Renesmee

03. Renesmee.


─ Não. Definitivamente, não! ─ Klaus negou veemente. ─ Você não vai nos deixar para ajudar um bando de caipiras em um globo de neve insignificante!

Amara me olhou como quem diz: eu não avisei?

Suspirei tentando manter a calma.

─ Olha aqui, Niklaus... ─ Fiquei à apenas alguns centímetros de distância do mesmo, o encarando diretamente nos olhos. ─ Você não é meu dono, eu não sou um objeto. Sou um ser humano e tenho total direito de ir e vir.

─ Não quando existe uma professia ameaçando a minha família! ─ Retrucou o híbrido.

─ Bom, você falou certo: sua família. ─ Apontei, dura. Apesar de considerá-los minha família também, eu tenho que impor limites aqui. ─ Além do mais, não acho que isso vá demorar. Vocês não vão morrer se eu ficar fora por algumas semanas.

Klaus bufou, indignado.

Ouvi Amara rir baixinho ao meu lado, e pelo olhar mortal que Klaus a lançou, eu não fui a única a ouvi-la.

─ A resposta ainda é não! ─ Disse irredutível.

Foi a minha vez de bufar, mas por falta de paciência.

─ Se você não parar de agir como se mandasse em mim quem vai te matar sou eu! ─ Retruquei sem paciência. ─ Afinal, a professia também menciona que um de vocês vai cair por um amigo, certo?

Eu quase podia ouvir o ranger dos dentes dele daqui. Klaus se aproximou em passos largos, mas antes que ele me alcançasse, Elijah parou entre nós.

─ Niklaus, não seja indelicado com a Inari. ─ Murmurou o mais velho. Sempre tão cordial. ─ Caso não se lembre, Inari está aqui apenas nos fazendo um favor, e como ela mesma disse, tem todo o direito de ir e vir.

Klaus andava de um lado para o outro, até que finalmente parou e apontou para mim, porém, suas palavras eram dirigidas ao seu irmão.

─ Precisamos dela. ─ Repetiu.

─ Temos a Freya. Tenho certeza de que podemos nos virar bem sem a Inari por algumas semanas. ─ Elijah disse, convicto.

Klaus enfim se deu por vencido.

─ Ok, mas prometa que irá voltar assim que eu te ligar. ─ Exigiu o híbrido.

─ Tudo bem, eu prometo. Satisfeito?

Ele sorriu, ladino. Um daqueles sorrisos que te fazem amar o Klaus.

─ Ótimo. Tenho que ir, nos vemos assim que eu voltar! ─ Dei um "tchauzinho" para os dois Originais antes de me virar e sair.

Mal havia posto os pés na rua quando o nome "Klaus" brilhou na tela do meu celular. Eu ri, encarando a tela antes de atender.

─ Você ao menos podia esperar eu sair da cidade.

...

─ Não. Não mesmo. ─ Amara protestou na mesma hora. ─ Você não vai me deixar aqui com o Klaus. Da última vez ele quase me deixou louca!

Prendi o riso, enquanto terminava de fechar minha mala.

─ Isso não tem graça! ─ Resmumgou a morena. ─ Você ficou menos de dois dias fora da última vez e Klaus esteve a ponto de acabar com toda a minha sanidade mental!

─ Como se você tivesse alguma. ─ Debochei.

Amara rolou os olhos, então me encarou séria.

─ Eu vou com você e ponto final.

Dei de ombros.

─ Por mim tudo bem, acho que quanto mais ajuda melhor. ─ Respondo-a por fim. ─ Agora vai arrumar suas coisas, temos que nos apressar.

...

Algumas horas depois estávamos pousando em Port Angeles. Pegamos um táxi para Forks e ficamos mais uma hora no carro até que finalmente chegamos em Forks.

Rosalie já nos esperava em sua BMW.

─ Sempre tão discreta. ─ Murmurei ao entrar no carro.

Amara fez o mesmo, sentando-se no banco do carona atrás.

─ Você me conhece. ─ A loira murmurou com um sorriso.

Sorri confirmando.

─ A Amara quis vir comigo. Espero não ser um problema. ─ Comentei quando já estávamos em movimento.

─ Quanto mais ajuda melhor. ─ A loira respondeu, confirmando o que eu havia dito há horas atrás.

─ Pensei que a Alice viria me buscar. ─ Disse tentando puxar assunto, mas me arrependi quando vi a loira ficar tensa, de repente.

─ Quanto a isso... ─ Ela me olhou brevemente. ─ Alice não está conosco.

...

Alice e Jasper haviam "fugido". Pelo menos era a única explicação que os Cullen tinham para o desaparecimento da Fadinha e do Major.

Mas eu poderia jurar pelo que fosse que não fora exatamente isso que aconteceu. Alice jamais abandonaria a família em um momento tão crucial, e Jasper jamais abandonaria a Alice.

O que me leva a acreditar que havia uma explicação plausível para tudo isso.

Pouco tempo depois estávamos estacionando em frente a mansão dos Cullen.

Eu sempre gostei desse lugar, cercado pela natureza, transmitia uma paz e uma tranquilidade contagiante. Além da arquitetura maravilhosa desta casa.

─ Uau. ─ Amara murmurou ao sairmos do carro. ─ Essa casa é perfeita.

─ Tive a mesma reação quando vi pela primeira vez.

Assim que entramos na casa eu pude sentir uma energia brilhante e soube exatamente de onde vinha quando coloquei meus olhos sobre a linda garotinha que brincava com um rapaz. Um quileute, certamente um lobo.

Edward e Bella observavam a cena.

Essa que por sinal havia se tornado uma bela vampira.

Pelo que Rose havia me dito mais cedo o restante da família estava fora a procura de novas testemunhas.

─ Inari! ─ Bella sorriu ao meu ver.

─ Bella. É bom revê-la. ─ Eu disse sinceramente. ─ Mesmo que a situação não seja das melhores.

Ela acenou em concordância, então olhou para o meu lado, onde Amara estava.

─ Oh, essa é a Amara. ─ Apresentei. ─ Achei que não faria mal ter uma ajudinha a mais.

─ Isso é perfeito. Muito obrigado por vir, Inari... Amara. ─ Edward caminhou até nós com sua esposa ao seu lado. ─ Sou o Edward, prazer em conhecê-la.

─ Igualmente. ─ Amara sorriu. Isso sim é novidade. ─ A Inari falou muito sobre vocês depois do casamento.

Edward percebeu meu olhar sobre a garotinha e a chamou. O rapaz ao seu lado a trouxe para perto de nós.

─ Essa é a nossa filha, Renesmee. ─ Edward nos apresentou. ─ Renesmee, essa é a Inari, uma velha amiga.

─ Nem tão velha assim. ─ Resmunguei fazendo-os rir.

Amara bufou, sabendo exatamente que tudo o que eu tinha de novo era o corte de cabelo.

Me abaixei na altura da garotinha, sorrindo para a mesma.

─ É um prazer conhecê-la, Renesmee.

Estranhei quando a garota ergueu uma de suas mãos para tocar no meu rosto, mas assim que as imagens invadiram a minha mente entendi o motivo.

Ela era uma telepata assim como seu pai.

Renesmee me mostrou suas lembranças desde o seu nascimento até aquele momento. Era estranho me ver pelos olhos de outra pessoa e ao mesmo tempo era algo impressionante.

─ Isso é incrível. ─ Murmurei impressionada.

─ O que houve? ─ Amara perguntou, curiosa, como sempre.

─ Ela tem um dom.

Renesmee fez o mesmo com Amara, que assim como eu ficou maravilhada. Aquela garotinha era luz.

Me fez lembrar da pequena Hope.

Logo depois Edward nos apresentou o garoto que estava com a Nessie. Ele se chama Seth, e tem um tipo de ligação mágica com ela.

O laço que os unia era quase palpável.

─ Conversei com o Sam e ele...

Todos nós encaramos a porta ao mesmo tempo. Houve um misto de sentimentos quando meu olhar cruzou o da pessoa que estava ali.

Primeiro, ouve o reconhecimento; Jacob Black. Eu me lembrava dele no casamento. Depois, aquele laço invisível a olhos comuns, aquela coisa que nos unia de uma forma que eu sinceramente não sabia por em palavras.

Meu coração nunca esteve tão acelerado quanto naquele momento. Eu senti que o conhecia a séculos, mesmo sendo apenas a segunda vez que eu o via.

Não.
Não.
Não!

Isso não pode estar acontecendo comigo!

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