Necessária
11. Necessária.
Quando acordei, já me encontrava no meu quarto na casa dos Cullen.
─ Finalmente acordou, Bela Adormecida. ─ Ouvi a voz de Amara ao meu lado.
Suspirei me ajeitando na cama.
Franzi o cenho ao ver Jacob dormindo em uma cadeira no canto do quarto.
Como alguém consegue dormir em um lugar tão desconfortável?
─ O que houve? ─ Indaguei diminuindo meu tom, enquanto sinalizava com os olhos para o local onde o lobo parecia dormir um sono pesado.
─ Jacob disse que você desmaiou após o feitiço. ─ Explicou. ─ Ele chegou aqui desesperado. Disse à ele que você só estava exausta pelo feitiço, e que iria ficar bem, mas ele não quis sair daqui.
Amara me olhava de forma insinuativa e eu não precisava ter o dom do Edward para saber exatamente o que ela estava pensando naquele momento.
─ É, ele é um fofo. ─ Resmunguei a contra gosto. ─ Mas não muda nada.
Ela riu, cética.
─ Tem certeza?
Encarei mais uma vez Jacob e seu semblante tranquilo enquanto dormia.
Acordado ele tinha um ar mais velho, um tanto cansado e maduro, mas ao olhá-lo alí, daquela forma eu via que ele era apenas um garoto que teve que amadurecer cedo demais.
Suspirei mais uma vez, espantando aqueles pensamentos e encarei Amara, dessa vez, séria e firme.
─ Sim. Eu tenho.
...
─ Jacob, eu estou bem, não precisa ficar me seguindo pra lá e pra cá como um cachorrinho. ─ Eu disse pela centésima vez só está tarde. ─ Estou a ponto de concordar com a Rose sobre seu apelido.
Achei que quase me sufocar em um abraço ao ver que eu estava bem e consciente seria o suficiente para que o lobinho atestasse que eu estava em perfeitas condições, mas pelo visto, não foi.
Jacob passou o dia todo no meu pé, alegando que caso eu precisasse de ajuda, ele estaria aqui.
No entanto, tenho a leve impressão de que essa é apenas mais uma desculpa para estar comigo.
Não que ele realmente precise de uma.
─ Acha minha companhia tão ruim assim? ─ Ele questionou, mais divertido do que ofendido, felizmente.
Balancei a cabeça rindo, enquanto tentava prestar atenção as informações no e-mail que Freya havia me mandado com as informações que Amara pediu outro dia.
─ Não é isso. ─ Respondi, sem encará-lo.
─ E então?
Talvez seja porque, estar com você, enquanto estou estudando um feitiço para quebrar nossa ligação mágica seja muito cruel até para mim?
─ Não dá para aproveitar sua companhia enquanto estou "trabalhando".
─ Inari, você já... ─ Amara entrou no sótão atraindo nossa atenção. ─ Você ainda está aqui?
Ela encarou Jacob e logo depois à mim, com aquele olhar insinuador que me dava vontade de jogá-la da janela.
─ Ok, ok... vocês venceram! ─ Ele ergueu os braços em rendição. ─ Vejo vocês depois. ─ Ele disse antes de sair.
1, 2... 3!
─ Você tem que admitir, Inari, ele é um fofo. ─ Amara suspirou apaixonadamente, vindo para o meu lado.
A encarei de cima a baixo.
─ Quem é você e o que você fez com a Amara anti-romance que conheci?
─ E o que aconteceu com a Inari "o amor existe sim, você só tem que encontrar a pessoa certa". ─ Ela rebateu, fingindo me imitar, enquanto fazia aspas com as mãos.
Bufei, rolando os olhos, mas ri da sua imitação vagabunda.
─ Ainda está aqui, mas isso só vale para alguém que te ame pelo que você é, não por uma magia de ligação idiota. ─ Dei de ombros.
─ E como você sabe que ele não é essa pessoa? ─ Amara insistiu. ─ Talvez essa mágia só esteja tentando te mostrar o que sua cabeça dura não veria sem ela.
A encarei, chocada.
─ Espera, você é a minha melhor amiga ou a do Jacob? ─ Questionei, indignada.
─ Sua, obviamente. Por isso estou tentando evitar que faça algo ao qual você pode se arrepender no futuro. ─ Respondeu séria.
─ E por que me arrependeria?
─ Acha que eu não vejo a forma como o olha? ─ Amara questionou. ─ Você sente algo por ele, só não quer admitir porque é muito cabeça dura.
─ Não sou eu, é o imprinting. ─ Resmunguei sem encará-la.
─ Aham... continue se enganando. ─ Debochou.
─ As vezes você é insuportável, sabia? ─ Retruquei, mal humorada.
Ela apenas riu, dando de ombros.
─ Necessária, eu diria.
...
─ Aro vai nos querer incapacitados antes de atacar. ─ Dizia Edward. ─ Jane e Alec vão tentar me pegar primeiro porque posso antecipar seus movimentos.
Estávamos todos reunidos novamente, dessa vez, traçando estratégias para uma possível guerra.
─ Uma pena que nós todos não temos seu escudo. ─ Garrett disse, se referindo a Bella.
─ Mas não me ajuda a lutar. ─ Ela lamentou.
─ Pode nos ajudar. ─ Disse Tanya atraindo sua atenção. ─ Conseguindo projetar ele.
─ O que quer dizer?
─ Quero dizer proteger outro além de você.
─ Isso é possível?
─ Talentos são aperfeiçoados com o tempo. ─ Carlisle murmurou.
─ No início, eu era só nas palmas das mãos. ─ Contou Kate. ─ Agora posso erradiar por todo o meu corpo.
─ Como você faz? ─ Bella indagou, interessada.
Kate hesitou por um momento.
O bastante para Bella agarrar sua mão animada.
Só acho que ela se empolgou demais no aperto.
─ Me ensina! ─ Pediu a vampira.
─ Aí. ─ Kate resmungou por seu aperto.
Bella estava mais do que animada para aprender a aperfeiçoar seu dom, então Kate ficou encarregada de ajudá-la com isso depois da recém-criada "pedir com jeitinho".
Suspirei vendo-as sair em direção aos fundos da mansão, onde Kate iria treiná-la.
Eu ainda tinha algumas coisas para estudar sobre o meu próximo feitiço, então deixei minha curiosidade sobre o dom da Bella de lado e me virei para subir para o sótão, dando de cara com um peitoral sólido e frio.
─ Você realmente monopolizou meu lugar favorito na casa. ─ Alistair disse, ao me afastar.
Levantei meu olhar para encará-lo.
─ Bom, eu cheguei primeiro, então... ─ Dei de ombros com um sorrisinho cínico.
─ Seu bichinho de estimação sabe o que você pretende fazer? ─ Ele questionou, fazendo meu sorriso morrer e um ponto de interrogação nascer em seu lugar. ─ As paredes aqui tem ouvidos.
─ Não as do sótão. ─ O encarei desconfiada.
Ele estava me espionando?
Amara e eu havíamos colocado uma barreira contra sons no sótão, precisávamos de um lugar com um pouco de privacidade, e esse era um dos motivos para eu passar tanto tempo lá.
─ Você... ─ Olhei para frente novamente, disposta a interrogá-lo, mas ele já não estava mais alí.
Pela janela dos fundos eu pude vê-lo em uma das árvores, observando Bella e os outros lá fora.
Resolvi deixar aquilo de lado, pelo menos por enquanto, e segui meu caminho de volta ao sótão e aos meus estudos.
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