𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐_𝟏𝟖
Cartas sobre aa Mesa.
San on:
✧❁❁❁✧✿✿✿✧❁❁❁✧
O restaurante para qual Wooyoung me guiou não era luxuoso, chamativo ou extravagante, na verdade era o total oposto, pois o lugar era simples, com uma arquitetura tradicional e bem aconchegante em seu interior.
O cardápio não era elaborado com pratos chamativos e extravagantes, mas tinha bastante variedades da culinária coreana a qual me fez ficar em dúvida em o que pedir para comer.
As raras ocasiões em que comia comida caseira, era quando eu ia para casa dos meus pais ou quando minha mãe inventava de levar algo para que eu pudesse comer no trabalho, e por mais que eu soubesse cozinhar, eu não tinha tempo para parar e preparar algo. Os últimos anos eu vinha comendo mais em restaurantes variados, mas sendo quase todos em restaurantes renomados e com uma gastronomia estrangeira, ou fast food.
Eu quase me derreti quando experimentei um pouco do bibimpap* com kimichi*, já o kimbap* estava esplêndido e dava uma sensação de frescor quando o mastigava, o que fazia contraste com o tteokbokki* que estava bastante apimentado, mas igualmente gostoso.
— Você tinha razão, a comida daqui é uma delícia. — digo enquanto abocanhava uma porção do bulgogi*.
— Comida caseira, boa, e barata. — o ômega disse com um sorriso, enquanto comia um pouco de kimichi* — Eu sabia que você iria gostar, Cara Rico... você tem bom gosto, afinal de contas.
Dou uma leve risada, pois Wooyoung começou a me chamar de cara rico já que eu insisti para que ele parasse de me chamar de Choi.
— Meu bom gosto não é só para comida. — falei de um modo um pouco insinuativo, e vejo o rosto do ômega ficar levemente avermelhado — Também tenho bom gosto para roupa, carros, relógios... sabia que quase todas as minhas roupas são feitas sob medida e muitas delas foram feitas exclusivamente para mim?
— Besta. — o escuto resmungar, e para tentar disfarçar Wooyoung pegou o copo com suco e tomou um pouco, o que me fez sorrir de ladinho ao perceber aquilo — Depois não quer que eu te chame de Cara Rico.
— Porque eu tenho a leve impressão que ao me chamar de Cara Rico, você está internamente me xingando…
— Porque talvez... eu esteja. — ele respondeu com certa petulância.
Ficamos em silêncio por alguns minutos, cada um concentrado em sua comida e perdido em seus pensamentos... no meu caso, eu estava perdido na beleza única de Wooyoung, eu não conseguia ficar muito tempo sem olhar para o rosto do ômega para admirar a sua beleza. Já o ômega, eu não conseguia decifrar o que estava pensando ou o que fazia suas sobrancelhas formarem um finco.
— Hum... então... — ele começou a proferir um tanto que nervoso. E dava para perceber que Wooyoung estava muito nervoso, tanto que ele até parou de comer e acho que nem sequer percebia que apertava suas mãos uma na outra pelo nervosismo — C-como... como vamos resolver isso?
Respirei fundo mas preferi continuar comendo o pequeno banquete à minha frente, até porque era um desperdício deixar aquela maravilha da culinária nos pratos.
— Eu não vou ter forçar a fazer nada, Wooyoung-ah, então você pode dar as cartas. — digo calmo — Percebesse que este assunto te deixa um pouco nervoso, então vamos fazer as coisas do seu jeito, e eu vou respeitar o seus limites... — olho para o ômega, que estava com as pontas de suas orelhas levemente avermelhadas, e dou um sorriso para o acalmar enquanto pegava uma de suas mãos e a erguia até a altura do meus rosto, deixado um beijo em seus dedos — Contando que possamos continuar tendo esses nossos encontros fora da empresa, eu não me importo com o resto.
O rosto de Wooyoung ficava a cada segundo mais vermelho, e ver aquilo era de um certo modo satisfatório... deixar o ômega envergonhado estava se tornando um novo hobby que fazia com que eu me sentisse satisfeito, eu só não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim ainda.
Vai que o ômega queira revidar tudo isso no futuro!
— Então... o que você quer fazer, Wooyoung-ah? — o perguntei, entrelaçando nossos dedos e deixando nossas mãos repousadas sobre a mesa.
— Uh... — o ômega parecia pesar, mas eu não sabia se ele estava focado na pergunta que eu tinha feito, ou se nas nossas mãos juntas a qual ele encarava.
— Wooyoung. — o chamei a atenção, e ele volta seu olhar para meu rosto — O que você quer fazer? — repito a pergunta, dado um leve aperto em sua mão e erguendo em sua direção uma porçãozinha de jampache* no jotarak¹, a qual o ômega não recusa e abocanhou um tanto que envergonhado.
— Não sou contra os encontros fora da empresa, mas eu definitivamente n-não vou... eu não vou me d-deitar com você. — Wooyoung desviou seu olhar enquanto falava, abaixando a cabeça e fincando seu olhar na mesa, e seu rosto mais uma vez se encontrava vermelho.
— Okay... — respondi firme, já imaginando que ele não faria aquilo, e com sinceridade, levar Wooyoung para cama era a última coisa que estava pensando.
Não nego que eu seria o homem mais feliz do mundo, até porque não existe felicidade maior do que acordar com o homem mais lindo do mundo ao meu lado, mas naquele momento, eu estava mais intrigado em desvendar as nuances do ômega a minha frente, conhecer cada pedacinho dele e o mimar o máximo que ele me deixasse, do que me deitar com ele.
Já Wooyoung parece ter se surpreendido com a minha resposta, pois ergueu sua cabeça rapidamente e me olhou com o cenho franzido, claramente intrigado e confuso com a minha resposta simples..
— Você não se importa com isso? — o ômega perguntou desacreditado.
— Não, eu não me importo. — o respondi, o oferecendo mais um pouco de comida — Eu disse que não iria te forçar a nada, e se você não quer se deitar comigo eu vou respeitar a sua vontade.
— Um Imprinting entre lobos serve exatamente para isso... não é? Satisfazer os desejos dos nossos lobos... — Wooyoung dizia ainda desacreditado, me encarando como se eu fosse um bicho de sete cabeças.
— De certo modo, sim. — afirmei — Só que eu não sou obrigado a ceder aos desejos impulsivos do meu lobo, principalmente se esta não for a vontade da outra pessoa. — digo o encarando, olhando em seus olhos e deixando com que ele visse através de minhas palavras — Wooyoung-ah, o Imprinting entre lobos é uma faca de dois gumes e cabe a nós decidirmos qual caminho tomar... que é ceder ou lutar contra.
O pior que poderia nos acontecer, é termos nos afastado ainda mais e em algum momento acabarmos perdendo a razão e sucumbindo aos instintos de nossos lobos, e isso poderia acarretar em algo que faria com que nós dois pudéssemos nos arrepender no futuro. O que não é mais o nosso caso, pelo menos creio eu.
— Mas isso ainda pode acontecer…
— Acredito que não.
— E como você pode ter tanta certeza?
— O meu lobo está satisfeito em poder ficar ao seu lado... claro, ele ainda tem um grande desejo de te devorar por completo e conhecer cada pedacinho do seu corpo, mas ele sabe que não irei ultrapassar este limite sem o seu consentimento. — digo convicto, tendo a certeza tanto da minha decisão, como os desejos do meu lobo — Só de estar perto de você meu lobo fica calmo, e isso já é o suficiente. — pelo menos por hora, mas preferi não dar ênfase nesta parte.
Estava tão óbvio o desconforto de Wooyoung em relação ao Imprinting dos nossos lobos, até porque ele fugia de mim como o diabo foge da cruz desde o momento que nossos lobos "se ligaram", que eu criei várias teorias em relação a isso. Não iria o questionar sobre, até porque ele era muito arisco e não queria o espantar logo agora que estava finalmente conseguindo, e eu realmente prefiro levar as coisas com mais calma.
Sem contar que, se eu me deitasse com Wooyoung agora, as chances dele me afastar logo em seguida eram enormes, e levar as coisas com um pouco mais de calma me fará conhecê-lo melhor, assim como me dará uma chance de seduzir o ômega aos poucos e o conquistar.
— Que tal fazermos isso: continuamos a ter alguns encontros enquanto vamos nos conhecendo neste período, e aos poucos, vamos avançando o nosso relacionamento.
— Nós não temos um relacionamento. — o ômega se opôs firmemente, o que me fez erguer nossas mão, que ainda estavam juntas, com um sorriso presunçoso. Wooyoung até tentou se soltar naquele momento, mas segurei firme em sua mão, o impedindo de as separar — Yah!
— Eu até estava pensando em te pedir em namoro agora, mas tenho a impressão que levarei um fora. — divago, trazendo sua mão para mais perto de mim e a beijando enquanto o encarava — Me dê uma chance, Wooyoung-ah... não precisamos rotular o que temos agora, só não me afaste e me deixe te mostrar que eu sou o alfa certo.
— O alfa certo para quê? — eu estava amando ver o rosto vermelho dele, já perdi as contas de quantas vezes o vi envergonhado naquela tarde.
Eu já disse que era prazeroso ver o ômega envergonhado, não disse?
— Para você me entregar o seu coração. — disse sorrindo e Wooyoung mais uma vez tenta soltar nossas mãos, e desta vez eu deixo ele as soltar.
— Eu não vou cair nessa sua sedução barata seu alfa malandro.
— Eu te disse antes que, tinha várias cartas na manga... e eu não usei nem metade delas ainda. — cantarolei.
— Pensei que você só as usaria para que pudéssemos conversar!
— Também posso as usar para te seduzir. — dou uma piscadinha na direção do ômega, que revirou os olhos e voltou a comer.
— E o que você vai fazer depois de me seduzir?
— Penso em pedir alguns beijinhos... até porque já estou com saudades dos seus lábios nos meus. — o respondi, e durante os próximos minutos ficamos naquele joguinho de um ficar provocando o outro.
Wooyoung aproveitou para impor os seus limites, e eu claramente aceitei todos. Não eram muitos e também não eram coisas tão difíceis de cumprir, e falando a verdade, eu já sabia que teria algumas coisas assim vindo do ômega... se não tivesse, não seria o Wooyoung arredio que tanto conheço. Eu, obviamente, também impus algumas coisas a qual Wooyoung teria que ceder... foi difícil fazer ele concordar com aquilo? Sim, foi, mas valeu a pena.
A magia dos encontros não estava mais perdida, meus amigos, pois agora eu poderia aproveitar e o encher de presentes!
Talvez Hongjoong não esteja tão errado no final, e o que ele tinha me dito aquela manhã, quando o liguei e pedi ajuda para escolher entre os ternos que estava em dúvida de usar, pode ser uma realidade a qual estava me dando conta. Uma bela e doce realidade, a qual não vejo nenhum problema se tornar real.
Digo e repito, eu serei extremamente feliz em acordar ao lado do ômega mais lindo de todo universo!
Meu objetivo não era seduzir Jung Wooyoung, e sim fazer com que ele confiasse em mim. Até porque se eu quero que aquele ômega ficasse ao meu lado até o último dia de nossas vidas, eu tenho que primeiro conquistar sua confiança e aos poucos ir ganhando o seu coração. E meu pai sempre me aconselhou a correr atrás da minha felicidade e nunca desistir quando os obstáculos aparecerem pelo meio do caminho, e algo me diz que a minha felicidade só será completa se estiver ao lado de Wooyoung, então eu definitivamente não irei desistir dele.
Ao sairmos do restaurante, consegui o convencer a darmos uma volta nas proximidades, o que me fez ter o deslumbre de várias outras expressões do ômega durante o percurso, que por conhecer mais o bairro, me mostrava tudo alegremente.
Wooyoung até mesmo me levou à floricultura em que ele trabalhava com sua amiga e que era ali por perto. Eu jurava que ele trabalhava perto da minha empresa, até porque aquele lugar era um tanto que longe de onde estava a sede da Euphoria, e as duas vezes que o vi vendendo rosas, ele estava lá perto.
Fui apresentado para a amiga de Wooyoung como o Cara Rico, e ainda tiveram a coragem de me colocar para trabalhar sem remuneração, pois no momento em que chegamos estava tendo uma entrega e os dois ômegas se aproveitaram para me colocarem para carregar alguns sacos de terra e algumas caixas. A minha recompensa por todo aquele trabalho, foi o lindo sorriso de Wooyoung ao me agradecer por ter o ajudado e um beijo que ele deu á iniciativa.
Valeu a pena ter carregado todo aquele peso.
Na volta da floricultura até onde tinha deixado meu carro estacionado, passamos em uma sorveteria e tomamos um sorvete. Eu ainda provoquei o ômega, o perguntando se ele tinha gostado do nosso segundo encontro, o que me rendeu uma carinha emburrada e um ômega resmungão durante o restante do percurso.
E... só por curiosamente, tanto na ida como na volta eu entrelacei os nossos dedos durante a caminhada, e confesso que eu estava no paraíso por poder andar de mãos dadas com Wooyoung... e, em nenhuma das vezes o ômega se afastou ou tentou soltá-las.
Ao parar o carro em frente a porta do prédio em que ele morava, me bateu uma enorme vontade de o sequestrar e o levar para minha casa... não queria que aquele dia acabasse tão cedo, queria ficar mais na presença do ômega e quem sabe, ganhar mais alguns beijinhos do mesmo. Ainda não tive o suficiente de Jung Wooyoung!
— Sobre o próximo fim de semana... — segurei a sua cintura, já que estávamos do lado de fora do carro e ele estava prestes a ir sem me dar nenhum beijinho de despedida.
Jung Wooyoung era um ômega mal!
— Você não vai me obrigar a ter encontros todos os fins de semana, vai? — ele me interrompeu, se virando e ficando de frente para mim.
— É uma ideia tentadora... mas este fim de semana eu meio que já tenho um compromisso…
— Ufa!
— E eu gostaria de saber se você gostaria de vir comigo? — finalizo, fuzilando o ômega que parecia estar aliviado por alguns segundos, mas me olhava desafiadoramente no segundo seguinte — Eu particularmente não irei me importar se você recusar, mas o Binie me encheu o saco para te convidar, e até já falou de você com a nossa mãe, que também insistiu para convida-lo. — não era mentira, Soobin realmente me ligou ontem e exigiu que eu levasse Wooyoung comigo no almoço dos nossos pais. Ele e minha mãe se juntaram e ambos me mandavam mensagem a cada hora para lembrar do almoço no sábado e de convidar o Jung.
— Sua mãe? — Wooyoung parecia ter entrado em um leve estado de choque, seus olhos até deram um leve salto — Ela quer que eu vá?
— Sim, ela quer... e o Soobin também. — confirmei, apertando levemente sua cintura e fazendo nossos corpos ficarem mais próximos — Vai ser um almoço para comemorar o aniversário de sei lá quantos anos de casados dos meus pais..
— Um almoço com seus pais?
— Não precisa se sentir pressionado a nada Wooyoung-ah, você não precisa ir se não quiser. — digo deixando um beijo no topo de sua cabeça — Eu não me importo em ter que te apresentar para os meus familiares depois... por mim, quanto mais tarde melhor.
— O que você quer dizer com isso? — ele me fuzila, mas dava para perceber que ele ainda estava desconcertado.
— Tenho certeza que meus pais irão te roubar de mim se você for neste almoço, então quanto mais tempo demorar para você os conhecer, mas tempo vou ter com você.
— para provocar um pouco mais o ômega, me inclino em sua direção e automaticamente Wooyoung fecha os olhos, mas ao invés de beija-lo, mesmo morrendo de vontade, mordo a armação dos óculos dele e o retiro de seu rosto com minha boca.
Wooyoung abriu os olhos, e ao ver o que estava fazendo, ele tirou os óculos de minha boca enquanto resmungava algo... eu ouvi um besta no meio da frase, então provavelmente ele estava me xingando.
— Posso pensar se vou ou não neste almoço, Cara Rico?
— Claro que pode. — volto a me inclinar, mas desta vez para deixar um beijo na bochecha de Wooyoung — O almoço vai ser sábado à tarde, então você tem que me dar uma resposta até sexta.
— Você está fazendo de propósito, não é?
— ele choramingou, o que me fez dar uma leve risada.
— Estou fazendo o que?
— Me provocar! — não o respondo, o que pareceu não o agradar muito — Só por causa disso, não vou te convidar para entrar.
O que? Ele ia me convidar para entrar?
— Wooyoung-ah... espera... — tento argumentar, mas Wooyoung se aproveita da minha breve confusão e rapidamente foge dos meus braços, correndo até a entrada do prédio enquanto me deixava plantado do outro lado da rua, sem reação.
Não acredito que perdi a oportunidade de conhecer o apê do meu ômega!
Eu poderia sim, e com facilidade, alcançá-lo e o impedir de entrar, mas ver o sorriso travesso de Wooyoung me desarmou, eu só continuei parado onde estava e fiquei o observando até ele entrar no prédio. Ele se virou antes de entrar e ousadamente me mandou um beijo voador, ao qual eu peguei e guardei no meu coração…
Okay, confesso que se visse qualquer outra pessoa fazendo aquilo acharia brega, mas valeu a pena ver o lindo sorriso de Wooyoung ao fazer aquela encenação.
— Eu estou muito ferrado com este ômega! — digo para mim mesmo, sorrindo que nem idiota enquanto o via desaparecer ao finalmente estar dentro do prédio.
✧❁❁❁✧✿✿✿✧❁❁❁✧
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top