A dama de preto
Preciso confessar que consegui ter uma ótima noite de sono do sábado para o domingo, entretanto ao acordar... minha mente continuou a meditar na decisão que eu iria levar para Park Bogum naquele jantar a noite. Seria A decisão! Seria um recomeço ou um desfecho, estava em nossas mãos! Meu interior já conseguia deduzir qual seria a opinião de meu namorado a respeito daquele assunto, contudo... eu sabia que a minha opinião iria prevalecer, Bogum sempre foi cavalheiro e eu estava crente que até neste momento ele também iria ser.
Terminei de por o meu brinco e me olhei em frente o espelho, estava com um vestido preto, em cima um sobretudo preto e nos pés um escarpam nude. Passei um leve gloss nos lábios e fui até a sala, aquelas três fotos nossas ainda estavam ali, querendo ponderar meus pensamentos. Respirei fundo e peguei a minha bolsa saindo dali, o tempo já havia se esgotado, a ampulheta já se encontrava sem areia e não podia me dar mais ao luxo de refletir. Poderia estar fazendo uma burrada com meus sentimentos ou não. Iria fazer aquilo!
Pensei que iria ser a primeira a chegar naquele restaurante, contudo me enganei. Quando o avistei ali, bonito e ereto em sua cadeira, dei uma leve travada no corredor. Seus olhos logo me fitaram e eu voltei a caminhar com a bolsa na frente de meu corpo, a segurando em mãos.
- Boa noite, Gummie. – disse de modo calmo ainda de pé, ao me chegar em nossa mesa já reservada.
- Está linda, Joo. – ele sorriu um pouco com aquele ar sincero e eu me sentei de frente para ele, naquela mesa redonda, do tamanho suficiente para duas pessoas. – Eu já fiz o pedido pra nós dois.
- Sério? Que bom. – sorri, mesmo estando ansiosa por dentro.
- Pedi lagosta e suco de melancia para você. – Disse apontando para o copo que já estava ali com o suco. Olhei para o objeto e um sorriso franco escapou de meus lábios. Meu prato favorito e meu suco favorito. Estaria tentando me agradar ou seria pura gentileza? Franzi levemente os olhos sobre ele desconfiada.
- Está tentando me amolecer? – Perguntei sincera, mas ainda assim com um semblante calmo e sereno no rosto.
- Longe de mim. – Ergueu as mãos como se se rendesse. – Também estou com vontade de comer e beber essas coisas hoje.
- Hum... uma boa pedida a propósito. – Disse soltando o ar entre os dentes e rapidamente fomos servidos, era um restaurante já frequentado por nós dois, amávamos a lagosta daquele lugar, comer ali chegava a dar uma sensação nostálgica! Tanto eu quanto ele entendemos que deveríamos comer primeiro para depois chegar ao assunto principal da noite.
- Como foi sua viagem? – Perguntei no meio da refeição e Bogum levantou o olhar para mim. Percebi certo estranhamento pela sua feição, mas não o culpei, eu por vezes dava-lhe a entender que sua semana e seus dias não eram tão importantes a ponto de serem perguntados, o que na verdade era apenas um descuido egoísta de minha parte. – Deu tudo certo? – continuei.
- Sim, foram dias trabalhosos, mas agradáveis. – Concluiu com um rápido sorriso voltando a comer. Naquele instante eu assenti e continuei com minha refeição assim como ele. – E os seus?
- Muito trabalho, como sempre. – disse sem muito rodeio. Realmente havia trabalhado muito naquela semana, pelo menos minha mente não ficou desocupada ao ponto de pensar demais e pensar besteira.
Assim como já sabíamos, o alimento estava delicioso. Ah, eu podia comer toda a semana naquele lugar que simplesmente não me cansava. Deixei o meu paladar trabalhar enquanto me concentrava no alimento a minha frente. Contudo, tudo o que é bom dura pouco – como já se diz o ditado.
- Quer uma sobremesa? – Bogum perguntou educadamente me fazendo negar com a cabeça.
- Não, estou bem. – Se eu tentasse digerir um doce, era possível que meu estômago remoesse-o, o jogando para fora.
- Sendo assim... – Bogum respirou fundo naquele momento como se não tivesse outra escolha a não ser tocar naquele assunto. Entreolhei a janela de vidro ao meu lado entendendo em meu pensamento que havia chegado a hora. – Vamos ao assunto.
- Sim, Bogum, eu...
- Joohyun. – sutilmente ele me cortou, deixando-me os lábios entre abertos, pronto para emendar as palavras. – Se me permite, eu gostaria de começar. – Ergueu levemente o olhar como se quisesse a compreensão de minha parte. Fiquei um tanto pensativa sobre aquilo, mas 'okay'.
- Está bem.. se é isso o que o prefere.. – Sorri de modo fraco, seu olhar era centrado e fito ao meu. Engoli a seco imaginando mil coisas que poderiam sair daqueles lábios. Já imaginava internamente o que iria falar como réplica de seus comentários, eu estava pronta para ouvir suas palavras.
- Estou terminando com você.
- O-O quê? – Oi? - ... – um riso um tanto esnobe, surpreso e perplexo fugiu de mim. Park Bogum estava o que? – Eu não..
- Desculpe falar desse jeito, mas não queria enrolar também – ele sorriu um tanto sem graça olhando para a mesa enquanto eu o olhava estarrecida! C-como assim? O cara que praticamente implorou para eu não terminar com ele e pediu esse tempo para eu reconsiderar a ideia estava... t-terminando comigo? ELE ESTAVA TERMINANDO COMIGO! Isso não fazia o menor sentido. Minha mente entrou em pane! E-estava tão estupefata que percebi naquele momento que minha boca estava aberta, então eu a fechei. – Joohyun, eu pensei bastante nessa semana e algumas coisas mudaram e outras esclareceram. – eu pisquei dura para ele – Eu realmente pensei que poderia continuar isso, mas pelo jeito não é só você que mudou com o tempo.
- n-não to entendendo... – eu mal conseguia verbalizar. Por um instante abri bem as orbes só pra não ter certeza que poderia ficar tonta e cair daquela cadeira.
- Além de você não demonstrar mais o mesmo sentimento de antes, eu não quero ser injusto com você. – eu neguei com a cabeça me sentindo a mais trouxa de todos naquele momento. "Por que me fez agonizar por uma semana pra depois terminar comigo, desgraça?" – Acho que estou começando a me interessar por outra pessoa.
- Ou-tra... – eu levantei levemente a mão a meneando sob o meu rosto, era uma pegadinha? Uma vingança? – pessoa?
- É... – ele riu de forma um pouco receosa e voltou a me olhar nos olhos – Eu meio que namorei com ela a uns tempos atrás... a Hye Kyo.
- Ta me zuando.
- Não, estou falando sério! – Disse com firmeza e eu franzi as vistas – depois que voltamos a trabalhar juntos... bem – ele desviou o olhar um pouco sem graça – acho que o sentimento voltou!
- Ok, então... – eu respirei fundo tentando não surtar naquele momento – enquanto eu me senti culpada por ter beijado seu amigo, você voltou a trabalhar com a sua EX-NAMORADA a beijando por vários momentos na filmagem e reconsiderando seus sentimentos por ela?
- ah... – ele piscou um pouco chocado pela minha colocação – m-mais ou menos isso.
- Não estou acreditando nisso. – coloquei a mão no cenho sentindo a cabeça começar a doer – Além disso, me fez aguardar uma semana para VOCÊ vir e terminar comigo? – estava feito, cacete! Eu estava ferida! N-não meus sentimentos, mas... o-o meu orgulho!
- Eu... p-pensei que você queria terminar comigo. – alegou encolhendo um pouco os braços.
- E eu vim pra terminar com você! – disse séria e com a voz um pouco alterada! Aigo eu não estava acreditando! Me senti uma idiota naquela semana – Você me fez reconsiderar um monte de coisas nessa semana, fazendo ficar doloroso para mim ao pensar que você iria sofrer com essa decisão, mas você ta pouco se lixando Bogum.
- Olhe Irene... – ele respirou fundo a medida que minhas orbes tremiam de maneira nervosa sobre ele e aquele cenário – Eu não trai você! – engoli a seco olhando para baixo – Todos os beijos que trocamos foi em frente as câmeras, mas isso não pode impedir o meu coração de sentir coisas por ela!
- ... – bufei e cruzei os braços olhando novamente pela janela. Por toda a minha vida eu nunca levei um fora de um cara, ninguém nunca terminou comigo, ninguém nunca terminou um relacionamento comigo, era sempre eu que ia e terminava! Era pra isso ter acontecido uma semana atrás, mas Bogum me fez perder tempo e ainda ganhou a vantagem que precisava para sair de forma superior nessa história e terminar comigo! EU IA TERMINAR, agora já era! Ele não me deixou falar e jogou o nosso relacionamento em cima da mesa terminando daquele jeito, tirando completamente aquele poder de minhas mãos. Ele roubou aquela chance por duas vezes, semana passada e naquele momento. – T-tudo bem. – a-assenti com a voz meio tremula. Juntei as mãos por baixo da cadeira entrelaçando meus dedos gelados. Como se uma forte coceira me invadisse eu peguei a minha bolsa. – Seja muito feliz com a sua atriz, está terminado. – olhei rapidamente em seus olhos e me levantei de lá sentindo a garganta apertar de raiva. Eu era alguém orgulhosa? Sim e muito. Percebi que ele continuou no mesmo lugar, até por que... ele não tinha motivos para vir atrás de mim. Ele terminou comigo, aish... comprimi os lábios agoniada e irritada por aquele papel que Bogum me fez passar e então apertei os passos por aquela rua. Pensei em ir pro meu carro, mas mudei a minha direção para um bar que ficava um pouco mais a frente. Estava 'cagando e andando', havia acabado de levar um fora, meu primeiro fora... precisava beber!
...
TAEHYUNG POV
Lá estava eu, naquela imaginária e viciante 'caixinha do nada'. Especialistas dizem que ela é acessada pelos homens praticamente todos os dias, naquele momento em que eles querem apenas desligar suas mentes deixando seus corpos em piloto automático. Não fazia ideia de quantos botões já havia apertado naquele controle remoto e nada que se passava na televisão me interessava. Pois é, desliguei a minha mente só para não continuar pensando naquilo. Suspirei ao falhar na minha missão e pensar no jantar que Bogum e Joohyun deveriam estar tendo ainda naquele momento. Olhei no relógio e marcava quase vinte e duas horas, estava de pijama na minha sala fazendo vários nadas. Não tinha ideia do que eles iriam decidir e nem se ao menos, a decisão deles iria me afetar de alguma forma... já que... Joohyun era tão firme em suas opiniões quanto uma rocha fincada no chão.
O toque do meu celular me tirou de meus pensamentos. Pude ver a tela se acender em cima da estante onde ele estava, ainda com preguiça me levantei do sofá indo até meu aparelho. Estranhei ao ver o nome na tela.
- Joy?
- Não, é a miss korea. – disse num tom de riso e ironia, mas ainda assim a sua voz parecia estar afoita.
- Que é isso? Ta bebendo em pleno domingo agora? – tentei descontrair, mas não deu certo.
- Na verdade eu não, mas a Irene está.
- Que história é essa, Soo? – Eu quase congelei naquele momento com o celular no ouvido. – O que aconteceu?
- Acho que ela e o Bogum terminaram.
- Aonde ela está?
- Está na rua da empresa. – ela dizia e eu conseguia ouvir um barulho de vento passar pelo telefone – Ela saiu daquele restaurante chique e depois o Bogum, só que ao invés dela ir pro carro, ela andou um quarteirão e entrou num bar aqui próximo.
- Espere aí. – Não consegui segurar a vontade de rir – Você está espionando?
- Mas é claro que sim! – disse óbvia e eu revirei os olhos me direcionando para o meu quarto. – Além de ser minha chefe a Joohyun é minha amiga, eu me preocupo com ela, não ia deixar esse jantar acontecer sem saber se ela ao menos ia chegar em casa em segurança.
- Ela está a quanto tempo no bar? – perguntei abrindo meu guarda roupa.
- Faz mais de meia hora, uns quarenta minutos.
- E você está com ela? – Tirei uma calça e uma jaqueta dali.
- Não, estou do outro lado da rua pra não chamar a atenção.
- Como sabe que ela está bêbada? – ainda não estava conseguindo digerir aquilo.
- Bem, ela está caída no balcão! – disse com a entonação óbvia. Rapidamente comecei a me despir ainda no telefone. – Sóbria a unnie não deve estar.
- Aish Joy... – me cambaleei e me sentei na cama para antecipar o processo.
- Eu até que pegaria ela pra levar pra casa, mas estou sem carro e não sei se dou conta da minha chefe bêbada! – Pediu arrego e eu sorri mais despreocupado.
- Tudo bem, Soo. – tentei acalma-la – mande a localização do bar no meu celular que já estou indo pra aí.
- Ah, ótimo! – exclamou mais feliz. – Venha logo garanhão. Vamos te esperar. – Joy desligou o telefone e eu finalmente terminei de me trocar. Minha mente processava aquelas informações enquanto fazia tudo de maneira rápida. Se Joohyun foi pra um lugar e Bogum para o outro, logo eles terminaram, era tudo o que fazia sentido para mim naquela hora.
...
- Mas por que está plantada aqui? – Joy deu um pulo assim que eu a abordei na porta do bar. A garota que estava com uma boina marrom na cabeça levou a mão na direção do coração.
- Cara, pra que fazer isso? – ela balançou a cabeça sem entender me fitando.
- Por que ta aqui fora?
- Ah... Tae, ela está bêbada! – Joy levantou os ombros um pouco incerta. – Não sabia se era seguro me aproximar sozinha então só fiquei de olho para ninguém se aproximar dela.
- E deu certo?
- Expulsei uns três caras, mas... ela parece nem ter notado isso também. – Colocou a mão pra dentro do casaco e eu respirei fundo entrando. Quando passei pela porta, logo meus olhos encontraram ela ali. Seus cabelos castanhos escuros repousados sobre aquele balcão junto com seu rosto e tronco. Ela estava com a cabeça virada para o outro lado e então, eu e Sooyoung fomos nos aproximando, dando a volta na mesma para fitar seu rosto.
- humm.. – ela resmungou com os olhos quase fechados, estreitou as vistas como se mentalizasse algo estranho na minha cara e na de Joy. - .. vo..vocês
- O-o que você falou? – Joy se aproximou com receio do rosto dela e Irene balançou levemente o rosto avistando nós dois.
- vocês.. estão juntos. – disse baixo, mas não tão baixo assim.
- É Joohyun, viemos te buscar. – Disse de modo simples esperando que ela me entendesse. Naquele instante para o meu azar, ela começou a mover o seu tronco de cima do balcão tendo uma baita cara de 'raiva e ranço', insatisfação ou algo do tipo.
- Os dois... e-estavam – *eewk* soluçou – tran..sando?? – perguntou com o dedo indicador apontado pra nós dois. Dedo que dançava de mim para Joy, completamente sem equilíbrio. N-não consegui esconder o riso cômico que me invadiu. Se pudesse... Joohyun poderia nos pulverizar com aquele dedo pequeno caso a resposta fosse afirmativa. - *eewk*?
- Aish, isso que dá beber. – Ver ela daquela forma me deu um nó na garganta, acabei rindo, mas não era divertido vê-la naquela situação. – Vamos, já está passando vergonha já.
- Nã-o... me res - *eewk* - ponderam.
- Ai unnie... - Joy sorriu achando aquilo constrangedor e meio engraçado, mesmo a situação sendo um tanto chata. – Não estamos transando, tá?! – A garota pegou um dos braços da chefe passando sobre o ombro dela e eu olhei para as duas mulheres. Sabia nem o que pensar naquela situação. Passei o braço de Joohyun por cima do meu ombro e peguei em sua cintura a apoiando na hora de andar. Por fim Joy a soltou, ela foi dando passos banzos se segurando em mim como seu apoio, ela abria os olhos e fechava-os de novo, parecia sonolenta e frustrada. – Irene-ssi... – Joy insistiu e a mais velha olhou para ela, como se atendesse ao seu chamado, soltando mais um soluço no meio do percurso até o carro dela – Por que bebeu tanto assim? – a assistente parecia visivelmente preocupada com a outra, o que era verdade.
- Bo-gum... – disse fazendo um bico na cara – e-ele.. – engoliu a seco para continuar a falar – Termi..nou – mesmo bêbada Irene revirou os olhos e eu entreolhava a rua e a mulher pendurada em mim. – me *eewk* dispensou.. – sorriu fraco e então eu e Joy nos estreolhamos, a assistente deu um sorriso triste fazendo um pequeno chamego no cabelo da chefe que parecia um tanto vulnerável naquele momento.
- Ai.. – eu respirei fundo praticamente soltando um grunhido abafado junto com aquela fumaça branca de minha boca – Está com a bolsa dela aí, né Soo?
- Claro, primeira coisa que eu peguei. – disse rápida.
- Procure a chave do carro dela. – Já conseguia avistar o automóvel dela poucos metros a frente – ache e me dê por favor.
- Mas... – Sooyoung quase parou de andar um pouco incerta – e o seu carro?
- O estacionamento é vinte e quatro horas, amanhã eu pego. – disse de forma simples e ela assentiu me entregando a chave. – Vem Joy, me ajude a coloca-la atrás. – a morena apertou o passo e abriu o carro, com cuidado eu fui fazendo minha adorável chefe se sentar no banco de trás, ou desabar no banco de trás, já que ela logo deitou. – Vem, eu te deixo em casa.
- Quê? – ela negou com a cabeça – tudo bem, eu pego um táxi.
- Entre logo que está frio, Sooyoung. – disse mais firme e ela me obedeceu. Assim como eu imaginava, foi rápido o percurso. Deixei Joy em sua casa e antes de dar partida de novo, eu olhei no banco de trás. Joohyun tinha um semblante tão calmo que parecia até uma criança serena dormindo. Encolhida no banco de trás. Ah Bae... está sofrendo pelo termino com o Bogum? Talvez eu tenha me iludido sobre os sentimentos dela por mim, afinal... pra ter bebido daquele jeito...?!
Sem pensar muito dei a partida e fui em direção ao apartamento dela. Em questão de minutos cheguei em frente ao seu prédio. Entrei com o carro dela diretamente pelo estacionamento no subsolo, nem precisei me identificar. Quando estacionei o carro, suspirei e dei a volta abrindo a porta de trás. – Vem Joohyun.
- humm.. a não. – ela resmungou querendo se virar para o outro lado, mas não conseguiu por conta do espaço. A olhando deitada ali, virada de ponta cabeça para mim, reparei mais uma vez no quão linda ela estava! Vestido e sobretudo preto e aquelas pernas curtas e bonitas de fora. Respirei fundo afastando uns pensamentos de minha cabeça. Seu cabelo estava um pouco bagunçado em sua testa e então passei meus dedos ali, percebi que ela sorriu mesmo de olhos fechados. Hum... estava mais que claro que Joohyun estava com zero disposição para sair daquele carro, sem ter muita alternativa eu coloquei parte do meu corpo ali dentro a sentando com cuidado. Com o olhar manhoso ela me encarou dengosa e preguiçosa... – Tae..
- Shiiu, ta tudo bem. – Sorri ao ver ela tentar se comunicar. Peguei a morena a puxando até mim, a coloquei em meu colo e sai com ela nos braços. Ela era tão pequena e delicada que cabia perfeitamente ali. Empurrei a porta do carro para fecha-la e entrei com ela ali rumo ao elevador. Joohyun mantinha cabeça apoiada em meu peito como se relaxasse em meus braços, seu semblante parecia mais calmo e tranquilo, em menos de um minuto o elevador chegou e nós entramos.
Ainda quando estava no carro já havia fuçado a bolsa da mulher e notei que ela abria a porta com um cartão também. Quando cheguei em frente ao apartamento, com cuidado passei o cartão ali e a porta se abriu, entrei com a morena em meu colo de forma lenta, seu doce perfume me invadia, deixando-me instigado a roçar o meu nariz em sua pele, mas não podia. Ela estava bêbada e precisava ser bem cuidada. Ao passar pela sala vi três fotos dela com o Bogum em cima da estante. Abaixei o olhar e finalmente entrei no quarto dela.
A mão de Irene estava apoiada em meu tronco quando a deitei em sua cama. Sua roupa estava um pouco desgrenhada, mas mesmo assim ela nem pareceu se importar, virou de lado na direção que eu estava e segurou a ponta do travesseiro. A olhando daquele jeito tantas coisas me invadiram. Eu possivelmente estava amando aquela mulher que, mesmo desimpedida, não sabia se compartilhava do mesmo sentimento que o meu.
Fui até os seus pés lhe tirando o sapato. Ela se remexeu naquele instante ficando de barriga pra cima e percebi que seu sobretudo havia um laço na frente, laço que possivelmente iria atrapalha-la pra dormir.
- Ei... Joohyun-ssi.. – disse de forma baixa para não assustá-la.
- Hum.. – grunhiu de olhos fechados.
- Eu vou tirar seu sobretudo pra dormir melhor, tá! – avisei e desfiz o laço ali, abri o sobretudo vendo melhor o decote de seu vestido preto. Céus, a vontade que eu tinha daquela mulher só aumentava a cada dia mais. Tentei me concentrar e a puxei até mim para sentá-la. Tirei um braço e depois o outro, deitei-a novamente sem aquele empecilho. A morena rolou na cama ficando de costas para mim, quase que com a polpa de seu bumbum a mostra, olhei rapidamente e desviei indo para o guarda roupa a procura de algum edredon, estava um tempo frio, ela iria se resfriar daquele jeito. Achei o que queria ali e me voltei para ela a cobrindo. Quando o edredon se abaixou sobre seu rosto, notei seu corpo se virar novamente para cima, dessa vez com os olhos querendo abrir. – Vou apagar a luz pra você dormir..
- Não.. – exclamou manhosa fazendo com que me aproximasse novamente da cama. – Não vá! – com os olhinhos marejados ela foi estendendo a mão para mim. Pisquei algumas vezes tentando digerir aquilo. Puta merda, Joohyun tinha o poder de me deixar maluco! Mesmo assim, não seria capaz de negar um pedido dela. – T-tae.. – peguei na mão frágil da morena que sorriu ao sentir meu toque em seus dedos. – Fica?- a voz rouca dela fez varias coisas diferentes me percorrer a mente, provalvemente ainda estava bêbada, mesmo assim... como poderia recusar o seu convite?
- Tudo bem, Joohyun-ah... – disse após soltar o ar em meus pulmões. – Vou dormir na sala.
- N-não.. – ela fez um biquinho pidão me olhando com aqueles olhos puxados e atraentes, negou levemente com a cabeça, apertando seus dedos sobre os meus – Fi-que.. comigo aqui? – sua voz era tão doce e convidativa que, mesmo com minha mente entrando em surto eu respirei fundo me aproximando.
- Tem certeza, Joohyun? – disse mais perto da morena com olhar preguiçoso, não queria me iludir, mas já estava me iludindo naquele momento. Irene de forma lenta, mas ainda precisa assentiu o rosto em concordância. Entre abri os lábios suspirando de forma sentida. Provavelmente fosse o álcool, mas mesmo que fosse... não ia conseguir ir contra as suas vontades.
- ainda to com frio... – apertou os lábios e com a outra mão ela contraiu seu corpo no colchão. Aigo, aquilo era loucura! Joohyun me deixava literalmente louco! Roubava a minha sanidade por completo. Sem mais objeções, ainda lhe segurando na mão um pouco fria, passei a dar a volta na cama de casal em seu quarto, era a minha primeira vez naquele lugar, sua cama grande realmente parecia perfeita para nós dois ali. Conforme andei em volta, Joohyun simplesmente não soltou a minha mão, ao contrário, suas orbes ainda que cansadas... me acompanharam até o momento que levantei o edredon me sentando ali. Soltei de sua mão para retirar o sapato e senti o corpo dela se virando na cama, provavelmente pro mesmo lado em que eu estava.
Me deitei respirando fundo naquele momento, ao olhar para ela... pude ver seus olhos me olhando, a-andando pela minha face como se ela pensasse em várias coisas simultaneamente.
-Ainda está com frio? – debaixo do mesmo edredon, ainda incerto levei a minha mão para seus cabelos, próximos aos seus olhos.
- Sim.. – sua voz foi tão clara e direta como ela própria é. Ainda a olhando de frente, me acheguei até ela e finalmente lhe cerquei com os meus braços a puxando até mim. Aquela sensação foi completamente nova! Senti seu corpo se achegar dentro do meu abraço e minha chefe praticamente colou em mim, sua temperatura realmente estava um pouco fria e trêmula, contudo... ao abraça-la fortemente ali, fui sentindo o seu corpo relaxar em meus braços. Lhe acariciei as costas tendo o rosto dela no meu peito, próximo a curvatura do meu pescoço. Sentia a sua respiração ali roçando em minha pele, até mesmo as suas pernas se entrelaçaram com as minhas naquele momento, n-na verdade... nem durante o nosso beijo me senti tão próximo de Joohyun como eu estava me sentindo naquele instante! Numa tentativa de aquece-la, ia subindo e descendo a mão sobre as costas da morena, logo fui sentindo sua temperatura ir aumentando gradativamente. Fui com uma das mãos para a nuca dela lhe afagando os cabelos, sentia o meu coração num misto de dúvida e alegria por estar ali com ela, afastei um pouco meu rosto abaixando as vistas para lhe encarar e vi o seu rosto, Joohyun estava com os olhos fechados, provavelmente voltando ao sono que desfrutava anteriormente. Como uma mulher tão forte podia ser tão delicada e vulnerável? Apertei-a com afeto em meus braços apoiando meu queixo no topo de sua cabeça e fechei os olhos. Seu suave perfume junto com o toque de suas mãos sob mim foram me embalando naturalmente num sono agradável, com ela emaranhada comigo naquela cama, de forma como eu nunca a tive antes!
[...]
JOOHYUN POV
Sentia-me super quente e confortável naquela minha cama, contudo... ao ouvir o barulho do meu despertador chato e desprezível eu fui forçada a abrir os olhos. Fui tateando o objeto sonolenta até conseguir acha-lo e desliga-lo. Quando fiz tal ato, percebi abaixo dos meus dedos um pedaço de papel. Aish, estava tão sonolenta... lembro-me de ter bebido, mas... por incrível que pareça a minha cabeça não estava doendo, somente pesada e com vontade de continuar dormindo. Me sentei em minha cama passando as vistas em volta até que olhei para baixo, ao ver que estava com o meu vestido preto, arregalei as orbes! Havia dormido com aquela roupa e tudo? Voltei-me a minha atenção para o criado mudo e vi o papel ali, s-sem pensar duas vezes peguei o mesmo sem ter ideia do que ele poderia tratar.
"Bom dia Joohyun, não queria te dar nenhum desconforto então eu saí mais cedo para não te atrapalhar" – minhas vistas ardiam de sono, mas mesmo assim eu as abri bem, só para ter certeza do que lia – Comprei uma bebida com bastante cafeína pra você, deixei em cima da mesa da sala, espero que acorde bem. Nos vemos no serviço. Seu modelo!"
Fiquei segurando o papel com as duas mãos e li aquele pequeno texto mais de umas três vezes! Taehyung... e-era o Taehyung! Engoli a seco já com as vistas bem despertas. Fechei a boca entre-aberta e passei a língua pelos lábios a medida que forçava a minha mente. Tirei o edredom de cima de meu corpo e coloquei os pés no chão. Tateei até achar o chinelo e fui saindo do quarto devagar e pensativa. Assim que entrei na sala, avistei como já prescrito, o café em cima da mesa. Era um frapuccino, gelado, do jeito que eu gostava. Teria ele se informado com a Joy? SIM! Um estalo percorreu meu cérebro, conseguia me lembrar de Taehyung e Joy saindo comigo do bar. Aish, bebi tanto assim? Com que cara chegaria na Reluv? Respirei com pesar e peguei o frapuccino levando o canudinho a boca, suguei a bebida gelada e senti uma leve refrescada na memória. Fechei os olhos e me lembrei do Taehyung me pegando no colo, nossa... e-estava estarrecida! Apoiei minha outra mão na cadeira e engoli a seco. Vinha alguns flashs em minha cabeça, entre os flashs... a sensação! Sensação de estar abraçada debaixo do edredom com o meu estimado modelo, emaranhados um no calor do outro, sentindo o seu cheiro e toque de suas mãos! Passamos aquela noite juntos?
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