Capítulo III: Acorrentado
Espero que gostem.
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Maxwell
Os corpos que eu pude ver ao entrar na sala estavam estraçalhados, com exceção de seus rostos. Se não fosse por isso, seria impossível identificá-los, e no meio de todos eles, estava José Luis, sem vida, sem cor...
A expressão, ainda visível em sua face, demonstrava toda a agonia que ele veio a sentir antes de sua morte, tamanha havia sido sua aflição. Foi difícil de acreditar, que uma vida, tão digna, com tanta amargura, e esforço havia sido ceifada por mera vontade de um ser cruel, como se não significasse nada.
E eu sabia que para mim, não seria diferente, mas eu também sabia que os responsáveis por tudo aquilo não o faziam totalmente sem motivo, eles queriam algo, afinal o equipamento usado por eles, toda a estrutura do "Gritante"... Não era de baixo orçamento. E ainda tinha o esquema da polícia e do exército que o careca citara... Realmente não fazia ideia de quem eram aqueles caras, muito menos o que queriam, mas eu sabia de uma coisa, o que me restava, era sobreviver o quanto eu pudesse para tentar impedir mais sofrimento.
Eles me prenderam na cadeira de aço ensanguentada usando correntes e saíram, deixando apenas um soldado para trás, quando ele chegou perto de mim com aquela faca, eu pude ver que haviam símbolos na extensão de sua lâmina, eram diferentes em cada lado, e pareciam escrituras, eu não os reconheci, nunca vi nada parecido...
O soldado foi chegando mais perto à cada segundo, e quando ele finalmente chegou perto o suficiente ele tirou sua máscara, e se revelou não UM soldado, mas UMA soldado. Ela parecia bem jovem, era loira, com olhos de uma tonalidade de azul profundo, e tom de pele meio alaranjado.
Ela botou seu rosto ao lado do meu, eu pude sentir sua respiração calma e lenta, e ela disse com uma voz doce e feliz.
— Olá Maxwell, meu nome é Elaine! Espero que eu consiga brincar com você por bastante tempo, afinal você parece divertido de se brincar, gatinho... —
Aquele jeito de falar... Honestamente, me deixou assustado, eu não conseguia responder, e após se afastar um pouco ela começou a me cortar e me perfurar com aquela faca, que por algum motivo começou a escurecer e seus símbolos a brilhar verde-claro, eu não entendi muito bem o motivo... Mas pensei talvez conseguisse descobrir se tivesse que aguentar apenas aqueles cortes.
Infelizmente, eu foi descobrir tarde demais que toda a minha resiliência e força de vontade, perante à toda aquela violência e crueldade... Não significava nada.
Narrador
— AAAAAAAAAAAAAAGGHHR! — Max gritou de uma imensa dor. A lâmina que o cortara havia escurecido completamente, enaltecendo seus símbolos brilhantes, e os cortes, que antes estavam suportáveis, se tornaram extremamente atrozes, Max logo começou a se debater na cadeira, enquanto gritava incessantemente, com dor e agonia.
Elaine estava muito feliz e animada com os gritos de Max, que ecoavam por todo o lugar, e ela fazia questão de demonstrar isso com suas gargalhadas mentecaptas, a mulher começou a aumentar a frequência dos cortes e perfurações, ela não se importava com onde ou como acertava, ela queria apenas... Se divertir.
— AAAHHGR! UUHG~AAAAAHHHR! — Max continuou a gritar, sem parar e sem baixar o tom.
A dor era tanta que não muitos momentos depois, ele vomitou de tanta agonia, e mesmo assim não apagou. Maxwell Urrava, rosnava e berrava, implorava para parar, mas nunca, em momento algum, parou. E então, as lágrimas que tanto segurou começaram a vir, sem o dar tempo de soluçar ou mesmo revidar. Elaine continuou a rasga-lo, e ele, já vulnerável, chorou sem poder segurar.
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Muitas, muitas horas depois
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Elaine finalmente havia parado, e Max, já com a roupa e ataduras todas rasgadas, estava trêmulo e com dificuldade para respirar, nem conseguia entender como o próprio ainda estava vivo, já que seu dorso estava cheio de cortes profundos, e em um deles era possível ver seu intestino exposto, e seu sangue escorria como água até o chão, não que ele soubesse disso, ou mesmo diferenciasse a sensação.
Ele não fazia ideia de quanto tempo tinha passado, porque para ele, os cortes duraram uma eternidade. A porta da sala se abriu e alguns homens, inclusive o careca, entraram e viram Max com um olhar sem vida, o mesmo sequer conseguia raciocinar o que estava acontecendo...
*Inglês* — Impressionante! Ele ainda está vivo. — Disse o careca, que em seguida indagou: *Inglês* — Onde está o doutor? —
*Inglês* — Por favor, me chame de Hynder, Sargento Andrey... — Pediu respeitosamente um velho, magro, de cabelos ruivos e grisalhos, olhos verdes, vestindo um jaleco por cima de vestes sociais brancas e uma gravata preta.
*Inglês* — Ok, Hynder... — Respondeu o Sargento Andrey em um tom amigável.
*Inglês* — Ohhh, olha só pra você! Você é o segundo em anos que sobrevive tanto tempo. Me diga garoto, como se sente? Não quer desistir e... Morrer? — O Dr. Hynder riu, e perguntou à Max de forma surpresa e animada.
O jovem, que estavam com uma expressão morta até aquele momento, apertou os punhos, deu um olhar feroz na direção do Doutor, e conseguindo ignorar sua agonia, respondeu entre os dentes, irritado:
*Inglês* — Como eu me sinto? O que você acha, verme?! Toda essa dor, toda essa... Aflição... Todo esse sacrilégio me lembra que provavelmente eu não vou sair daqui vivo, mas eu vou continuar tentando... Vou continuar tentando até eu estar completamente enlouquecido! —
O Doutor e o Sargento se entreolharam, e se voltaram para Max com um sorriso de alívio em seus rostos...
*Inglês* — Tragam o soro aqui! — Ordenou o Sargento, após ouvir um sussurro de Hynder, e logo depois, todos saíram da sala.
Um gás começou a sair pelas pequenas entradas de ar do lugar, Max ficou preocupado, mas antes que o mesmo pudesse se desesperar, ele perdeu a consciência e dormiu.
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Minutos depois
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Quando Max acordou, ele estava de cabeça para baixo, pendurado por um gancho que perfurava seu tibialis posterior, e algemado, aparentemente o gancho também tinha os símbolos da faca que usaram para cortá-lo mais cedo, mas não era possível confirmar já que parte do gancho estava para dentro de sua carne. Também havia um suporte de soro com uma bolsa cheia de um líquido amarelo brilhante, que quase o cegava.
— "Tá doendo! Isso dói! Isso dói muito!" — Basicamente era isso que Max era capaz de pensar naquela hora.
Ele mal conseguia raciocinar a própria dor, mas ele sabia ter que aguentar o maximo que pudesse...
A porta abriu novamente, mas dessa vez, entraram cinco soldados com tacos e pés de cabra, também com os símbolos da faca, e após fecharem a porta, começaram a espancá-lo brutalmente, quebrando diversos ossos de seu corpo, e abrindo ainda mais suas feridas, seu intestino, que apesar de visível estava onde devia estar, agora se encontrava pendurado e quase em seu rosto, os soldados não deram descanso, e não pensaram duas vezes antes de esmagarem parte do seu intestino com um pé de cabra. Max urrou de dor e continuou à ser espancado por horas, assim como foi com as facadas de Elaine.
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Após muito tempo, os soldados foram embora, deixando Max desacordado na sala... E quando o garoto recuperou a consciência novamente, ele estava acorrentado em uma maca, ainda com o líquido amarelo entrando em suas veias, e tinham duas pessoas na sala, Elaine e um homem alto e esbelto, de cabelos loiros, e olhos castanhos, ele devia ter uns 30 anos, e vestia uma roupa de médico.
— Olá, eu sou o Doutor Richard, e você já deve conhecer a Elaine, não ligue para ela, o jeito dela é muito bruto e só me atrapalharia, então ela veio só observar, sim. — Disse o homem com sotaque francês.
— Por favor, não me decepcione. — Pediu o homem de forma séria a Maxwell.
— EI! Não precisa ser rude, eu e ele nos divertimos muito ontem, não foi gatinho?! — Disse Elaine em um tom brincalhão.
Doutor Richard ignorou a mulher e pegou seu bisturi, que continha apenas um conjunto de símbolos, diferente das outras armas, que tinham um conjunto em cada lado. Max, àquela altura estava com tanto medo, que nem conseguia falar, então ele só se preparou para o pior.
Richard começou a abri-lo, e diferente de Elaine, ele era lento, e preciso, a dor de seus cortes era consideravelmente maior, e além disso, quando começou a remover uns poucos músculos de Maxwell separadamente, o garoto teve de deixar seus olhos marejarem para não gritar.
E mesmo assim, no final, Maxwell não conseguiu conter seus gritos, ou parar de se debater na maca, cada corte feito por Richard, parecia ser o último, mas o último nunca chegava.
O desespero tomou conta do corpo de Max, e por um breve instante, ele lembrou de sua família e de seus amigos, por um momento ele tinha certeza que aquele era o fim, ele podia sentir sua vida se esvaindo, e foi aí que ele lembrou de José, das crianças que morreram dilaceradas naquele lugar, e foi por isso que ele decidiu que ainda não era a sua hora.
Ele sobreviveria até o final, para que nada daquilo ocorresse novamente, naquele momento, o garoto parou de gritar e de se debater e serrou os punhos e os dentes, surpreendendo Dr. Richard e Elaine, que não se contiveram em demonstrar nojo daquele comportamento.
Foi quando ambos trabalharam juntos na tentativa de devolver Max ao estado emocional que se encontrava anteriormente, e apesar de alguns grunhidos de dor, o garoto não se entregou, ele manteve a compostura e permaneceu quieto.
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Dias depois
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Dr. Richard e Elaine estavam torturando Max sem parar, até que o Sargento Andrey entrou na sala e viu aquela cena...
*Inglês* — QUE PORRA É ESSA?! — Questionou o sargento, raivoso...
<--To be continued...
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É triste a situação do prota? Sim, é, Mas capítulo que vem o bagulho vai ficar interessante kkkkkkkk.
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