★, LATE CORAÇÃO-CACHORRO
( ᴗ ̫ ᴗ ) onde remus afoga as lágrimas num barzinho depois de terminar com seu namorado e ver seu time perder a semifinal, tudo na mesma noite.
DUMP: wolfstar, br!au, rem!potiguar﹙RN﹚+ sir!paulista, término recente, jogo de futebol rem!corinthiano + sir!mengão, referência a música de velhinho bêbado, frases bregas, sofrência porém fofinho, mensagem arriscada, sirius!tatuador, altos xingamentos no twt com ortografia duvidosa do nosso rem!disléxico, reatando na chuva, nomes adaptados ao cenário nacional, tw: pet name?﹙sirius e James chamando remus de lobinho em vez de moony porque eu quis e se foda﹚
YAN © 2024
remy lendo j. green pela 2853 vez
" sincerment esperp que a pesoa que inventou q 'azar no jogo é sorte no amor' se exploda, SEMORRA e tomw bem no meio do seucu !!!!! "
﹙por @choclunar, postado a 32 minutos﹚
Remus apoia a cabeça nas mãos, num esforço hercúleo para não simplesmente cruzar os braços e dormir na mesinha de plástico. Seus ouvidos doem, a música alta na JBL é um lembrete infernal da sua situação miserável. A chuva engrossa e atravessa os furos da lona, respingando sobre seus cabelos loiros.
Matheus Fernandes e seu Coração Cachorro se tornam sua companhia nessa mesa de bar agora que Reginaldo Rossi parou de tocar, mas talvez ele ainda queira dormir no chão hoje. Caramba. E pensar que com doze anos ele dizia que chorar por música de sofrência era coisa de velho.
Ele não liga, na verdade. Desde que bateu o ponto no mercado horas atrás e abriu o placar no bets, lá dentro do ônibus, seu mundo acinzentou.
remy lendo j. green pela 2853 vez
" VSFFFAAAAAA EUNACI PRA SOFERER NESSA BOSTA, CORINTIANP NAO TEM 11111!!!!! DIA DE PAZ!!! "
﹙ por @ choclunar, postado a 4 horas ﹚
Flamengo 4 x 1 Corinthians
Remus nem lembrava que tinha jogo, e se lembrava, queria ter esquecido. Ele não era alguém com tempo para acompanhar futebol, mas fazia um esforcinho para estar por dentro do que rolava quando era seu time no campo.
Depois de descer, juntando os trocados da tarifa e quase pegando uma briga com o cobrador no processo, ele se enfiou por umas duas brenhas até o Três Vassouras. Cumprimentando os donos que lhe eram conhecidos de longa data, com um sorriso forçado. Pegou duas Itaipava, um pastel de vento e parou numa mesa mais longe, bem debaixo da lona.
O aluado vasculhava o celular dando um gole na latinha, franziu o rosto, vendo uma notificação do (recente) ex surgir na aba. Ele não tinha deixado de seguir Sirius ainda. Talvez nem fosse, eles ainda eram amigos, intrigados. Com raiva um do outro, mas amigos.
Não?
Isso era desconfortável. O licantropo fez uma careta para si mesmo, outro gole. Silenciou os status, cogitou desligar até os dados móveis, o wifi, enfiar a bosta do celular trincado no lixo. Só para não ter o perigo de fazer a besteira de olhar as postagens de Sirius.
Aquele flamenguista biscoiteiro filho d'uma égua estaria floodando o insta com postagens de vitória uma hora dessas.
Ele não vai olhar, diz para si mesmo. Os dedos vão até o pratinho plástico, procurando o por mais pastel mas só encontram o guardanapo oleoso. Morde a língua, e dá mais um gole pra tirar o gosto da massa.
JP mas não a cidade
" Boy, cê me responda que eu tô falando com as paredes não!! Na moral, lobinho, se isola não, me preocupo contigo. Come direitinho e não vai virar a noite sozinho, viussss? Tamo junto sempre. "
﹙ por @ pr0ngszz, postado a 1 hora ﹚
Tá bom, ele passou da conta. Mas não está exatamente culpado. Quer até ver como é que vai explicar pro patrão a ressaca no dia seguinte. Otário autodestrutivo. Só agora que a bebida ficou ruim, Remus lembrou que tem que cobrir hora extra amanhã porque Marlene não vai estar no mercado junto com ele.
O nariz está meio avermelhado, assim como seus olhos. Remus espirra, sentindo as gotas mais cabidas da chuva entrando dentro de sua roupa. Abraçando-se. Respira fundo e mexe nos cabelos, esfrega os olhos tentando acordar.
Com o celular descansando na mesa, ele liga de novo a tela. Só checando o horário, as letras parecem borradas e o loiro não sabe se isso se trata de sua dislexia atacando, ou efeito do álcool. Talvez ambos. Ele se esforça para cerrar os olhos e tentar absorver a informação do horário em vez de ficar verificando notificações.
Seu coração quase late de verdade quando uma notificação de WhatsApp enviada por Sirius aparece na tela dele. Em resposta a uma mensagem ofensiva e cheia de erros ortográficos que ele não se lembra de enviado, provavelmente o fez quando o cérebro alcoolizado estava no estágio de fazer merda.
Sirius mandou um áudio, lembrando que Remus odeia quando precisa ler naquela telinha pequena do smartphone. Mas ele não vai ouvir, o licantropo ainda está com o orgulho ferido. Não vai ouvir.
Não vai ouvir.
E ele está ouvindo pela segunda vez, com a saída de som junto ao ouvido como se isso ajudasse de algum modo a reduzir a cacofonia do ambiente que ele está.
"Eu sei que eu fui um idiota, tu tem todo o direito de não querer me ver nem pintado de ouro, e pá. Mas, sério, lobinho..." É ridículo como aquele chiado paulista o deixa arrepiado, como se ele não tivesse passado os últimos cinco anos ouvindo gente com sotaque esquisito e essa voz chiada desde que veio para São Paulo. É ridículo como é fácil para ele ouvir a voz arrastada do moreno dentro da cabeça dele, lembrando todas as vezes que Sirius se desgastava tentando (e falhando) imitar o jeito de Remus de falar apenas para irritá-lo.
"E tá com a muléstchia, é? Sirius ria.
E aí ele jogava um travesseiro em sua direção, 'H'ocê quem tá. Nam."
Agora aí, viu. Foda.
Remus não responde, não consegue. Não com a voz fanhosa de quem meia hora atrás estava chorando ao som de Os Nonatos, é humilhante demais. E ele é orgulhoso, quase tanto o 'Bragança'. Isso complica sua situação.
Ele percebe o telefone apitando de novo, outra notificação de seu ex.
remy lendo j. green pela 2853 vez
" sincerment esperp que a pesoa que inventou q 'azar no jogo é sorte no amor' se exploda, SEMORRA e tomw bem no meio do seucu !!!!! "
﹙por @choclunar, postado a 32 minutos﹚
Sirius CEO da associação dos góticos gostosos → em resposta a publicação de
remy lendo j. green pela 2853 vez
" Tu acha isso agora mas eu lhe provo o contrário na hora que cê quiser deixar de ser otário "
﹙ por @ blackwhores, postado a 2 minutos ﹚
Ele demora a formular a frase, as letras do tuíte parecem dançar no layout de modo escuro e o brilho baixo do aparelho dificulta o processo. Quando as sílabas fazem sentido, sua mente dá um clique de sobriedade. Péssima ideia, o ego machucado diz. Mas o coração tem argumentos bem melhores, e um deles se chama saudade. Ele não se definiria como um dependente emocional, não, tem a terapia atrasada mas isso é culpa do SUS mesmo.
Sirius não é só um ex-namorado, é seu melhor amigo. Seu primeiro amigo, primeiro relacionamento sério. Talvez uma das pessoas com quem ele mais se importa, e a lista é curta. Não é como se ele pudesse evitar, eles se amam, Remus o ama.
Ele ama esse gótico de shopping idiota, que entrou na PUC junto dele só para largar tudo no terceiro período e abrir um estúdio de tatuagem (cujo ele foi o primeiro cliente, melhor dizendo, cobaia viva. Até porque Sirius não cobrou pela silhueta de lua em seu pulso.), que cozinha muito mal e deixa o apartamento universitário fedendo a fumaça por semanas, que sempre tem uma piada na pior hora possível e domina o banheiro por tempo demais na sua rotina de skin care.
Ama seus abraços e a sensação de se deitar no sofá por cima dele, num fim de semana preguiçoso maratonando filmes do Adam Slander comendo besteira. Ama seus beijos porque ele não reclama do gosto de cigarro em seus lábios, não quando seu pulmão está tão comprometido quanto o do próprio loiro.
Remus ama Sirius como ama o nascer do sol, seu time sofredor, as chuvas de verão e chocolate amargo, são peças fundamentais de sua vida.
Ele está pensando em como digitar uma reposta, ou até mesmo ligar para ele, mas é afastado de seu raciocínio quando uma bicicleta sobe a encosta da rua indo contra o fluxo da chuva. Água respinga em sua direção e ele ergue o olhar irritado para o ciclista, até notar quem é o outro maluco tomando chuva no meio da noite.
E seu sorriso se abre contra a própria vontade. Os olhos castanhos brilham, talvez seja a Itaipava, a chuva, a emoção besta falando mais alto.
— Valha. — Ele riu, afastando os cabelos molhados que grudavam no rosto. O tecido da camisa pesado de água, colando na pele do moreno e definindo seus traços. Sendo sincero, Remus gostou da visão. — A moto lhe traiu, foi?
— Nem, só achei que ia ser mais romântico gastar duas horas pedalando atrás de você.
— (tá) Cá a muléstia.
Foi a vez de Sirius de rir.
— Devo tá mesmo, viu. — Sirius não deveria estar encarando a boca dele quando diz isso, mas não é Remus quem vai impedir a cena de se desenrolar. — Mas aí a culpa não é minha, não.
O licantropo sorri de novo, encabulado. E meio desequilibrado ainda, apoia as mãos no guidão da bicicleta para não cair das pernas. Mas o choque de seus dedos por cima das mãos mais finas de Sirius é inevitável. O moreno aproveita o toque, roçando o polegar nos dedos dele. Seus rostos se aproximam mais, a risada fraca sai de sua garganta.
— E é, é?
— É. A culpa é de um loirinho teimoso da fala bonita, que gosta de me fazer de besta e torcer pra time ruim.
Remus ri alto, dando um empurrão de leve no braço do outro. E Sirius se aproveita do gesto para soltar o guidão da bicicleta e deixar suas mãos irem para o pescoço do aluado, o puxão repentino os desequilibrando por um momento. O susto da quase queda e a frustração da briga recente se dissipando num beijo desajeitado, com gostinho de chuva.
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