Capítulo V: Que seja sangue!
HO HO HO! Seu presente chegou!
Estão prontos para o Grand finale? Sim! O grand finale do arco de abertura: O Gritante!
Se sim, põe "The only thing they fear is you" (OST) do Mick Gordon pra tocar e Bora! (Pros mais íntimos, o som do Doom Slayer)
Fiquem até o final se quiserem ver as fotos dos novos personagens.
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— O~O que? M~Mas como voc~AAAAAAAAAAAAGH! — Andrey não pode sequer reagir ao ataque, quando menos esperou, seu braço foi brutalmente arrancado por Max, que não precisou de muito para tal feito.
— Andrey, eu juro por tudo o que eu acredito que eu vou MUTILAR todos vocês! Eu vou caçar e ABRIR CADA VERME NO MEIO, como os filhos da puta arrombados que vocês são! E vou começar com você seu projeto de aborto insignificante! EU VOU RASGAR VOCÊ INTEIRO!!!! — Max gritou como uma besta incontrolável, espumando um ódio lacerante em seus lábios.
— HAHAHAHA! Você ainda não entendeu né! Nós temos o controle da mídia, do exército e do governo! Então foda-se se você fugir, mesmo que consiga, você e quem você tirar daqui vai estar lutando contra o mundo! — Respondeu Andrey, com dor, raiva e desespero ao mesmo tempo, enquanto seu braço arrancado soltava fumaça levemente.
— Tô pouco me fudendo! — Max respondeu enraivecido, marchando na direção de Andrey, o chutando com força em direção à parede...
— AGUH~ — Andrey quase gritou, mas a pressão gerada em seu pulmão o impediu de emitir qualquer som que não fossem de seus ossos recém quebrados...
— "Jack de merda..." — O garoto pensou com um sorriso sádico.
Maxwell se aproximou em marcha, e então botou o pé em cima das regiões íntimas de Andrey, logo começando a pisoteá-las, e mesmo tendo força para esmagá-las de vez, junto de todo seu quadril, o jovem preferiu fazê-lo sentir a dor e a agonia aumentarem gradativamente a cada pisoteada.
No entanto, para sua infelicidade, Andrey, mesmo se engasgando com a própria saliva, conseguiu acionar o alarme remotamente através de um botão de emergência em sua luva, fazendo as luzes piscarem em vermelho, as portas se trancarem e o som do alarme de emergência ecoar por todo o "Gritante".
O rapaz percebeu que tinha que sair dali, então, finalizou Andrey com um chute, despedaçando sua cabeça por completo, fazendo com que a leve fumaça que saia de sua feridas cessasse, se sujando sangue fresco no processo e estilhaços ósseos no processo.
Mas sem controle, e nada satisfeito, Maxwell continuou a golpear o corpo de Andrey várias e várias vezes. Fora de controle, o rapaz só foi parar uns notáveis minutos depois, quando os restos de Andrey mal podiam ser chamados de corpo, ou mesmo tripas, pois seus pedaços estavam tão moídos que sequer era possível identificar seus órgãos revirados entre sua carne e pele, totalmente rasgados e dilacerados.
Assim que se fez mais calmo, Max, coberto por sangue fresco, tentou abrir a porta, mas sem sucesso na primeira, e mais suave tentativa, resolveu testar um pouco mais de sua força, e para isso o garoto entrou em guarda, e com toda sua força aplicou um golpe reto de palma aberta e pontas dos dedos dobradas, denominado "Kumade", na saída, que foi jogada contra a parede de trás com tudo, toda arregaçada.
E o moreno, mesmo não podendo deixar de se surpreender com suas capacidades, mal prestou atenção a esse "detalhe", o que lhe preocupava realmente, era outro problema...
Maxwell
Eu me sentia totalmente perdido numa tempestade de sentimentos... Como um tornado de fúria que me tornava tão cego quanto minha antiga falta de olhos podia me fazer. Mal conseguia raciocinar direito, tudo o que eu podia pensar era em matar qualquer coisa que se mexesse em minha frente.
Ainda assim, lá no fundo, uma parte de mim gritava incessantemente para lembrar de algo... Algo importante... Algo que deveria viver... Mas eu não conseguia me lembrar, e no instante em que arrebentei as correntes da cadeira, eu deixei de querer.
Quando finalmente saí daquela maldita sala, havia um batalhão de soldados armados esperando para me abater... Eu podia escutar seus batimentos e respirações, eles estavam nervosos, mas todos congelaram por um momento ao me verem em sua frente.
Foi quando, sem qualquer pensamento, avancei, e eles não tiveram tempo nem de mirar, com tamanha velocidade que alcancei, eram capacidades totalmente desumanas, força, olfato, audição, agilidade e muito mais além do que eu poderia perceber naquele momento... Mas, mesmo estando melhor, não foi isso que condenou os homens que me encontraram, no fim, a verdade é que... Não se trava de medo na frente de um monstro.
Narrador
Max começou enfiando suas mãos no tórax do primeiro soldado que alcançou, e então o rasgou ao meio, afastando seus braços para este fim.
No segundo foi uma joelhada no diafragma e em sequência o pegou pela mandíbula jogou sua nuca contra o piso, achatando a cabeça do sujeito.
Os dois próximos, que mal reagiram, assim como os primeiros, foram trucidados, um por um chute de cobertura, executado num movimento de meia-lua, que partiu seu crânio, e o outro tomou um golpe de palma de lâmina, chamado "nukite", que atravessou seu peitoral e caixa torácica, dando a chance de Max apenas puxar e arrancar seu coração ainda batendo em sua palma.
Os outros soldados nos corredores conseguiram apontar e atirar com seus fuzis, mas Maxwell conseguia sentir cada movimento muscular de seus inimigos, o que, além da velocidade absurda que alcançava, o permitiu desviar dos vários tiros que seguiram.
Tudo parecia estar lento, arrancar cabeças, corações ou membros estava extremamente fácil para o jovem, que àquela altura estava quase vinte centímetros mais alto que a última vez que ficara de pé, estava seminu, quase completamente coberto de sangue e cicatrizes, seus olhos brilhavam azul e seu cabelo estava grande, assim como seu projeto de barba.
No fim, um banho de sangue era como terminaria aquele impasse.
Já há alguns segundos desviando o melhor que podia dos projéteis, mesmo conseguindo lidar com as balas a seu encontro, o rapaz ainda se acostumava com o corpo aprimorado, o resultado: acabou sendo acertado algumas vezes. Mesmo assim, suas feridas se regeneravam em instantes.
Max girava o tronco e desferia um cruzado, e um, dois soldados perdiam as cabeças. Ele empurrava um, e o choque contra a parede o esmagava. Agarrava outros pelo rosto, macerava seus crânios. E quando pegavam distância, ele passou a pegar as balas com os dedos e jogar de volta como um tiro de espingarda, o projétil fazia rombos enormes em seus corpos quando acertava.
De tantos eram os modos que matava, que dentre tantas formas, até mesmo penetrou a lombar de um homem, pelas costas, e com tamanha brutalidade o arrastou aos berros, enquanto o usava de arma para golpear outros inimigos. No final, sua vida apenas se esvaiu por completo quando, de um dos ataques, sua coluna vertebral foi separada de seu corpo, deixando um enorme rasgo em suas costas.
Maxwell, continuou seguindo pelo corredor, naquele massacre. Vinha um soldado, vinham dois, três, quatro e mais dez, e todos acabaram como carne morta. A carnificina que o rapaz começou apenas teve um fim quando todos os soldados no lugar já não passavam de carniça, e mesmo assim, a chacina daquela noite estavam só começando.
Após macerar cada um dos soldados dos corredores, que em mais de cem se fizeram, Maxwell correu até a convergência com outro corredor, onde se deparou com uma excelente oportunidade.
Elaine e Dr. Richard, que ao verem o garoto, pela primeira vez desde que se conheceram, temeram por suas vidas. E pela primeira vez desde que se conheceram, Maxwell podia contra atacar.
Ambos correram na direção oposta, Mas o torturado era mais veloz.
Logo, os alcançou, e com isso, sem mais nem menos, atravessou o abdômen do Doutor Richard de trás para frente e, com a mão ainda cravada e atravessada pelo homem, perfurou com os dedos a carne em volta de uma de suas costelas, e então a arrancou na força. Aquele homem frio, que até o momento sequer demonstrou importância a qualquer coisa, pela primeira vez, urrava de dor no chão, enquanto se perdia em tantas feições diferentes de agonia, e choro.
Já Elaine sacou uma faca, mas antes de executar qualquer golpe, o garoto segurou seu antebraço, apertou, esmagou sua carne e quebrou seu ossos, para então torcer o membro como um trapo rasgado e desmembrar a mulher com tanta força, que a jogou de cara no chão.
E para finalizar, ainda a puxou de volta pelos cabelos violentamente, arrancando parte de seu escalpo, para assim cravar a costela quebrada de Richard em seu pescoço, que jorrou sangue quente no corpo seminu e rosto agressivo de Maxwell, um belo substituto para os gritos que moça já não conseguia dar.
Então, com ambos caídos no chão, Max arrastou pelos dentes sua odiada Elaine, que se engasgava com a própria hemorragia, e pôs sua cabeça por cima da de Richard, ainda se revirando e debatendo. E se deleitando daquele sofrimento, daquela patética tentativa de viver dos dois, futilmente forçando os pulmões a completar uma respiração, deu fim a suas vidas.
Com um forte movimento, subiu a perna e jogou todo seu peso ao joelho, e terminou pisoteando uma cabeça por cima da outra, espalhou pelo chão e pelas paredes o vermelho, e os restos humanos dos mentecaptos.
E assim, quando acabou, o jovem seguiu seu rumo, quase totalmente satisfeito. Embora ainda quisesse dilacerar todos os outros vivos do lugar.
Mas, por um impulso desconhecido, ele se encontrou no caminho até a primeira sala onde estivera no "gritante", e também onde conheceu seu falecido amigo, José Luís, foi quando se deu conta de que, por algum motivo, ele estava subconscientemente procurando algo: outras crianças sequestradas...
Maxwell
— "MAS QUE CARALHOS! Porquê eu tô aqui?!" — Me queixei, me sentindo estranhamente desesperado ao ver aquela sala vazia.
Foi naquele momento que percebi, com a raiva em mim se acalmando, minha mente clareando, e minha sede de sangue se saciando... O motivo para eu estar lá, de eu ter aguentado tanto, a fonte da inquietação no meu coração... As outras pessoas sequestradas... Como pude me esquecer? Mas foi assim, num momento de desilusão, que aceitei, e tomei para mim que eu deveria salvar as outras crianças.
Não por conta de altruísmo, ou heroísmo, acho que a emoção que me fez tomar aquela decisão tenha sido mais... Egoísta. Depois de tanta morte, tanto assassinato, e sacrilégio, o inferno que passei, se pelo menos aquelas tinham chance de escapar com vida, então eu devia dar essa chance a elas. Foi assim que, inconscientemente, aceitei, de corpo e alma, que deveria salvar as crianças, custasse o que fosse, aquele era meu objetivo, era minha... Missão.
— "Merda, se elas não estão aqui, então onde~ Espera! Acho que eu posso achá-las se eu me concentrar um pouco..." — Pensei, logo me dando conta da maneira mais prática de cumprir minha meta.
Então fechei meus olhos e me foquei em cada ínfimo detalhe que os meus sentidos podiam perceber no ambiente, e para minha surpresa, consegui bem mais do que achar os outros sequestrados...
— "O que é isso? Porque tudo está vibrando? E tem uns estalos... São relâmpagos? Eu posso ouvir! Tem passos, muitos, alguns metros abaixo, e também alguns em menor quantidade de cima... Um exército! Também parece que tá ventando muito lá fora, e tem incontáveis partículas se precipitando. É uma tempestade... Também tem algo estranho com esse lugar, parece que está se movendo e balançando ao mesmo tempo... Tem algo muito esquivo alguns metros abaixo... Está fazendo ondas? 'Pera estamos em um navio?~ Achei! Tem batimentos cardíacos alguns passos adiante, estão parados, parecem desesperados, ao que parece são uns vinte~ Talvez, vinte e cinco. Tá certo alvo encontrado. Hora de fugir!" — Eu cumpri meu objetivo, achei as crianças, mas aquelas vibrações... Elas ainda me intrigavam. Uma pena não descobrir a resposta tão cedo.
Assim, eu voltei um pouco o caminho e peguei uma das armas das mãos de um defunto, uma fuzil de assalto AR-15, e então corri na direção dos batimentos o mais rápido que pude, e no caminho encontrei um vestiário com algumas roupas largadas, que achei que coubessem em mim, então vesti a jaqueta de couro sintético e uma calça jeans, ambas pretas, uma blusa azul marinho e botas militares pretas.
Ao chegar ao local de onde os batimentos vinham eu pude ver, eram dezenove ao todo, quatorze meninos e cinco meninas, todos com blusas e calças brancas, acorrentados por algemas parafusadas nas paredes, acima de suas cabeças, haviam tantas etnias que sequer pude me entreter tentando adivinhar de onde vinham, mas tinha a sensação de que todos lá eram de diversas regiões do oriente.
Os mais velhos formavam um par, deviam ter entre quatorze e quinze anos.
O rapaz, era alto, maior que eu, tinha o tom de pele bem claro, cabelo loiro raspado, e sua face aparentava ser de descendência russa, em contraste com alguns traços chineses, e seus olhos, um verdadeiro enigma, de certos ângulos verdes, e de outros, azuis.
A garota, a qual não pude deixar, instintivamente, observar de maneira mais sucinta, era branca, num tom claro que destacava suas bochechas e lábios rosados, seu rosto tão feminino e atraente quanto possível, e seus olhos castanhos, quase mel, eram angelicais, e para completar haviam seus majestosos cabelos pretos, levemente ondulados, terminando o penteado logo abaixo dos ombros, em vista de seu corpo esbelto e bem definido... Não tive como deixar de alterar o humor logo que a vi.
Além disso, ambos pareciam desesperados junto do resto, e o pavor em seus rostos só se agravou ao me verem entrar no estado em que estava...
Narrador
— N~Nǐ shì shéi?! Líkāi! — Disse o garoto de cabelo raspado, com firmeza e confiança... Mas ainda com medo do do rapaz ensanguentado emanando uma sensação repressiva e aterrorizante, capaz de fazer pernas bambearem.
— O que? — Max Indagou, mudando seu humor na hora.
— E~Ele disse... Disse pra você ir embora... — Respondeu a menina mais velha, num tom tremulo e fraco, enquanto chorava, mas ainda deixando transparecer sua voz doce e quase celestial, tão linda quanto sua aparência.
— Ahh... Olha, eu não vou machucar nenhum de vocês, eu... Eu vim tirar vocês daqui. — Respondeu o cicatrizado, desfazendo sua postura em uma mais vulnerável, com ternura na voz, apesar de "atordoado" pela da menina.
— Então todo esse sa~sangue é daqueles caras...? — Perguntou a jovem, ainda assustada.
— É... Sim, esse sangue é deles... Olha todo mundo aqui 'tá assustado e confuso, mas eu juro que esse pesadelo já vai acabar. Só que antes nós temos que sair desse navio! Se não, a gente morre, tem mais soldados chegando! — Disse Max, apressado, gesticulando em fortes movimentos.
— A gente não consegue quebrar as correntes... O soro deles teve sucesso, mas, eles só disseram que iam nos matar. — A menina soluçou em angústia.
— Vocês também estão no tal do estágio superior?~ Na real, deixa pra lá, eu tiro vocês daí! — Maxwell se desfez da curiosidade, enquanto arrebentava as correntes de cada um naquela sala.
— Obrigada, moço! Muito obrigada! — Disse a menina aliviada, relaxando um pouco os músculos tensos.
— Fizeram mais alguma coisa com vocês? Ou foi só o soro? — Max questionou preocupado, enquanto rapidamente rompia as correntes um moleque britânico, um mais velho indiano e outro Australiano.
— Assassinaram todo mundo... Mataram todos que não comeram aquelas... Larvas malditas... E depois deram o soro. Porquê? Fizeram alguma outra coisa com você? — A menina respondeu confusa, vendo o rapaz se aproximar pelo lado direito, já quebradas as correntes de mais uma menina japonesa, um sueco e uma francesa.
— Não, não fizeram nada... Só perguntei por perguntar... — Disfarçou o jovem, aliviado, quebrando a última corrente a direita da garota, a qual pertencia ao garoto mais velho.
— Hm, entendi. Então... Onde você tava? Tem outra sala com mais gente? — A garota indagou secando as lágrimas e oleosidade do rosto, com as mãos recém soltas.
— Não~ Quer dizer, SIM! Ou melhor, tinha... — Max respondeu com remorso na voz, soltando uma garotinha chinesa, um italiano, o mais novo da sala, um rapazinho espanhol, e um mais velho belga.
— Então eles também... Você tava esse tempo todo sozinho... E~Eu sinto muito por tocar no assunto. — A menina suspirou arrependida.
— Tudo bem... Mas, uhh, vam'bora? — O jovem a acalmou, mudando de assunto após libertar os últimos na sala, duas gêmeas alemãs, um garoto russo, outro espanhol, um mais velho ainda sul africano e o último mais novo, malgaxe.
— Ah, sim, certo. Só espera um segundo, as crianças falam línguas diferentes, eu preciso explicar a situação pra eles... — Disse a jovem, com um tom decidido em sua voz. — Ah! E... O~O meu nome é Mia. — Terminou aos gaguejos desajeitados.
— Fala pra eles ficarem atrás de mim... Eu sou Max. O de cabelo raspado sabe lutar? — Objetou o moreno, forte.
— O nome dele é o Yan-Li, ele é um monge shaolin, então acho que ele sabe. — Respondeu Mia de forma inocente.
— Então fala pra ele tomar conta da retaguarda e se precisar, dar uma de Bruce Lee. — Retrucou Max.
Os Lactentes se organizaram para fugir, com Max na frente, os menores de seis à doze anos junto de Mia no meio e Yan atrás de todo mundo.
Eles correram por alguns minutos pelos apertados corredores, até que encontraram uma escada giratória ascendente, e alguns soldados descendo, três no total.
Max não pensou duas vezes antes de atirar, e como seu tempo de reação estava aproximadamente cem vezes menor que o de um humano normal, eles não tiveram nem tempo de identificar o problema antes de serem atingidos dos pés a cabeça por disparos impensados.
O ato foi tão de repente que mesmo os protegidos do cicatrizado elevaram um guincho agudo amedrontado, diante dos graves estouros flamejantes das descargas da arma, e ainda mais ao ver o vermelho espesso escorrer pelos degraus.
Sem nem remover os corpos, os jovens subiram correndo as escadas, e ao alcançarem o topo, abriram uma porta pressurizada.
Assim a teoria de Max se provou verdadeira, eles saíram na parte traseira de um navio, mas não um qualquer, era em um porta-aviões militar, aparentemente da classe nimitz, nuclear, tão grande quanto o próprio USS Gerald R Ford, o maior porta aviões conhecido até aquele momento.
Estava a noite, tomada por uma tempestade, chuva pesada, quase caindo toda a água de uma vez, e ventos absurdamente fortes, como se um furacão estivesse próximo, e para a infelicidade de muitos, estava, não apenas um, mas uns cinco para dez dos desastres, além dos incontáveis relâmpagos, deixando para trás estrondosos e imponentes trovões.
Na pista de decolagem, dois jatos militares "F-22 Raptor" acabavam de levantar voo, e outros quatro já estavam no ar como predadores noturnos, havia um exército de quase duzentos homens de prontidão pelo convés, e mais duas unidades de milhar pelo interior do navio.
A ilha de comando estava há quase 100 metros a frente de Max e os fugitivos.
— Vamos flanquear, temos que passar pelas bordas e chegar na ilha de comando. O Convés é perigoso demais pra passar no meio. — Max concluiu aos sussurros.
E depois que Mia fez um sinal rapidamente para os outros seguirem na surdina, e com tal feito, eles se esgueiraram cuidadosamente – mais para não cair pela umidez do solo e pelos ventos fortes do que não fazer barulho, já que a tempestade o cobria – entre o abismo para o breu, e aeronaves de combate, até chegar na ilha.
— "Que estranho... Não tem uma embarcação sequer aqui em volta..." — Pensava o líder do grupo preocupado.
E após alcançarem a rampa de acesso a entrada da ilha, espaço mínimo, mas vulnerável, Max novamente usou seus sentidos para notificar se era seguro entrar, ou não, e ao perceber que na câmara após a entrada não havia ninguém, ele deu um sinal para que os outros corressem agachados, com o mínimo de barulho
E assim, chegaram na entrada.
Maxwell
Reparando no interior da sala de controle, como eu esperava, haviam somente estrategistas, analistas e o capitão do navio. Todos lá dentro estavam muito nervosos, tinham acabado de receber a notificação dos soldados mortos que eu deixei para trás, o que facilitou muito a localização de cada um, e na contagem, haviam aproximadamente cinquenta homens.
— Ahh... Max! — Mia sussurrou chamando a minha atenção.
— O que foi? — perguntei.
— Porque estamos aqui? Não deveríamos pegar os botes? — Ela indagou confusa com as minhas decisões.
— Não, tem jatos pra todo lado, e ainda pode ter submarinos, se tentarmos fugir assim, morremos na hora, aliás isso aqui é um navio de guerra, não tem botes salva vidas... Talvez tenham pequenas embarcações de combate lá pra baixo, mas a maior parte dos soldados está lá, e além de eu não saber o caminho, eu não vou arriscar um combate com vocês no meio. É por isso que estamos aqui, nós vamos tomar o controle do navio, assim a gente usa as armas dele pra acabar com os aviões e chega em terra ao mesmo tempo. — Argumentei nervoso.
— Isso é loucura! Você pelo menos sabe usar as armas do navio?! — Mia, desacreditada, brigou.
— Não, mas quem disse que EU vou usar? — Perguntei de forma sarcástica.
— Ué, como assim? — Mia retrucou confusa.
— Só confie em mim e espere aqui com as crianças até o meu sinal, aliás toma isso, eu peguei esses rádio de um dos soldados. — Falei em um tom firme.
— T~Tudo bem! — Ela assentiu meio nervosa.
Então amassei a fechadura da entrada, de tal forma que apenas muita força pudesse abri-la, com o objetivo de manter uma saída possível aos seus resgatados e uma entrada quase impossível aos soldados inimigos.
Depois entrei na ilha de comando, não fui muito cuidadoso, embora natural o suficiente para os distraídos com suas tarefas não me notarem, ainda assim o capitão deu por mim rapidamente, mas não o suficiente para reagir a minha aproximação, e mesmo sabendo que os outros na sala estavam armados, eles não representavam perigo com o capitão de refém.
*Inglês* — AAAAAAGH! MEU BRAÇO! — O capitão, um cara alto, mais ou menos da altura de Andrey, com o mesmo porte, porém com cabelo grisalho de corte militar, gritou de dor depois de ter seu braço torcido e quebrado por minha pessoa, em uma imobilização que o deixava de peito para baixo, com meu joelho em suas costas, estendendo seu braço vulnerável, reto, para cima, essa imobilização era chamada de "Pal-Kum-Chi".
— Eu sei que você sabe falar português, então pode ir mudando o idioma! Agora, eu acabei esquecendo de perguntar pro Andrey, antes de estripar ele, então pergunto pra você, sabe onde está o Hynder?! — Interroguei, ameaçando quebrar seu outro braço, já preparado para o ato.
— Você matou o Andrey?! Impossível! Ele tomou o soro! Ele deveria ser tão forte quanto você! — Retrucou o capitão.
— Quem sabe ele não era compatível. CADÊ-O-HYNDER?! — Gritei mudando de lado na posição, já torcendo um pouco o outro braço do capitão, e pesando mais o joelho.
— EU NÃO SEI PRA ONDE ELE FOI! NINGUÉM SABE! — Respondeu em desespero, quase chorando com os pulmões sendo esmagado entre os próprios órgãos.
— COMO ASSIM?! Ele não tá no navio?! — Indaguei confuso, apertando mais.
— UGH! Não... Depois que os testes se mostraram um sucesso, ele pegou o soro que ele fez... Fez à partir de você, e foi pra sei lá onde num heli... cóptero!... Não consigo... Respirar... — O capitão explicou, enquanto se acalmava.
— Entendo... Então me tira outra dúvida, onde estamos?! — Aliviei o joelho em suas costas, decepcionado.
— À uns cinquenta quilômetros da costa do Equador, à estibordo. — Ele respondeu mais calmo.
— Obrigado. Agora eu te dou minha permissão pra morrer! — Terminei, cruel, esmagando sua cabeça contra o chão com a palma da mão, chegou a ficar marca exata em sua carne. — Acredito que todo mundo aqui tenha entendido o que está acontecendo! Viram o eu posso fazer com vocês! Então é o seguinte! Talvez eu deixe vocês vivos se fizerem exatamente o que eu mandar! OK? — Disse em um tom ameaçador.
Todos assentiram, e mesmo armados, apontando para mim, estavam tão assustados que, tremendo, baixaram as armas, assim me permitindo dar minha ordem:
— Mudem o curso para estibordo! Desliguem o sistema ótico de aterrisagem! Parem de auxiliar os pilotos! Ativem as armas do navio e atirem contra os jatos! —
— S~SIM! — Todos disseram em uníssono.
— Devemos chegar em terra em vinte e cinco minutos! Sinto muito mas estávamos em manutenção, então as armas antiaéreas vão levar um tempo para iniciar... N~No máximo uns 15 minutos! — Me informou o navegador.
— Quinze minutos?! Que merda!... Acho bom começar logo então, e mais uma coisa, Tem algum submarino, ou navio de suporte por aqui? — Questionei à ele firmemente.
— Não, somos a única embarcação com poder de fogo nas proximidades! — Objetou.
— "Isso é anormal pra um porta-aviões, mas um alívio..." — Pensei, tranquilo por saber que o porta-aviões não afundaria de repente.
E para finalizar a invasão, ocultei o corpo do capitão num cômodo ao lado da central, e escondia os pedaços de sua cabeça na sala com um pano molhado, afinal, achei que um cadáver naquele estado pudesse traumatizar as crianças mais do que já estavam traumatizadas. Por fim, finalmente chamei Mia e os outros para dentro.
— Ei, Mia. Fala pro Yan usar isso se ele precisar. — Eu estava oferecendo a Desert Eagle do capitão diretamente a Yan, mas...
*Chinês* — Com todo o respeito, eu não posso usar uma dessas. Isso... É contra meus princípios. — Ele tomou a distância de um braço, com uma expressão de nojo.
Não entendi uma palavra.
— Ele disse que respeitosamente recusa a sua oferta. Coisa de monge. — Mia esclareceu.
— Tudo bem, então fica pra você. — Dessa vez, ofereci a arma para ela.
— Não! Eu não gosto de armas. E eu nem sei usar uma. — Gaguejou receosa, fitando a arma com pavor.
— Tem certeza? — Perguntei com um olhar desconfiado.
— Sim! Eu não vou matar ninguém! — Mia respondeu com firmeza, se afastando.
— Puta que pariu... Tá bom entã~ Ei?! — Já estava me encucando com a segurança deles, não teria como fugir sem limpar o convés, mas também não dava para deixá-los lá sem nenhuma arma para se defender. Eu entendia que tirar uma vida era um peso, dos mais desagradáveis de carregar, e o mais autodestrutivo, claro, mas naquela situação talvez fosse uma necessidade.
Felizmente, um garoto do grupo, britânico, tomou as rédeas, e a Desert Eagle em minha mão. Ele parecia novo, muito novo, mas também confiante quanto à segurar a ferramenta, então não me dei ao luxo de me preocupar, pelo contrário, senti alivio.
— Olha, eu sinto informar, mas temos uma frota de dois mil e seiscentos soldados procurando vocês, e eles estão subindo, fora os que já estão no convés! — De repente, um dos homens do comando do navio nos informou, com medo.
— Mia, fala pro Yan e o garoto que pegou a arma protegerem vocês se alguém entrar, mas só se entrar! Eu vou lá fora, ver se distraio os filhos da puta. E quando eu chamar pelo rádio, vão pras bordas do navio, entendeu? — Esse pedido da minha parte pareceu mais uma ordem, mas estávamos em uma situação bem perigosa para discutir planos, então nem pensei em corrigir meu tom ríspido.
Eu saí da ilha de comando, desci para o convés, e quando estava próximo de grandes blocos de caixas de suprimentos, chamei a atenção dos soldados, já dando os primeiros disparos, começando um enorme tiroteio.
Então, com a mira afiada, acertei em cheio a testa de quatro homens antes mesmo de ter de desviar dos projéteis inimigos, e em seguida estourei os olhos de mais três. Sete abates consecutivos.
Os disparos inimigos se concentraram, corri para trás de um dos blocos de caixas, perto de uma fileira de aviões que ainda estavam no convés, ainda atirando às cegas sob proteção, entretanto o fato de eu poder sentir as movimentações no ambiente, poder ouvir cada passo alheio se encontrar e sair do chão, e até mesmo aquelas vibrações me permitiram determinar as posições dos inimigos.
Naquela altura, acertar um tiro não era problema, ouvi um soldado se mover, e lhe meti uma bala, escutei o som do homem se engasgar, acertei o pescoço.
E além de tudo, para me facilitar ainda mais, o controle do meu corpo também havia melhorado muito, mesmo passando apenas poucos minutos desde que havia acordado, o que me permitia ajustar minha posição confortavelmente, mesmo agachado, entre o lado direito e o esquerdo.
Mais inimigos correram ao ataque, como uma infantaria, mal se podia contar quantos vinham, disparei ininterruptamente na direção dos passos, vendo as luzes de outros passarem pelas brechas desprotegidas do meu canto. Algumas balas chegaram a atravessar as caixas e perfurar minha pele, mas nos poucos segundos em que este ate teve inicio me distanciei do bloco e me esquivei do tiros que vinham, sem gastar muita energia, movi meu corpo poucos centímetros, calculadamente, para não ser atingido. Continuei atirando nesse tempo.
Após acertar fatalmente uns quantos deles, os disparos alheios começaram a passar como água para o meu lado. Notei as caixas, esburacadas como uma peneira.
Chutei bruscamente o bloco que me protegia, em direção aos soldados, as caixas pegaram uns cinco deles, e os jogaram para fora do navio pelo outro lado, enquanto o bloco em si apenas chegou até as aeronaves opostas, com tamanha magnitude que destruiu completamente o jato onde parou, reto no flanco, despejando querosene pela região. Foi então que tive uma ideia.
Corri intocado até atrás do jato próximo a mim, pulei na altura de seus tanques de combustível, e habilmente, quando a gravidade do salto se anulou, me fechei na posição fetal, e quando a queda se fez, logo abaixo da altura dos tanques, finalizei com um chute de dois pés no avião, rompendo sua estrutura e o jogando alguns metros, espalhando querosene, também, do lado onde estava, e esmagando uns pobres homens que estavam mais próximos.
Me encontrei com o chão, perdi o ar com a colisão, mas logo me levantei num pulo e corri mais uma vez, rumo à uma distância segura dos veículos danificados. Os soldados, assustados com o jato que saiu do chão uns seis para sete metros, ainda mais com os parceiros esmagados pela aeronave, ainda perderam muito tempo até me darem devida atenção.
Quando finalmente se voltaram a minha pessoa, já estava na mira, soltei dois tiros milimétricos, bem de raspão no piso ao lado das poças de combustível. As balas geraram uma fagulha no encontro com o chão, e a fagulha, uma explosão no encontro com a querosene.
O fogo ascendeu como um incêndio, e pegou nas outras aeronaves, estas que ao aquecerem rapidamente, ativaram as ogivas dos misseis equipados, e então, uma combustão magnânima tomou o convés.
Vi a cena assustado, impressionado, e quando a chama se alastrou como uma labareda na onda choque, seguida de destroços dos jatos, joguei-me ao chão, protegendo a cabeça, os outros soldados fizeram o mesmo.
Senti a temperatura subir insuportavelmente, e logo se dissipar com o vento, levando um choque térmico com o cair das gotas de chuva, levantei observando os arredores eufórico, mas ainda analítico. Vi vários dos homens que me atacavam na pista inflamados, queimando as roupas e pele, e na mesma medida notei um calor ardente em meu braço direito, minha jaqueta torrava com fogo, bati com a outra mão e logo abafei a chama.
Mas, quando achei que teria um tempo para respirar, dois grandes projéteis acertaram o piso próximo a mim, com força, não eram armas convencionais, olhei para o alto, e notei dois F-22 Raptor apontado, e descendo rapidamente enquanto disparavam.
Fui obrigado a buscar abrigo, as balas eram rápidas demais para prever ou desviar da trajetória, e o mecanismo de disparo dos jatos eram rápidos demais para distinguir o intervalo entre um tiro e outro, fora que, depois de tanto, a velocidade máxima a qual alcançava já não era mais tão reconfortante, eu estava consideravelmente mais lento frente a dois caças de quinta geração.
— "Cacete! Eu tenho que dar um jeito nesses canhões." — Foi meu primeiro pensamento antes de me jogar para dentro de um vão entre dois destroços de uma aeronave, ocultado pelas chamas altas em volta, mas ainda não fazia ideia de como resolver meu problema, e ainda faltavam dez minutos para que as armas do navio ativassem.
E além disso, mesmo que após as explosões tivesse restado apenas uma saída do interior do navio ainda aberta, e alguns poucas dezenas de homens ainda capazes na pista, inúmeros soldados mais estavam tomando novamente o convés, de uma hora para outra eu estava sendo cercado, e ficando sem opções...
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Aproximadamente dois minutos antes
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Narrador
Maxwell havia causado enormes explosões pelo convés, matando incontáveis inimigos, mas após a explosão, o jogo pareceu começar a virar um batalhão de mais cem soldados, que se enumeravam mais e mais o cercavam, e os quatro jatos no ar já haviam determinado sua posição, era só questão de tempo até ele entrar num beco sem saída.
*Chinês* — Mia, eu vou ajudar ele! — Disse Yan-Li, decidido a lutar.
*Chinês* — Como? Olha pra aquele exército! — Questionou Mia, nervosa e desacreditada.
*Chinês* — Ele tirou a gente daquele lugar, sendo que ele poderia ter só fugido sozinho. Esse risco é o mínimo que eu posso correr! — Retrucou Yan de forma sincera e emocional.
*Chinês* — Eu sei, droga! Mas o que exatamente você vai fazer?! — Indagou Mia, ainda nervosa com a ideia, mas também com vontade de ajudar.
*Chinês* — É só um palpite, mas se eu estiver certo... — Yan fez mistério, com a voz firme, mas notavelmente insegura.
*Chinês* — Como assim?... Ei esper~ — Mia, confusa com a resposta de Yan, tentou entender, porém sem sucesso, ela se viu forçada à ficar se restringir a preocupação.
No convés, Max gastara toda sua munição, estava protegido por duas carcaças de metal em chamas, mas ainda havia um exército disparando sem poupar carregadores em sua direção,
E junto do exército, os quatro jatos em atividade, que mais e mais rasantes, direcionando o fogo ao meio dos destroços que protegiam Max e atirando com seus canhões de 30mm, danificando o metal protetor mais e mais.
Se Maxwell sequer se movesse, seria seu fim, mas, para seu milagre, Yan surgiu num salto, alto o suficiente para escapar da atmosfera das chamas, e com um estranho movimento de mãos, uma forte ventania se direcionou como um ciclone e desviou todas as balas de seu encontro, além empurrar ao chão todos os homens que o atacavam.
— "Isso! Deu certo!" — Yan havia percebido que eu conseguia, de certo modo, manipular o ar quando começaram à correr atrás da saída do navio. Para ele, era como se todo o ambiente estivesse submerso, e ao mover as mãos, podia sentir toda a água seguindo o mesmo rumo.
Até mesmo tentou usar contra os soldados que viram nas escadas, mas para sua infelicidade, não houve efeito algum, na verdade sequer deu pra notar qualquer mudança verdadeira no ar... Mas quando o monge viu a tempestade, a ventania e os tornados ao longe, logo pensou, que com um vento já de grande magnitude, poderia concentrá-lo e gerar um grande impacto... Era apenas uma teoria, mas felizmente funcionou.
— "COMO ISSO É POSSÍVEL?! Ah foda-se! tá ajudando!" — Max gritou internamente ao ver o fogo dos destroços rodopiar num furacão e então se dissipar nos soldados.
Então Yan aterrissou com destreza, dobrando os joelhos até quase estar sentado nos calcanhares, e assim se levantou com leveza, logo fora do circulo de destroços que protegiam Max, que logo se juntou ao monge no que viu os homens incendiados correndo e se jogando da borda do navio para o oceano, sem pensar que, com o mar tão furioso e cheio de massivas ondas, suas chances de sobreviver eram mínimas.
Porém, nem todos os homens haviam sido atingidos pela chama, e ainda saiam pela entrada aberta, logo abaixo da sala de comando do porta-aviões.
Maxwell notou, e sem nem piscar chutou um dos pesados destroços na direção da porta, esmagando um sujeito que saia logo que a porta foi obstruída.
Os dois jovens nem trocaram olhares, sendo dois ótimos lutadores, já sabiam como lidar com a situação, sequer precisavam de palavras.
Dos soldados que sobraram do lado de fora, em mais de duas centenas se faziam, cercando os dois jovens, e sem medo descarregaram o pente, mas com outro movimento rápido de mãos, Yan redirecionou os projéteis com uma lufada que percorreu da frente às costas dos mancebos.
Não terminado, Yan ainda finalizou empurrando o vento de cima a baixo, e assim uma forte lufada se curvou de baixo a cima, tendo o monge como centro. Os soldados novamente foram movidos contra a vontade, e seus fuzis, lançados ainda mais longe.
Os homens sem perder tempo se levantaram, e impiedosamente avançaram, apenas com os punhos, afinal, o que temer quando não se sabe lhe aguarda?
Max não estava muito paciente, e sem esperar, atacou num salto o primeiro sujeito que viu, acertando-lhe uma joelhada bem no nariz, aproveitando o movimento para passar seu corpo para frente, e num puxão separar a cabeça do corpo do pobre coitado.
E mal aterrissou que já lançou direto a cabeça no rosto de outro soldado, que quebrou a mandíbula e se jogou aos grunhidos no processo.
O cicatrizado viu mais dez homens se aproximarem, reagiu com mais um salto, tão veloz quanto o primeiro, chegou a deixar uma imagem de sua última pose antes de se mover, com ambas as mãos no chão e as pernas flexionadas, prontas para se estender num pulo.
Um som de carne sendo moída foi ouvido, num piscar de olhos, um soldado fora atravessado por Maxwell com tanta brutalidade que sequer sobraram órgãos ou vísceras para se assustar, e com a mesma velocidade o moreno seguiu com mais ataques.
Yan, em sua vez, posturado com o joelho direito meio flexionado, tronco inclinando na mesma direção, perna esquerda estendida para trás e braços abertos com os punhos meio abertos, executou um salto, tão hábil quanto o de Max, porém mais lento, embora nada menos defensável.
De início mirou a base de sua palma na ponta do queixo de um soldado, e certeiro, já descarregou o corpo numa inclinada para trás, se esquivando de um golpe inimigo vindo de um soco esmagador da direita, e com a mesma destreza abriu a perna num chute em meia-lua, no qual as pontas dos dedos de Yan rasparam no maxilar do homem, e tamanho foi o balanço no cérebro, que assim como primeiro, caiu desacordado no chão.
Um terceiro inimigo saiu já com uma joelhada, seguida por um chute frontal, Mas o monge simplesmente deu alguns passos para trás, que não foi atingido, invés disso, segurou a perna do oponente e a girou no passo que se pôs de joelhos no chão, quebrando-a.
Não perdeu tempo ao criar uma corrente para evitar as balas dos caças ainda no alto, e voltar ao combate quando passaram.
Já no quarto, Yan levou um verdadeiro susto, quando o homem que o atacava simplesmente foi atingido por um cadáver e lançado como um boneco sem vida para longe. O corpo voador vinha de Max, e Yan não pôde deixar de fitá-lo, mas notou algo errado.
E quisera ele estar enganado...
Maxwell
Parti um crânio usando a palma da mão, e logo depois outro corpo com a perna, para então destruir o dorso de mais um e o peito de mais outro... Me sentia em êxtase, com todos os sentidos aguçados, por um instante, tudo pareceu se turvar, mas meu corpo ainda se movia, e minha mente sabia exatamente o que estava fazendo... Matando... Foi aí que, de tantos momentos ruins, tudo começou a escurecer, e meus sentidos a se embaçarem. Foi nesse ponto que...
Eu apaguei...
Foram apenas alguns instantes, acredito, mas quando voltei à mim havia uma traqueia humana em minha boca, e além disso, uns quantos soldados estavam completamente destroçados e rasgados, como no ataque de um urso violento ou talvez uma alcateia inteira de lobos. No fim, a verdade é que restavam menos de cinquenta soldados.
Yan me encarava horrorizado, mas antes que pudéssemos reagrupar os primeiros disparos das armas do navio foram dados.
Os jatos, que já estavam em mais um rasante tentando nos acertar, se reorganizaram para um ataque contra as armas antiaéreas, porém não tiveram sucesso ao tentar destruí-las, pois dois foram atingidos logo no começo, forçando os outros dois a traçarem uma rota de ataque diferente.
Yan e eu percebemos a vantagem e sem pestanejar tomamos fôlego até a ilha de comando, mas os destroços dos caças começaram a cair no convés, bloqueando o caminho, e aumentando ainda mais o incêndio das primeiras explosões. Pelo menos a queda reduziu ainda mais a quantidade de inimigos para menos de trinta.
Demos a volta contornando a sucata caída, passando pela região frontal do porta-aviões, mas nos deparamos com um beco de chamas sem saída. E sobre o ataque aéreo, restavam apenas dois jatos inimigos operando e as coisas estavam indo bem, apesar de tudo.
Até que um dos jatos disparou misseis contra o hangar do barco, causando outra enorme explosão e posteriormente a ruptura todo o casco do navio na região.
O outro jato, que se manteve concentrado nas armas da embarcação, mas foi atingido de repente, não por um projétil das antiaéreas, mas por um raio, e com as asas estilhaçadas, o corpo da aeronave caiu, infelizmente, bem na ilha de comando. As armas antiaéreas desligaram.
Entrei em desespero junto de Yan, afinal, Mia e os outros estavam lá.
E para piorar, as habilidades de Yan resolveram começar a falhar, de repente suas lufadas perderam totalmente a força. Talvez tivesse algo a ver com seu desespero e euforia, pensei. Porém não tive tempo de matutar sobre isso, devido aos últimos soldados, que conseguiram tomar suas armas de volta. Só não dispararam porque a fumaça nos cobria, mas ouvi seus passos se aproximando.
Cercados pelo fogo, não conseguíamos sair da nossa posição, não apenas pela repentina fraqueza de Yan, mas também pela minha, repentinamente comecei suar frio, como se o desgaste da noite estivesse começando a fazer efeito.
Então, no desespero, usei o rádio para tentar falar com a Mia...
Narrador
— MIA! MIA, VOCÊS TÃO BEM?! — Maxwell gritou pelo aparelho, mas só recebeu um chiado em resposta. — MIA?! — A chamou de novo.
— S~Sim! De algum jeito eu vi o jato caindo na sala antes dele cair de verdade... — A garota tossia ao falar, mas já aliviara os ombros do monge e do cicatrizado.
— O que?! Como voc~ Ah deixa, só vai pra frente do navio, já estamos chegando próximos à terra. — O moreno ordenou.
— Ok!... Max... — Mia o chamou, triste.
— Que foi? —
— Eu e as crianças estamos bem, mas os caras que estavam guiando o navio... —
— Foda-se eles, Mia. A única preocupação é o jato que ainda tá voando e os soldados vindo até aqui. — Respondeu sem remorso.
— Onde vocês dois estão? —
— Eu e o Yan estamos cercados agora, mas a gente sai dessa. Agora aproveita que eles tão distraídos e vai pra borda frontal! Desligando. — Finalizou com rispidez.
Max desligou o rádio e começou a pensar em uma forma de sair daquela situação. Após quase um minuto matutando em meio a escura fumaça, o moreno e o monge escutaram uma voz...
— EI VOCÊS! O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO! CESSAR FOGO! — Era uma voz feminina forçando uma voz masculina.
— "Essa voz... Mia?!" — Max notou, tendo uma sensação de arrepiar os pelos.
Os soldados se distraíram por um momento, abrindo uma brecha para que Max e Yan usassem para fugir, e assim o fizeram, com todos os homens focando na direção contrária, bastou correr neutralizando todos até que não restasse nenhum. Claro que, Yan não o fazia de maneira tão letal quanto Max.
— VOCÊS SÃO OS PIORES, NEM CONSEGUEM FAZER SEU TRABALHO DIREI~RIUIIIIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNN!!! — Um som agudo e ensurdecedor se fez.
Durante uma das tentativas de distração de Mia, os soldados à encontraram, e no susto ela deixou o alto falante cair, fazendo um som estridente, incômodo e ensurdecedor. Ela estava desarmada, com um fuzil apontado direto para sua testa.
Mia viu a escuridão no interior do cano, profunda e vazia, sentia como se aquilo fosse a morte, mas sabia que quando a luz acendesse no fim do túnel e um alto estouro se fizesse, é que morreria realmente, não conseguia se mexer, e o único movimento que fizera foi estender as mãos implorando por piedade.
Mas no instante que seu agressor puxaria o gatilho, a garota criou um flash de luz nas palmas das mãos, que cegou, literalmente, todos que o viram.
Os soldados se jogaram no chão gritando e se debatendo, Max e Yan também foram atingidos, mas diferente dos outros, não foram tão afetados, e logo se recuperaram da tontura e da dor de cabeça que o clarão lhes causou.
Após se reunirem com Mia, eles discutiram brevemente sobre o ocorrido, o convés estava coberto por fumaça, então o caça restante não podia velos...
— Como você fez aquilo?! — Perguntaram Max e Yan surpresos e em uníssono, obviamente em línguas diferentes.
— Eu~ Eu não sei... Eu só estendi as mãos e senti como se elas fossem abrir, depois aquele flash saiu. — Mia explicou, mesmo estando confusa, em português, e em seguida, em chinês.
— Entendi, mas onde está a nossa turminha? — Max questionou já querendo ir embora há tempos.
— Eles são bem espertos, ficaram escondidos em uma lona perto da borda direita, lá na frente. — Respondeu Mia.
— Tá, mas ainda tem um caça operante, temos que nos livrar dele... — Maxwell comentou fitando o breu celeste oculto pelas chamas e fumaça, escutando as turbinas.
*Chinês* — Ei! Ainda tem um jato voando, né? Eu tive uma ideia para derrubá-lo. — Disse Yan.
— O que ele disse? — Max indagou novamente.
— Que teve uma ideia pra derrubar o último jato. — Mia esclareceu, arqueando a sobrancelha.
— Então 'vamo com ele! — Disse o moreno.
A dupla seguiu Yan até uma das armas antiaéreas perto da borda oposta, e o monge começou à puxá-la do chão, a arma possuía a aparência de um canhão naval de 76mm, mas bem maior do que deveria. Max partiu para ajudar o amigo, Mia também foi, mas foi apenas Max entrar que, como uma pilastra de rede, a arma foi arrancada da base.
Assim Yan pegou pelo cano do canhão e logo, Max também o fez. Eles arrastaram a arma até um ponto em que pudessem ver o jato livremente e começaram a rodopiá-la, e após conseguirem força centrifuga suficiente, ponto este em que todos já haviam entendido a ideia, Mia os mandou fechar os olhos e aguardar, e eles obedeceram. O caça os notou direcionou o coo para um rasante de ataque na direção do trio...
— Esperem! — Disse Mia em ambas as línguas dos garotos.
Segundos se passaram.
— Esperem! — Disse novamente.
E mais uns segundos perduraram.
— AGORA! — Liberou a menina após a aproximação suficiente do jato, e antes que o mesmo pudesse disparar, ela soltou outro flash, cegando-o.
Max e Yan abriram os olhos logo depois do flash, e com força, jogaram o canhão de forma certeira no jato, que caiu aos pedaços no mar.
— Beleza! Estamos seguros, vamos voltar pros moleques! — Max anunciou, e em seguida Mia traduziu para Yan, e ambos assentiram.
Quando chegaram na borda onde as crianças estavam, o trio pôde ver uma cidade em terra e um farol à aproximadamente 1 quilômetro do navio. E nisso, Mia ficou um pouco confusa...
— Certo... E agora? — Mia balançou os braços desentendida.
— Agora a gente pula! — Max respondeu como se fosse óbvio.
— Ficou maluco! Olha lá pra baixo! Deve ser uma queda de uns cem metros! — A garota gritou vendo a água tão distante no abismo.
— Tá mais pra uns noventa... — Corrigiu o cicatrizado sem relevar o tamanho da queda.
— Tanto faz, droga! Isso ainda é muito alto! — Mia brigou revoltada, gesticulando as mãos em resistência.
— Olha só, esse navio já tá chegando muito perto daquele farol e tá pegando fogo! Se a gente ficar, isso aqui explode e a gente com certeza morre, mas se a gente pular, talvez dê ruim. — Max explicou sua ideia com leveza.
Mia traduziu a ideia de Max para Yan, e para sua infelicidade, o monge acabou por convencê-la...
*Chinês* —Ele tem razão. É pular ou morrer. E além disso, é provável que essa queda nem machuque, com a nossa resistência. — Disse Yan, firmemente.
Então percebendo a aprovação, Maxwell simplesmente correu, e pulou no abismo. Yan o acompanhou. Já os outros, receosos, se negaram, mas foi Mia pegar o pequeno garotinho de cabelos castanhos espanhol, o segurar firme e pular sem medo, que os outros, encorajados pela falta de escolha, se jogaram também, copiando o movimento dos mais velhos, caindo esticados como uma ponta de flecha.
E no fim, o mais surpreso com o resultado da queda havia sido seu idealizador, o jovem cicatrizado com a sanidade mental em estado duvidoso.
Maxwell
Talvez tenha sido pelo jeito que eu pulei, mas o impacto com a água foi como uma massagem para o meu corpo.
Nós aterrissamos à centenas de metros da terra firme, mesmo porque, lá ainda era seguro de não colidirmos com pedras submersas, então logo após emergirmos, começamos a nadar em direção às pedras próximas do farol.
Nada distante de nós, até por conta de seu enorme tamanho, o porta-aviões bateu e destruiu o farol, junto de alguns barcos, e em seguida explodiu, a onda de choque, havia alcançado uma enorme magnitude, fiz um sinal para submergirmos na hora, por segurança, e mesmo debaixo d'água foi possível sentir o impacto, mas saímos ilesos.
Então emergimos novamente e seguimos nadando rumo ao quebra mar, feito de pedras na costa.
Ao tocarmos em terra firme, subimos pelas pedras e conseguimos chegar na rua, todo mundo estava cansado, ou melhor dizendo, eu estava. Os outros no máximo se alongaram.
Me deitei um pouco, tomando fôlego, e nesse tempo fechei os olhos, assim, no descanso que pareceu tão rápido quanto uma piscada, eu apaguei de cansaço. E iria acordar apenas no outro dia. Mas aquela noite, chegou ao fim.
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Um corte no peito
— "AAAGHR!~UGH! AAAARRH!!" —
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— AAAAGHR! — Acordei gritando de dor, graças a Deus, uma apenas da minha cabeça, tinha acabado de ter um pesadelo com... Aquela vadia maluca.
Pelo menos, estava em uma cama confortável em um quarto de hotel. Quando eu olhei para o lado pude ver Mia os outros, eles estavam olhando para mim estranhamente preocupados.
— Você... Está bem? — Mia me perguntou com mansidão, acabei notando suas roupas, diferentes das utilizadas na noite anterior, uma blusa preta com detalhes rosa, calças jeans com suspensório e tênis pretos.
— Sim... Foi só um sonho meio doido... — Respondi, também calmo.
— Entendo... Precisa de alguma coisa? — Ela me perguntou com getileza, mas parecia querer tirar a minha atenção de alguma coisa.
— Estou bem... O que significa isso? — Foi quando me vi algemado à cama.
*Chinês* — O que foi aquilo ontem? Você estava pálido, seus olhos estavam vermelhos, seus dentes eram presas e suas unhas eram garras, e você quase comeu partes de seres humanos! — Interrogou Yan totalmente inseguro, ele usava uma camiseta branca, calças jeans simples e tênis cinza.
— Ele quer saber porque você ficou com a pele pálida, presas, garras, olhos vermelhos e quase comeu partes daqueles caras ontem à noite. —
— Eu... Olha, é meio difícil de acreditar, mas eu tô com esse problema há algum tempo, só acontece quando eu tô com muita fome, tipo muita mesmo, mas eu nem me lembro do que acontece quando eu fico assim, e esse negócio de presas, garras e olhos vermelhos é novidade, só me falaram da cor da pele da primeira vez que aconteceu. — Expliquei-me da forma que podia.
— Entendo... — Disse Mia, que logo em seguida traduziu o que eu falei para Yan.
*Chinês* — Ele está dizendo a verdade. Dá pra saber pelos batimentos e pela respiração dele. Acho que ele não é perigoso, quer dizer, pra gente, mas aquilo de ontem... Foi assustador, tipo, pior do aqueles caras. — Concluiu Yan com pena de Max, afinal, durante a luta, ele percebera muitas coisas sobre o moreno, o suficiente para saber de que lado ele estava.
Depois disso eles me soltaram, mesmo as algemas sendo inúteis. Então me sentei e comecei um questionário sobre o lugar onde estávamos...
— Mia, onde estamos? — apoiei o queixo com os dedos.
— Estamos em Salinas, no hotel Bluebeach. — Ela respondeu pegando um jornal, pelo visto já entendo o que eu queria.
— OI?! Como pagaram a estadia? Falando nisso, e essa roupas? — Não contive a surpresa, fiz uma cara de espanto.
— O Yan pegou a carteira de um dos soldados que você matou, tinha U$500,00 lá, então ele pagou o per noite pra ele, e nós entramos pela janela. As roupas... Meio que a gente roubou... Mas foi só porque o Yan disse que o dinheiro deveria ser usado apenas se necessário, e as roupas não se encaixavam nesse termo. — A garota se sentou na ponta da cama.
— Faz sentido, roupas a gente pode roubar, agora arranjar um teto... Bem, era pagar ou ficar na rua, né. Mas continuando... Que dia é hoje? — Continuei o questionário, alongando a coluna.
— Hoje é sete de maio de 2020, falando nisso, aquele lance com o navio tá em todos os jornais, estão dizendo que o porta-aviões americano, de nome Runner, que estava de passagem pelo pacífico foi atacado por volta das 18:30 de ontem e o principal suspeito são as forças do México. Felizmente nenhum civil foi ferido após a batida e posterior explosão do navio, que ocorrera às 19:44, no entanto um total de 56 embarcações do Salinas Yacht club foram destruídas, junto do farol. Já o incêndio não se alastrou muito, já que não demorou para os bombeiros chegarem, mas ainda não conseguiram controlar devidamente as chamas. O motivo do ataque permanece desconhecido. — Mia informou as notícias, e mesmo sendo óbvio, as consequências da nossa fuga soaram assustadoras.
— "Cacete, agora vai ser dedo no cu e gritaria entre as nações." — Pensei ao imaginar o caos que se seguiria. — Faz sentido. Eu acho que eles queriam soldados pra lutar uma guerra. Agora eles tem uma desculpa pra causar uma! Mas isso é assunto pra outra hora, o de agora... Eu ainda não sei os nomes deles. — Terminei apontando para as crianças, enquanto me levantava da cama.
— Ah sim. Vou apresentá-los. — Então, Mia me apresentou, um à um.
E assim conheci:
Kabir Dayal, um garoto de 12 anos, Indiano, pele escura, heterocromia que lhe garantia o olho esquerdo azul e o direito verde, cabelos pretos com topete bem penteado e porte parrudo. Ele usava uma camisa cinza simples, uma calça bege e tênis pretos.
Giovanni Savoia, um rapaz de 11 anos, Italiano, pele excessivamente clara, olhos azuis, cabelo loiro e bem penteado e porte magro. Usava uma blusa social branca de manga curta e botões, aberta, por cima de uma blusa amarela, uma calça jeans clara e tênis brancos.
As gêmeas Heidi e Evelyn Müller, de 12 anos, alemãs de pele bem clara, olhos verdes e cabelos ruivos, curtos e levemente ondulados. Suas únicas diferenças eram que Heidi tinha uma pequena pinta no canto direito da boca e era mais cheinha que Evelyn, a irmã esbelta. Elas usavam toucas pretas com orelhas de gato, jaquetas corta-vento brancas, fechadas, calças jeans e tênis cinza.
Yuri Kuznetsov, um garoto russo de 8 anos. Ele tinha a Pele branca, os olhos castanhos assim como o cabelo e de corpo era esbelto, de modo normal para uma criança de sua idade, apesar dos braços levemente cheios. Ele usava um moletom branco, uma calça jeans escura e tênis brancos.
Mikhail Vagankov, belga de 10 anos, tom de pele bem claro, quase albino, e leves sardas nas bochechas. Seus olhos e cabelos curtos, para os de uma menina, eram castanhos e seu porte era esbelto, ele usava uma blusa de manga longa preta que cobria seu pescoço, calças jeans e tênis preto.
Chloé Dubois, uma jovem francesa de 11 anos. Ela tinha a pele branca e clara, olhos verdes, cabelos loiros, amarrados em um rabo de cavalo e era esbelta. Usava uma blusa branca junto de um colete azul-claro florido, uma calça jeans escura e tênis brancos.
Suyin Zhang, uma garota de 8 anos, chinesa. Seus olhos eram castanhos e seu curto e liso cabelo, preto. Suyin era magra e usava uma camisa social branca, saia preta e sapatos azul-marinho.
Pablo Sansz, um garoto espanhol de 6 anos. Ele tinha a pele clara, olhos castanhos, assim como o cabelo, caído como uma cumbuca. Ele era magro como uma criança de sua idade normalmente se via, e usava uma jaquetinha branco amarelada com azul, por cima de uma camisa branca, uma bermuda da cor da jaqueta e tênis pretos.
Yoshiaki Aburaya, chamado simplesmente de "Aki", de 9 anos, japonês de tinha a pele clara, olhos cinza azulados e cabelo preto. Aki era Magro e usava uma blusa branca grossa, uma calça jeans e sapatos pretos.
Hana Shinkai, também japonesa, de 10 anos, pele clara, olhos estranhamente rosa choque, os quais Mia e o garoto que pegara meu revolver no barco julgaram ser efeito colateral da mutação, e cabelos pretos no penteado "Maria chiquinha". Hana era esbelta e usava uma blusa roxa, calças leggins pretas e sapatos pretos.
Harry Jackson, um jovem britânico de 10 anos, o rapaz que havia tomado minha Desert Eagle no porta-aviões. Sua pele era clara, seus olhos azuis, seu cabelo era castanho ao penteado quase estilo emo. Harry era um bocado acima do peso, apesar de aparentar possuir uma forma atlética, e usava uma blusa gola polo branca, calças jeans e tênis pretos.
Finn Ryan de 12 anos, australiano, de pele clara, olhos verdes e cabelo castanho um tanto grande e liso. Era esbelto e usava uma blusa azul-marinho, calças jeans e tênis pretos.
Haja Karim, de 8 anos, vindo de Madagascar, negro de olhos azuis e cabelo crespo, pintado de loiro dos lados, deixando um moicano preto. Ele era esbelto e estava usando uma blusa preta com azul, uma calça preta e tênis cinza.
Jawari Mwangi, um moleque sul africano de 11 anos. Jawari era Negro, com pigmentação um tanto avermelhada e mais clara, seus olhos eram castanhos, seu cabelo era preto e raspado em degrade dos lados, deixando seu o cacheado na tesoura em cima. Ele era aparentemente forte, e estava usando uma jaqueta preta, uma blusa vermelho-escura, uma calça jeans clara e tênis pretos.
Diogo Oliveira, de 9 anos, nascido em Portugal, criado na Espanha, possuía um tom de pele branco a um nível normal, os olhos verdes, cabelo loiro e penteado jogando boa parte de seus fios a direita. Ele era magro e usava uma blusa social branca por baixo de um colete verde, calças pretas e sapa-tênis pretos.
Alexander Eriksson, de 12 anos, sueco, seu tom de pele era bem alaranjado e seus olhos eram azuis profundo, seu cabelo era loiro com franja à direita, e seu porte era musculoso. Ele estava usando uma blusa vermelha, calças jeans claras e tênis cinza.
E assim, Mia finalmente terminou de os apresentar, e antes de mais nada eu perguntei incrédulo:
— Como vocês roubaram toda essa roupa?! —
— Nós escolhemos as lojas e o que queríamos, depois o Yan usou o controle de ar pra distrair os vendedores e aí nós pegamos as roupas rapidamente. — Mia explicou.
— Ahh saquei. — Abri a expressão, esclarecido.
— Mas me apresentando adequadamente... Meu nome é Mia Rei, sou brasileira e tenho 14 anos. O nosso monge ali é o Yan-Li Huang, ele tem 15 anos e... A família dele é complicada, mas até onde sabemos, ele nasceu na China. — Disse Mia educadamente, estendendo a mão para um aperto.
— Hmm, entendi. Eu sou Maxwell Rodrigues, mas pode me chamar de Max, sou brasileiro e tenho quinze anos... Mia você pode traduzir para eles o que eu vou dizer? — Indaguei a ela gentilmente enquanto apertava sua mão com firmeza.
— Claro! Manda pra mãe!... Nossa, que aperto. — Respondeu Mia, corada, encarando minha mão.
— Primeiro: Muito obrigado a todos por me carregarem com vocês estando desmaiado, e provavelmente atrapalhando vocês! Segundo: O perigo ainda não passou! Temos que nos manter em movimento se não quisermos que a noite de ontem se repita! — Eu disse firme, e esperei Mia traduzir para cada um.
— Ei! Não corta o clima, a gente já passou por maus bocados ontem, e a gente nem sabe o que fazer agora... — Ela reclamou fazendo beiço e cruzando os braços.
— Pois é, mas eu sei! Vamos voltar pra casa! — Afirmei cruzando os braços, livre de qualquer dúvida.
Muitos poderiam julgar, mas indubitavelmente, independente de qualquer julgamento, aquilo... Era o primeiro passo para nossa liberdade...
<-- To be continued...
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Agora sim eu posso dizer, finalmente... Sejam bem vindos à Black Sky!
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