintal, onde Barto late em busca da minha atenção. Pego sua bolinha e brinco, a jogando e ele trazendo de volta para mim. Fui eu que ensinei esse truque a ele. Hyunjin costumava dizer que se sentia como uma casca vazia, e me pergunto se essa é a sensação de se sentir vazio, pois ainda não queria acreditar que ia mesmo assumir a empresa.

Não vejo Leah; ela deve estar se escondendo da cria do diabo que minha mãe trouxe para a sala. Eu também gostaria de me esconder e fingir que nada disso é real, que meu pai não morreu, que não fui forçado a abrir mão das promoções do álbum no qual me dediquei tanto para produzir e, principalmente, que não terei que assumir o papel de homem de negócios... Quando foi que me tornei adulto?

Me obrigo a levantar e tomar um banho, consciente de que ainda tenho algum tempo antes de sair. No meu quarto, encontro um dos ternos executivos que meu pai costumava usar para trabalhar, deixado por minha mãe. Coube perfeitamente, exceto a calça que tive que apertar com um cinto. Observo meu reflexo no espelho enquanto arrumo meu cabelo, jogando-o para trás e desfazendo a franja. Lembro-me de ter visto no TikTok que atores coreanos fazem isso para parecerem mais velhos. A franjinha me fazia parecer um bebê, e decido que é hora de deixá-la para trás. No entanto, ao me olhar no espelho, me sinto um completo idiota. Respiro fundo e procuro pela bolsa de couro emprestada por Han. Não me aprofundei muito nas informações sobre a empresa, já que aparentemente só preciso comparecer, sentar-me na sala e me inteirar dos negócios. Este mês precisa acabar logo. Desço as escadas e vejo Leah na mesa, distraída no celular, comendo uma torrada.

— Leah? — Chamo sua atenção e ela sorri.

— Oi Minnie. Sua omma saiu, disse que queria ir ao mercado comprar folhas frescas.

— Tão cedo assim? Que animação.

Normalmente, minha mãe não se envolvia nessas tarefas, já que tinha empregados para fazer tudo por ela. No entanto, o luto a atingiu e ela encontrou uma forma de ocupar a mente, realizando pequenas tarefas como compras para a casa, ajudando a cozinheira e auxiliando o jardineiro com as plantas. De certa forma, isso tem ajudado a passar o tempo. Ela nunca foi uma pessoa com muitos amigos, apesar de nossa família ser influente. Não costumava sair com as outras senhoras da alta sociedade. Tinha uma irmã que morava longe e elas se falavam por telefone, mas a vida dela sempre girou em torno do meu pai. Agora que ele se foi, fico feliz que essas pequenas tarefas a estejam ajudando a superar.

— Você realmente não entende nada sobre cuidar de uma casa, né? O melhor horário para comprar verduras é de manhãzinha, quando o caminhão chega para abastecer. Assim você consegue tudo fresquinho.

— Eu sempre tive tudo ao meu alcance, então nunca fez diferença para mim. — Respondo, me sentando ao lado dela e servindo uma xícara de café. Não consigo começar bem o dia sem um pouco de café, seja quente ou gelado.

— Deve ser muito bom ser rico assim. Imagina só ter alguém para fazer tudo por você?

— Você também poderia ser, se aceitasse enfrentar tudo comigo... — Falo mais para mim mesmo do que para ela, mas ela está ao meu lado e ouve tudo.

— De novo isso, Seungmin? Em primeiro lugar, quem disse que eu quero ficar rica às suas custas? Eu tenho meu próprio dinheiro, não é como se eu não tivesse onde cair morta. — Ela responde com um tom ofendido.

— Não menciono a fortuna da minha família. Tenho meu próprio dinheiro também. Não estou te chamando de pobre ou interesseira, apenas... Estou disposto a enfrentar tudo por você. — Olho para ela com sinceridade, mas seu olhar frio permanece fixo em mim.

— E você estava disposto no passado, e onde isso nos levou? — Sua voz soa amargurada.

— Eram situações diferentes... Eu estava começando minha vida adulta e carreira. Agora, não somos mais crianças. Podemos resolver nossos problemas, minha omma não pode me impedir de ficar com você, ninguém pode, apenas você mesma.

— Você simplesmente não entende...

— Você não foi a única a sair magoada, Leah. Eu também senti...

— O que você acha que as pessoas da Kimsan vão pensar quando descobrirem que você quer se envolver com a empregada? E a mídia, o que vai pensar?

— Você só é empregada porque aceita esse papel! Por que não saiu desta casa?

— Sou grata aos seus pais... Há coisas que você não precisa saber e não entenderia, por favor, enquanto estiver morando aqui, me trate como empregada e assim vamos evitar aborrecimentos. Agora, se me der licença...

Leah, como sempre, tentava fugir do confronto e se levanta, mas eu a seguro. Não faço força para mantê-la, então, se ela ainda não se soltou, é porque não queria ir embora. Aproximo nossos corpos e digo, olhando fixamente em seus olhos:

— Eu te amei na minha adolescência, te amei todo esse tempo e nada mudou. E sei que vou te amar pelo resto da minha vida, porque sua presença me abala, sua voz me faz sorrir e seu olhar me convida a te amar... Vai me dizer que você também não se sente assim?

Por um breve instante, o único som audível é o de nossas respirações pesadas, criando um choque em meu corpo. Sua expressão é fria, mas seus olhos dizem muito mais do que ela está disposta a falar. Lembro que preciso ir para a empresa e solto sua mão para seguir em direção ao carro. Para minha surpresa, é ela quem me puxa e inicia um beijo, um beijo demorado e lento.

Puxo seu corpo cada vez mais para mim enquanto ela me acaricia. Sinto meu desejo aumentar e a empurro contra a mesa. Leah suspira entre nossos beijos e desço meus lábios até seu pescoço. Seus dedos apertam minha camisa, enquanto sua pele arrepia. Não resisto e tiro a blusa da garota que me olha de forma penetrante. Suas formas são tão lindas quanto me lembro, e continuo com meus beijos descendo por seu pescoço, seios, abdômen. Sua pele quente e macia me convida a despi-la ainda mais. Ergo-me e olho em seus olhos, aqueles olhos lindos e preciosos:

— Devo me conter?

— Ah, Seungmin... Por que você sempre consegue o que quer de mim?

Eu a observo com intensidade, distanciando devagar. É evidente que ela está cedendo ao desejo, mas não é algo que realmente queira. Essa constatação me entristece, pois parece que nunca conseguiremos superar a barreira que se ergueu entre nós. Permanecemos em silêncio, trocando olhares por um tempo até que ela pega sua blusa e a veste, quebrando o momento:

— Isso nunca aconteceu. — Ela pega a louça que sujou e se dirige à cozinha.

Deixo a euforia se dissipar em meu corpo enquanto me encaminho para o meu carro. Suas palavras ecoam em minha mente. A culpa é toda minha; se eu tivesse sido menos insistente no passado, não teria submetido Leah a toda humilhação que viveu. Mas eu era jovem, cheio de desejos, desejos por ela. Agora, não sou mais um adolescente com os hormônios à flor da pele, sou um adulto que precisa reconhecer os limites dela. Aparentemente, ela deseja se limitar a ser apenas a empregada. Preciso ignorar esses sentimentos, mas é tão difícil, especialmente sabendo que são recíprocos, porém ela se recusa a ficar comigo.

Enquanto dirijo em direção à empresa, meu celular toca. Lanço um olhar rápido e vejo o nome "Angel". Ignoro a ligação e continuo meu caminho, mas o celular toca novamente, e algo me diz que se eu não atender, ela não me dará paz. Conecto o telefone ao sistema de som do carro e atendo:

— Oi...

— Bom dia, meu querido. Está ocupado?

— Não...

— Bem, você está a caminho da empresa?

— Sim...

Me escute. Neste exato momento, está ocorrendo a reunião para decidir o novo presidente da empresa.

— O quê? Como você sabe disso? — Pergunto surpreso, pois não fui informado sobre nenhuma reunião.

Porque estou aqui. Decidiram antecipar a reunião, e se você chegar nos próximos vinte minutos, ainda pode fazer algo.

— Droga, eles devem ter descoberto que o advogado já esteve em minha casa.

— Evite que isso aconteça!

Desligo o celular e acelero o carro. Estaciono de qualquer jeito e mal cumprimento Haein, que está bem elegante na porta da empresa, aguardando-me. Como membro da equipe de K-pop, ela não precisa usar roupas luxuosas; costumamos vê-la com jeans surrados, All-Stars e moletons. No entanto, ali está ela, usando calça social, sapatos de salto baixo e uma blusa branca de mangas compridas com babados descendo pelo colarinho. Seus cabelos curtos estão presos em um pequeno coque, e ela até está usando brincos. Quem diria que Haein poderia ser tão feminina assim? Sigo em linha reta em direção ao elevador, e a recepcionista me adverte:

— Ei, você não pode entrar aí.

— Por quê? — Arqueio a sobrancelha, e ela parece me reconhecer, ficando visivelmente sem graça. — Bom dia para você também.

Continuo até o andar da reunião, dando passos rápidos, enquanto alguns funcionários me olham curiosos, ouço sussurros: "É o filho do presidente Kim?", "O que ele está fazendo aqui?", "Não posso acreditar que seja ele mesmo". Avisto Angel sentada do lado de fora da sala de reunião, e assim que ela me vê, levanta e sorri:

— É hora de agitar as coisas.

Ao adentrar a sala, sou recebido por olhares surpresos de todos. Son Hui Jun já ocupa a cadeira do presidente, e seu semblante também revela surpresa diante da minha presença.

— Parece que você está ocupando o meu lugar, Huijun — declaro, fixando o olhar nele. O homem me encara com desdém, permitindo que um sorriso se forme em seus lábios.

— Olha só quem resolveu brincar de ser adulto. Seungmin, quanto tempo — ele diz com um sorriso que, definitivamente, não é amigável.

Hui e eu nos conhecemos há anos, desde a infância. Costumávamos brincar juntos quando os Sons visitavam minha casa. Meu pai sempre o mencionava com orgulho, já que ele estava seguindo os passos de seu pai na empresa. Naquela época, me perguntava se o Sr. kim não preferiria trocar de filho, pois Hui parecia ser o filho perfeito para ele.

— Se você puder sair da minha cadeira, poderemos conversar como adultos — retruco, mantendo o olhar fixo nele.

— Minha cadeira, Seungmin? O que você sabe sobre esta empresa? Acha que administrá-la é apenas vestir um terno e pentear o cabelo para trás? — Ele me desafia com o olhar.

Fico sem palavras. Na verdade, tudo o que sei é que eles possuem um mercado de itens raros, além de parcerias com o governo para restauração de diversos objetos, entre outras coisas. Sinceramente, não faço ideia de como lidar com antiguidades poderia render tanto dinheiro.

— Ele não está sozinho, Hui. Eu trabalho na Kimsan britânica e estarei aqui na Coréia, auxiliando Seungmin pelo tempo que for necessário — Angela começa a falar, dá dois passos à frente e se coloca ao meu lado — Senhores, não há razão para mudarmos a presidência da empresa. Além disso, as ações ainda pertencem majoritariamente a Seungmin, portanto, mesmo que troquem o presidente, ele continuará tendo o controle. Posso assegurar a todos que a empresa estará em boas mãos — a voz da jovem soa firme e determinada. Detesto admitir, mas eu preciso impedir aquilo de qualquer maneira, e sua ajuda é indispensável.

— Angela, com todo o respeito, as coisas aqui na Coréia são diferentes — um dos diretores intervém, e eu o reconheço. Ele é tio de Angela, que vendeu suas ações para os Sons.

— Não, tio, não são diferentes. No ano passado, as ações da empresa britânica cresceram quase vinte por cento, quadruplicando nosso valor de mercado enquanto eu ainda auxiliava na gestão. Seungmin e eu faremos com que a sede coreana se torne ainda maior do que já é — consigo perceber um sorriso forçado em Angela, o que não me deixa com boas expectativas.

— Nós? — pergunto em voz baixa, e ela me cutuca para que eu me cale.

Os outros diretores trocam olhares entre si, e um deles se pronuncia:

— Acredito que seria bom analisarmos as propostas de Angela. Ela possui vasta experiência, e a parceria entre os Nams e Kims sempre funcionou. Portanto, acredito que devemos confiar neles mais uma vez.

Os demais diretores assentem, e um sorriso se forma em meus lábios. Hui me encara com um sorriso sarcástico e se levanta da cadeira. Eu me aproximo dela e me sento, sentindo uma estranha sensação ao fazê-lo. Quando criança, costumava sentar aqui e girar, sem qualquer preocupação. Agora, o simples ato de me sentar parecia pesado demais para girar.

— É ótimo saber que os Kims e os Nams se mantém unidos. — Ele diz, assumindo sua cadeira.

Angela se senta ao meu lado, e Haein se posiciona ao meu outro lado. Ela parece tão confusa quanto eu. Sussurro para Angela:

— Obrigado... — Mesmo que não goste dela, devo admitir que Angela mudou a situação a meu favor.

— Não precisa agradecer, querido. Cola comigo, e você vai brilhar. — Ela responde.

Reviro os olhos diante de sua cantada barata, e ela dá um sorriso largo, se divertindo. Em seguida, volta sua atenção para todos na sala e pergunta:

— E então? Vamos começar a reunião?

Agora é pra valer, SEUNGMIN IN THE BUILDING 🤩

Leah não resistiu e cedeu aos encantos do nosso menino e será que Angela trama algo ajudando de bom grado?

Fiquem ligadinhos nas atualizações do nosso doraminha do SKZverse.

Não esqueça a estrelinha, me ajuda muito

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