Química

09. Química.


Estava no sótão dando uma olhada em um dos grimórios que trouxe conosco para nos ajudar caso precisássemos entrar em um conflito físico com os Volturi.

A casa estava repleta de vampiros, então achei que aqui eu teria um pouco mais de privacidade para praticar a minha magia.

─ Uma bruxa? ─ Uma voz masculina me fez sobressaltar com o susto.

Olhei para o lado vendo um vampiro loiro de olhos escarlates, com certo deboche em sua postuda.

Tinha que admitir, ele era um gato.

Pela sua aparência deduzi que fosse Alistair, a última testemunha que Esme e Carlisle havia ido atrás.

O que quer dizer que os patriarcas da família Cullen finalmente retornaram.

─ E Carlisle insiste em dizer que não iremos lutar. ─ Bufou, irônico.

Fechei meu grimório e me virei novamente para o vampiro dando alguns passos em sua direção, mas ainda mantendo uma boa distância.

─ Lutar não é nossa intenção. ─ Disse por fim.

O loiro riu, rolando os olhos.

─ Você não conhece os Volturi, não é mesmo? ─ Questionou sarcástico.

─ Não. ─ Dei de ombros, despreocupadamente. ─ Mas acho que isso vai mudar em breve.

Peguei meu grimório e caminhei até a porta.

─ Espero te ver mais tarde com os outros, Alistair. ─ Fiz questão de ressaltar o seu nome antes de fechar a porta atrás de mim.

Tive a certeza de seus olhos estavam observando cada movimento meu.

Seria errado fletar com o vampiro mais idiota entre os "amigos" de Carlisle?

Espero que sim, adoro uma aventura.

...

Os Cullen conseguiram reunir Dezoito vampiros, o que acreditem, era um bom número considerando que os frios não costumam manter-se tão próximos de tantos da sua mesma espécie.

Alguns deles tinham dons, assim como Benjamin controlava os elementos, Zafrina tinha o dom de fazer com que qualquer um visse o que ela bem quisesse.

Ela estava usando-o em Edward.

─ Se não tivesse pegando a minha mão, poderia jurar que isso é real. ─ Edward Murmurou, olhando em volta como se tivesse vendo algo realmente incrível.

Bella também olhava em volta, mas ao contrário de Edward, ela estava mais para confusa do que maravilhada.

Observei a interação entre eles encostada em uma das arvores alí por perto. Estava esperando que Jacob viesse me buscar para irmos a reserva.

─ Eu não vejo nada. ─ Ela disse.

─ Edward, não me contou que a sua esposa é um escudo. ─ Eleazar disse.

Eleazar tem a capacidade de detectar as habilidades de outros vampiros e até mesmo humanos.

─ O que é um escudo? ─ Bella questionou confusa.

─ Os que conheci são diferentes. ─ Murmurou Edward.

─ É um talento defensivo. ─ Contou Eleazar.

─ Era por isso que eu não conseguia ler sua mente. ─ Constatou o leitor de mentes. ─ Por isso Aro não conseguiu.

─ Você tem um talento muito poderoso. ─ Eleazar a elogiou.

Foi então que Kate pegou a mão de Bella, usando seu dom, que não pareceu surtir efeito algum sobre a recém-criada.

Kate pode controlar correntes elétricas através do seu corpo.

Os vampiros aqui são bem habilidosos.

─ Ah, é. Com certeza ela é um escudo. ─ Murmurou a loira a soltando. ─ Isso ia acabar com ela.

─ Ou exageraram sobre sua voltagem. ─ Garrett a provocou.

Honestamente, a parte boa de ter tantos vampiros ao nosso redor é que boa parte deles tem seu próprio charme.

E Garrett não era muito diferente de Alistair nesse quesito.

─ Vai ver só funciona nos fracos. ─ Kate ergueu sua mão em direção ao vampiro o desafiando.

Garrett aproximou sua mão da vampira.

Observei os rostos de todos percebendo que a maioria prendia o riso.

O que definitivamente não era um bom sinal para o vampiro.

─ Garrett, não faz. ─ Carlisle o alertou.

─ Deixa ele, Carlisle. ─ Eu disse, na expectativa.

O patriarca balançou a cabeça em negação, rindo.

Foi nossa vez de rir quando Garrett aproximou seu dedo da mão de Kate e caiu de joelhos apenas um segundo depois com a dor.

Mais forte que a voltagem da Kate, havia apenas a química entre aqueles dois quando seus olhares se encontraram.

─ Você é uma mulher extraordinária. ─ Disse o vampiro, quase babando.

─ Parece que temos um vampiro masoquista por aqui. ─ Murmurei rindo.

─ Parece que temos uma bruxa sádica por aqui. ─ Olhei para o lado quase morrendo de susto ao ver Alistair alí.

─ Olha só, se você quer me matar drena logo o meu sangue, por que insiste tanto em fazer meu coração parar? ─ Resmunguei, levando a mão ao peito, na tentativa de normalizar minha respiração.

─ Não quero fazer seu coração parar... ─ Murmurou o vampiro, um pouco próximo demais pra minha sanidade mental. ─ Pelo contrário.

Abri a boca algumas vezes e fechei sem saber muito bem como respondê-lo.

─ Inari?

Me virei ao ouvir a voz de Jacob, enquanto agradecia mentalmente pelo seu time quase perfeito.

Corri para onde o lobo estava, agarrando o seu braço.

─ Você demorou. ─ Murmurei o puxando para a casa.

─ Desculpe, tive um imprevisto com um dos novos garotos da matilha. ─ Ele disse.

Seu tom de voz soou extremamente preocupado, e não era para menos.

Um dos problemas que o excesso de vampiros na cidade causou foi a transformação precoce de muitos garotos quileutes, muitos deles eram apenas crianças ou no máximo pré-adolescentes.

─ O que tava rolando entre você e aquele vampiro? ─ Jacob questionou, quando já estávamos no meu quarto.

Estava pegando minhas coisas para podermos ir até a reserva encontrar os quileutes recém-transformados.

Cocei a garganta, tentando me recompor após sua pergunta.

─ Nada. ─ Dei de ombros, sem olhá-lo.

Jacob bufou, desacreditado.

─ É sério, agora a gente pode ir, por favor? ─ Questionei colocando minha bolsa sobre o ombro.

─ Tudo bem, vamos. ─ Ele murmurou por fim, pegando a minha mão e me puxando para fora do quarto.

Encarei nossas mãos juntas sentindo aquela sensação estranha e crescente no meu estômago novamente.

Será que estou ficando doente?

...

Amara veio conosco, se o que estou pensando der certo vou precisar da sua ajuda no feitiço.

Estávamos no meio da floresta com alguns dos garotos novos.

Jacob tomou a frente, enquanto Amara e eu ficamos um pouco para trás apenas os observando.

Minha intenção ao vir aqui era apenas sentir a magia por aqui e como eu poderia me conectar a esse lugar, então tentei me concentrar nisso enquanto Jacob fazia um discurso para seus novos pupilos.

─ Vocês podem fazer um estrago e tanto. ─ Ele dizia para os garotos. ─ E é por isso que precisam controlar sua transformação. Se a sua mãe te encher o saco, não vai querer arrancar a cabeça dela.

O Black parou do nada.

─ Quem quer que seja não foi convidado. ─ Ele disse, certamente se referindo a um vampiro.

Jacob me olhou como um aviso de que iria atrás dele, apenas concordei com a cabeça se segundos depois ele explicou em um lobo enorme.

As crianças foram logo atrás.

─ Ótimo, sozinhas, no meio da floresta. ─ Amara murmurou, amarga.

─ Como se fosse nossa primeira vez. ─ Retruquei, chocando meu ombro contra o dela, que desfez sua carranca imediatamente ao se recordar da última vez que acampamos.

─ Aquela noite foi épica. ─ Amara disse saudosa.

─ Nem me fale. ─ Suspirei, nostálgica. ─ Enfim, podemos aproveitar esse tempo para firmar nossa conexão com essas terras.

Amara concordou.

Sentamos uma de frente para a outra, de mãos dadas, então fechamos os olhos nos concentrando na magia que percorria o lugar.

Em poucos segundos eu já podia senti-la fluindo por debaixo de nós. Não era muita, na verdade, ao que parecia a magia estava mais acumulada dentro dos próprios quileutes, mas aquilo iria servir perfeitamente.

─ Ok, vamos voltar. ─ Disse me levantando e ajudando a Amara a se erguer também. ─ Preciso do Jacob para o feitiço.

─ Só para o feitiço? ─ Amara me olhou maliciosa.

Rolei os olhos, puxando seu cabelo antes de sair correndo.

─ Volta aqui, você deixou cair seu lacinho de princesa, sua criança! ─ Ela gritou correndo logo atrás de mim.

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