Amigos

A caminho da casa de Will, Theo passou por uma banca de revistas para comprar cartelas de cigarro e balas de menta. Este era um hábito que estava começando a adquirir. Theo nem sempre fumou, ele sempre soube que isso não era nada saudável, porém mesmo assim havia começado a fumar há pouco tempo. Era algo que achava nojento mas havia algo naquela porcaria que ele queria. Por mais que não quisesse admitir, ele queria trazer de volta lembranças ruins. ele aprendeu a se sentir acolhido no meio do caos. Aquela era sua zona de conforto, e qualquer coisa linda fors dela seria uma esperança perigosa.

Logo à frente da banca havia uma pequena praça onde Theo costumava ficar um tempo largado nos bancos públicos até dar o horário de ir para o ensaio na casa de Will, um brutamontes loiro e rato de academia estupidamente legal que era o melhor amigo de Theo.

Aquele dia estava cinzento, como quase sempre na Inglaterra. A cada dia ficava mais frio, e Theo pensou que estava na hora de arranjar roupas mais quentes para o inverno. Normalmente ele pegava alguns trajes emprestados de Will ou roupas antigas q ele não usaria mais.

INGLATERRA, 2014.

Theo e Will mal se falavam naquela época, até que um dia os dois acabam pegando detenção juntos. Theo havia brigado com alguns moleques e Will havia cabulado aula por causa de uma garota, ela conseguiu escapar mas ele não. Como os caras com quem Theo havia saído no soco também estavam na detenção, ele preferiu se sentar longe do grupo de idiotas, na frente de Will, e quando o professor fiscal precisou sair por alguns instantes foi o suficiente para que eles conversasse um pouco. Não eram tímidos, então não era difícil.

Theo percebeu que Will era um cara um pouco bonzinho de mais, poderia até fazer coisas erradas, mas não tinha muita noção de todas as merdas do mundo, então seria ele quem mostraria a dura realidade com o passar do tempo. Mas de qualquer forma, naquele dia, quando a detenção acabou, Will chamou Theo para sua casa, pra que eles jogassem um pouco de vídeo game.

— Beleza. — Theo deu de ombros pegando sua mochila.

— Legal, os seus pais vão deixa mesmo? você pode jantar lá se quiser.

— Eles não se importam muito.

— Legal. Os meus pais nem sempre me deixam eu ir pra onde eu quiser, principalmente quando eu não peço. Nossa eles me matariam. — reclamou e Theo apenas acenou com a cabeça.

Desde aqueles tempo, Will já era um pouco mais alto que Theo. Seu cabelo era um pouco mais liso, claro e caído, enquanto o de Theo um pouco mais cacheado.

O carro do pai de Will chegou e eles entraram.

— Pai, esse aqui é o Theo. Ele meio que não tem como voltar pra casa agora, pediu para ir lá pra casa, pensei em jogarmos videogame, que tal? — Theo lançou um olhar furioso para Will, mas ele apenas lhe lançou um sorriso.

— Olá, garoto.

— Olá Senhor Taylor. — o pai de Will cernou para Theo é se virou para Will que estava no banco da frente, ao seu lado.

— Você não pode jogar vídeo game. Está de castigo.

— Poxa pai, mas só hoje. Para que o Theo possa se divertir um pouco.

— Talvez não tenha percebido que estou te buscando de uma detenção.

— Sim. Eu sei. E já estou bem arrependido do que eu fiz. Que tal negociarmos?

— E a proposta seria?

— Só depois de hoje começa o castigo de uma semana sem videogame com um bônus de mais um dia extra sem videogame. — sugere.

— Mais uma semana. — Will se espanta.

— QUE? — exclama. No banco de trás Theo erguer uma sobrancelha e observa a janela entediado.

— Então não.

— Não! Sim! Tsc. — com uma careta e braços cruzados Will bufa e concorda — Tudo bem. Uma semana extra. Obrigado — murmura a última palavra com desgosto.  Theo sorriu de canto sentindo o loiro ser mais patético só que imaginava.

INGLATERRA, 2020

A casa de Will era germinada e grande o suficiente para a família dele. Eram quatro filhos  e os pais. Uma típica família classe média. Quando Theo era mais novo, ele invejava Will.

Chegando lá ele viu a garagem que abria pra cima com uma fresta. Ela estava quebrada. Não abria por completo e não funcionava mais com o controle. Ele passou por debaixo da porta de metal e automaticamente sentiu aquele cheiro de... mofo e poeira.

O local era bem bagunçado Tudo cheirava a mofo e as vezes a cigarros. Tinham algumas estantes de metal  com livros antigos de escola e faculdade e Gibis e HQs. Os Pôsteres de bandas iam desde a parte inferior das paredes até alguma partes do teto que era bem baixo. Os equipamentos e cabos estavam por todos os cantos. Num canto tinha um sofá bem velho é uma mesinha baixa na frente. A bateria fica um pouco ao fundo.

Eles deveriam fazer uma faxina ali.

— Você chegou! — Will tamborilou com as  baquetas na mesinha.

— Onde estão os CDs?

— Espera, eu vou pegar! — Will correu para dentro pela porta que conectava a garagem à cozinha. Enquanto isso, Theo se sentou e acendeu um cigarro. Ele tirou sua guitarra do estojo para ver se precisaria afina-la. Ela era verde e o cabo era marrom, a alça era de flores num tom de vermelho-sangue rodeadas por folhas verde-musgo.

A fumaça do cigarro tinha um cheiro horrível, lhe dava certo nojo, mas ele estava se sentindo leve, embora um pouco triste.

INGLATERRA, 2014

A casa de Will era enorme. Theo nunca entrara numa cada daquele tamanho, a sua era mais humilde e todos os cômodos eram apertados. Ao entrar o senhor Taylor lhe disse "fique a vontade, Theo" e avisou Will que sua mãe iria chegar tarde do serviço.

Theo observava atentamente aquela casa. Tinha muitos enfeites, incluindo quadros nas paredes com as fotos da família. Era tão... aconchegante.

Will subiu as escadas e chamou Theo, que antes de ir deu uma olhada rápida na direção da sala de estar e viu duas crianças: uma garota que deveria ter uns 12 e um garoto que deveria ter uns dez.

O quarto de Will era incrível para Theo. Tinha tantas coisas. Livros, brinquedos, jogos, e pôsteres de bandas e filmes nas paredes.

— Caramba. Você tem um pôster dos Beatles. — maneiro.

— Sim. E alguns outros, estou planejando fazer uma coleção, mas não é fácil arranja-los. — Will fechou a porta atrás de si. — Vamos já descer para jogar, deixe suas coisas aí.

Theo deixou a mochila deslisar do ombro e a deixou num canto do quarto e continuou analisando o quarto de Will.

— Você tem uma cama grande. — comentou.

— Sim. — Era do quarto da minha avó, mas ela faleceu faz poucos anos e então a cama dela veio para cá quando a minha que já estava velha quebrou.

— Hum...

— Você gosta de Beatles e o que mais?

— Eu adoro o David Bowie. — Theo se jogou na cama de Will quando se cansou de olhar as coisas dele.

— Sério? Eu Tenho um pôster dele, sabia? É que tem alguns que eu ainda não coloquei na parede, quer ver?

— Mostra aí.

Will foi até sei armário procurar a caixa onde estavam mais 4 pôsteres e então pegou o do David Bowie.

— Está um pouco amassado porque é um pouco antigo. Era do meu tio. Ele me deu. — Estendeu o pôster para Theo.

— Isso é muito legal.

— Você quer?

— Você está mesmo me oferecendo?

— Sim. Tenho pôsteres de outras bandas e você disse que adora ele.

— Uau, ou você é estupidamente gentil ou extremamente burro para dar isso pra alguém que acabou de conhecer.

Will ficou com dúvida sobre como deveria interpretará aquilo, mas riu.

— Se isso é um agradecimento, de nada.

— Valeu. — Ele se levou da cama dobrando o pôster e o guardou dentro de um caderno na sua mochila. Quando se virou Will estava com um isqueiro e um cigarro em mãos. Theo serrou os olhos e levantou uma sobrancelha.

— Você já fumou?

— Não.

— Parece ser ruim no início, e é. É meio estranho, mas se forçar um pouco fica interessante. — começou tentando acender o cigarro.

— Pra que se força a gostar de algo que não presta?

— Ajuda a relaxar.

— E você está estressado?

— Depende do dia.

— Acho que você é burro.

— Não espere que eu negue isso.

Theo foi até Willl e o ajudou impacientemente a acender o cigarro e então agarrou seu cabelo loiro e o puxou brutalmente até que a janela. Óbvio que Will ficou assustado com isso, mas não reclamou, para sua própria sorte.

— Sua mãe vai te matar se perceber a porra desse cheiro. Você é o garoto mais burro que eu já conheci.

— Tem aquelas paradas de burrifar cheiro na casa logo ali — apontou para estante.

— Como eu disse você é burro. Use vinagre. E... — Theo começou a vasculhar pelo quarto. Ele foi até o armário de Will, abriu sem pedir licença e começou a vascular na bagunça.

— o que está fazendo? — Theo acabou um frasco quase vazio de perfume e borrifou na lâmpada do abajur e acendeu.

— Como sua mãe não descobriu?

— Sei lá. Acho que eles nem conhecem esse cheiro. Meus pais são bem certinhos. — Brincou.

— Vai sonhando.

— Venha. — Will se sentiu num canto da janela e deu espaço para que Theo se sentasse no outro canto. — você quer um? — Se referiu ao cigarro.

— Quando me ver fumando, tenha certeza que quero morrer.

— Uau.

— O que acha que isso faz?

— Você está certo.

— Você quer morrer, Will?

— Não, mas como você disse, eu sou burro.

Theo observou o anoitecer tranquilo naquela rua de rico. Will não era rico, mas para Theo ele era.

— É nojento. — Theo comentou.

— Não é não.

— É sim. — Theo observou a fumaça dançar e se desfazer no azul escuro do céu. Will esfregou a ponta do cigarro na telha para apagá-lo.

— Não faço isso perto de você mais.

— Eu estou acostumado, pode continuar.

— Melhor não. — Eles se olharam por um breve momento e Will quase teve impresso de ter visto um sorriso grato vindo de Theo, então eles voltaram a olhar para o céu. Ele notou que Theo mantinha por muito tempo um olhar crítico e os lábios tensionamos como se estivesse sempre tentando conter alguma raiva.

— Você tá bem? — Theo quase não consegui esconder a surpresa.

— Claro.

— Amigos? — Will sugeriu estendendo a mão para ele, mas Theo não retribuiu o gesto, ele apenas deixou Will abaixar a mão e murmurei um "tá" ainda com uma expressão séria.

— Você sempre é rabugento?

— Não.

— Tô vendo. — Will lhe deu uma cotovelada fraca. — Ainda vamos jogar?

— Depois que você tomar banho. Não demora.

Aquele foi o dia em que Theo e Will se conheceram. Provavelmente o dia mais importante da vida de Theo, embora ele ainda não soubesse. Aquele garoto burro de quinze anos que queria fazer coisas erradas sem um bom motivo seria a pessoa que mais ajudaria Theo com tudo, a pessoa que não permitiria que ele fizesse uma besteira atrás da outra, e que sempre estaria do seu lado, até mesmo na hora de fugir depois de Theo fazer grandes idiotices. Pelo menos Will poderia dizer "eu te avisei, seu merda!".

INGLATERRA, 2020.

—Aqui. — Will apareceu com alguns CDs na mão e arregalou os olhos assim que botou que Theo estava com cigarro em mãos. — Tá maluco? Não, não! Meus pais estão em casa! — Theo não deu a mínima então Will arrancou o cigarro da boca dele e o apagou numa velha mesinha de madeira em frente ao sofa.

— Onde estão os CDs? — Will lhe entregou os CDs e Theo escolheu um para por no som até que os seus amigos chegassem. Os outros CDs foram guardados em sua mochila depois.

Começou a tocar um álbum da banda R.E.M e Will acompanhou a música na bateria enquanto Theo apenas ficou deitado no sofá ouvindo tudo. Passou-se um tempo até que eles começassem a ouvir vozes distantes e um súbito baque no portão de metal que os espantou. Will parou de tocar e segurou os pratos da bateria. Não era nada de mais, apenas Ruby e Mia que havia chegado gargalhando e parecendo um pouco exaustas é um pouco tontas.

Mia era a de cabelos pretos bem ondulados e rebeldes, pele clara e olhos cinzentos, e ela cutucou a que vinha ao seu lado e disse ainda rindo:

— Garota, você é louca! — disse com as mãos nos joelhos enquanto tentava recuperar o fôlego. Seu nome era Amélia Blunt, mas todos a chamam de Mia.

A garota que vinha ao seu lado  a se chamava Ruby. Ela tinha um cabelo liso e longo, e um olhar castanho escuro. Sua pele era mais escura e seu rosto era fino como todo resto do corpo. As duas garotas tinham quase a mesma altura, próximo a 1,75.

— Finalmente, — sorriu e girou uma baqueta sobre o dedo — agora só falta o Jesse. — comentou Will.

Ruby e Mia jogaram suas bolsas no sofá e e Ruby foi até Theo quando ele lhe estendeu a mão e então a segurou rapidamente com carinho.

— Até que Jesse chegue vamos ir fazendo alguma coisa. Posso cantar algo, apenas para aquecer. — disse Mia.

— Como quiser. —Theo deu de ombros e se levantou sem ânimo algum para pegar sua guitarra.

— Pode ser... Runway Runway, que tal?

Will e acentuou com a cabeça positivamente.

MÚSICA:
Mars Argo - Runway Runway

Ruby foi pra trás de seu teclado e deu início a música. Will entrou com a bateria a Mia foi para o meio da garagem, para frente de um dos poucos microfones que eles tinham, assumindo o lugar de Theo.

Mia começou a cantar e foi bem a tempo de Jesse aparecer passando por debaixo do portão de metal torto. Ele era alto e bonito. Tinha o cabelo bem baixo na nuca, mas em cima seus cachos escuros; sua pele era bem escura assim como seus olhos meigos e brilhantes.

A música não parou quando ele apareceu, então ele apenas acenou para os amigos e se preparou pegando o baixo para logo tentar se julgar ao grupo na música.
Mia franziu o cenho para ele enquanto cantava e aprontou para trás com a cabeça. Jesse deu um pequeno sorriso. Estava contente pois notou que energia daquele  ensaio estava um pouco melhor do que o do anterior, que havia sido um caos em brigas. Ele sabia que haviam dias bons e dias ruins, principalmente para aquele grupo, mas para ele o importante era tentar aproveitar o máximo do bom. Theo achava que isso soava bobinho de mais, mas quando dizia isso a Jesse ele só revirava os olhos e o xingava mentalmente.

Jesse iria começar a tocar mas depois preferiu não entrar com o baixo e apenas relaxar no sofá tocando um pandeiro apenas pra não dizer que não estava fazendo nada. Ele brincou um pouco no ritmo da música e balançou a perna seguindo o som até que a música acabasse.

Naquele mesmo dia, os Bernard estavam acabando de chegar a Londres com seus dois filhos. Felicite ia na frente dirigindo e o marido, Hugo, ao seu lado. Ela olhou pelo espelho retrovisor e viu seu filho mais velho olhando para baixo usando seus  fones de ouvido.

— Querido...Ele não ouviu.

—Nathan, chame o seu irmão pra mim? —O garoto de doze  anos cutucou o irmão e foi o suficiente pra ele erguer o olhar e tirar-nos fones rapidamente.

—Você está bem?  — Alexei deu um sorriso amarelo.

—Uhum...— murmurou pensando que havia sido chamado para outra coisa.

—Querido, você não precisa temer mudanças. Veja como uma nova oportunidade.

—De dar errado? — Foi uma brincadeira triste.

— De dar certo, filho— foi seu pai quem disse isso, mas ele apenas deixou uma risada sair e morrer. Nathan não entendia bem o porquê de seu irmão ficar tão nervoso com aquela mudança. Seria ótimo! Escola nova, amigos novos. — Lembre-se que a vida sempre vai te trazer dificuldades, mas os bons momentos viram.

O filho mais velho mordeu os lábios lembrando os piores momentos e notou que seu irmão o encarava sério. Ele levou a mão para a cabeça dele e bagunçou o cabelo liso em um ato carinhoso resultando num murmurou do mais novo.

—Eu acho que vai ser bem legal!—O caçula disse passando a mão pelo cabelo para deixar como estava antes.

Felicite avriubum grande sorriso e olhou pelo retrovisor.

— Eu amo vocês dois. — Disse felicite ainda olhando pelo retrovisor. —Muito.

— A gente  também—disseram juntos.

Theo voltou ao anoitecer de metrô e no caminho parou naquela praça e decidiu ficar em tempinho ventado ali relaxando a cabeça. Quase sempre, naquele mesmo horário tinha um jovem sentado no banco que Theo gostava de ficar. Eles não se falavam nunca. Ele realmente não parecia dar a mínima de Theo fumasse ao seu lado, na verdade ele parecia não lidar pra mais nada além daquele celular.

Theo não gostava muito de celulares. Ele não tinha muito o que fazer aqueles que mandar algumas mensagens, não era como os telefones das outras pessoas que tinham internet e vários aplicativos para passar o tempo.

Theo pensou: "Será que o pescoço dele nunca travou de tanto olhar pra baixo? Só deve tirar os olhos do telefone para olhar o próprio pau quando se masturba". Ele fez uma cara de nojo e começou a rir baixinho de seus próprios pensamentos.

— tsc.

Theo percebeu que não se divertida a um tempo, talvez devesse procurar alguém para dar uma festa ou coisa do tipo. O período de férias logo logo acabaria, então deveriam estar rolando algumas festas pelos campus. Não aguentava mais ficar sem fazer nada durante as noites, era deprimente. Talvez devesse voltou para a estação de metrô e volta tiara casa de Will, mas estava na hora de dar uma folga para família Taylor. Ele estava dormindo lá já fazia uns cinco dias, era quase um quinto filho.

INGLATERRA,2014

Ao longo do jantar os pais de Will conversaram um pouco com Theo e os irmãos mais novos de Will ficaram empolgadas com sua presença. O senhor e a senhora Taylor faziam muitos pergunta que ele não queria responder, então foi uma noite cheia de mentiras e sorrisos no rosto. Depois que terminaram de comer eles voltaram a jogar é uma hora depois Theo disse que estava ficando tarde então ele iria embora. O senhor Taylor perguntou se os pais dele não viriam buscá-lo, e quando Theo disse que ele iria sozinho, ele não aceitou e fez com que Theo se visse cercado a aceitar uma carona.

No carro, Theo se limitou a responder quaisquer tentativas do semhor Taylor de maneira breve e direta o possível, para que ele entendesse que ele não estava disposto a conversar, mas isso foi em vão. Ele deu ao senhor Taylor um endereço falso, de uma casa numa rua não muito distante da casa de Will e o senhor Taylor o levou até lá.

— É aqui, garoto?

Theo olhou a casa amarela que tinha duas bicicletas jogadas no gramado.

— Sim. Valeu aí pra carona.

— De nada, garoto.

Theo pegou suas coisas e saiu do carro. Ele não se apreçou para chegar a Porto, na verdade estranhou que no meio do caminho ainda não havia ouvido o som do carro dando partida, então se virou. O senhor Taylor estava com o vidro aberto e disse:

— Não se preocupe, eu esperarei você estar.

O coração de Theo acelerou. Ele se virou novamente e caminhou ainda mais de vagar. Todas as vezes que havia pegado carona com alguém isso não havia acontecido, mas ele tinha um plano.

Antes de bater na porta ele virou minimamente o rosto e o pai de Will ainda estava lá. Ele apertou a campainha e respirou fundo. A porta foi aberta por uma mulher que lhe olhou de cima abaixo e franziu o cenho.

— Posso ajudá-lo.

— Olá, boa noite. — sorriu tímido. — Desculpe o incômodo, eu estou andando a um tempão pra voltar pra casa e estou morrendo de cede. Esqueci minha garrafa na escolha. será que você poderia me dar um copo de água, por favor. — Quando Theo parou de falar notou que o carro já tinha acabado de sair.

A senhora obviamente estranhou mas decidiu ajudar. Ela pediu para que ele esperava enquanto ela iria buscar a água, então ele correu para ir embora.

O caminho para o metrô não era tão longe assim. Ele já estava costumado. Pelo menos assim ele aprendeu bem a se localizar e a se virar sozinho. Ele andava por aquelas ruas e pensava como seria bom ter uma vida ali. Não teria nada para reclamar. Com uns três minutos de caminhada um carro ia passa por ele, e ele não ligaria, porém o carro diminuiu a velocidade e chamou sua atenção.

O pai de Will não seria facilmente enganado. Theo parou com uma cara impaciente.

— Entra no carro, garoto.

— Vem cá. Você é maluco?

— Posso até ser, mas não vou ser feito de bobo por um garoto de quinze anos. Acha mesmo que vou deixar você andando sozinho por aí depois das onze horas da noite?

Theo respirou fundo e cerrou os punhos.

— Entra.

Ele entrou fazendo movimentos bruscos e passou o caminho inteiro com a cara amarrada. Só abriu a boca para dar seu endereço verdadeiro e quando chegaram lá Theo saiu rapidamente sem dizer nada. A verdade era que ele estava um pouco envergonhado.

INGLATERRA, 2020,
alguns  meses depois.

— Esse cara é doido e é responsabilidade de vocês. Você sabe melhor que ninguém Will que já tenho problemas de mais sozinho, não quero nem saber dos problemas dele.— Disse Theo.

— Eu sei.

Fim do capítulo gente.

🚨 Tenho uma pergunta importante. Como viram antes eu tô refazendo alguém capítulos. Arrumando alguns detalhes e este foi o capítulo que mais teve alterações. Como as dos próximos serão bem leves vocês querem que eu deixe todos os capítulos já postados e só vá arrumando ao longo do tempo, ou preferem que eu vá postando um de cada vez mesmo?

Se quiserem falar comigo pelo Twitter sobre a história usar :
#SweetHomeOfTheTroubled
Instagram dedicado às minhas histórias: "HAplly__"  lá eu posto sobre as histórias que escrevo, spoilers, citações, sobre escrita, livros que leio, e dou avisos caso precise demorar para postar os capítulos.
Tiktok: "haplly_"

Notas da autora:
Estes são os nomes verdadeiros de alguém personagens que usam apelidos

Amélia Blunt
Jesse Gray

E aí? O que acharam deste capítulos?

Alguma ideia de como pode ser o próximo?

Teorias?

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