Epílogo
Recostei minha cabeça a janela do avião, encarando a paisagem lá fora. A verdade é que não consigo pensar em mais nada além das palavras da Hayley e da sensação estranha no peito, como se algo faltasse.
Quando decidi ajudar os Cullen com o seu problema, não achei que toda a minha vida se transformaria. Não pensei que criaria sentimentos por um garoto ridiculamente mais jovem e nem que sentiria falta daquele maldito sorriso quando tivesse que partir.
Ainda posso ouvir o som da sua voz e o uivo que ouvi enquanto deixava Forks para trás. Era como se ele estivesse compartilhando sua dor comigo.
Suspirei mais uma vez, me remexendo no meu assento enquanto procurava uma posição confortável, mas nada parecia funcionar. Simplesmente não há como relaxar em uma situação como essa.
─ Está pensando no lobo? ─ Amara questionou com um sorrisinho provocativo. Ela não perde uma.
─ Não. ─ Menti descaradamente, e pela forma que ela me olhou, não colou.
─ Sabe que não precisa carregar o mundo nas suas costas, certo? ─ Ela me encarou séria dessa vez. ─ Sério, quem vai sentir falta do Klaus?
Rolei os olhos, a encarando de volta.
─ Você, eu, a Hope. ─ Listei. Ela bufou um riso, pronta para negar. ─ Olha, eu sei que o Klaus pode ser insuportável as vezes e que ele já fez muito mal, pra muita gente, mas eu não consigo deixá-lo assim nas mãos do Marcel, e sei que você também não. Apesar de tudo, vocês são amigos.
─ Ele tentou me matar. ─ Ela retrucou.
─ E quem ele não tentou? ─ Rebati.
Ela meneou a cabeça.
─ Você tem um ponto.
─ E não se trata apenas do Klaus, como eu disse, tem a Hope, o Elijah, a Freya. ─ A encarei sabendo o quanto Freya era importante para ela. ─ O Kol, a Rebekah. Todos eles precisam de mim. De nós.
─ Eu sei, Inari. ─ Ela surpirou, então tocou minha mão, me olhando nos olhos. ─ Mas, isso não quer dizer que você não possa ir atrás do lobinho quando tudo isso acabar.
Bufei um riso.
─ Você não desiste mesmo, não é?
─ Sabe que não. ─ Ela piscou com um sorriso convencido.
─ Vamos fazer um trato?
Amara me encarou, confusa.
─ Que trato?
─ Quando você finalmente admitir seus sentimentos pela Freya e se declarar para ela, eu posso pensar sobre mim e o Jacob. ─ Ofereci, vendo seu rosto se contorcer com certa indignação. Ela acha que me engana. ─ Bom, isso se ele ainda quiser algo comigo depois de tudo isso.
─ Acorda, Inari, aquele garoto é caidinho por você. ─ Amara abanou a mão como se fosse óbvio. ─ E você por ele.
─ Não sou não. ─ Neguei veemente.
Ela riu.
─ Você não engana nem a si mesma. ─ Ela retrucou.
Depois de horas discutindo e debatendo se eu sou ou não caidinha pelo Black, nós finalmente pousamos e a realidade e seriedade do que estava acontecendo nos deixou tensa novamente.
─ Hayley disse que temos que ser discretas. ─ Murmurei para Amara. ─ Marcel está no controle da cidade agora e ele deixou claro que não quer nenhum de nós por aqui.
Ela acenou em confirmação.
Hayley havia me mandado o endereço de onde deveríamos encontrá-la. Era um balcão nos limites da cidade. Amara e eu passamos no nosso AP para pegar algumas coisas que certamente precisaríamos antes de irmos até lá.
─ Vamos logo, Inari. Estamos nos arriscando aqui. ─ Amara me apressou.
─ Só um segundo. ─ Resmunguei enquanto terminava de fechar minha mala. ─ Por mim a gente ficava e matava o Marcel de vez. ─ Bufei indignada.
─ Temos que ajudar os Mikaelson. E agora não é prudente que enfrentemos o Marcel. ─ Amara argumentou.
─ Aquele imbecil invejoso. ─ Xinguei jogando minha mochila sobre o ombro.
Me virei pronta para saímos quando alguém arrombou a porta do AP.
Encarei a porta no chão e o meliante por trás dessa atrocidade.
─ Por quê? Você não viu a campainha alí, cara? ─ Apontei indignada.
Mais cinco vampiros invadiram minha sala. Que merda, vai sujar tudo.
─ Marcel não quer vocês na cidade, bruxas. ─ Ele cuspiu como se nos chamar de bruxas fosse a maior ofensa do universo.
─ Segura aqui, por favor. ─ Entreguei minha mochila para Amara e caminhei a passos lentos em direção aos vampiros que pareciam prontos para me atacarem a qualquer momento. Parei à apenas dois passos de distância dele. ─ Então diga ao Marcelus que ele não manda em mim. ─ Cuspi sustentando seu olhar.
─ Mais diversão pra gente então. ─ O vampiro sorriu, sinalizando para os outros avançarem. Em apenas um movimentar de mãos arranquei seus corações e seus corpos caíram no chão. O único sobrevivente entre eles tentou avançar na minha direção, mas quebrei seu pescoço e ele caiu ao lado dos amiguinhos. ─ Aff, sabia que iam sujar meu carpete. ─ Lamentei vendo seu sangue escorrer.
─ Marcel vai ficar irado, Inari. ─ Amara se aproximou, encarando-os pelo chão.
─ Essa é a intenção. ─ Dei de ombros, pegando minha mochila de volta. ─ Vem, vamos antes que ele mande mais capangas atrás de nós.
. . .
─ Hayley! ─ Abracei a morena assim que a avistei. ─ Hope. ─ Sorri para a garotinha que dormia tranquila no seu assento para bebês. Alheia a toda a confusão que sua família estava metida.
─ Inari, Amara, obrigada por virem. ─ A híbrida parecia aliviada em nos ver.
─ Onde eles estão? ─ Perguntei me referindo aos Mikaelson.
─ No caminhão. ─ Ela apontou. ─ Precisamos achar um lugar seguro para levá-los e para levar a Hope também. Agora que o Klaus está nas mãos do Marcel e os Mikaelson presos em caixões... eu não sei o que pode acontecer com a gente.
─ Tudo bem, vamos dar um jeito nisso. ─ Prometi. ─ Mas temos que ir pra longe de Nova Orleans logo, o Marcel deve estar na nossa cola, eu meio que irritei ele um pouquinho. ─ Sorri amarelo.
Hayley balançou a cabeça em negação com um pequeno sorriso.
─ Não seria você se não o fizesse.
─ Tá vendo, Amara, ela me entende. ─ Apontei vendo a bruxa balançar a cabeça em negação.
─ Então, para onde vamos? ─ Amara questionou.
─ Esperava que vocês tivessem alguma sugestão. ─ Hayley disse.
Pensei por alguns segundos até que uma idéia louca me veio a cabeça.
─ Acho que tenho o lugar perfeito para nos abrigarmos. ─ Olhei para Amara que parecia estar pensando no mesmo que eu. ─ Como você sabe, eu estava fora ajudando uns amigos. Acho que eles não vão se opor a nos ajudar também.
─ Certo. Confio em você e se você confia neles... ─ Ela deu de ombros. ─ Eu vou dirigindo o caminhão e vocês podem ir na frente de carro. ─ Ela sugeriu.
Concordei e então dirigimos para longe de Nova Orleans. Senti meu coração apertar ao passar pela placa da cidade. Não sabia por quanto tempo ficaríamos longe ou como resolveriamos isso. Se resolveriamos.
No caminho para Forks, ligamos para os Cullen e explicamos toda a situação. Eles disseram que seríamos bem-vindas para ficar com eles o tempo que fosse necessário.
O caminho até Forks foi longo, fizemos algumas paradas para descansar até que finalmente ultrapassamos a placa de "Bem-vindos a Forks". Poucos minutos depois estávamos estacionando em frente a mansão dos Cullen.
Quanso saímos do carro todos eles já nos esperavam em frente a casa. Renesmee correu em minha direção me abraçando forte.
─ Tia Inari! ─ Ela parecia feliz em me ver.
─ Oi, querida. Já sentiu minha falta? ─ Ela balançou a cabeça confirmando. ─ Nossa, só se passaram três dias e você já cresceu. ─ Observei, enquanto a garota sorria.
─ Só falta isso aqui pra eu te alcançar. ─ Ela fez sinal de pouco com os dedos.
Sorri.
Me virei para Hayley que se aproximou com Hope, segurando-a protetoramente nos braços.
─ Gente, essas são Hayley e Hope. ─ Apresentei. ─ Hayley, esses são os amigos que te falei.
Após as apresentações Esme nos ofereceu que entrassemos para tomar um banho, comer e descansar já que viajar uma distância tão longa de carro era extremamente cansativo.
Estava prestes a entrar quando ouvi uma voz conhecida e senti meu coração disparar contra o peito.
─ Inari? ─ Pensei que não o escutaria chamar meu nome novamente por tão cedo.
Me virei lentamente encarando a figura de Jacob Black à apenas alguns metros de onde eu estava.
─ Jake... ─ Murmurei em um ofego.
Sem mais nenhuma palavra o garoto correu em minha direção me prendendo em seus braços, me abraçando como se não me visse há séculos.
─ Já estava com saudades, lobinho? ─ Indaguei ainda presa no seu abraço, era como se ele tivesse medo de me soltar e eu ir embora novamente.
─ Talvez. ─ Ele murmurou, se afastando só o suficiente para me olhar nos olhos. Suas mãos desceram para minha cintura, me mantendo próxima ao seu corpo. ─ Quando Edward me ligou dizendo que você estava voltando... eu tinha que te ver.
É claro que esse fofoqueiro tinha que abrir a boca.
─ Que bom que você veio. ─ Sussurei aproximando meu rosto do seu.
Seu olhar desviou automaticamente para a minha boca e foi inevitável não encarar a sua em seguida. Poucos segundos depois Jacob tomou os meus lábios nos seus em um beijo intenso e cheio de saudade, ainda que tivéssemos nos visto há apenas três dias atrás.
─ Não me deixe de novo. ─ Ele sussurou após o beijo.
Balancei a cabeça negando.
─ Eu não vou.
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