Como um dente de leão
Sabe aquela sensação de ser livre, mesmo se sentindo sem asas? A euforia de querer gritar e sentir a garganta presa? Querer respirar fundo, mas se sentir sufocada? Correr sem rumo mesmo estando de pés e mãos atadas? É um conflito estarrecedor. Parece um paradoxo confuso e bipolar, muitos podem não entender por terem em mente aquela falsa sensação de felicidade e completude. Eu sei muito bem o que é isso! Aquela sensação de ser julgada pela vista de outras pessoas como uma mulher perfeita! Ah, isso é tão falso quanto uma réplica de uma bolsa de marca. É como se tivéssemos que viver num padrão contínuo de perfeição, sem nunca cair, nunca vacilar um pé e principalmente, nunca errar! Eu era vista exatamente desta forma pela maioria das pessoas ao meu redor, mas não... após conseguir me lembrar com clareza de toda a noite tumultuosa de domingo para a segunda feira eu estava decidida. Iria fazer o que realmente queria, nem que por um momento isso fosse fugir da vista de todos que me conheciam!
"Bae Joohyun surtou?" "O que aconteceu com a Irene?" "Será que ela teve algum problema familiar?" "Ela tem alguma família a propósito?" "Será que ficou doente?" "Deve ser algo importante!"
Mesmo sem estar ao lado deles, conseguia imaginar com facilidade tais perguntas e afirmações de meus conhecidos, colaboradores e quem quer que fosse que fizesse parte da minha rotina estressante. Já que eu era taxada por egoísta, iria fazer o uso perfeito desta palavra em minha vida, nem que fosse num rápido período de tempo. Foi tão imediato que eu estava sugando o final de meu frapuccino que Taehyung havia me comprado quando... num ímpeto tomei a coragem necessária para isso. A única coisa que eu fiz foi pegar o meu celular e mandar uma mensagem para a Sooyoung. "Bom dia Joy, tome conta da Reluv para mim, devo aparecer só na quarta feira." Não lhe dei o direito de uma resposta visualizada já que, de imediato desliguei o meu celular antes que o mesmo tocasse. Coloquei o copo já vazio em cima da mesa olhando em volta. Era isso! Estava feito, não podia voltar atrás e mesmo parecendo algo simples e bobo, era importante para mim. Fazia uns quatro anos que eu não tirava férias, e-estava desgastada fisicamente e emocionalmente. Antes de pensar na minha empresa, pela primeira vez em muito tempo, eu precisava pensar em mim mesma!
Corri para o quarto ainda sem saber o que por na minha pequena mala. Tirei-a de meu guarda-roupa ignorando o pó e o cheiro de guardada. Respirei fundo convicta de que estava fazendo o que era certo e fui a procura de peças de roupas. Coloquei uma de frio, uma de calor, biquíni e itens básicos para se ficar fora por uns dois ou três dias. Eu só precisava desligar, precisava contemplar as coisas ao meu redor ao invés de apenas ser contemplada pelos outros, nem me lembrava mais de como que era viajar sozinha, mas sim... e-eu estava sozinha naquele momento, não tinha ninguém comigo! Nem Bogum, nem Taehyung, nem Joy, n-nem mesmo minha vó para me fazer cafuné! Eu precisava respirar de verdade, precisava mudar muita coisa, t-tinha tanto para melhorar e aperfeiçoar... e-eu sou tão arrogante por vezes, prepotente, mandona, irônica, egoísta... tsk, só de pensar minha palpitação aumenta! Critico tanto Kang Seulgi, mas no fundo acho que sou tão desprezível quanto ela! Como que... como que alguém como eu pode ser digna de alguém como Kim Taehyung? – não surta, bae... – falei comigo mesma no momento em que fechei a mala. Não sabia a resposta para aquela pergunta, todavia... para onde quer que eu fosse... esperava encontrar soluções para ao menos um de meus tantos dilemas.
...
Entrei no meu carro sem saber qual destino tomar, qual rumo seguir! Seria como um dente de leão, contudo até mesmo o dente de leão é levado por um vento. Qual seria o vento a me guiar naquele instante? Apertei a boina no topo de minha cabeça e acelerei o carro. Mesmo sem saber o rumo, adentrei numa rodovia, iria ficar ali seguindo em frente até o momento que achasse propício. Aquilo era a verdadeira personificação da loucura, sendo eu alguém tão estratégica e organizada, conseguiria fazer aquilo por muito tempo? Ser um próprio dente de leão? Não sabia nem a resposta para aquilo e então acelerei o carro. Abri um pouco o vidro respirando um cheiro agradável de eucaliptos que beiravam a rodovia. Era uma brisa gelada e ainda assim refrescante. Entre abri os lábios respirando fundo aquele aroma que já era totalmente diferente da minha movimentada Daegu. Oh.. era tão bom aquele sentimento! Seria isso liberdade? Sorri sozinha naquele instante apertando a mão no volante, passei por uma placa e vi que já estava na província de Gangwon. Abri a boca surpresa e encarei o tanque, fazia três horas que estava dirigindo sem parar e precisava abastecer. Naquele instante passei a ficar mais atenta e em cinco minutos avistei um posto de gasolina, seria a minha primeira parada.
Se tem uma coisa que eu gosto nessa vida – além de desenhar roupas – é dirigir. Nunca tive medo do volante, ao contrário, assim que atingi a idade já fui atrás da minha carteira de motorista e desde o meu primeiro carro que eu não parei mais. Abasteci, comprei algumas besteiras na loja de conveniência e dirigi por mais três horas seguindo o horizonte, na verdade eu já sabia até onde aquela estrada iria me levar, mas estranhamente estava ansiosa para aquilo.
- Com licença! – Entrei no restaurante após finalmente parar o carro, precisava almoçar, as guloseimas não haviam sido o suficiente. – Já estou em Taebaek? – indaguei a senhora do restaurante aconchegante, mesmo que a beira da estrada.
- Sim, moça bonita – a mulher de cabelos grisalhos disse com um sorriso simpático no rosto. – Na verdade você está em Taebaeksan – corrigiu a senhora – As montanhas e o grande parque ficam bem aqui atrás, o centro de Taebaek é mais pra frente.
- Puxa, fico feliz em saber disso. – suspirei sincera pondo uma mão na cintura. – Pode me servir um Tteokbokki?
- Claro senhorita. Se assente que vou servi-la – assenti com os olhos e fui até uma das mesas, o lugar estava com metade das mesas ocupadas, aparentemente ali já era um lugar turístico, conseguia ouvir muitos casais e famílias conversando, entre as conversas eufóricas, citavam o grande parque provençal de Taebaeksan e as grandes e famosas montanhas! Apoiei meu rosto na mão enquanto avistava a vegetação pela janela do restaurante, não demorou para meu prato ser servido.
A comida tinha o mesmo gosto caseiro da comida de minha halmeoni, uau! Sorri enquanto assoprava o prato, podia sentir que o prato foi cozido com amor e cuidado. Até mesmo meus dedos gelados se aqueceram com aquela refeição bem preparada. Ao terminar fui novamente até a senhora para acertar minha conta e me informar mais.
- Senhora, tem alguma pousada por aqui?
- Com certeza tem. Não nós, mas.. – ela sorriu – Um pouco mais a frente você irá encontrar uns chalés, tem lareira e são bem quentinhos.
- Agradeço muito. – Eu até me estranhei por tamanha simplicidade que estava parecendo me apoderar, talvez aquela viagem já tivesse surgindo algum efeito positivo. Sem pensar duas vezes no assunto eu entrei no carro e fui até os famosos chalés! Céus, a vista atrás dos chalés dava para as belas montanhas de Taebaek! Era de tirar o folego! As pequenas "casinhas" de madeiras com telhados em formato de 'V' ao contrário, nunca pareceram tão convidativas para mim que estava cansada de tanto dirigir, seis horas era muito tempo. Fui até a recepção do local e abri um sorriso ao saber que tinha um chalé disponível para mim.
Segui o senhor até o meu chalé onde foi entregue a chave. Assenti e finalmente entrei no lugar me admirando com a beleza singela dali. Tudo era de madeira, o chão, as paredes, os móveis. Havia um cheiro suave de lavanda pelo lugar, o aroma era envolvente e cativante. Em sua simples decoração, haviam flores no grande cômodo. Uma cama, um guarda roupa, uma televisão, uma mesinha, um frigobar, uma lareira elétrica, a suíte e a varanda na parte de trás. Quando abri a porta balcão da varanda me encontrei com a linda vista das montanhas, a área era coberta e podia ser fechada por vidros, além disso.. havia um sofá ali para se apreciar a vista. Respirei fundo naquele momento grata por ter tomado aquela atitude impensada, quando na minha vida cogitei ir para TaeBaek? Nunca. O vento que me levou até ali foi muito generoso. Senti o meu interior mais calmo ao estar naquele lugar. Voltei os meus passos encarando a suíte, havia uma banheira de hidromassagem ali e era muito aconchegante, a decoração era rústica daquele lugar, mas ainda assim sofisticada, o que justiçava o preço que eu paguei ali. Sem pensar muito me voltei até a cama que carregava um edredom e um cobertor quente o suficiente para dormir por horas e horas. Como eu estava cansada e de barriga cheia... tirei o meu casaco, a boina e fui entrando naquela cama. Segundo meu relógio de pulso era duas horas da tarde, iria finalmente tirar uma soneca após o almoço e não tinha previsão para acordar, até porque... não tinha mais nenhum compromisso naquele dia!
Quando se está cansada e com sono, o tempo parece passar mais rápido que o normal. Ao abrir meus olhos preguiçosos encarei o relógio, já era dezessete e trinta da tarde. Nunca me senti tão aconchegante antes, levei mais uns quinze minutos ali virando de um lado para o outro tomando coragem para sair dali. Quando consegui finalmente, fui andando novamente pelo cômodo e encontrei em cima da mesinha um guia com as atrações turísticas do lugar. Passei a mão pelos meus longos fios de cabelo e fixei os olhos em algo improvável, 'Yongyeon Cave', uma belíssima e grande caverna que podia ser visitada até as vinte horas da noite. Respirei fundo naquele momento, já tinha uma atração para ir naquele início de noite.
Peguei um dos salgadinhos que havia trazido e fui até o início do parque provençal. Havia guias por todos os lugares então agradeci mentalmente, eu era um dente de leão que seria levado pelo vento, mas se esse vento fosse um guia turístico bem qualificado, seria melhor ainda.
Levei a minha câmera fotográfica como uma alternativa para não precisar ligar meu celular, nunca pensei que a natureza pudesse ser tão bela! Não que eu não gostasse dela, mas estava acostumada a ser cercada pelos arranha-céus da cidade grande, garota tola, tsk! Olha só o que eu poderia estar perdendo! Sorri ao bater mais uma foto. Fiz todo o trajeto em grupo mesmo estando "sozinha", foi realmente bom! Sentia-me quase que renovada após aquele sono revigorante e.. ao entrar naquela caverna de tirar o fôlego. Fui sair daquele parque era mais de vinte horas. A fome me apertava o estômago novamente e optei por ir para o centro de Taebaek. Peguei o meu carro e finalmente fui conhecer o que a noite daquele lugar poderia me proporcionar.
A noite ali estava cheia, mas de forma moderada. O centro de Taebaek me fez usar bastante minhas pernas, havia algumas atrações abertas como um museu e vários restaurantes e lojinhas. Me senti alguém tão comum naquele lugar, não sentia os olhos queimando sobre mim e nenhum tipo de desconforto, até mesmo comprei uma echarpe nas lojinhas – mesmo supondo que não iria usa-la – comprei mais como uma lembrança que queria ter daquele lugar, era algo tão inusitado que precisava ser lembrado com itens e muitas fotos. Selfies por todos os lugares e um jantar delicioso concluíram a minha noite. Quando voltei para o chalé, tive o meu merecido banho de banheira, ah... como era bom aquilo! Era como se eu não tivesse problemas para resolver em minha vida. Tentei esvaziar minha mente completamente. Após ficar ali me deitei novamente com a televisão ligada, tentei achar um filme e me deparei com o clássico 'Bonequinha de luxo', ou como passou na legenda... o original Breakfast at Tiffany's. Já tinha assistido aquele filme numa outra vez, a anos atrás, de alguma forma eu me sentia como a própria Holly Golightly, mesmo tendo tudo... era como se me faltasse algo! É como se não fosse suficiente, o sucesso, o poder, as conquistas, os status, o relacionamento fracassado, o orgulho, t-tudo isso parecia conspirar contra mim! Apertei o edredom sobre meu corpo já de pijama e continuei com os olhos fitos na televisão até que o sono me embargasse, queria aproveitar bem o dia seguinte, provavelmente ficaria por ali mesmo, já que... seriam seis horas de viagem só para voltar para a minha confusa realidade.
...
Na manhã seguinte – por ter ido dormir cedo – acordei naturalmente as sete e meia da manhã. Fui para o refeitório dos próprios chalés tomar o meu farto café. Aquele dia estava ensolarado fazendo um contraste bonito com o anterior. O calor ia aumentando com o passar que as horas prosseguiam. Quando deu oito e quarenta e cinco minutos, eu voltei ao chalé cogitando um passeio improvável que me chamava atenção naquele folheto, o parque aquático.
Novamente fui para o centro de Taebaek, desta vez, já vestida por baixo da minha roupa o meu biquíni. Estava vinte e seis graus, o que era considerado quente pra mim. O sol brilhava sem o empecilho das nuvens, ajeitei meu óculos escuro e sai do carro colocando o meu chapéu na cabeça. Agradeci pelo fato do parque aquático estar praticamente vazio, até porque... aquela era só uma terça feira normal, sentia como se todos os seres humanos normais estivessem trabalhando e estudando, enquanto eu... tentava fugir daquilo tudo por pelo menos daquela vez. Ah, não poderia ter sido melhor!
Passei a minha manhã inteira ali. Tomei um banho de piscina, depois um banho de sol, passei na sauna por algum motivo que ainda não sei e por fim me despedi daquele lugar. Pensei em almoçar por ali mesmo, mas eu não era alguém tão chegada em piscina, sentia que havia ficado tempo suficiente ali. Voltei para o chalé e então tomei um bom banho, lavei meu cabelo com bastante atenção e passado alguns minutos eu me troquei. Já estava na hora do almoço, na verdade... já estava quase passando, ia dar catorze horas! Respirei fundo pensando aonde almoçar, foi quando me lembrei do restaurante que comi no dia anterior. Lembrei-me daquela senhora e da comida nostálgica que ela servia, sorri um pouco ao me lembrar da sensação e então me decidi, iria para lá. Não me importei em secar o meu cabelo com secador, estava um clima quente e agradável, usava apernas um short e uma camiseta mais folgada em cima, entrei novamente no carro e iria me alimentar, o que fazer depois? Não fazia a mínima ideia.
Quando adentrei o restaurante, logo os olhos daquela senhora no balcão me fitaram, e-era estranho, mas ela pareceu sorrir ao me ver novamente ali.
- Que ótimo vê-la mais uma vez! – a senhora secou a mão no pano de prato e eu me aproximei do balcão. – Está gostando da estadia aqui?
- Sim, está tudo perfeito. – disse suspirando e olhei em volta a procura de algum lugar para sentar, h-havia um lugar um pouco mais a frente, contudo... ao olhar novamente para o balcão, achei que ali seria uma boa opção. – Tudo bem se eu almoçar aqui? – perguntei me sentando de frente para ela.
- Imagina, fique a vontade, moça bonita – seu sorriso simpático me fez sorrir também. Me acomodei naquela banqueta e olhei para o lado de dentro do balcão pensativa – Vai querer o mesmo de ontem?
- Hum, não, eu quero um Kkotgetang. – disse balançando as pernas ali embaixo.
- Claro, já vou trazer pra senhorita. – Ela assentiu e eu fiz da mesma forma, ao abaixar o olhar pude ver um nome no avental que ela usava.. 'Narim'... seria o nome dela? Era estranho aquilo, mas mesmo assim ela parecia alguém legal para se ter uma conversa.
- Com licença... – quando ela passou de novo eu lhe chamei atenção – É Narim o nome da senhora? – a mulher sorriu e encarou o avental.
- Sim, pequena – Assentiu e eu concordei. – Está tudo bem?
- Na verdade, eu não sei! – sorri de forma sincera e passei a língua nos lábios, senti que o olhar da senhora mudou um pouco, ela se aproximou do balcão com o semblante preocupado e eu me culpei por estar lhe importunando com coisas minhas. – Mas não se preocupe, Sra. Narim... não quero te atrapalhar.
- E por acaso eu disse que atrapalha? – disse num leve tom de repreensão, mas eu concordei com a cabeça, a mulher se afastou um pouco e voltou com o prato que eu havia pedido, colocou-o em minha frente e eu vi seu semblante fito no meio da fumaça que exalava de minha comida. – O que aflige uma jovem tão bonita como você?
- ... – eu sorri minimamente nem sabendo por onde começar – Eu me apaixonei pelo melhor amigo do meu namorado e agora ele terminou comigo. – tentei resumir tudo numa frase, mesmo sendo bem mais complexo que só isso.
- Oh.. – ela demonstrou interesse no assunto. – E você ainda sente algo pelo seu namorado?
- ... bem, não o amo mais... na verdade eu ia terminar com ele ontem, dai ele veio e terminou comigo antes me contando que estava se "re-apaixonando" por outra pessoa. – dei de ombros e assoprei o meu prato dando a primeira abocanhada. – Eu estava preocupada com tudo isso.. com ele, mas sinto que todo o meu cuidado foi em vão.
- Então por que está se reprimindo? – Sra. Narim parecia querer entender.
- E-eu não sou uma pessoa fácil de se relacionar. – ri fraco, com certa tristeza – Nunca tive um relacionamento tão longo quanto esse e o Taehyung é o melhor amigo do Bogum. – Percebi que a mulher se sentou na minha frente – Já estraguei tudo com o Bogum e... não sei, tenho medo de cometer o mesmo erro com o Taehyung e ainda estragar a amizade deles. – falei e respirei fundo encarando os olhos maduros da senhora a minha frente. – O Taehyung não merece perder o tempo dele com uma mulher como eu, é isso o que eu sinto.
- Ele é tão bom assim?
- Sim e não. – ri de soslaio comendo mais um pouco e pensando. – Ele é um mulherengo! – revirei os olhos – Eu queria poder culpa-lo de ficar com outras mulheres, mas até então eu estava com o meu namorado então...
- Estão empatados. – ela concluiu e eu sorri.
- Acho que sim. – comi mais um pouco daquela comida deliciosa. – Ele se acha um pouco também, ele tem um jeito imponente e forte, já batemos muito de frente. – suspirei me lembrando de alguns momentos – Mas mesmo assim ele ainda é melhor do que eu.
- Mas quem disse que você precisa ser perfeita ou melhor do que ele?
- Não sei, Sra. Narim. – a olhei fazendo um pequeno bico – Mas tenho medo de decepciona-lo, de machucar ele e me machucar também.
- Sei... – ela disse com um pequeno sorrisinho – Mas me diz uma coisa, esse Taehyung... – eu a olhei nos olhos esperando sua conclusão – Você sabe se ele realmente gosta de você? – a pergunta dela fez com que meus lábios se abrissem – Sabe o que ele sente por você?
- Eu tenho noventa e nove por cento de certeza que ele gosta de mim sim.
- Se ele se apaixonou por você mesmo você sendo esse ser humano tão mal e perverso, como pode achar que não é digna de tentar?
- S-sra. Narim! – Disse atônita e encarei o meu prato de comida.
- Escute os conselhos de quem já passou por algo parecido, minha filha... – sua voz vivida fez eu engolir a seco, sentindo o meu coração palpitar mais rápido – Se for para se arrepender, que seja por ter tentado e falhado. – A senhora olhava dentro de meus olhos, s-sentia meus lábios um tanto trêmulos – É muito confortável não arriscar, mas o preço do arrependimento por nunca saber se ia ou não dar certo, não vale a pena!
- E-ele também é meu funcionário – soltei um outro detalhe importante – Conforme as regras não podemos nos relacionar.
- E quem fez essas regras? – ela franziu levemente o olhar como se me repreendesse. Eu vi um filme se passar em minha cabeça, fui abaixando lentamente o olhar até voltar a encarar o meu prato de comida. Senti meu âmago se contorcer e uma energia alarmar meu corpo de dentro pra fora.
- e... eu faço as regras! – disse mais para mim mesma e a senhora sorriu. Olhei um tanto perdida para ela e sorri, rapidamente me voltei para o meu prato o comendo de forma rápida, me foquei ali para terminar logo aquela refeição. Por Deus, como eu podia ser tão tola? O que eu tinha a perder? A única coisa que eu tinha a perder caso continuasse moscando seria a minha própria felicidade e isso... eu não poderia me dar ao luxo de deixar escapar entre os meus dedos. – A senhora é um anjo, Sra. Narim. – disse pondo o guardanapo na boca, por ela estar um pouco cheia. A senhora sorriu com a boca e os olhos.
- Menina, se o seu emocional não tá bem, é quase como um efeito dominó. – Me olhou de forma amável e eu concordei. – Se os dois se amam e podem ficar juntos, não se martirize, mas faça acontecer!
- T..Tem toda a razão. – disse engolindo e sorri. – Eu vou fazer isso agora mesmo. – Nunca comi tão rapidamente um alimento. Eu ainda não tinha entendido por que o vento havia me levado para Taebaek, mas agora eu conseguia entender! Eu precisava ouvir aquelas palavras, o peso de ouvi-las de uma senhora que me lembrava a minha avó fez tudo ter ainda mais significado. A-agora eu entendia tudo, eu era um dente de leão preste a retornar para o seu verdadeiro lar e finalmente... tomar a atitude mais arriscada e ainda assim, a mais certeira de todas!
...
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