Temos problemas

25. Temos problemas.



─ Engraçado, não vi sua sombra na clareira. ─ Disse em tom de provocação para Alistair.

O loiro encarava a entrada da floresta em um tipo de transe, mas saiu assim que ouviu minha voz.

A maioria das testemunhas já haviam ido embora, Vladmir e Stefan sendo os primeiros, eles estavam mais do que decepcionados com esse final.

Admito que compartilho um pouco disso também. Eu desejava muito tirar aquele sorriso esquisito dos lábios de Aro Volturi.

Quem sabe um dia.

─ Eu fiquei, não fiquei? ─ Alistair me encarou, sobre o ombro.

Me aproximei parando ao seu lado. Eu entendia como foi difícil para ele não fugir para o mais longe dos Volturi possível. Reconheço a força que ele teve que fazer para ficar, mas obviamente não perderia a oportunidade de provocá-lo.

─ Estou orgulhosa de você.

─ Haha, muito engraçado. ─ O loiro rolou os olhos.

─ Para onde pretende ir agora? ─ Perguntei após alguns segundos de silêncio.

Eu gosto dele, não só por ser um gostoso que em qualquer outra ocasião eu teria me jogado de cara, mas acho que temos certa afinidade, uma amizade, até.

─ Por aí. Ainda não sei. ─ Ele deu de ombros, me encarando de soslaio. ─ E você? Vai ficar em Forks com seu cachorrinho? ─ Provocou.

Bufei um riso, rolando os olhos.

─ Primeiro, não fale assim do Jake. Ele tem suas qualidades. ─ Defendi. Tinha que fazer algo pelo garoto pelo menos. ─ E não, eu não vou ficar em Forks, tenho um compromisso a cumprir em casa com a minha família.

─ Família. ─ Ele repetiu a palavra sem muita crença. ─ Bom, de qualquer forma, espero te ver por aí, Bruxinha.

─ Ou você pode ir me visitar em Nova Orleans. ─ Sugeriu Inari. A bruxa tirou um papel do bolso e o entregou para o vampiro. ─ Esse é o meu número, me ligue. ─ Sorri me virando, mas parei e o encarei novamente. ─ Sei que vampiros tem uma memória impecável, nem ouse usar a desculpa de que perdeu meu número para não ligar. ─ Apontei arrancando uma risada do loiro.

─ Sim, senhora.

Ri, passando por Carlisle que sorriu para mim antes de se aproximar do amigo.

─ Iria embora sem se despedir? ─ O ouvi questionar antes de entrar na casa.

Quando entrei na sala quase todos da família estavam reunidos, fora Carlisle que se despedia de Alistair e Jasper que estava dando adeus a seus amigos Peter e Charlotte.

─ Inari, ─ Edward se levantou de onde estava e se aproximou, sorrindo. ─ Não tive tempo de te agradecer por vir. Você é uma grande amiga.

Sorri, abanando a mão.

─ Sabe o quanto eu adoro uma boa briga, Eddie. ─ Dei de ombros.

─ É, eu me lembro. ─ Ele riu, mas então ficou sério novanente encarando a escada de onde Amara apareceu segundos depois.

─ Inari! ─ A morena me chamou vindo até mim. ─ Não consigo falar com a Freya, nem a Rebekah, ou o Elijah, nem o Kol. ─ Ela contou preocupada. ─ Eu até tentei ligar pro Klaus e nada.

Franzi o cenho. Entendo porque Klaus não a atenderia, mas Freya, Rebekah, Elijah e Kol?

─ Será que aconteceu algo com eles? ─ A encarei preocupada. Amara deu de ombros.

─ Eu não sei. Talvez eles só estejam ocupados, mas não tenho um bom pressentimento, Inari. ─ Amara soou meio sombria. Ela tinha essa coisa as vezes, pressentimentos.

As vezes fazia sentido, outras nem tanto.

─ Acho que chegou a hora de irmos. ─ Me virei para os Cullen.

Seth também estava entre eles e me encarou de uma forma que eu não precisava ler mentes para saber em quem ele estava pensando.

Jacob teve que ir resolver algumas coisas na reserva, e antes disso combinamos de conversar quando ele tivesse terminado suas obrigações com seu povo.

Claro que não vou embora sem me despedir dele, mas espero que ele não demore muito para vir.

─ Tia, Inari! ─ Renesmee se aproximou, me agaixei para ficar da sua altura, a encarando com um sorriso.

Ela tocou meu rosto. Você vai embora?

─ Eu tenho que ir, querida. ─ Sorrir acariciando suas bochechas rosadas. ─ Mas prometo que virei visitá-los assim que puder. Quem sabe eu não traga a Hope para conhecê-la.

Ela sorriu animada, mostrando algumas imagens do tempo em que passei aqui, deixando claro que sentiria saudades.

─ Também vou sentir saudades, querida. ─ Me aproximei, deixando um beijinho em sua bochecha, então levantei novamente.

Subi para arrumar minhas coisas e as da Amara, enquanto ela tentava comprar nossas passagens.

Meu celular vibrou no meu bolso e eu o peguei vendo o nome "Hayley" brilhar na tela. Franzi o cenho, apesar de nos darmos muito bem, a híbrida não costumava me ligar.

─ Hayley? ─ Indaguei ao atendender.

Inari? Que bom que finalmente atendeu. ─ A voz dela parecia chorosa e ao mesmo tempo continha certo alívio.

─ Você me ligou antes? Aconteceu alguma coisa? Amara e eu tentamos falar com os Mikaelson, mas nenhum deles atendeu. ─ Disparo, com um mal pressentimento crescendo em meu peito.

É uma longa história, mas em resumo o Klaus está nas mãos do Marcel e os Mikaelson estão sobre o mesmo feitiço que Dahlia usou para se ligar a Freya. ─ Hayley tentou explicar, ela estava muito nervosa. Tentei entender enquanto assimilava suas palavras. ─ Freya, Elijah, Rebekah e Kol foram envenenados, e esse foi o único jeito que a Freya achou para nos dar tempo para encontrar a cura para eles.

Eu não sabia o que dizer, sinceramente. Todos eles caíram. Assim como na profecia. Como? Até o Klaus?

Preciso da sua ajuda para encontrar a cura e um lugar seguro para a Hope. Por favor. ─ Ela implorou.

─ Não precisa nem pedir, Hayley. Eu já estava voltando para Nova Orleans de qualquer forma. ─ Suspiro passando a mão pelos cabelos. ─ Eu vou no próximo vôo.

Obrigada. ─ Ela agradeceu. ─ Vou te passar o endereço de onde pode nos encontrar para sairmos da cidade. Marcel quer a gente bem longe.

Marcel. Claro. Aquele imbecil ainda vai ter o que merece!

─ Certo, até lá. ─ Me despedi e desliguei o celular.

─ Então você ia mesmo embora sem se despedir? ─ A voz de Jacob me fez encarar a porta onde o mesmo estava parado com uma expressão de dolorosa em seu rosto.

─ Eu não ia sem me despedir. ─ Disse sinceramente.

O lobo se aproximou, segurando meus braços sem impor tanta força. Seu olhar se encontrou com o meu e a intensidade foi inegável.

─ Fique. ─ Ele pediu.

Soltei o ar, mordendo o lábio, então levei minha mão até o seu rosto, com um sorriso triste.

─ Eu não posso, Jake. Tenho que ajudar minha família. ─ Ele colocou sua mão sobre a minha.

─ Então me deixe ir com você. ─ Jacob levou minha mão aos seus lábios, deixando um beijo alí, sem desviar seus olhos castanhos do meu.

─ Não dá, Jake. Te levar para Nova Orleans já era perigoso antes, agora é impossível. ─ Meneei a cabeça em negação.

─ Eu não me importo. ─ Ele insistiu.

─ Mas eu sim. Jake, eu não fiz tudo o que fiz para te por em perigo logo depois. ─ Apontei. ─ Eu te libertei, não precisa vir comigo. Você pode ficar com a sua família, ou viajar, estudar, não sei. Fazer o que você quiser.

─ Inari...

─ Shii... ─ Levei o dedo indicador aos seus lábios, calando-o, então me aproximei, deslizando minha mão até sua nuca, aproximando nossos rostos.

Parei alí, sobre o olhar do quileute a minha frente. Podia sentir sua respiração no meu rosto e seu olhar replexo de luxúria sobre mim. Segundos depois Jacob cortou a distância entre nós, selando nossos lábios em um beijo cheio de significado.

Quando nos afastamos, já não havia muito a se falar.

─ Quero que volte pra mim. ─ O Black murmurou. ─ Mas não vou te esperar pra sempre.

Sorri, de certa forma orgulhosa.
Sabia que não havia chances de ficarmos juntos. Não nessa vida.

─ Não espero menos de você, Black. ─ Juntei nossos lábios uma última vez. ─ Tenha uma boa vida, viaje, conheça novas pessoas, novos lugares. Quem sabe em um deles a gente volte a se encontrar.

─ Obrigado. ─ Jacob disse, de repente. O encarei intrigada. ─ Você me libertou. Apesar de não ser nada mal ficar preso a você.

Eu ri. Jacob me deu um último beijo, e então se afastou.

─ Adeus, Inari. ─ O lobo murmurou antes de sair do meu quarto.

─ Adeus, Jake. ─ Sussurei sabendo que ele me ouviria.

Foi aí que me dei conta de que toda a casa deve ter ouvido nossa conversa.

─ Inari, ─ Amara me chamou. ─ Já comprei as passagens.

Balancei a cabeça, voltando a realidade.

─ Ótimo, Hayley me ligou. Temos problemas.

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