Conectados
10. Conectados.
Quando voltamos a mansão dos Cullen descobrimos que os invasores em questão eram Stefan e Vladimir, carinhosamente apelidados de Drácula um e dois por Jacob.
Devo admitir, ele até que tem um bom senso de humor.
Dráculas um e dois não foram exatamente convidados a se juntar a nós por nenhum Cullen, mas ao que parecia, eles estavam esperando uma oportunidade de desafiar os Volturi há séculos.
De todos os nossos convidados, eles eram os únicos que ansiavam por uma luta contra a realeza vampirica.
─ Quando Aro quer alguém de um clã, não demora muito para aparecer alguma evidência provando que aquele clã cometeu um crime. ─ Dizia Eleazar.
Estávamos todos reunidos na mansão dos Cullen.
Jacob estava sentado ao meu lado, enquanto observavamos a conversa se desenrolar a nossa frente.
─ Então ele fez isso antes? ─ Bella questionou.
─ Acontecia tão raramente que nunca percebi que tinha um padrão. ─ Eleazar contou.
─ Ele sempre perdoava uma pessoa que ele alegava ter pensamentos de arrependimento. ─ Contribuiu Carlisle.
─ E deixe-me adivinhar... ─ Coloquei o indicador no queixo, fingindo pensar. ─ A pessoa em questão sempre tinha algum dom?
─ Exatamente. ─ Eleazar confirmou. ─ E Aro os recrutava para sua guarda.
Previsível.
─ Isso é por causa da Alice. ─ Presumiu Edward. ─ Ele não tem ninguém como ela.
─ E foi por isso que ela foi embora. ─ Bella deduziu.
Eu tinha minhas dúvidas.
Não acho que Alice abandonaria sua família, mesmo que sua cabeça estivesse em risco.
─ Por que ele precisa de testemunhas? ─ Emmett questionou.
─ Pra espalhar por aí que a justiça foi feita. ─ Dessa vez foi Alistair a responder. ─ Depois dele massacrar o clã inteiro.
Amun se moveu até seus "filhos", com sua esposa em seu encalço.
─ Benjamin, Tia, vamos embora. ─ Ele os chamou.
Era um covarde mesmo, como presumi desde o princípio.
─ E vai pra onde? ─ Questionou Edward. ─ Por que acha que ele vai se satisfazer com a Alice? O que impede de irem atrás do Benjamin depois? Ou Zafrina ou Kate, ou qualquer outro com talento? Qualquer um?
Edward encarou cada um de nós na sala, tomando uma posição de liderança, e eu sabia que viria um discurso épico pela frente:
─ O objetivo deles não é punição, é poder, é conquista. ─ Continuou o leitor de mentes. ─ Carlisle pode não pedir que lutem, mas eu vou pedir. Pelo bem da minha família, mas também pela de vocês. E por como querem viver.
Houve um momento de silêncio, enquanto alguns se encaravam considerando o que fariam a seguir.
Fui a primeira a me levantar, Amara me seguiu fazendo o mesmo.
─ Amara e eu lutaremos com todas as nossas habilidades se preciso. ─ Eu anunciei, firme. ─ Não somos covardes, e não vamos fugir de ninguém. ─ Encarei Amun descaradamente ao dizer essa última parte.
Jacob se levantou logo após, ficando em pé ao meu lado.
─ As matilhas vão lutar.
Ele disse trocando um rápido olhar comigo, e naquele momento eu entendi que ele queria dizer que sempre estaria do meu lado.
Não me perguntem como, eu apenas senti isso.
─ A gente nunca teve medo de vampiro. ─ Completou o lobo.
─ Vamos lutar. ─ Tanya se posicionou pelos Denali.
─ Essa não vai ser a primeira vez que luto contra as regras de um rei. ─ Disse Garrett saindo do canto em que estava encostado e dando alguns passos para frente.
Por que eu tenho a impressão que uma certa Denali também tem a ver com essa decisão?
─ Vamos nos juntar a vocês. ─ Benjamin disse, tomando a frente.
Amun o encarou como se ele estivesse louco.
─ Não! ─ Negou o vampiro.
Benjamin o encarou de volta, sem se abalar.
─ Vou fazer a coisa certa, Amun. ─ Disse irredutível. ─ Você pode fazer o que quiser.
A partir dalí, praticamente todos os vampiros presentes declararam seu apoio aos Cullen.
─ Nem precisou de muito. ─ Debochou Vladimir, recebendo alguns olhares tortos dos vampiros ali presentes.
─ Vamos esperar que não chegue a isso. ─ Murmurou Edward.
─ Vamos ver. ─ Alistair retrucou, antes de passar por nós.
O encarei de cima a baixo antes do vampiro sair da sala.
─ Qual o problema desse cara? ─ Murmurei mais para mim mesma.
...
─ Certo... ─ Murmurei conferindo se havia trago tudo o que precisava para o feitiço. ─ Tá tudo aqui.
Encarei Jacob que me olhava sem saber exatamente o que viria a seguir.
Sua expressão confusa me fez rir.
─ Relaxa, você não vai ter que fazer quase nada. ─ Tentei o tranquilizar.
─ Você não vai tirar meu sangue pra um ritual nem nada do tipo não é? ─ Questionou o lobo, desconfiado.
Bufei um riso.
─ Para de assistir filmes sobre bruxas, já te falei que a ficção é meio diferente da realidade. ─ Rolei os olhos.
Ele deu de ombros.
─ Depois de tudo o que descobri nos últimos anos, acho que toda ficção tem pelo menos uma pontada de verdade. ─ Ele disse, e eu tive que concordar.
─ Certo. ─ Murmurei rindo. ─ Eu só preciso da sua ligação com essa terra e com os quileutes. ─ Expliquei arrumando todos os ingredientes em um círculo. ─ Não posso garantir que isso vá funcionar, eu mesma criei esse feitiço, então não posso atestar sua eficácia até usarmos ele.
Encarei Jacob ao perceber que ele estava muito quieto.
Seu olhar sobre mim era intenso, a tensão entre nós era quase palpável.
Honestamente eu não sabia como me sentir em relação a tudo isso.
Em relação à nós dois.
Tive que coçar a garganta e quebrar nosso contato visual, quanto mais o tempo passava, mais garotos podiam se transformar pela presença dos vampiros.
Se tudo der certo o meu feitiço vai proteger os habitantes da reserva da influência que a presença de vampiros tem sobre sua transformação.
Pelo menos assim nenhuma criança se transformaria de novo.
Senti a mão de Jacob na minha e aquele contato me puxou de volta para a floresta.
─ Mesmo que isso não funcione, muito obrigado por tentar ajudá-los. ─ Ele agradeceu, sinceramente.
Sorri.
─ Não precisa agradecer. ─ Respondi sinceramente. ─ Agora vamos tentar isso de uma vez.
─ Tudo bem, o que eu tenho que fazer?
─ Entra no círculo comigo. ─ Indiquei.
Jacob seguiu minhas instruções.
─ Agora me dê suas mãos.
Quando nossas mãos se tocaram foi como se uma corrente elétrica passasse por nossos corpos e nos conecta-se.
E, apesar daquele ser realmente o intuito do feitiço ─ eu precisava estar conectada a alguém da tribo para protegê-los através disso ─, foi algo muito mais forte do que imaginei que seria.
Foi então que nossos olhares se encontraram e tudo ao redor pareceu sumir.
Aquela ligação estava ali, e parecia ainda mais forte do que naquele fatídico dia do imprinting.
Jacob também sentia isso, eu podia ver apenas pela forma a qual ele me olhava naquele momento.
Pisquei algumas vezes, me forçando a me concentrar no feitiço.
─ Feche os olhos. ─ Instrui ao lobo, que demorou alguns segundos antes de finalmente fazê-lo. ─ Agora pense na sua ligação com a tribo, tente focar nisso.
─ É meio difícil focar nisso com você aqui na minha frente. ─ Jacob disse, mais como um desabafo.
─ Jake, se concentra. ─ O apelido saiu sem que eu percebesse, mas ao que parece, ele notou aquele detalhe rapidamente.
O sorriso no canto dos seus lábios foi o suficiente para eu saber exatamente o que ele estava pensando.
─ Se concentra, é importante. ─ Voltei a dizer sem me abalar.
O ouvi respirar fundo, ainda de olhos fechados.
─ Certo. ─ Murmurei fechando os olhos também. ─ Vou começar.
Sussurei o feitiço focando toda a minha atenção naquela ligação.
Senti a conexão entre os quileutes passar por minhas veias.
Foi quase físico quando o escudo invisível subiu cercando as terras quileutes e a protegendo da influência dos vampiros.
Eu não precisava de mais nada para saber que o feitiço havia sido um sucesso.
O que era ótimo, já que a última coisa que senti foi os braços quentes de Jacob antes de apagar completamente.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top